Lado B
Dois exemplos de profissionalismo
Este fim-de-semana ficou marcado por dois grandes exemplos de profissionalismo: Pedro Emanuel e Melgarejo.
No sábado, Pedro Emanuel mostrou que é um grande profissional ao impor um empate (1-1) frente ao clube do seu coração (o FC Porto). Na minha opinião, Pedro Emanuel consegue separar a profissão dos sentimentos ao contrário de outros, como Domingos Paciência, que no Sporting não conseguiu fazer essa separação entre “portismo” e profissionalismo. Confesso que sou um grande fã de Pedro Emanuel enquanto treinador, pelo facto de conseguir desempenhar o seu trabalho com qualidade e sem qualquer tipo de constrangimentos de ordem pessoal, mas também pelos resultados positivos que tem obtido esta época, nomeadamente a qualificação para a final da Taça de Portugal e os empates com FC Porto, Benfica e Sporting para o campeonato nacional.
No domingo, foi a vez de Lorenzo Melgarejo, avançado do Benfica emprestado ao Paços de Ferreira, mostrar que é um verdadeiro profissional ao dar tudo em campo, tendo inclusivamente atirado uma bola ao poste da baliza do Benfica. Neste caso, Melgarejo consegue separar o clube que representa (Paços de Ferreira) do clube a que está vinculado contratualmente (Benfica). Também ao contrário de outros, como Urreta (jogador emprestado ao Vitória de Guimarães), que se recusou a defrontar o Benfica, Melgarejo mostra que em primeiro lugar está o clube com o qual trabalha todos os dias, neste caso, o Paços de Ferreira.
Concluindo, Pedro Emanuel deve ser visto como um exemplo para os restantes treinadores que nutrem um sentimento especial por um clube, mas que têm que o defrontar por estar numa equipa adversária.
E Melgarejo deve ser visto como um exemplo para todos os jogadores que estão emprestados a outros clubes, mas que têm de defrontar a sua entidade patronal.