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Minuto Zero

A Semana Desportiva, minuto a minuto!

A Semana Desportiva, minuto a minuto!

Minuto Zero

05
Jul11

Steve Field

Steve Grácio

A qualidade europeia

Este verão, como habitual, a bola continuou a rolar. Se não há europeu ou mundial, há europeus ou mundiais de outros escalões, ou campeonatos de outros continentes, e até mundiais femininos. Há futebol para todos os gostos.

Já aqui o disse algumas vezes, não aprecio o futebol extra-europa. Não estou a dizer que não vejo, porque vejo, mas não há nada como ver futebol europeu. Tenho acompanhado o início da Copa América e vejo um ou outro jogo do mundial sub-17 e mundial feminino. Já acompanhei o europeu sub-21 e alguns jogos da CONCAAF. De todos, o que mais gostei foi o europeu sub-21. O futebol é técnico-tacticamente mais evoluído.

Na copa América, por exemplo, da qual tinha algumas expectativas, tem sido uma desilusão. Há muita matéria-prima e pouca produtividade. Os melhores jogadores, como Messi, Neymar ou Ganso jogam apenas para si. Tenho um feeling que o Uruguai irá vencer a competição. Não que seja superior ao Brasil ou à Argentina, mas é tacticamente evoluído e tem um tio atacante temível. Prevejo uma luta a três, com Paraguai e Chile à espreita.

Na jornada inaugural, Argentina e Brasil empataram e desiludiram. Em teoria, jogaram com os adversários mais fracos do seu grupo. No Brasil, o jogo que prestei mais atenção, houve uma incrível falta de profundidade, característica comum a todo o futebol brasileiro, algo que não me encanta. A maioria dos jogadores tem muita qualidade, mas depois em vez de a traduzirem em prol da equipa, tornam o jogo demasiado individualista, cheio de tabelas denunciadas, com um futebol super afunilado. Falta talvez um grande líder capaz de “cozinhar” todos estes ingredientes.

A Argentina, com tanta qualidade ofensiva, depende única e exclusivamente de Messi. Uma equipa não pode depender de um jogador. O futebol fica denunciado e “fácil” de anular. Mais uma vez, nota-se uma falta de liderança. Quem perde é o futebol, pois com tanto jogador de qualidade acima da média, Brasil e Argentina poderiam encantar o mundo.

No mundial sub-17, a surpresa vai para a Alemanha, uma selecção muito adulta para a idade dos seus jogadores. Na meia-final, irá defrontar o México, a equipa da casa. Na outra meia-final, a grande potência Brasil defronta o rival Uruguai. Dois jogos interessantes para se seguir.

Na próxima semana, irei atentar com mais pormenor para a Copa América, tentando debruçar com mais exactidão o modo de jogar das principais equipas e das revelações, assim como fazer uma breve análise do mundial de sub-17 que já terá terminado. Quanto ao mundial feminino, irei tentar também expor, mesmo que de modo breve, um pouco da competição que tem sido interessante.

Não poderia terminar este texto sem fazer referência a Djokovic, o melhor desportista da actualidade. A sua exibição na final de Wimbledon foi implacável, não dando quaisquer hipóteses ao super Nadal. É a quinta vitória consecutiva do Sérvio frente ao Espanhol. A continuar assim, ninguém o parará. Nunca esperei ver um jogador defender tão bem como Nadal. Além disso, simultaneamente a esse jogo defensivo fenomenal, ataca como poucos. Djokovic é na actualidade o jogador mais completo do mundo. Parece um pouco de Federer e um pouco de Nadal. O seu ataque chapado parece ser o antídoto para Nadal, o antídoto que poucos conseguem encontrar.

 

by Steve Grácio