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Minuto Zero

A Semana Desportiva, minuto a minuto!

A Semana Desportiva, minuto a minuto!

Minuto Zero

09
Set11

Voleibol à Sexta

Sarah Saint-Maxent

Plantel recheado... de problemas?

 

          A nova época não tardará a iniciar-se e, por isso mesmo, ao longo de todo o verão foram várias as notícias sobre reforços e renovações nos plantéis nacionais. Aquele que acho mais interessante - e do qual falarei para já um bocadinho, sem me querer alongar antes de o ver em ação - é o do S.L.Benfica.

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02
Set11

Voleibol à Sexta

Sarah Saint-Maxent

Gilda, novamente em grande

 

          Nada como regressar à escrita a bater (ainda mais) no ceguinho: é uma coisa de que gosto, sobretudo quando tenho mais que razão para o fazer.

          A seleção sénior feminina disputará, hoje - sexta - e amanhã, a eliminatória para o Torneio de pré-Qualificação para os Jogos Olímpicos de 2012. Sim, a seleção portuguesa tem uma tal qualidade que, enquanto os homens disputam a Liga Mundial, as meninas - já lá chegamos - têm que ver se estão aptas a chegar à fase pré-eliminatória dos JO. É mais ou menos como estar no piso -4.

          Eu podia ficar por aqui. Cascar nos péssimos resultados que a equipa liderada por Gilda Harris far-me-ia feliz, mas porquê parar agora? Já aqui comentei várias vezes a predisposição da técnica para preencher com criancinhas o espaço destinado a jogadoras do plantel. Desta vez, no entanto, tenho que dar crédito à senhora: excedeu-se e conseguiu, numa convocatória de 12 atletas, incluir 7 séniores. São progressos, meus senhores, são progressos - o facto de duas dessas séniores terem subido de escalão no último ano é um mero pormenor.

         

 

18
Jul11

Bloco Triplo

Ricardo Norton

XII Lousã Summer Cup

 

Após uma longa paragem por razões académicas, o espaço do “Bloco Triplo” está de volta ao minuto zero, na esperança de retomar a sua normal actividade.


     

          Venho hoje falar da XII Lousã Summer Cup, que decorreu de 6 a 10 de Julho, na vila da Lousã. Esta prova, destinada ao escalão de Infantis e iniciados, cada vez mais se afirma como a última prova do calendário indoor em Portugal, e uma das mais importantes para as equipas dos escalões de fornação. Oferece aos seus participantes uma semana de muito voleibol e muito convívio, onde se começa a delinear a nova época num estilo de festa e descontracção, típico daquele torneio. Com a alimentação e alojamento a cargo da organização, aos participantes apenas compete fazer o que melhor sabem: jogar bom voleibol e dignificar o seu desporto.

 

          Ao longo de quatro longos dias de prova, 67 equipas competem entre si, em busca da tão ambicionada final. Mais uma vez, na edição deste ano, ficou reforçada a abrangência do torneio, com a presença de equipas estrangeiras. Representantes espanhóis e belgas juntaram-se a esta festa do voleibol, engrandecendo um momento único na vida desportiva dos pequenos praticantes. O rol de equipas ficou completo com a comparência de diversas equipas vindas desde o Norte até ao Sul, juntamente com os representantes da Madeira e Açores.

 

          A prova estendeu-se por sete pavilhões em regiões próximas à Lousã, possibilitando assim que se fizessem tantos jogos em tão curto espaço de tempo. A organização deverá ter mais atenção a este ponto, uma vez que alguns espaços não têm condições para uma prática correcta da modalidade. Mesmo assim, suportados por uma vasta rede de voluntários, conseguiu-se assegurar com sucesso mais uma edição desta prova.

 

          Em relação ao voleibol em si mesmo, há a registar algumas surpresas e algumas continuidades. Foram muitas as equipas de Infantis que competiram no escalão superior, realizando uma prova digna de registo. A título de exemplo, a equipa de Infantis do Colégio de Lamego, campeã nacional de Infantis, atingiu o 3º lugar na prova feminina de Iniciados, estando de parabéns. Como esta foram muitas as surpresas neste torneio. Os infantis da Ala de Gondomar fizeram o pleno, juntando ao Campeonato Nacional uma vitória no Summer Cup. No escalão de Infantis femininos, na ausência do campeão nacional, coube ao 2º classificado assegurar a vitória. O Sagrado Coração de Maria, de Lisboa, derrotou a Juventude Pacense na final, assegurando assim a vitória no torneio. No escalão de Iniciados femininos, registou-se o resultado mais improvável. Na ausência de três dos quatro finalistas do campeonato, o Vitória de Guimarães ganhou o torneio. Com o Leixões, único finalista presente no campeonato, desfalcado e abaixo do seu nível habitual, as vimaranenses aproveitaram e ganharam a prova, derrotando as espanholas do CV Esplugues. Por fim, no escalão de Iniciados, coube ao Ginásio de Santo Tirso devolver ao Norte as vitórias no voleibol. Derrotaram por 3-2 o Gueifães, sagrando-se os grandes vencedores do troféu.

 

          Foram quatro dias de bom voleibol, onde se assistiram a bons jogos. Os indicadores para a época que se avizinha são positivos, cabendo agora às equipas preparar da melhor forma os desafios que aí vêm.

 

by Ricardo Norton

08
Jul11

Voleibol à Sexta

Sarah Saint-Maxent

Liga Mundial sem surpresas

 

          É uma seca, mas é verdade verdadinha: estou de férias e não posso assistir ao raio dos jogos da última fase da Liga Mundial de Voleibol, que se vai realizando nestes dias na Polónia. Isso não me impede, no entanto, de mandar uns bitaites sobre o que se vai passando, quando sei os resultados.

http://www.fivb.org/Vis2009/Images/GetImage.asmx?No=201112662&maxsize=500

          O Brasil, a Rússia e a Argentina já asseguraram três dos lugares de semi-finalistas e, na minha opinião, sem surpresas. Não creio que o Brasil esteja tão forte como já esteve: começou esta última fase, no jogo contra Cuba, alguns furos abaixo do que pode - Cuba chegou a ter bola de jogo no 4º set - e isso tem sido recorrente nos últimos tempo. Aliás, não é normal que, do primeiro para o segundo jogo, o selecionador brasileiro altere o seis inicial quase inteiramente: só a entrada como titular de Giba (que, apesar de ser um jogador que adoro e continua a ser brilhante, já não está no pico da forma) demonstra algumas inconsistências da turma canarinha.

          As duas vitórias alcançadas pela Rússia não espantam, sobretudo pela consistência que a equipa tem demonstrado. duas vitórias relativamente fáceis, contra Cuba e Estados Unidos, são disso prova. A seleção russa falha pouco e é, sobretudo muito eficaz no ataque - pudera!, já viram aquelas impulsões? -, ao mesmo tempo que continua a ser das poucas que consegue, recorrentemente, causar dificuldades no serviço.

          A Argentina, apesar da sua equipa jovem, tem feito um bom torneio e não é de estranhar que consiga chegar a esta fase. A juventude dos atletas não se tem refletido em grandes falhas de concentração - na verdade, e embora para já o título esteja, na minha opinião, um pouco longe, a seleção sul-americana tem tudo para ser um peso-pesado do voleibol internacional nos próximos anos.

          Resta um lugar, que pode ser alcançado por qualquer uma das equipas que constituem o grupo E, embora a seleção italiana leve, para já, vantagem sobre as congéneres búlgara e polaca - vantagem que, dado que vai jogar hoje contra a Bulgária, pode garantir um lugar pouco surpreendente nas meias-finais.

          Em suma, não se pode dizer que as semi-finais constituam uma surpresa: pela prestação que têm tido, este «alinhamento» não surpreende. O que é uma pena para, por exemplo, a equipa cubana: a não-convocatória de três dos habituais titulares, incluindo o capitão Simon - dizem as más-línguas que para impedir uma fuga dos atletas durante a estadia na Polónia - pode ter tido uma forte influência nisso. Também os Estados Unidos saíram de expectativas goradas, no último lugar do grupo F - verdade seja dita que o sorteio dos grupos não ajudou muito, mas ainda assim...

 

by Sarah Saint-Maxent

Esta crónica foi escrita ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

01
Jul11

Voleibol à Sexta

Sarah Saint-Maxent

Quando a cabeça não tem juízo

 

               A seleção de seniores perdeu ontem, em Tampere, o primeiro jogo da última jornada da fase de grupos da Liga Mundial, pelo que não ultrapassará - mesmo em caso de vitória esta tarde - a Finlândia na classificação do grupo, ficando-se pelo quarto e último lugar.

http://www.fivb.org/Vis2009/Images/GetImage.asmx?No=201110827&maxsize=500

               Naquele que é o grupo mais equilibrado dos quatro, não se pode dizer que seja um resultado bom, sobretudo se pensarmos que a vitória por 3 pontos esteve ao alcance da turma das quinas (que entrou no terceiro set a vencer 22-25 e 16-25), e muita culpa terá «a cabeça» dos jogadores.

               Uma equipa que tem nomes experientes - apesar de não estarem presentes João José e André Lopes - não pode dar-se ao luxo de se ir abaixo e permitir uma vitória na negra, quando tem qualidade e - supostamente - vontade para conquistar a partida em 3 sets. Dir-me-ão que este jogo era a feijões. É certo que nunca teria como resultado uma passagem à fase final da Liga Mundial, mas não deixava de ser importante: os pontos somados no fim desta fase ditam a passagem automática, ou não, à Liga Mundial 2012 - que fica um bocadinho mais difícil.

               A Finlândia, não deixemos de lhe dar crédito, aproveitou de forma inteligente a quebra de rendimento dos portugueses: entrou no 3º set «a matar» e assim se manteve, fazendo com que os adversários acusassem a pressão e, em última análise, conquistando o seu objectivo, a manutenção na próxima Liga.

               Não me parece que, como já por aí li, a falta de João José ou André Lopes tenha feito uma diferença significativa - pelo que vi, os jogadores presentes poderiam ter tratado do assunto e nem para «dar força» estes dois atletas seriam, digo eu, fulcrais (vejam-se os primeiros jogos desta Liga e note-se que, muitas vezes, foi a entrada e incentivo de Hugo Gaspar que permitiu um elevar da confiança de jogadores). Não, em última análise, esta derrota foi culpa da cabeça de cada um dos jogadores: não acreditaram o suficiente e começaram a falhar - mas de forma idiota. Assim não vamos lá.

 

by Sarah Saint-Maxent

Esta crónica foi escrita ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

17
Jun11

Voleibol à Sexta

Sarah Saint-Maxent

Descoberta a careca


                Pronto, agora é que ficou mesmo visível. Afinal sempre temos um probleminha na nossa seleção masculina de voleibol, e até se chama Tiago Violas. Disse aqui há uns dias que o rapaz até estava a dar conta da situação, mas o último fim-de-semana mostrou – finalmente – a grande fragilidade do distribuidor titular da equipa das quinas.

 

 

                A grande exibição da seleção no primeiro jogo com a Sérvia – uma vitória na negra, mas que poderia facilmente ter ficado 3-1 para os portugueses – deveu-se, em grande parte, ao desempenho de Valdir: 31 pontos de ataque, dois serviços e um bloco fizeram dele o mais pontuador do jogo, ao mesmo tempo que o (finalmente) formidável Carlos Teixeira defendeu de forma quase perfeita. Voltemos a Valdir por um segundo: não seria possível conquistar 31 pontos de ataque sem uma distribuição fantástica para a saída de rede. E é verdade, Violas tem um passe para o oposto que é irrepreensível, na maioria das vezes.

                Aliás, a confiança do jovem distribuidor no seu passe para a saída é notória: basta observar alguns pontos para notar uma preferência nessa distribuição. O problema não reside aí, portanto. E também não está, pelo menos de forma notória, no passe do meio. O serviço é bom, apesar de não muito forte – consegue causar problemas na receção.

                A grande questão – que se pôde observar tão bem no segundo jogo com a mesma Sérvia, perdido por 3-0 – é a distribuição para a entrada. Neste jogo, de domingo, Valdir não estava ao nível do dia anterior, o que quis dizer que Violas teve que tentar jogar muitíssimo mais com os pontas da sua equipa. E, credo!, que distribuição tão fraca para este nível de voleibol.

                A bola é normalmente distribuída para muito perto da rede, impossibilitando ao seu jogador de entradas uma ataque em força ou extremamente colocado. As suas opções passam a ser o amortie ou uma jogada com o bloco adversário – que é forte, sem dúvida. Para Flávio Cruz, dos jogadores mais experientes (e inteligentes) da seleção, a coisa é problemática mas não completamente incapacitante. Já para André Lopes, é um assunto diferente.

                Em última análise, e usando a gíria do voleibol, Tiago Violas «queima» constantemente o ataque de entrada, retirando, a olhos vistos, eficácia ao ataque. É uma pena, dado todo o seu restante jogo – a que só poderíamos apontar uma ligeira falta de entrega na defesa baixa… – e um problema que tem que ser trabalhado, sob pena de condenar a equipa nacional à não-evolução. Carlos Fidalgo não me parece opção: tem entrado nervoso e não muito entrosado com os companheiros. Só nos resta ver o futuro… e que outras opções tem Juan Diaz.

 

                Entretanto, e depois de muitas voltas causadas pelo vulcão chileno, a seleção portuguesa defrontará a congénere argentina - que passou pelos mesmos problemas para chegar ao seu destino - este fim-de-semana em Catamarca, Argentina. Esperam-se duas vitórias para a equipa da casa, ainda que uma boa exibição portuguesa esteja sempre no horizonte.

 

by Sarah Saint-Maxent

Esta crónica foi escrita ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

10
Jun11

Voleibol à Sexta

Sarah Saint-Maxent

O (terrível) fenómeno Gilda Harris

 

               O mundo do voleibol português anda num alvoroço. A razão é simples, e tem um nome: Gilda Harris Sarria. A selecionadora portuguesa tem feito, diga-se desde já, disparates atrás de disparates desde que chegou ao comando da seleção portuguesa de… seniores, lembremo-nos disto.

               Desta vez, e a situação parece ser a gota de água para muitos adeptos, técnicos e treinadores, bem como atletas – como não podia deixar de ser –, o problema é a convocatória para a disputa de três jogos amigáveis com a seleção da Grã-Bretanha.

               Na referida convocatória – divulgada pela Federação Portuguesa de Voleibol (FPV), e que pode ser consultada no seu site – temos quatro atletas seniores. Sim, quatro atletas seniores numa convocatória de doze atletas. Nada de muito surpreendente dadas as últimas convocatórias da selecionadora, que nos tem presenteado constantemente com a chamada de atletas juniores. A questão é o resto do «plantel»: duas juniores, três juvenis de primeiro ano (nascidas em 1995), uma iniciada (96) e duas… infantis (97).

               Sim, a seleção portuguesa de voleibol feminino tem um terço das suas atletas com idade «decente» e o resto… bem, podiam ter idade para ser filhas das primeiras.

               A questão aqui é a valorização do trabalho das atletas nacionais – e também, claro, não brincar com a «cara» das outras seleções: a aposta, anterior, em atletas seniores muito jovens, podia entender-se como aposta no futuro. Esta não se entende de todo. Sobretudo tendo em conta a existência de uma seleção de cadetes, bem como de júniores - onde algumas destas atletas estiveram presentes.

               O insólito facto parece ainda mais reprovável dadas as constantes queixas de dirigentes e técnicos: aparentemente, a selecionadora nacional não «se digna» a ver jogos de voleibol dos campeonatos nacionais, e restringe a sua observação às atletas que estudam no Colégio dos Carvalhos (onde são colocadas atletas das seleções de formação, para um treino de alto rendimento).

               Aparentemente, também o facto de muitas das anteriormente convocadas estarem em Centros de Treino para o Alto Rendimento em Voleibol de Praia terá condicionado a escolha de Gilda Harris, o que aparentemente quer dizer que a sua única hipótese é chamar «criancinhas» (sem qualquer desprimor para as atletas convocadas, que terão, certamente, imenso valor) para representarem o país.

               Enfim, em última análise trata-se de uma grandessíssima asneira – mais uma. Não se admite tamanha falta de respeito perante o trabalho de todos os envolvidos, e sobretudo perante as atletas seniores que demonstram regularmente o seu trabalho e o seu valor. Não se admite, também, tamanha falta de respeito perante outras seleções, que levam a sua representação a sério e dão de caras com meninas a brincar ao voleibol. Finalmente, não se admite tal falta de respeito perante os adeptos, ansiosos por ver uma seleção competente e capaz de proporcionar espetáculo e alegrias (como, por exemplo, a seleção masculina fez no jogo de sábado passado, frente à Argentina – e que jogão!, apesar da derrota).

               Esta situação – na sequência de outras que se arrastam há algum tempo – motivou várias críticas e demonstrações de indignação. Segundo noticia o site Sovolei.com, a Lusófona Voleibol encabeça as críticas e solicitou já à FPV uma reunião com os responsáveis «para esclarecimento e avaliação da situação».

 

by Sarah Saint-Maxent

Esta crónica foi escrita ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

03
Jun11

Voleibol à Sexta

Sarah Saint-Maxent

Os disparates enervam-me

 

               O Ricardo roubou-me a crónica: na verdade, disse tudo - ou quase tudo - aquilo que eu poderia dizer sobre a prestação da seleção portuguesa de voleibol na primeira jornada da Liga Mundial. Resta-me, portanto, mudar de assunto.

               Já fiz referência, várias vezes, à falta de atenção mediática que tem o voleibol - o facto da participação nesta mesma Liga Mundial não ser coberta em canal de antena aberta é simplesmente extraordinário - mas impõe-se agora que exemplifique também a ignorância total e absoluta dos jornalistas que escrevem sobre voleibol.

               Poderia utilizar aqui vários exemplos, de situações diferentes, mas nada surge aos meus olhos como tão escandaloso como a notícia publicada pelo jornal Record na sua plataforma online, no dia 28 de maio. Nela se informa o público - depois do jornalismo básico que limita o jogo de Portugal, grosso modo, a uma vitória mais ou menos «puxada» sobre a Finlândia - que o seis inicial («as equipas alinharam») de Portugal foi composto por João Malveiro, Tiago Violas, Flávio Cruz, Valdir Sequeira, Carlos Teixeira e André Lopes.

               Entra agora a caça ao intruso: qualquer um com o olho treinado percebe rapidamente que há alguém a mais e alguém a menos. O capitão João José, jogador do centro de rede, não consta da lista de titulares. No seu lugar está... o libero Carlos Teixeira. Vamos à questão rapidamente: os liberos não são titulares de coisa nenhuma, meus queridos. Os liberos entram para substituir qualquer jogador que se encontre na zona de defesa (posições 1, 6 e 5) - o que quer dizer que, normalmente, substituem os centrais - mas não fazem parte do seis inicial de qualquer equipa.

               O facto de João José ter começado a jogar no banco, com Carlos Teixeira no seu lugar, só significa que estava em posição defensiva - ainda assim, foi o capitão que foi chamado, na apresentação do jogo, como titular; e foi também ele que teve que ocupar o seu lugar em campo, para que a equipa de arbitragem conferisse a regularidade das posições, antes de se fazer qualquer troca de jogadores.

               Erros básicos como este assustam um bocadinho: qualquer hora de estudo impediria um «jornalista» de os fazer. E se erram com coisas destas, só podemos imaginar que barbaridades leríamos no caso de se fazer jornalismo a sério, no voleibol. Porque o jornalismo a sério é mais do que o simples relato do resultado dos sets. É aquilo que, hoje, está mais próximo daquilo que se faz com o futebol: páginas e páginas de discussões e explicações sobre qualquer situação da modalidade. Páginas e páginas dedicadas à análise de performances e jogadores.

               De certa forma, ainda bem que não tentamos fazer este jornalismo. Com exemplos destes, seriam páginas e páginas de disparates.

http://www.sitedossites.com/wp-content/uploads/2011/02/jornal-record-sds.jpg

                 Acabo lembrando que a seleção joga, esta noite, às 21.30, o primeiro jogo da segunda jornada da Liga Mundial de Voleibol, contra a Argentina, no Pavilhão Desportivo Municipal Da Póvoa do Varzim. A vitória parece-me mais difícil do que as da semana passada, vejamos se estou errada.

 

by Sarah Saint-Maxent

Esta crónica foi escrita ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

30
Mai11

Bloco Triplo

Ricardo Norton

Evoluir na continuidade

 

 

               A selecção portuguesa chegou, viu e venceu. Assim se descreve, em poucas palavras, a primeira jornada de Portugal na edição de 2011 da Liga Mundial. Para todos aqueles que receavam que o seis luso não aguentasse a transição da Liga Europeia, ganha em 2010, para a mais competitiva Liga Mundial, a nossa selecção apresentou-se mais unida, mais coesa, mais experiente e conseguiu duas vitórias importantes frente à Finlândia. Com estes resultados, Juan Diaz põe-se no mesmo patamar da Rússia e Itália, duas das poucas selecções que contam os jogos todos por vitórias apenas, e consegue um bom início para a campanha portuguesa nesta aventura. É certo que o adversário era acessível e que “o pior ainda aí vem”, mas quando algo tem mérito, é preciso reconhecê-lo. E estas vitórias tiveram-no, muito.

               Antes de mais, convém ver que Portugal está melhor. Tem mais opções e a profundidade do doze é muito maior. Em relação à primeira, um exemplo claro do alargar de opções é a saída da rede da nossa selecção.

               Assistiu-se ao regresso do “velho” Hugo Gaspar, que se veio juntar a Valdir Sequeira. Embora o segundo seja mais forte fisicamente e, possivelmente, jogue mais alto, Hugo Gaspar tem algo que ainda falta ao primeiro: experiência e sangue frio. Atravessa um momento de forma notável. Está bem fisicamente, o que lhe permite estar bem tecnicamente. É dono de um serviço muito eficaz e variado, dado o seu trabalho de voleibol de praia. No ataque, tal como foi sua imagem durante a época, faz muitos pontos e tem um reportório muito grande. Além do mais, foi importante na motivação dos companheiros nos momentos de mais aperto e desconcentração. Portugal tem agora duas opções válidas e capazes de desbloquear jogo quando a situação complicar.

                Na distribuição, Tiago Violas está melhor. O distribuidor que conduziu Portugal à vitória na Liga Europeia apresentou-se na Póvoa mais maduro e mais inteligente. Apesar da tenra idade, já mostra processos de jogo variados e consistentes, sobressaindo-se. Tal como referi em cima, teve muita ajuda dos companheiros nas alturas de segurar o jogo, como a de Hugo Gaspar, o que se reflectiu em dois bons jogos. Violas alia a subida de jogo jogado à consistência habitual do seu serviço andorinha, o que faz dele um jogador cada vez mais válido para conduzir o seis luso e continuar a constar nas escolhas de Juan Diaz.

               No centro da rede estamos a ver uma revelação. Falo de João Malveiro. O recém-espinhense está num crescendo de forma. Está mais agressivo em todos os capítulos, principalmente na acção de bloco. Com um ataque forte e um serviço muito agressivo, subiu, sem dúvida, o nível de jogo. Portugal tem agora uma dupla equilibrada e muito forte, capaz de fazer estragos nas defesas que por aí andam.

               Por fim, a terceira revelação é Alexandre Ferreira. Apesar de ter jogado pouco, o simples facto de Juan Diaz ter apostado nele é sinal da qualidade do jogador e da atenção do cubano à formação do nosso país. É bom que assim seja, porque nomes como Ivo Casas, Filipe Pinto, Phelipe Martins, entre outros, merecem ver a luz da ribalta. São exemplos máximos do bom trabalho de formação portuguesa e merecem ser recompensados.

               Em suma, a nossa selecção “evoluiu na continuidade”. A “espinha dorsal” composta por Teixeira, a dupla André Lopes/ Flávio Cruz e João José foi melhorada e fortificada. Portugal está mais forte, com mais opções e , no meu entender, mais capaz de aguentar o desafio da Liga Mundial.

               Resta esperar para perceber se o tempo me dá ou não razão.

 

27
Mai11

Voleibol à Sexta

Sarah Saint-Maxent

Liga Mundial, finalmente

 

                Estamos quase lá: amanhã joga-se o primeiro encontro da fase de grupos da Liga Mundial de Voleibol, a que Portugal teve acesso depois da desistência do Egito. Confesso que é um jogo (tal como o de domingo) que me deixa curiosa, já que a seleção vai defrontar a congénere finlandesa que, das três equipas do grupo C, me parece a mais acessível.

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                Além disso, os jogos de preparação contra a Espanha, no fim-de-semana passado, mostraram que os bons resultados estão ao alcance de quem os quiser. Não é todos os dias, nem toda a gente, que consegue vencer por duas vezes uma grande seleção como é a espanhola (mesmo - ou sobretudo - depois de perdido o primeiro jogo, realizado na sexta-feira passada).

                Os convocados de Juan Diaz (catorze, dos quais serão escolhidos doze para cada um dos jogos) não são propriamente de espantar: para a ponta, temos os óbvios Flávio Cruz, André Lopes e Manuel Silva, o não tão óbvio João Simões – atleta do Castêlo da Maia – e o ainda júnior Alexandre Ferreira, uma clara aposta para o futuro da seleção. Um elenco bastante forte, que se mantém quando falamos de opostos: Hugo Gaspar e Valdir Sequeira. Quem mais poderia ocupar estes lugares, certo? Valdir, a atuar no campeonato de Itália, tem sido titular frequentemente – e, para se deixar Hugo Gaspar no banco, sabemos que é preciso ter uma opção muito forte.

                No meio não há surpresas: Ruca, João José e João Malveiro encarregar-se-ão do centro da rede, ficando a distribuição a cargo do jovem Tiago Violas e de Carlos Fidalgo – o ex-jogador do Benfica que atua agora no campeonato holandês. Os liberos poderão ser João Fidalgo e o veteraníssimo Carlos Teixeira.

                Deixei os liberos para último por uma razão específica: já aqui referi a minha paixão pela posição, é certo. Mas nunca disse que foi ao ver Carlos Teixeira que comecei a pensar na defesa como «lugar» das mais bonitas jogadas do voleibol. Bem sei que provavelmente será João Fidalgo, o libero do Vitória SC, a marcar presença em campo. Ainda assim, mantém-se a esperança de voltar a vê-lo a jogar, coisa que não tenho oportunidade de fazer há demasiado tempo.

                Resta-me dizer que, com uma equipa forte e sólida e, sobretudo, com um banco que não fica nada atrás dos titulares, Portugal tem tudo para conseguir um resultado favorável frente à Finlândia, este fim-de-semana, no Pavilhão Desportivo Municipal da Póvoa do Varzim. A única dúvida, diria eu, está na forma de Flávio Cruz – no último jogo do campeonato, estávamos perante um jogador exausto que não teve, nem de perto nem de longe, a eficácia que se pedia – e na distribuição: os eleitos são talentosos, sem dúvida, mas continuam a ser dos mais inexperientes da seleção (apenas Alexandre Ferreira, João Fidalgo e João Simões têm um menor número de internacionalizações).

 

by Sarah Pires Saint-Maxent

Esta crónica foi escrita ao abrigo do novo Acordo Ortográfico