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Minuto Zero

A Semana Desportiva, minuto a minuto!

A Semana Desportiva, minuto a minuto!

Minuto Zero

06
Abr12

Buzzer Beater

Óscar Morgado

Kentucky Wildcats - mais do mesmo

 

Na passada segunda-feira os Wildcats, equipa que antes do torneio final deste ano da 1ª divisão da NCAA estavam em 1º no ranking, ganharam a edição 2012 do torneio, batendo a Universidade de Kansas, na final. E porquê mais do mesmo? Não sendo a equipa com mais títulos universitários (com este último somam 8, UCLA é a grande totalista com 11, salvo erro), são os que nos últimos anos têm formado a maior quantidade de jogadores de qualidade para os profissionais, especialmente na NBA. Isto vem com alguma tradição na credibilidade que o programa de basquetebol daquela universidade tem em formar jogadores.

São facilmente reconhecíveis: Pat Riley, estrela dos anos 60, actual presidente dos Miami Heat, Jamal Mashburn, Tayshaun Prince, Keith Bogans, DeMarcus Cousins, John Wall, Rajon Rondo, Antoine Walker, Patrick Patterson, Brandon Knight, e, duas estrelas deste ano que seguramente irão entrar na NBA nas próximas temporadas (dependendo se decidem declarar-se para o draft ou não), Michael Kidd-Gilchrist e Anthony Davis.

E estes são só os mais reconhecíveis, muitos mais há em número que acabam por entrar na NBA. A equipa deste ano teve uma particularidade interessante: Davis e Kidd-Gilchrist, os melhores jogadores, estão no seu primeiro ano de universidade. Isto vem das bases sólidas de recrutamento que esta escola tem. Uma das grandes dificuldades, na minha opinião, da NCAA, é o refazer constante das equipas, pelo que os jogadores não jogam mais do que 3 ou 4 anos, e aqueles que se destacam cedo pela sua qualidade, saem para a NBA 1 ou 2 anos depois da sua experiência universitária. Portanto a base de continuidade tem que ser em dois aspectos: no recrutamento e na equipa técnica, pois dificilmente se constroem estas equipas à volta de alguns jogadores, pelo menos a longo prazo.

Com este plano de recrutamento a resultar bem nos últimos anos, espera-se que a Universidade de Kentucky continue a formar jogadores de grande qualidade, sendo que este ano não será excepção. Num draft que se advém prolífero em jogadores de grande estatura (uma deficiência gritante da NBA neste momento é a quantidade de postes de qualidade, ao passo que em extremos-poste já se afirmam muitos jogadores de renome), muitas equipas com menos sucesso este ano irão abastecer-se de juventude e capacidade física, mas também técnica, para voltar à relevância, ou chegar lá pela primeira vez. Anthony Davis parece ser a escolha consensual para nº1 (embora ainda não se tenha declarado elegível para o draft), mas daí até aos 9 seguintes, a corrida parece estar muito dividida, e ninguém sabe exactamente quem é melhor, logo a seguir. Com a chegada dos playoffs da NBA, nas próximas semanas, as equipas que lá não estiverem vão começar a virar-se para esta via. Uma das maiores silly seasons da temporada, em que toda a gente se arma em adivinho para ver quem acaba por ser escolhido e em que lugar, onde agentes batalham pelo 'stock' dos seus clientes, e, dependendo do número onde são escolhidos, da dimensão dos seus contratos, e ainda, comissões.

17
Mai11

Buzzer - Beater

Óscar Morgado

Jogando no Euromilhões

 

         Com este título, podia falar dos playoffs. Quer dizer, já chega de apostar em equipas para passarem à ronda seguinte, ou no resultado de cada série de 7. Não vale mesmo a pena. Quer dizer, no início da época os Lakers ainda eram favoritos ao título. No fim também. Depois perderam 4-0 com Dallas. Também os Spurs iam lá chegar, mas ficaram pelo caminho às mãos do 8º classificado de Oeste, Memphis. Portanto não vale mesmo a pena. Que tal prever coisas menos prováveis ainda? Vamos…

         Hoje a partir da 1h30m, hora de Lisboa, vai ser sorteada em Nova Iorque a ordem pela qual as equipas vão escolher os jogadores que este ano vão entrar na NBA: é o “Draft Lottery”. A coisa funciona assim: ao longo da época, as equipas jogaram, e tiveram uma certa percentagem de vitórias. As equipas que foram ao playoff de cada conferência têm direito à posição no draft (ou seja, a ordem em relação às outras equipas no que toca a escolher jogadores) inversamente proporcional à sua percentagem de vitórias. Quer isto dizer que por exemplo, os Chicago Bulls podem escolher em último (30º) lugar, os Spurs em penúltimo, por aí fora.

         E quanto às equipas que não foram ao playoff? São essas que vão à ‘lottery’. Aqui o processo é ligeiramente diferente: de acordo com a sua percentagem de vitórias na época regular, são atribuídas às equipas percentagens no sorteio das posições do draft: a equipa com mais derrotas (neste caso os Minnesota Timberwolves) tem 25% de hipóteses de ficar na primeira posição, a segunda pior equipa (Cleveland Cavaliers) tem 15.6%, por aí fora. Os detalhes de todo o processo são bastante complexos para que alguém como eu, que não tem conhecimentos extensivos de matemática, os perceba em pleno (desafio-vos a perceber e explicarem-me http://en.wikipedia.org/wiki/NBA_Draft_Lottery#Process ), mas o que interessa é que a pior equipa tem 250 hipóteses em 1000 de ficar com a primeira posição.

 

 

 

         Portanto, como não vale a pena ver que equipa fica com que jogador, por a ordem não estar definida, deixo aqui alguns dos jogadores que se espera serem escolhidos cedo no draft. Na minha opinião, o esperado (e sublinho, esperado!) baixo nível dos jogadores em comparação com anos anteriores faz com que este draft seja bom para equipas grandes como os Lakers, Spurs, Miami, etc, que, mesmo com uma posição pouco favorável para obter os melhores jogadores, benificiam da heterogeneidade do draft, podendo ir buscar bons atletas mesmo mais no fim da tabela.

         (Nome do jogador, posição, Universidade ou país, idade)

  • Kyrie Irving, Base, Duke, 19 - tido como primeira escolha, é um base clássico com as capacidades inerentes à posição: visão de jogo, capacidade de penetrar em direcção ao cesto e inteligência nas decisões que toma; é também visto como aquele que tem mais potencial para ser uma estrela no futuro
  • Derrick Williams, Extremo, Arizona, 19 – bem cotado no draft, é provavelmente o melhor marcador de pontos de todos os jogadores disponíveis: bom lançador, penetrador para o cesto e também com boa inteligência tanto ofensiva como defensiva
  • Enes Kanter, Poste, Turquia, 18 anos – não jogou esta época devido ao facto de receber dinheiro do Fenerbahçe, mas esteve na Universidade do Kentucky. De qualquer das formas, é um sólido ressaltador e tem um excelente domínio de bola para um poste.
  • Kemba Walker, Base, Connecticut, 21 anos – principal razão pela qual os Connecticut Huskies ganharam o campeonato universitário americano da NCAA, Walker tem um exímio domínio de bola, boa capacidade de penetrar em direcção ao cesto e é também muito rápido e ágil.

      Esta noite joga-se no Euromilhões. E muitas vezes, os ‘drafts’ são responsáveis por virar equipas para o sucesso: tivemos Shaquille 0’neal nos anos 90 com os Orlando Magic, Allen Iverson com os Sixers no final da década de 90, ou Lebron James com os Cavaliers em 2003.

 

Nota: Algumas informações relativas aos jogadores do draft foram escolhidas mediante algumas perspectivas de olheiros especialistas, em virtude de apenas ter tido acesso directo a jogos de um ou dois dos jogadores mencionados.

 

by Óscar Morgado