Buzzer Beater
Fonte da juventude
Como já tenho vindo a salientar em crónicas anteriores, sou um grande 'indignado' com as lesões desportivas. Ver grandes atletas no mundo do desporto a não conseguirem actuar em todo o seu potencial devido a problemas físicos deixa-me perturbado: porque eles podiam chegar mais longe e o seu corpo não deixa, e porque não posso testemunhar grandiosas obras.
Não tendo tido mais do que uma lesão prolongada (pulso esquerdo torcido, 3 meses) enquanto fui praticante de basquetebol, convivi com muitos que não tiveram a mesma sorte, ao ponto de terem problemas crónicos em certas zonas do corpo. Posso dizer-vos que nesta modalidade ums sérios candidatos a lesão mais grave e impeditiva são os joelhos (não ficando atrás tornozelos e articulações). É um problema muitas vezes crónico (a nível de artrites) e cujas soluções, incluindo a cirurgia, raramente são permanentes para um atleta de alta competição.
No basquetebol, dada a constante explosividade do jogo, um joelho está sujeito a mais esforço e danos que provavelmente qualquer outra parte do corpo - além disso, não é certamente aquela que aguenta melhor esses danos e esforço. Por vezes há dores daí resultantes que são suportáveis, mas na grande maioria dos casos não são.
E na NBA (onde eu realmente quero chegar com isto), muitas estrelas e jovens de grande potencial já viram as suas carreiras terminadas ou limitadas por problemas nos joelhos: Brandon Roy, dos Portland Trailblazers, reformou-se recentemente devido a já não ser capaz de suportar a intensidade de muitos jogos da NBA, com dois joelhos cirurgicamente reparados. Estava limitado a poucos minutos por jogo e conseguia ser um All-Star, mostrando rasgos e por vezes partidas de excelência. Mas o físico falou mais alto. Na mesma equipa, Greg Oden, visto em 2008 como um quase-certo All-Star por muitos anos quando se tornou profissional, mal conseguiu ver alguma actividade consistente devido a um problema semelhante. Outra das grandes perdas da NBA deu-se com o declínio de Tracy Mcgrady, outro atleta soberbo que após muitas lesões nos joelhos apenas consegue dar minutos consistentes vindo do banco dos Atlanta Hawks...espera aí...
Ele consegue dar minutos consistentes. Eis uma excepção que se tem vindo a confirmar tarde para T-Mac. Após um tratamento numa clínica em Dusseldorf, na Alemanha com um tratamento inovador, que muito sumariamente consiste na manipulação do sangue dos pacientes (redistribuido pelo corpo após adição de alguns elementos que afectam o envelhecimento e o desgaste do corpo) para lhes minimizar o risco de lesão em zonas críticas. Na época passada, ao serviço dos Detroit Pistons, McGrady conseguiu realizar 72 jogos durante a época, algo que a última vez que tinha estado perto de alcançar ocorreu na época 2006/2007, quando ainda estava nos Houston Rockets (71 jogos).
Agora nos Hawks, e já com 33 anos, T-Mac tem sido uma opção viável e produtiva no banco de Atlanta, averbando 7,6 pontos, 3,7 ressaltos e 2,1 assistências por jogo em 19 minutos por partida. E não tardou a aconselhar outra estrela ainda maior a recorrer ao tratamento.
No Verão de 2011, Kobe Bryant, já há alguns anos atormentado por um joelho esquerdo com artrite, tinha vindo a decrescer na sua produção em campo, e muitos já o descartavam como uma força de top 3 na NBA, pelo que a sua produção vinha a diminuir desde 2008, quando foi eleito o MVP da época regular. Esta época, vai com 30,8 pontos de média, 5,7 ressaltos e 5,5 assistências por jogo, a saltar que nem um miúdo a meio dos seus anos 20.
Este é um caso de sucesso, com Bryant a vir recentemente de uma sequência de 4 jogos com mais de 40 pontos marcados. Um outro caso é o de DeJuan Blair, poste dos San Antonio Spurs, que tem tido uma carreira bem sucedida como profissional apesar de ter substituído ambas as rótulas. Com tratamentos semelhantes, podemos estar perante uma revolução positiva no mundo desportivo. Esperemos.