3x4x3: Aceitam-se Apostas!
Esta é confesso a minha fase predilecta da época futebolística. A patir dos quartos de final da Liga dos Campeões (e também na Liga Europa) cresce o interesse, sobretudo porque por ai moram as melhores equipas da Europa (e brasileiros que me desculpem.. do mundo).
1.Grande ronda a desta semana, com várias notas de destaque. Comecemos por Munique. Palco da final, o magnífico Allianz Arena recebeu um dos mais esperados confrontos da temporada. Levou a melhor o Bayern de Jupp Heynckes, equipa de repelões ofensivos, guiados pelo talento e repentismo de Frank Ribery e Arjen Robben.
Do duelo Mourinho/Henynkes, destaque para a incapacidade do Real em controlar a partida. Não falo de domínio em posse, mas sim da capacidade para fechar os caminhos para a baliza e esperar transições de qualidade. Na Baviera, frente a uma equipa que se desequilibra com facilidade como é o Bayern, José Mourinho tentou explorar com naturalidade os diferentes momentos do jogo, ora pressionando mais alto, ora baixando o bloco e permitindo que o Bayern joga-se como menos lhe convêm, em ataque organizado. O grande problema é que a defesa do Real cedo se percebeu que não estava a dar resposta. Inteligentemente, Mario Gómez apareceu muitas vezes mais recuado, na busca da bola e jogando de costas, aproveitando vezes sem conta os erros de S.Ramos, sempre precipitado nas saídas em antecipação. Valeu a grande exibição de Pepe para equilibrar um eixo desequilibrado pelo irreverente espanhol.
Do lado oposto, Ribery e Robben souberam aproveitar os espaços, com apoio de Kroos (no lugar de Muller de inicio) e do par de médios Sweinsteiger/L.Gustavo. No segundo tempo, face a um cada vez mais inseguro Real, Muller acabaria por ser pedra de toque na caminhada para um logo anunciado. A resposta de Mourinho, com Marcelo a fechar a esquerda e Di Maria ao centro como transportador de bola, não seriam suficientes para aproveitar os espaços concedidos por um Bayern balanceado para a frente.
Em Madrid a segunda parte da eliminatória. Continuo a apostar no Real para a final, com o génio de Ronaldo, mas a verdade é que o Bayern irá vender cara a eliminatória e a histórica presença na final. Para já, parte em vantagem com o 2-1.
2. A face imutável de Di Matteo no banco de um pouco sereno Chelsea, contrasta com o fervilhar catalã no banco de Guardiola. Em Londres, naquele que é já um clássico dos últimos anos de Champions, o Chelsea versão "bloco de gelo" garantiu vantagem ao fim de 90 minutos. Poucos são os que no entanto apostam nos blues.
Apesar das oportunidades, percebeu-se que Di Matteo tinha claramente a lição táctica bem estudada. Fechando o espaço interior com Obi Mikel próximo de Cahill e Terry, ladeado por Lampard e Meireles, dois box-to-box agressivos tacticamente. Xavi, Cesc e Messi esbarraram consecutivamente na falta de espaços no meio, sendo os raides de Alexis e o talento de Iniesta pela esquerda as principais armas de um Barcelona manietado.
Pois bem é verdade que isto nem sempre resulta. Mas os jogos começam sempre 0-0, e por isso mesmo, jogando desta forma é possível de facto vencer as triangulações interiores culé. Pensando bem no entanto, se a bola de Alexis na trave entrasse tudo seria diferente e este meu comentário forçosamente também... no fim conta o resultado.
Do lado do Chelsea ainda, começam a faltar os adjectivos para Ramires. Com Di Matteo, parte de uma posição mais caída na faixa, sempre com uma noção de box-to-box, com um motor infindável de quem parece puder jogar durante 4 horas ao mesmo ritmo. Exibição incrível. Encontrou o seu espaço, numa equipa que joga de forma que lhe agrada. Por ultimo, o destaque natural para o inevitável Drogba com mais um golo decisivo.
Se há pouco disse que no fim conta o resultado, digo-vos ainda que pouco me importa que o Chelsea seja campeão europeu. Mantenho a minha opinião romantica sobre o desporto... não trocava um bilhete para Camp Nou por um para Standford Bridge.
By Tiago Luís Santos