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Minuto Zero

A Semana Desportiva, minuto a minuto!

A Semana Desportiva, minuto a minuto!

Minuto Zero

13
Abr12

Buzzer - Beater

Óscar Morgado

O fantasma das lesões está zangado

 

Esta curta campanha da NBA está quase no final. Parece mentira, embora por esta altura já seja costume falar-se em playoffs. Mas, por ter começado no dia de Natal, dá a sensação de que falta muito para trás.

Blá blá blá…e onde é que eu quero chegar? É que para muitos a época acabou ainda mais cedo, como se não bastasse ela já ser curta. Podia falar de muitos jogadores que sofreram lesões que lhes hipotecaram o resto da temporada, mas há dois que se destacam – falo de Ricky Rubio e Kyrie Irving.

Rubio lesionou-se no início de Março. Uma rotura nos ligamentos do joelho deitou por terra as esperanças de playoff dos Timberwolves, que finalmente encontraram o mago que iria guiar uma das maiores estrelas em ascensão (mas já lá bem alto) em Kevin Love, e mais algumas jovens promessas ao sucesso nas Cidades Gémeas. O base espanhol, rookie na NBA, mas provavelmente o mais experiente profissionalmente de todos os jogadores de 1º ano (porque joga profissionalmente desde os 14 anos), liderava todos os jogadores desde grupo em média de assistências, e estava lá no topo desse valor com todos os restantes bases da liga.

Irving parecia o favorito para o prémio de Rookie do Ano, sendo o melhor marcador entre os seus pares de estreantes, e estava a manter os Cleveland Cavaliers á tona da qualificação para os playoffs. Impensável seria no ano passado, quando a equipa, após um ano com o melhor record da NBA liderada por Lebron James, passa de cavalo a burro e sofre a pior sequência de derrotas da história, e acaba a época com o segundo pior record da liga (atrás de Minnesota aliás). Não se adivinha um novo James em Irving é certo, mas o jovem base faz esquecer esporadicamente que o melhor jogador da NBA foi embora sem ficar nada em troca. E nos últimos dias lesionou-se.

Ok, então alguma entidade divina muito mesquinha, provavelmente zangada com a novela do lockout da NBA, decidiu acabar com o entusiasmo dos dois favoritos ao título de melhor rookie? Provavelmente. Apesar de Isiah Thomas, o pequeno base dos Sacramento Kings, ter ficado com maior destaque após estas duas lesões, não creio que ainda seja relevante para alterar o veredicto do painel de votantes: Irving vence, Rubio fica em segundo.

É pena não se ver já nenhum dos dois em acção nos playoffs, mas mais espectáculo nos espera, com mais jogadores de topo, e muitos confrontos de resultado imprevisível. Game on!


12
Jan12

Buzzer Beater

Óscar Morgado

Crise de bases? Nem por sombras

 

Ainda é estranho estarmos em Janeiro e a época da NBA estar muito precoce, com pouco mais de 10 jogos realizados por equipa. Contudo uma tendência que já apontei a época passada está mais afincada este ano: a posição de base tem um vasto mercado de talento e qualidade já demonstrada, e quase todas as equipas têm um ou mais jogadores  nessa posição com qualidade suficiente para levar uma equipa a vitórias.

Daquilo que posso constatar nas 30 equipas, há apenas no máximo 4 ou 5 que não têm alguém minimamente competente na posição 1. Na Conferência de Este há estrelas, com Rose em Chicago, Williams em New Jersey e Rondo em Boston, atiradores ou bases focalizados em marcar pontos, com Chalmers e Cole (o impressionante rookie que Miami foi buscar ao draft) em Miami, Calderon em Toronto, Jennings em Milwaukee e outro rookie, Kemba Walker, em Charlotte. Há ainda passadores competentes e bases polivalentes, como Holiday e Lou Williams em Philadelphia, Teague em Atlanta, Collison em Indiana, Nelson em Orlando, Irving em Cleveland, Stuckey e Knight em Detroit, e John Wall em Washington.

E quando chegamos à Conferência de Oeste o padrão mantém-se: as estrelas são Westbrook em Oklahoma City, Chris Paul nos Clippers e Stephen Curry em Golden State (na minha opinião só as lesões o impedem de produzir mais, sendo um dos melhores atiradores da liga). Há outro estrato de jogadores que já foram estrelas, mas estão no declínio da sua carreira, contudo, produzem melhor que a maioria, como Nash em Phoenix e Kidd em Dallas. Seguem-se os restantes bases de qualidade ou com muito potencial: Felton em Portland, Parker em San Antonio, Harris em Utah, Lawson em Denver, Conley em Memphis, Lowry em Houston, Ricky Rubio em Minnesota (e que ano de estreia que o espanhol está a ter na NBA) e Fredette em Sacramento (porque eu cá não acredito em Tyreke Evans como um base, e que este é desaproveitado naquela posição: Evans é, a meu ver, um protótipo precoce de um Dwayne Wade).

Portanto isto deixa apenas 3 equipas de fora: Nova Iorque, que apenas com Toney Douglas e o rookie Iman Shumpert (que no futuro pode almejar a algo mas é muito cedo para o prever) estão desfalcados apenas na posição de base, Los Angeles Lakers, onde Derek Fisher já não é a peça complementar de outros tempos, e New Orleans, onde Jarret Jack não chega para as encomendas de uma equipa que agora já não tem Chris Paul.

E enquanto alguns destes nomes que referi ainda não estão a produzir a níveis aceitáveis, todos têm pelo menos um fundo plausível de potencial que, a ser explorado pelas equipas, pode-lhes assegurar a posição por alguns anos. O draft que se espera neste ano de 2012 foca-se mais em jogadores de estatura e para as posições mais interiores, onde a NBA tem muito mais escassez de talento de qualidade do que a base, e portanto estas equipas poderão colmatar esse tipo de falhas. E isto faz-me acreditar cada vez mais na preponderância da posição de base em relação às restantes, por fazer o jogo funcionar mais fluidamente e criar oportunidades para os restantes jogadores. É claro que uma equipa desfalcada de qualquer uma das posições terá dificuldades em partes fulcrais do jogo, mas mesmo que não tenha um base competente, pelo menos algum jogador que consiga impor um ritmo e ordem ao jogo é essencial.

fonte: Boston.com
17
Mai11

Buzzer - Beater

Óscar Morgado

Jogando no Euromilhões

 

         Com este título, podia falar dos playoffs. Quer dizer, já chega de apostar em equipas para passarem à ronda seguinte, ou no resultado de cada série de 7. Não vale mesmo a pena. Quer dizer, no início da época os Lakers ainda eram favoritos ao título. No fim também. Depois perderam 4-0 com Dallas. Também os Spurs iam lá chegar, mas ficaram pelo caminho às mãos do 8º classificado de Oeste, Memphis. Portanto não vale mesmo a pena. Que tal prever coisas menos prováveis ainda? Vamos…

         Hoje a partir da 1h30m, hora de Lisboa, vai ser sorteada em Nova Iorque a ordem pela qual as equipas vão escolher os jogadores que este ano vão entrar na NBA: é o “Draft Lottery”. A coisa funciona assim: ao longo da época, as equipas jogaram, e tiveram uma certa percentagem de vitórias. As equipas que foram ao playoff de cada conferência têm direito à posição no draft (ou seja, a ordem em relação às outras equipas no que toca a escolher jogadores) inversamente proporcional à sua percentagem de vitórias. Quer isto dizer que por exemplo, os Chicago Bulls podem escolher em último (30º) lugar, os Spurs em penúltimo, por aí fora.

         E quanto às equipas que não foram ao playoff? São essas que vão à ‘lottery’. Aqui o processo é ligeiramente diferente: de acordo com a sua percentagem de vitórias na época regular, são atribuídas às equipas percentagens no sorteio das posições do draft: a equipa com mais derrotas (neste caso os Minnesota Timberwolves) tem 25% de hipóteses de ficar na primeira posição, a segunda pior equipa (Cleveland Cavaliers) tem 15.6%, por aí fora. Os detalhes de todo o processo são bastante complexos para que alguém como eu, que não tem conhecimentos extensivos de matemática, os perceba em pleno (desafio-vos a perceber e explicarem-me http://en.wikipedia.org/wiki/NBA_Draft_Lottery#Process ), mas o que interessa é que a pior equipa tem 250 hipóteses em 1000 de ficar com a primeira posição.

 

 

 

         Portanto, como não vale a pena ver que equipa fica com que jogador, por a ordem não estar definida, deixo aqui alguns dos jogadores que se espera serem escolhidos cedo no draft. Na minha opinião, o esperado (e sublinho, esperado!) baixo nível dos jogadores em comparação com anos anteriores faz com que este draft seja bom para equipas grandes como os Lakers, Spurs, Miami, etc, que, mesmo com uma posição pouco favorável para obter os melhores jogadores, benificiam da heterogeneidade do draft, podendo ir buscar bons atletas mesmo mais no fim da tabela.

         (Nome do jogador, posição, Universidade ou país, idade)

  • Kyrie Irving, Base, Duke, 19 - tido como primeira escolha, é um base clássico com as capacidades inerentes à posição: visão de jogo, capacidade de penetrar em direcção ao cesto e inteligência nas decisões que toma; é também visto como aquele que tem mais potencial para ser uma estrela no futuro
  • Derrick Williams, Extremo, Arizona, 19 – bem cotado no draft, é provavelmente o melhor marcador de pontos de todos os jogadores disponíveis: bom lançador, penetrador para o cesto e também com boa inteligência tanto ofensiva como defensiva
  • Enes Kanter, Poste, Turquia, 18 anos – não jogou esta época devido ao facto de receber dinheiro do Fenerbahçe, mas esteve na Universidade do Kentucky. De qualquer das formas, é um sólido ressaltador e tem um excelente domínio de bola para um poste.
  • Kemba Walker, Base, Connecticut, 21 anos – principal razão pela qual os Connecticut Huskies ganharam o campeonato universitário americano da NCAA, Walker tem um exímio domínio de bola, boa capacidade de penetrar em direcção ao cesto e é também muito rápido e ágil.

      Esta noite joga-se no Euromilhões. E muitas vezes, os ‘drafts’ são responsáveis por virar equipas para o sucesso: tivemos Shaquille 0’neal nos anos 90 com os Orlando Magic, Allen Iverson com os Sixers no final da década de 90, ou Lebron James com os Cavaliers em 2003.

 

Nota: Algumas informações relativas aos jogadores do draft foram escolhidas mediante algumas perspectivas de olheiros especialistas, em virtude de apenas ter tido acesso directo a jogos de um ou dois dos jogadores mencionados.

 

by Óscar Morgado