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Minuto Zero

A Semana Desportiva, minuto a minuto!

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Minuto Zero

04
Jun11

Futebol Internacional

Minuto Zero

1. A selecção portuguesa sub-20 prepara o campeonato do Mundo do escalão (de 29 de Julho a 20 de Agosto, na Colômbia), no mítico torneio de futebol jovem, na cidade francesa de Toulon.

 

Depois de uma época marcada pelos sucessivos estágios, a selecção orientada por Ilídio Vale procura neste torneio melhorar as performances desportivas do grupo, as quais, desde o Europeu sub-19, ainda em 2010, não têm sido especialmente convincentes.

Desta selecção, ou melhor, desta geração, ficam alguns bons nomes na retina, mas ainda demasiado "verdes" para puder sonhar com carreiras internacionais.

 

No seu habitual 4x3x3, a selecção sub-20 procura mover-se nos mesmos moldes da selecção principal, apostando num bloco coeso, com meio-campo forte em ambas as transições, aproveitando depois a capacidade dos alas.

 

A primeira nota, e tal vez neste momento a mais importante, vai para a incapacidade dos médios portugueses garantirem transições seguras, em posse, mostrando apenas propensão para saídas individualizadas, onde sobretudo jogadores como Danilo Pereira (Aris) e Sana (Sevette) se destacam. O primeiro aparece como pivot no meio-campo, aproveitando a passada larga e força física para sair com bola de posição, enquanto o "pequeno" Saná, vem provando que apesar da sua fraca capacidade física, é jogador acima da média para a idade, destacando-se na capacidade para "esconder" a bola dos adversários.

Ainda no meio-campo nacional, Júlio Alves (irmão de Bruno Alves e Geraldo) tem futebol baseado na força física, mas sem grandes argumentos técnicos, contrastando com Pelé, ex-Belenenses a caminho do Génova de Itália, outro baixinho que joga ligado à corrente, mas é sobretudo forte a queimar linhas de passe do adversário. A grande incógnita continua a ser Sérgio Oliveira. Apesar das reconhecidas qualidades, continua a sentir-se fora do habitat natural na posição 8. Vendo-o jogar pode se imaginar, que no ambiente certo poderá ser um bom pivot defensivo, para pensar o jogo partindo de trás.

 

Mais definido, o sector defensivo mostra grandes deficiências na capacidade de saída com bola, o que condiciona a equipa ao jogo em profundidade, excepto, quando Cédric, lateral-direito, assume a posse. Parte da posição lateral, faz toda a faixa, sempre em altas rotações. Roderick Miranda e Nuno Reis são fortes no jogo aéreo, mas ambos frágeis a pegar na bola.

 

No sector mais adiantado, nascem alguns jogadores interessantes para o futuro. Nelson Oliveira, emprestado pelo Benfica ao Paços, é, a par de Cédric e do seguro guarda-redes Mika (Leiria), o jogador que mostra mais maturidade. Alto, mas com boa capacidade técnica, joga como avançado móvel, com bom remate, mas também pode, a espaços, cair numa das faixas, sobretudo quando entra em campo Baldé, portento físico, mas com pouca mobilidade.

 

Nas faixas, a "pulga" Caetano, Alex, e Thierry Moutinho, procuram invariavelmente zonas mais interiores, sempre em trocas posicionais. Todos eles esquerdinos.

 

Olhando para esta equipa, dificilmente se imagina que tragam da Colômbia o título mundial, espera-se no entanto, que seja uma boa experiência, que coloque os jovens na retina de clubes que lhes permitam crescer como jogadores. 

 

 

 

2. Sérgio Batista, seleccionador argentino, chegou à selecção das pampas com intuito de lhe conferir um novo perfil de jogo, mais próximo como o próprio disse, do estilo do Barça de Pep Guardiola.

 

Nos primeiros jogos da nova Argentina, um deles contra Portugal, ficou a sensação de que haveria ainda muito trabalho pela frente, para que a equipa se identificasse com o novo padrão de jogo.

A grande questão, reside no facto de no meio-campo não existir quem garanta a posse de bola, impedindo assim um jogo de posse. Mascherano e Cambisso, são belíssimos médios-defensivos, mas ,como interiores, surgem nomes como Banega, Biglia, ou mesmo Bolatti, sem espaço atrás, que não são, de modo algum, jogadores para este estilo. Com Mascherano e Banega, a equipa ganha grande pulmão, permitindo pressing alto, falta no entanto um outro elemento, que teria de ser, forçosamente, forte no capitulo do passe.

Javier Pastore, jovem estrela do Palermo, seria, em principio, o jogador com melhor perfil, mas vive sobretudo em espaços mais adiantados, mais próximo do apoio a Messi e companhia. No momento defensivo, sobretudo em jogos de elevado nível de dificuldade, poderá desgastar-se demasiado nesta posição. O seu futebol de encantar, vive do passe, mas também da capacidade de entender o jogo e faze-lo acelerar, mesmo que para isso, nem seja necessário o próprio Pastore correr... mas fazer a bola deslocar-se mais rápido. Aparentemente lento, não o é no entanto com bola, onde a sua capacidade técnica o torna um verdadeiro quebra-cabeças para os adversários.

Por hora, a subida de Cambiasso no terreno tem sido a solução mais recorrente, mas o que deixa que pensar, será a incrível teimosia em deixar Lucho Gonzaléz fora da selecção. Pensando no ex-capitão do Futebol Clube do Porto, esta selecção teria certamente um meio-campo mais próximo do ideal de Batista.

 

Na frente, Messi surge nas mesmas funções que agora têm no Barcelona, descendo no terreno como um "falso" 9. Higuáin, Di María, Tévez, Aguerro, Milito, Lavezzi (já para não falar em jogadores como Lisandro Lopéz ou Mauro Zárate que nem sequer surgem nas convocatórias) são provavelmente, nos dias que correm, o maior arsenal ofensivo numa selecção a nível mundial.

 

Longe vão os dias dos encantados Aimar, Riquelme, Véron... falta essência do passe no meio-campo argentino, onde emerge agora, um pibe que parece vindo do romântico futebol de outros tempos: Javier Pastore.

 

 

 

By Tiago Luís Santos