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Minuto Zero

A Semana Desportiva, minuto a minuto!

A Semana Desportiva, minuto a minuto!

Minuto Zero

08
Fev12

Lado B

Bruno Carvalho

“O Grande” Gil Vicente

 

 

No espaço de uma semana, o Gil Vicente derrotou dois grandes do futebol português: o FC Porto e o Sporting. Na 17ª jornada da Liga Portuguesa, o Gil Vicente banalizou o FC Porto, derrotando-o por uns claros 3-1, e, no passado sábado, o Gil Vicente afastou o Sporting do acesso às meias-finais da Taça da Liga, vencendo em Alvalade por 1-0.

Já antes de ter vencido o FC Porto e o Sporting, o Gil Vicente já tinha deixado uma boa imagem no Estádio da Luz, apesar de ter perdido por 3-1 com o Benfica. Aliás, em Barcelos, o Gil Vicente empatou a duas bolas com o líder da Liga Portuguesa de futebol.

Ocupando actualmente o 9º lugar da Liga Portuguesa, o Gil Vicente ameaça tornar-se na revelação desta temporada, tendo em conta que já “roubou” pontos ao Benfica e ao FC Porto, para o campeonato, e, já eliminou o Sporting da Taça da Liga.

O sucesso da equipa orientada por Paulo Alves assenta sobretudo no trabalho, no espírito de grupo e na qualidade individual de alguns jogadores, com destaque para Cláudio, André Cunha e Hugo Vieira.

Num sistema táctico em 4x3x3, o Gil Vicente tem estabilizado o seu onze inicial com Adriano Facchini na baliza; Daniel, Cláudio, Halisson e Júnior Caiçara no quarteto defensivo; Luís Manuel, Pedro Moreira e André Cunha no trio de meio campo, e, Rodrigo Galo, Richard e Hugo Vieira no tridente ofensivo, apresentando um futebol vistoso e atraente.

Adriano Facchini, guarda-redes brasileiro contratado no início desta temporada ao União da Madeira, oferece garantias de segurança à defesa do Gil Vicente.

Cláudio, defesa brasileiro de 34 anos, é o elemento mais experiente da zona defensiva do Gil Vicente, tendo já apontado 6 golos na Liga Portuguesa desta época, todos eles de cabeça e de grande penalidade, o que demonstra que Cláudio é muito forte no jogo aéreo e um especialista a cobrar grandes penalidades.

No meio campo, Luís Manuel (jogador formado no Sporting de Braga) e Pedro Moreira (jogador formado no Futebol Clube do Porto) detêm os contra-ataques das equipas adversárias, formando um duplo pivô muito seguro no meio campo defensivo do Gil Vicente. Também no meio campo, destaque para André Cunha, que aos 33 anos demonstra que “está aí para as curvas”, tendo marcado um golo fantástico ao FC Porto, sendo um jogador muito evoluído tecnicamente.

No ataque, atenção a Hugo Vieira, um jovem avançado português que tem despertado a cobiça de clubes estrangeiros, entre eles o Panathinaikos de Jesualdo Ferreira, e que alia a técnica à velocidade. Hugo Vieira é um jogador muito rápido, que marca golos e que semeia o pânico nas defensivas contrárias. Mais uma vez, não consigo perceber como é que FC Porto, Benfica ou Sporting ainda não resgataram este jovem promissor avançado português ao Gil Vicente. Pessoalmente, não tenho dúvidas em afirmar que Hugo Vieira é um dos melhores pontas-de-lança portugueses da actualidade.  

Para além do onze inicial que já mencionei, o Gil Vicente tem ainda jogadores no banco de suplentes com muita qualidade, como são os casos de Guilherme e Zé Luís (emprestados pelo Sporting de Braga). Já para não falar de César Peixoto, um jogador que vai acrescentar ainda mais experiência e também polivalência a esta equipa do Gil Vicente.

Por tudo isto, penso que pelo menos nesta semana, o Gil Vicente também foi um “grande” do futebol português, juntando-se a FC Porto, Benfica, Sporting e Sporting de Braga.

 

25
Jan12

Lado B

Bruno Carvalho

O gesto condenável de Bojinov

 

 

Foi na passada quinta-feira que o jogador do Sporting Valeri Bojinov teve um gesto condenável ao impedir que o seu colega de equipa Matías Fernández marcasse uma grande penalidade, que poderia ter dado a vitória ao Sporting no jogo contra o Moreirense, a contar para a 2ª jornada da fase de grupos da Taça da Liga.

A meu ver, este gesto de Bojinov foi a demonstração da balbúrdia em que está o Sporting, não havendo uma liderança clara nem dentro nem fora do campo.

Fora de campo, surgem várias vozes divergentes desde Luís Duque, passando por Godinho Lopes e Domingos Paciência, e terminando em Carlos Freitas.

Dentro de campo, não há um único jogador que se imponha como capitão, desde João Pereira, passando por Anderson Polga, e terminando em Daniel Carriço.

Ao contrário do que se passa nos rivais (Benfica e FC Porto), em que há uma liderança clara de Jorge Jesus e Luisão, no Benfica, e de Pinto da Costa e Helton, no FC Porto, no Sporting não há essa liderança, porque ninguém se entende. Constantemente, os diversos dirigentes, jogadores e o treinador têm discursos distintos e que não abonam nada em favor da tranquilidade do Sporting.

Centrando a atenção no “caso Bojinov” percebe-se que não há uma liderança na equipa de futebol do Sporting e que cada um pode fazer aquilo que bem lhe entender.

Na minha opinião, o Sporting fez bem em suspender Bojinov e em instaurar-lhe um processo disciplinar, mas penso que foi longe demais ao impedi-lo de frequentar as instalações do clube, na medida em que Bojinov tem todo o direito de assistir aos jogos do Sporting nas mais diversas modalidades, como espectador, até porque não é nenhum criminoso. Aliás, se Bojinov tivesse convertido a grande penalidade em golo, tenho muitas dúvidas que o mesmo viesse a ser suspenso.

Outro aspecto que me faz muita confusão neste processo é o facto de Bojinov já ter afirmado que estava nervoso quando marcou a grande penalidade. Ora se estava nervoso, porque é que marcou a grande penalidade?

Para além de que todos nós sabemos que Matías Fernández é um especialista a marcar grandes penalidades, apesar de nada me garantir que neste caso a convertesse em golo.

No meu ponto de vista, o Sporting está a usar Bojinov como o bode expiatório para toda a crise e confusão que reina para os lados de Alvalade neste momento, quando deviam ser os próprios responsáveis do clube (dirigentes e treinador) a assumir a responsabilidade dos seus actos falhados.

Tendo em conta as proporções que o caso tomou, penso que é inevitável a saída de Bojinov do Sporting, seja por empréstimo ou a título definitivo. Mas, na minha opinião, a questão de fundo não é essa. A questão de fundo é os dirigentes do Sporting reflectirem profundamente sobre o actual momento da equipa e equacionarem umas possíveis eleições antecipadas, para ver se o Sporting toma definitivamente um novo rumo.

04
Jan12

Lado B

Bruno Carvalho


 

Tacuara mais uma vez decisivo

 

 

O Benfica, vencedor das últimas três edições da Taça da Liga, começou ontem a defesa do troféu com uma goleada no terreno do Vitória de Guimarães, por 4-1, na primeira jornada do grupo B da terceira fase. No Estádio D. Afonso Henriques, Witsel colocou o Benfica em vantagem aos 11 minutos, mas João Paulo empatou no início da segunda parte, antes de os vimaranenses ficarem reduzidos a dez jogadores, por expulsão de Pedro Mendes, o pior jogador em campo, na minha opinião.

Depois disso, Oscar Cardozo bisou aos 65 e 78 minutos, sendo mais uma vez decisivo depois de o já ter sido na vitória do Benfica sobre o Marítimo por 1-0 em jogo a contar para o campeonato, no Estádio dos Barreiros, apesar de ter tido um falhanço clamoroso. Rodrigo completou o resultado aos 88 minutos.

O Benfica entrou bem num jogo muito vivo, principalmente na primeira parte.

Ainda não estavam completos os primeiros 11 minutos e já Witsel lançava o Benfica para a frente do marcador.

Apesar de estar a perder, o V. Guimarães nunca baixou os braços e teve uma recta final da primeira parte a bom nível que culminou com o golo da igualdade no início do segundo tempo.

Na primeira parte ainda, N’Diaye, Nuno Assis, Paulo Sérgio e Edgar podiam ter empatado mais cedo o jogo.

Contudo, só aos 47 minutos João Paulo decidiu fazer de ponta-de-lança. Anderson Santana marcou um livre para a área encarnada com Bruno César a falhar a intercepção e, no meio dos centrais do Benfica, surgiu o central vimaranense para emendar. A defesa do Benfica ficou a dormir neste lance.

O jogo e o resultado pareciam em aberto mas tudo mudou aos 60 minutos com a expulsão de Pedro Mendes num erro infantil que resultou no segundo cartão amarelo ao médio.

Depois disso tudo mudou, sobretudo graças a Cardozo. O avançado paraguaio que tinha entrado ao intervalo para substituir Saviola, bisou aos 65 e aos 78 minutos. O primeiro golo é, de resto, fantástico.

Só deu Benfica até final com Douglas a ser figura do encontro e negando às águias um resultado mais ampliado. O estreante da noite só não conseguiu segurar o cabeceamento de Rodrigo a dois minutos do fim mas, mesmo nesse lance, fez primeiro uma grande defesa.

O último golo da noite, apontado pelo hispano-brasileiro, surge depois de Maxi Pereira oferecer a Cardozo que cabeceou para uma enorme defesa de Douglas mas de forma incompleta e que permitiu, sem marcação junto ao poste, a Rodrigo fazer o quarto do Benfica.

No meu ponto de vista, o árbitro Bruno Paixão teve uma péssima actuação, mostrando cartões amarelos a mais, apesar de Pedro Mendes ter sido bem expulso.

Com este resultado, o Benfica junta-se ao Marítimo na liderança do Grupo B, ambos com três pontos, depois de os madeirenses terem derrotado o Santa Clara na segunda-feira, por 2-0.

 

por Bruno Carvalho

24
Abr11

Fogo sem Fumo

Alexandre Poço

Da menoridade

 

 

A Taça da Liga é uma competição menor. Não tem competitividade nem rivalidades. Como se diz na gíria futebolística, é uma “taça do bairro”. Pensarão os leitores, “lá está o lagarto a desvalorizar o que o Benfica consegue ganhar” ou melhor “se não interessa a ninguém, porquê a escandaleira que o Sporting fez há dois anos devido ao célebre penalty do Lucílio Baptista?”. Quanto à primeira observação, faço o seguinte reparo – benfiquistas, sentem orgulho e alegria em conquistar a Taça da Liga? E no que toca à segunda – foi uma questão de verdade desportiva e de perder com o maior rival de sempre. A Taça ali era secundária, o importante era ganhar ao Benfica.

 

Tirando os argumentos e os contra-argumentos típicos das acesas rivalidades lisboetas, é mais plausível aceitar o argumento da falta de maturidade e expressão desta taça. É verdade, vai apenas na 4º edição. Mas reparem, os anos passam e esta competição serve somente para rodar jogadores e descansar os titulares. Se é necessário abdicar de algum troféu por calculismo, é a Taça da Liga a sacrificada. Esta atitude permanecerá com o tempo e os anos não alterarão em nada esta questão, que a meu ver é central. E não são só os ditos três grandes, as outras equipas também a utilizam com os mesmos fins. Para não falar do sistema de grupos que é um claro favor a Porto, Sporting e Benfica. Repensar este método também seria interessante. Porque não eliminatórias como na Taça de Portugal?

 

Admito que posso ser precipitado, mas entendo que esta não foi uma experiência muito feliz do futebol português. É um troféu sem interesse e que a sua existência ou não pouco traz ao desporto e aos adeptos. A Taça da Liga foi incluída no nosso calendário para tapar os buracos que a redução de equipas na primeira e segunda liga deixou. O seu surgimento não foi natural, mas sim, devido a uma alteração que esvaziava a época de futebol. Eu gosto de ver futebol a sério, competição, garra e paixão em campo, não perco tempo a ver jogos que se arrastam até ao fim. Não quero nem gosto de ver competições que não servem para outra coisa – e perdoem-me a expressão – senão para “encher chouriços”.   

 

by Alexandre Poço