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Minuto Zero

A Semana Desportiva, minuto a minuto!

A Semana Desportiva, minuto a minuto!

Minuto Zero

16
Mar12

Buzzer Beater

Óscar Morgado

Doidas doidas doidas andam as equipas

 

Terminou hoje o prazo de transacções de jogadores da época 2011-2012 da NBA. E portanto Dwight Howard acabou por ficar em Orlando. Mais um ano pelo menos, exercendo a sua opção de contrato. Tanta persuasão ao longo do ano por parte da organização, e o melhor poste do mundo ficou. Ninguém se acreditava, mas realmente aconteceu. É claro que pode ser só um adiamento, porque maus contratos em Orlando podem significar que durante o Verão ou a próxima época ninguém de significativo virá para ajudar Dwight Howard. Isto foram más notícias para os New Jersey Nets, que esperavam atrair Howard e juntá-lo com Deron Williams, este último ainda não segurado por um contrato de longo termo.

Mas quem saiu a ganhar e a perder da confusão toda?

 

Vencedores

   Washington Wizards: Enviando Young para os Clippers e McGee para os Nuggets, os Wizards conseguiram Nené Hilário, poste da equipa de Denver. É uma forma de lhes dar maturidade, e alguma orientação para John Wall. Além disso, com mais um ano além deste, termina o contrato de Rashard Lewis, e a equipa pode contratar uma estrela. Devagarinho, vão assentando.

   L.A. Lakers: Enviar Fisher para os Rockets e conseguir um talento jovem em Jordan Hill é uma melhoria, mas conseguir melhorar na posição de base com Ramon Sessions a vir de Cleveland a troco de uma escolha de 1ª ronda de draft que não será muito significativa e jogadores dispensáveis parece-me natural como uma evolução po

itiva.

   L.A. Clippers: OK! A falta de Billups fica relativamente colmatada com a potência no marcador que Nick Young traz ao plantel. Não tem a mesma presença veterana nem a mesma inteligência e empenho em campo, mas no que toca a um marcador energético, que remedeie a falta de Billups,

tudo certo.

   Golden State Warriors: Um poste forte em Adrew Bogut, vindo dos Bucks, ainda que a troco de Monta Ellis, é uma melhoria (salvo lesões que costumam ser frequentes), fazendo um duo de grandes com ele e David Lee, a temer no Oeste. Stephen Curry também é apto a lesionar-se, mas tirando esse factor, esta equipa melhorou.

   Orlando Magic: Ficaram com Dwight Howard. O que quer dizer que continuam entre os potenciais 4 poderosos no Este, e têm um ano para rodear definitivamente o poste de talento à sua altura. Como chegaram a sentir o seu bilhete para um eventual campeonato fugir-lhes das suas mãos, o relógio está a contar. Mais um ano para vir, provavelmente nunca um Kevin Durant, Lebron James ou Dwayne Wade devido à falta de moedas de troca, mas, combinando o melhorado Ryan Anderson e o contrato venenoso de Hedo Turkoglu, atrair pelo menos mais um All-Star, e outros jogadores sólidos a todas as posições.

 

Derrotados

   New Jersey Nets: Podem ter conseguido um veterano empenhado e que traz defesa à equipa, e a tão necessária companhia a Deron Williams, mas a partir do momento que Howard deixa de ser uma opção, os Nets saem por baixo. Após tanta indicação como o destino mais provável para o poste, a sua decisão de ficar em Orlando pode fazer Deron Williams sair com zero contrapartidas. A não ser que as fichas dos Nets (Brook Lopez e Marshon Brooks) surtam uma boa troca no draft ou no Verão.

   Portland Trailblazers: Até podem não o ser, mas enviando Camby e Gerald Wallace embora, vindo apenas uma quiçá preciosa escolha de draft dos Nets que, a calhar abaixo do nº 3, é dos Blazers, e então poderá (uma eventual providencial número 4) relançar esta equipa malograda de tantas lesões ao longo dos últimos anos. Resta saber se irão conseguir aproveitar o auge de carreira que atravessa LaMarcus Aldridge em tempo útil. Nicolas Batum, e um possível renascimento de Johnny Flynn poderão ajudar. Quanto ao mesmo para Hasheem Thabeet, não me parece.

   Indiana Pacers: A ter, como se previa, um ano sólido a discutir o 3º lugar do Este, conseguiram uma boa adição para os pontos vindos do seu banco com o brasileiro Leandro Barbosa...a preço de saldo, por uma mera escolha de 2ª ronda do draft. Pechincha.

   Milwaukee Bucks: Estou a arriscar aqui, até porque muitas equipas poderiam fazer bom uso dos talentos sobrenaturais ofensivamente que Monta Ellis possui. Mas trocou-se um poste (ainda que propenso a lesões) por um base-extremo mais baixo do que é comum. Embora pontos seja coisa que falte aos argumentos dos Bucks, esta jogada dependerá de sorte na lotaria e subsequente draft, bem como algumas adições de peso antes da próxima época. Porque Jennings e Ellis são um bom começo, mas nada de conclusivo.

   Houston Rockets: Fizeram trocas que convinham a outros. Se eu tivesse esta equipa em mãos, iria ter que forçosamente desfazer algumas coisas para os tornar competitivos sem ser naquela zona inglória de roçar o playoff todos os anos. Agora não desfazendo-me de sólidos 'role players', ainda jovens, como Jordan Hill ou Johhny Flynn, ou mesmo Thabeet, que tendo sido uma desilusão após ser segunda escolha da geral de alguns drafts atrás tem uma estatura tremenda, e é sempre um bom projecto para negociar talento aliciante com outras equipas E nunca para atrair 'velhos' no final de carreira, como Derek Fisher ou Marcus Camby.

09
Fev12

Buzzer Beater

Óscar Morgado

'Snubbed'

 

Com o All-Star à porta, este termo ganha relevância. Todos os anos, são votados dois cincos iniciais para o jogo das estrelas, um para a Conferência de Este, outro para a de Oeste. Esses nomes já foram revelados: Rose, Wade, James, Anthony e Howard do lado Este, e Paul, Bryant, Durant, Griffin e Bynum do lado Oeste. Os restantes 7 suplentes para cada lado são votados pelos treinadores que, mesmo não podendo votar em atletas das suas próprias equipas, conseguem tornar a escolha sempre algo enviesada.

À custa disto, todos os anos há um ou mais jogadores que levam com o rótulo de 'snub', ou seja, aquele atleta que tem um ano fenomenal a nível individual (ou o que mais se destaca num bom colectivo), mas não chega ao jogo final em favor de outro jogador, mais merecedor, ou talvez não.

No ano passado, o grande caso foi o de LaMarcus Aldridge, o extremo-poste dos Portland Trailblazers. Tendo um ano fantástico sendo o motor da sua equipa, quando Brandon Roy e Greg Oden se lesionaram, acabou por ser Blake Griffin quem caiu nas melhores graças dos treinadores, bem como Tim Duncan. O primeiro, estatisticamente, estava a jogar a um nível semelhante ao de Aldridge (sendo os dois da mesma posição), mas enchia mais o olho e a bilheteira com afundanços estrondosos (que continua a fazer) e capacidade atlética fora do comum. O segundo, por outro lado, estava a ter uma época tímida em termos de números, mas traduzia-se em muitas vitórias para San Antonio, a melhor classificada no Oeste, e, com a lesão de Ginobli, parecia mal a equipa não ter mais nenhum All-Star (quando, na verdade, jogavam muito mais com o seu colectivo). E Aldridge tinha até uma equipa mais bem sucedida que Griffin nos Clippers, traduzindo-se a sua performance em mais vitórias, e, estatisticamente, muito mais forte que Duncan. Mas acabou por ficar de fora, devido ao excesso de talento na sua posição (e, neste caso, de alguma falta de brilho), idem para Monta Ellis, base-extremo dos Golden State Warriors, por exemplo.

Este ano, é mais difícil prever quem ficará de fora injustamente, pelo que há mais dispersão nos resultados das várias equipas (Al Jefferson, dos Jazz, Pau Gasol, dos Lakers, Kyle Lowry, Houston e Danny Granger são fortes candidatos), mas é fácil ver que Bynum, Griffin, e, especialmente, Anthony, ganharam o concurso de popularidade. Embora se possa fazer caso para Bynum como o poste mais eficiente no Oeste nestes dias, Kevin Love tem estado à frente de Griffin e Anthony passou à frente da fila bastantes lugares dado o ano terrível que ele e os Knicks estão a ter este ano.

A discussão, porém, já vem à baila para o jogo de rookies e sophomores. Este ano, com um formato diferente, será um conjunto de jogadores já seleccionados que irá ser escolhido à vez por Charles Barkley e Shaquille O'neal para competirem em duas equipas lideradas por cada um. Da lista, muito devido à forte afluência de bases de qualidade no draft deste ano, nem todos se podem dizer que estão a ter anos brilhantes. Jogadores como Markieff Morris ou Tristan Thompson não estão a ter anos tão impressionantes como Norris Cole ou Iman Shumpert, duas surpresas no draft. Para já, eles são os 'snubs'. Quem se seguirá? Hoje à noite são revelados os suplentes do jogo All-Star.

07
Jun11

Buzzer - Beater

Óscar Morgado

 

Diesel? Big Cactus? Big Aristotle?

 

        

 

         Antes que se ponham a perguntar se estou a pensar incendiar um cacto no túmulo de Aristóteles, esclareço-vos que estou a falar do poste mais dominante dos anos 90 e (cerca de) meio de 2000. E digo dominante porque o era, não sendo talvez o melhor em todo esse período: Hakeem Olajuwon ganhou um MVP antes dele e dois títulos da NBA, e Patrick Ewing, David Robinson e Alonzo Mourning eram todos fantásticos postes (uma década que foi certamente muito mais agraciada nessa posição do que é hoje). No que toca a domínio em campo, Shaquille O’neal foi o porta-estandarte da NBA e desse tipo de jogo, espectacular e eficiente, durante muitos anos. E na semana passada decidiu reformar-se.

         Faço esta semana uma crónica curta não porque me tenha apercebido que era tarde e me estava a esquecer da coluna desta semana (jamais…!), mas porque já muitas homenagens foram feitas ao longo dos últimos dias. Um homem com 2,16m e 147 kg que ganhou um MVP em 2000 e foi MVP das Finais em 3 dos 4 campeonatos que ganhou não deve passar despercebido.

         Começou em 1992 nos Orlando Magic. Durante quatro anos (sendo gigantesco mas pesando muito menos do que o descrito acima), foi a grande âncora da equipa, tanto na defesa como no ataque (nomeadamente, a partir muitas tabelas, literalmente), e levou-a a uma Final da NBA, onde perderam com os Houston Rockets. Mas a sua era dourada foi em Los Angeles, com os Lakers. Naquele que discutivelmente poderá ser considerado o melhor duo da história da NBA (pois, havia aqueles dois senhores em Chicago…), O’neal e Kobe Bryant, arrebataram toda a liga com 3 títulos consecutivos no início da década passada, sob a tutelagem do mítico Phil Jackson, que tinha ganho 6 títulos com os Chicago Bulls.

         Eventualmente, os egos de Shaq e Kobe não conseguiram coexistir após os três títulos (e algumas derrotas), e foi O’neal quem saiu dos Lakers. Seguiram-se passagens por Miami (onde ganhou um título em 2006), Phoenix (chegou a ser co-MVP no jogo All-Star com Kobe Bryant), Cleveland, e, ultimamente, Boston, onde finalmente se reformou.

         Que mais se poderá dizer sobre Shaq? Uma das figuras públicas da NBA mais únicas de sempre, que jogava a um nível altíssimo e entretinha todo o mundo com a sua boa disposição. Homem das mil e uma alcunhas (algumas já referidas). Dos mil e um números da camisola (32, 33, 34 e 36). E já agora, das mil e uma equipas (sem querer faltar ao respeito). Um dos melhores de sempre. Ponto.

13
Abr11

Buzzer - Beater

Minuto Zero
Agora é mesmo a sério

 

 

         O que não quer dizer que antes tenha sido a brincar. Os playoffs da época 2010/2011 da NBA vão começar este sábado, e tanto dúvidas como certezas pairam no horizonte.

 

         Por onde começar? Pelas certezas claro está. Curiosamente, depois de tanta dúvida acerca dos Miami Heat, Boston Celtics, Orlando Magic ou New York Knicks, é nesta mesma Conferência de Este que elas estão. Todas as equipas com lugar estão definidas, bem como o lugar específico e o confronto para cada uma. Vejamos:

 

Chicago Bulls (1º lugar) vs. Indiana Pacers (8º lugar): Derrick Rose já se afirmou como o motor da equipa de Chicago, levando-os ao primeiro lugar da conferência e sendo o mais provável candidato a vencer o MVP do campeonato, o que, somando a forte defesa da equipa, os torna os mais prováveis candidatos à vitória da série. Contudo, Indiana tem um potente marcador de pontos em Danny Granger, bem como um poste em ascensão em Roy Hibbert, que poderão ainda causar alguns problemas, ganhando talvez um ou dois dos sete jogos.

 

Miami Heat (2º lugar) vs. Philadelphia 76ers (7º lugar): os 76ers irão causar desequilíbrios nas duas posições em que Miami é mais fraco (base e poste) com Elton Brand e Jrue Holiday. Deixo aqui uma nota de interesse para o duelo entre Lebron James e Andre Iguodala, dois dos melhores defesas da actualidade na posição de extremo (3). Contudo, desde que os Três Reis Magos (James, Wade e Bosh) joguem como já mostraram que sabem, a previsão é semelhante ao confronto anterior.

 

Boston Celtics (3º lugar) vs. New York Knicks (6º lugar): os Knicks nunca foram candidatos ao título esta época. Os Celtics sim. Mesmo algo desfalcados após trocar a sua grande âncora defensiva, o poste Kendrick Perkins, são sérios candidatos ao título e têm mais argumentos, especialmente defensivos, contra Nova Iorque. Contudo, trata-se de playoff, e nos grandes momentos, as estrelas sabem fazer o seu trabalho. Ambas as formações estão recheadas delas, mas a equipa em desvantagem teórica, os Knicks, têm 3 estrelas que já deram provas: Billups, fora do seu “prime” mas já foi campeão da NBA e MVP das Finais; Anthony e Stoudemire ambos chegaram às finais da Conferência Oeste em ocasiões diferentes. Vantagem para Boston, mas um encontro que será competitivo.

 

Orlando Magic (4º lugar) vs. Atlanta Hawks (5º lugar): aqui residirá, provavelmente, o confronto mais competitivo da conferência. Não só pela proximidade classificativa mas também pelos argumentos dos dois lados. Orlando sempre confiante na força destrutiva de Dwight Howard debaixo das tabelas e nos seus filões de atiradores exteriores; Atlanta com a posição de base melhorada em Kirk Hinrich, juntando com um dos grandes postes da actualidade em Al Horford e a explosividade dos seus extremos Josh Smith e Joe Johnson, bem como uma reserva ofensiva de luxo em Jamal Crawford, têm uma receita para espantar a sua má sorte em jogos de playoff. Ambas equipas com muito a provar, sem um favorito claro à partida…é preciso mais para nos agarrarmos à televisão (ou ao…hum, computador?)?


        

         Quanto às incertezas, vou ser bem mais sumário. O facto é que como esta crónica é escrita na véspera do final da época regular, ainda só há certeza que os San Antonio Spurs são a equipa que entrará em primeiro lugar no playoff, devido à época excepcional que fizeram. A segunda posição é neste momento disputada pelos Dallas Mavericks (que todos os anos são muito criticados pela ineficácia em playoff, em contraste com épocas regulares brilhantes), Los Angeles Lakers (que tentam o tri-campeonato) e Oklahoma City Thunder (que apesar de serem, discutivelmente, a equipa com maior margem de crescimento positivo no futuro da NBA, já se equiparam aos grandes na corrida ao título).

 

         O quinto lugar está também bem definido, com o plantel mais equilibrado da liga: os Denver Nuggets. Não são tidos como favoritos num confronto com qualquer uma das equipas acima citadas, mas têm provado que o esforço de equipa ainda compensa. O sexto lugar foi ontem segurado pelos Portland Trailblazers (que se reforçaram em peso com Gerald Wallace, um dos melhores defesas da NBA, e que tiveram uma prestação digna de um Most Improved Player em LaMarcus Aldridge esta época). Os Memphis Grizzlies (ancorados por performances magníficas de Zach Randolph e Rudy Gay) e os New Orleans Hornets (que sendo a sensação do início da época, desceram de rendimento, mas continuaram a ser carregados por Chris Paul) disputam a sétima posição, que lhes dará um confronto contra o segundo classificado (Lakers, Dallas ou OKC). Entre esses e os Spurs? Venha o diabo e escolha.

 

         Mais incerteza ainda desperta o vencedor do título. Spurs, Lakers, Thunder, Celtics, Heat e Bulls são as que têm, na minha opinião, as chances mais palpáveis de chegar ao topo. Destas, Spurs, Lakers e Boston são favoritas. Não consigo sinceramente dizer que uma delas tem claras hipóteses de se sobrepor às restantes.

 

         Eu cá torço pelos Celtics, os quais acho mais capazes da conferência que apoio.

 

         Mas mais que isso, torço por ver grandes partidas de basquetebol. Comecem desde já, porque agora é que é a sério.

 

by Óscar Morgado