Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Minuto Zero

A Semana Desportiva, minuto a minuto!

A Semana Desportiva, minuto a minuto!

Minuto Zero

01
Mai11

Fogo sem Fumo

Alexandre Poço

Um conselho – Saia daí!

 

 

 

Gosto muito de José Mourinho. Nunca vi nele os clássicos defeitos que muitos portugueses sempre viram. A partir do momento em que Mourinho abandonou Portugal - no Verão de 2004 para rumar ao Chelsea – passei a apoiar a desejar o maior sucesso às equipas orientadas pelo treinador português. Foi assim em Inglaterra e posteriormente, em Itália, quando assumiu o cargo de treinador do Inter de Milão. Fiquei muito contente quando conquistou o primeiro campeonato em terras de Sua Majestade e mais tarde, quando venceu a Liga dos Campeões com o seu Super-Inter.

 

A partir daqui, já não consigo apoiar Mourinho. Continuo a gostar dele, mas quero que o Barcelona vença o campeonato (é garantido) e a Liga dos Campeões. Não por gostar mais do Barcelona do que gosto do Real Madrid, mas por detestar o estilo de jogo da equipa merengue. Em Itália, Mourinho utilizava uma defesa coesa e jogava à retranca, é certo, mas depois tinha um jogo ofensivo que apaixonava qualquer adepto de futebol. Em Madrid, e apesar das vedetas, o futebol do Real Madrid é sempre apressado, parece que os jogadores não querem ter a bola nos pés, vive do pontapé para o ar e da fé que depositam em Cristiano Ronaldo. É um estilo de futebol que não me agrada. Quando comparado com o Barcelona, então a equipa do grande treinador português é reduzida a uma nulidade e o jogo assemelha-se a um Porto- Desportivo das Aves. O Real não tem iniciativa de jogo, só consegue parar o Barça com o recurso à falta, pouco ataca e suspira de alívio quando a equipa catalã não acerta na baliza.

 

A Final da Taça do Rei foi injusta e Pepe Guardiola e a sua equipa é que mereciam o troféu, veja-se a segunda parte do encontro. No campeonato, o domínio é óbvio e na Liga dos Campeões, as aspirações de Ronaldo, Mourinho e companhia vão morrer em Camp Nou. Agora só se fala da expulsão do Pepe e das consequências que trouxe ao jogo e à equipa da casa, mas é útil compreender que o Barcelona merecia, independentemente da expulsão, vencer o jogo. Mais uma vez, Messi brilhou. O segundo golo parecia um treino, os jogadores do Real Madrid foram reduzidos a pinos perante a magia do argentino. Este Real não consegue superiorizar-se ao Barcelona de Guardiola, digam o que disseram. Nem com mais reforços (e daqueles habituais no Barnabéu) a equipa conseguirá terminar a hegemonia “azulgrana”. Por isso, deixo um conselho a Mourinho: saia do Real Madrid no fim da época e vá fazer o que sabe – ganhar   – para o outro lado. Você consegue, você sabe que consegue. Mas não em Madrid, esse clube não é para si. Quem o avisa, seu amigo é.

 

by Alexandre Poço

 

 

24
Abr11

Fogo sem Fumo

Alexandre Poço

Da menoridade

 

 

A Taça da Liga é uma competição menor. Não tem competitividade nem rivalidades. Como se diz na gíria futebolística, é uma “taça do bairro”. Pensarão os leitores, “lá está o lagarto a desvalorizar o que o Benfica consegue ganhar” ou melhor “se não interessa a ninguém, porquê a escandaleira que o Sporting fez há dois anos devido ao célebre penalty do Lucílio Baptista?”. Quanto à primeira observação, faço o seguinte reparo – benfiquistas, sentem orgulho e alegria em conquistar a Taça da Liga? E no que toca à segunda – foi uma questão de verdade desportiva e de perder com o maior rival de sempre. A Taça ali era secundária, o importante era ganhar ao Benfica.

 

Tirando os argumentos e os contra-argumentos típicos das acesas rivalidades lisboetas, é mais plausível aceitar o argumento da falta de maturidade e expressão desta taça. É verdade, vai apenas na 4º edição. Mas reparem, os anos passam e esta competição serve somente para rodar jogadores e descansar os titulares. Se é necessário abdicar de algum troféu por calculismo, é a Taça da Liga a sacrificada. Esta atitude permanecerá com o tempo e os anos não alterarão em nada esta questão, que a meu ver é central. E não são só os ditos três grandes, as outras equipas também a utilizam com os mesmos fins. Para não falar do sistema de grupos que é um claro favor a Porto, Sporting e Benfica. Repensar este método também seria interessante. Porque não eliminatórias como na Taça de Portugal?

 

Admito que posso ser precipitado, mas entendo que esta não foi uma experiência muito feliz do futebol português. É um troféu sem interesse e que a sua existência ou não pouco traz ao desporto e aos adeptos. A Taça da Liga foi incluída no nosso calendário para tapar os buracos que a redução de equipas na primeira e segunda liga deixou. O seu surgimento não foi natural, mas sim, devido a uma alteração que esvaziava a época de futebol. Eu gosto de ver futebol a sério, competição, garra e paixão em campo, não perco tempo a ver jogos que se arrastam até ao fim. Não quero nem gosto de ver competições que não servem para outra coisa – e perdoem-me a expressão – senão para “encher chouriços”.   

 

by Alexandre Poço

17
Abr11

Fogo sem Fumo

Alexandre Poço

Ponto Final

 

 

Muito dificilmente o Sporting conseguirá terminar o campeonato no 3º lugar que pretendia, após se ter visto precocemente arredado da luta pelo título. O Sporting perdeu hoje na casa do campeão nacional, FC Porto, por 3-2 e poderá ver o Braga distanciar-se caso a formação minhota vença o jogo de amanhã na Madeira, frente ao Nacional. Se já era uma época triste e devido a tudo o que aconteceu dentro e fora dos relvados, caso a equipa não consiga alcançar o último lugar do pódio é uma época para esquecer e que começa a dificultar a vida à equipa do próximo ano, pois já nem às pré-eliminatórias da Liga dos Campeões o Sporting poderá ir.

 

Poderá dizer-se que é justo, tendo em conta a produtividade leonina ao longo da época, mas para José Couceiro é certamente um final bastante amargo que o próprio, pelo amor que demonstrou ao aceitar o fardo de levar os leões até ao fim da época, não merecia. O ‘grande’ objectivo de Couceiro não será alcançado e o Sporting arrasta-se até ao bendito dia em que terminar este malfadado campeonato.

 

A equipa de Alvalade ainda tinha a esperança que os jogos europeus de Porto e Braga desgastassem as respectivas equipas e permitissem a concretização de um milagre: vitória do Sporting no Dragão e em Braga e a conquista do 3º lugar da liga portuguesa. Os dragões vencem o cansaço com a motivação e com a vontade de continuar a ganhar, os bracarenses aguentam a pressão leonina e conseguem derrubar qualquer desgaste com a verdadeira epopeia que a equipa está a realizar na Liga Europa. Provavelmente, o Sporting – que se desloca ao reduto do Braga na última jornada – irá ao Minho ser o bobo da corte de uma torcida entusiasmada e orgulhosa dos marcos históricos que a formação de Domingos Paciência tem alcançado. A vida não vai fácil em Alvalade. A derrota de hoje encerrou uma das piores épocas do Sporting.

É hora de começar a preparar a próxima época para construir um projecto que assente numa outra mentalidade, num outro treinador e num conjunto de reforços de qualidade que tragam valor, bom futebol e vitórias ao Sporting Clube de Portugal. Quanto a 2010/2011 – o pano caiu e não há palmas para ninguém.

by Alexandre Poço

12
Abr11

Fogo sem Fumo

Alexandre Poço

O velho Benfica

 

 

O campeonato está a terminar e a surpresa da época, mais do que o Super-Porto de Villas Boas, foi o fracasso do Benfica. A equipa de Jesus prometia, mas não cumpriu. Na verdade, a época passada terá sido uma excepção à regra. Este ano voltou o velho Benfica. A mentalidade e a forma de colocar a equipa em campo de Jorge Jesus não mudou, o que mudou foram os jogadores. Os problemas do Benfica começam na baliza e percorrem quase todos os sectores, terminado no ataque.

 

De trás para a frente, a equipa possui um guarda-redes que não oferece a confiança desejável, quando a bola entra no último reduto das águias, tudo treme com o receio de que a bola possa ir em direcção à baliza. Roberto custou 10 pontos ao Benfica e acaba a época da mesma forma que começou, a claudicar. Na defesa, a maçã podre é Sidnei, que no ano passado estava tapado por David Luiz. Este ano não houve desculpas para um jogador que é capaz do bom e do mau, mas isso não chega para uma equipa que luta pela vitória em todas as competições. Maxi cumpre bem o seu papel e não tem concorrência à direita, Luisão é a referência de estabilidade de todo o sector, embora a sua missão seja dificultada pelos erros de Sidnei e Roberto, quanto a Coentrão trata-se do melhor jogador da equipa. O ‘contracto vitalício’ com o Benfica deverá terminar já no fim da época, por isso, advinha-se mais um problema para o técnico dos encarnados. No meio campo, Aimar destoa dos companheiros Javi, Salvio e Gaitán. O argentino é o 10 que o Benfica necessita, caso conseguisse jogar sempre os 90 minutos. Deve estar para breve o seu regresso à Argentina, Carlos Martins e Bruno César – eventuais substitutos – não convencem para ocupar o lugar vazio. Na frente, a dupla que no passado funcionou às mil maravilhas, este ano andou longe das balizas. Porém, há uma diferença entre Cardozo e Saviola. O último, embora discreto, cumpriu o seu papel no auxílio ao paraguaio goleador. É exímio no último passe e nas desmarcações. O problema residia ao seu lado: Este Óscar Cardozo não é o mesmo dos anos anteriores. Este ano só conta com 9 golos na liga, enquanto no ano passado, em Outubro, já levava 10 apontados (fez 38 em todas competições). Quanto às alternativas, poderá dizer-se que são de fugir: Jara não resolve, Kardec desapareceu, Nuno Gomes e Weldon não foram opções.

 

É este o retrato de uma equipa que no início do ano era apontada como grande favorita a conquistar o campeonato, pelo segundo ano consecutivo. Tal não se concretizou. Um ano nos céus e o regresso à agonia encarnada. No passado, a estratégia passava por contratar uma equipa inteira sempre que não se vencia o campeonato. A imprensa desportiva delirava, os benfiquistas sonhavam e no fim, a equipa fracassava. Aprenderam com os erros do passado ou teremos reedição?

 

by Alexandre Poço

03
Abr11

Fogo sem Fumo

Minuto Zero

Tudo por Domingos

 

 

É quase certo que o treinador do Sporting 2011/2012 vai ser o actual treinador do Braga, Domingos Paciência. Apesar de não ter sido uma promessa eleitoral do agora Presidente do Sporting - Godinho Lopes – ainda a campanha ia a meia e já se sabia que este era o trunfo de da lista de Lopes para o comando técnico da equipa. Tudo indica que deve ter sido Carlos Freitas, o novo homem forte do futebol leonino, a mediar o negócio entre as partes envolvidas. António Salvador, presidente do Sporting de Braga, deixou passar o timing para propor a renovação de contrato a Domingos Paciência e não se poderá dizer que foi por falta de conhecimento, pois Salvador sabia muito bem que Paciência era o treinador escolhido por Godinho Lopes e Carlos Freitas para liderar o Sporting na próxima época. Porém, esta semana fez a sua última tentativa para tentar manter o jovem técnico na cidade do Minho por mais umas épocas. É tarde de mais. A proposta salarial feita pelo Braga, pelo que se diz, é metade daquilo que Paciência poderá vir a ganhar no Sporting. Mas não são só os cifrões que podem contar na vinda para Alvalade: Domingos Paciência fez um excelente trabalho no Braga, colocou o clube a lutar pelo título na última época, tendo acabado em segundo, o que resultou na histórica participação, este ano, na Liga dos Campeões. Aí conseguiu ficar em 3º lugar no grupo, o que lhe garantiu a passagem para a Liga Europa onde disputará os quartos-de-final depois de ter eliminado o gigante Liverpool. É este o histórico de Domingos ao leme do clube bracarense. Depois de ter alcançado tudo isto, ele sabe que está na altura de dar um passo maior e rumar até um clube grande. O Sporting, apesar de não estar numa fase fácil, continua a ser um grande de Portugal e já demonstrou ter as portas abertas para o receber. Se conseguir ter uma boa equipa e uma estrutura sólida como base, poderá conseguir sagrar-se campeão em Alvalade. Por fim, Domingos também sabe que estar num clube como o Sporting lhe dará mais visibilidade para palcos europeus, por exemplo. Por tudo isto, acredito que Domingos recusará a proposta de António Salvador e mais cedo ou mais tarde, será confirmado como o técnico leonino para as próximas temporadas. Fica ainda uma questão: o Braga e o Sporting estão a disputar o terceiro lugar do campeonato, que garante a entrada na Liga dos Campeões no próximo ano. Acontece que na última jornada, os leões vão ao Minho e provavelmente, será neste jogo que se decidirá quem fica com o último lugar do pódio. O Sporting de Couceiro vai jogar contra o Braga de Paciência. A confirmar-se a ida deste último para Alvalade, qualquer resultado gerará controvérsia. Eu, como adepto do Sporting, não quero que o meu futuro treinador ganhe à minha equipa – por mais profissional que seja este comportamento – e comprometa a próxima época, a nível europeu, da equipa que estará a treinar a partir de Julho. Profissionalismo ou pensamento racional a longo prazo?

Vai dar polémica.

 

by Alexandre Poço

27
Mar11

Fogo sem Fumo

Minuto Zero
E agora Sporting?

O momento era delicado. As eleições para a presidência do Sporting disputaram-se num dos piores períodos da história do clube. Daí o surgimento de muitas listas e o extremar de acusações, insultos, ataques pessoais e outras coisas que tais. Todos os candidatos tinham noção da gravidade da situação.
Chegaram as eleições e num processo que deixa dúvidas, Godinho Lopes foi eleito Presidente do Sporting Clube de Portugal. Como sabem, não era o meu candidato, seria o último a ter o meu apoio, representa um Sporting e uma forma de gerir o clube que eu rejeito veementemente. Também sabem que andem a saltitar entre Dias Ferreira, escolha inicial, e Bruno de Carvalho, escolha final e o meu candidato no dia das eleições. Este último representava uma mudança, mais que não fosse de atitudes e mentalidades. Era arriscado, o seu projecto estava envolto em pormenores menos cristalinos, mas era desse risco, dessa forma diferente de pensar e actuar que o Sporting precisava.
Agora, levantamos a cabeça e o que vemos? Um Sporting mais dividido que nunca, com dois pólos que fazem juras de guerra eterna. Muita água ainda vai correr debaixo da ponte e temo que quem fique a perder seja o meu grande Sporting. O período de divisão e fractura, em vez de terminar, parece que se vai prolongar. Como é que poderá o Sporting começar a preparar o seu futuro se ainda há ameaças de impugnações ao acto eleitoral decorrido ontem? É preciso resolver essa questão, sem estar resolvida, não haverá normalidade em Alvalade. Apesar de apoiar Bruno Carvalho, caso se confirme efectivamente a vitória de Godinho Lopes, ele será o meu presidente e faço votos para que coloque o Sporting no seu devido lugar.
Mais do que nunca, é preciso pensar no Sporting e pensar que há uma época (2011/2012) pela frente. Há um campeonato, taças nacionais e competições europeias para vencer. É preciso criar uma estrutura que possibilita a existência de uma equipa forte liderada por um bom treinador, o qual deverá ser Domingos Paciência, tendo em conta o resultado de ontem. É preciso esforço, dedicação, devoção e glória.
Como sempre, Viva o Sporting!

by Alexandre Poço

20
Mar11

Fogo sem Fumo

Minuto Zero
A hora dos trunfos

As eleições no Sporting estão mesmo à porta. Dentro de uma semana, haverá novo presidente verde e branco. Desde que me conheço enquanto ferrenho adepto leonino, nunca tinha visto algo assim: cinco candidatos à presidência do Sporting Clube de Portugal. É a exigência e a circunstância do momento. É o reconhecimento de uma triste realidade que se assume como inquestionável – O Sporting Clube de Portugal bateu no fundo. Mas tal como já o disse numa crónica anterior: ele levantar-se-á. O Sporting é um grande clube, com cerca de 2 milhões de adeptos, pessoas orgulhosas da história do clube, preocupadas com o presente aterrador e com vontade de construir um novo futuro.
A discussão, mesmo no actual momento, não muda muito em relação às discussões do passado: “continuidade” vs “ruptura”. É triste ver a postura dos elementos da continuidade, e até aqueles que no passado exigiam rupturas, mas que agora estão confortados com promessas de vice-presidente e outros favores. Estes senhores até podem ser grandes sportinguistas, porém, não entendem que a sua permanência em Alvalade é bastante maléfica para o clube, pois estão rodeados pelos interesses, pelos favores, porque pertencem às empresas a quem o Sporting deve dinheiro ou porque querem que as suas empresas sejam as futuras credoras do Sporting. É com isto que é necessário romper. Com este amor incondicional ao Sporting e aos seus interesses. É necessário escolher: Eu e os meus amigos ou o grande Sporting. Eles são como polvos, estão no meio. Querem que o Sporting cresça, que volta a ganhar, mas também querem encher-se e encher os seus amigos. Perdoem-me a linguagem, mas é isto que se passa em Alvalade. O senhor do estádio novo que prometia que nunca ficariam dívidas com o mesmo encargo, agora fala em regeneração? Basta ver as listas da referida candidatura para se perceber ao que se propõe. As moscas apenas levam uma ligeira refrigeração e o dito sustento das mesmas continuará igual. E quem paga? O Sporting. Isto não pode acontecer. É hora de mudar, de romper com os roquetteiros e os seus ultimatos: ou “eu” o “abismo”. Esta atitude apenas revela o quanto estão agarrados ao poder. É triste, muito triste.
Gosto bastante de Dias Ferreira e até já o disse que não me importava que ele vencesse, declarei publicamente que o apoiava. Porém, penso que me precipitei. Errei no julgamento que fiz. Esperei para o dizer, pois ainda esperava uma eventual aliança entre Dias Ferreira e o candidato que mais me tem agradado nesta campanha verde e branca – Bruno Carvalho. Infelizmente, tal não é possível. Não por Bruno Carvalho, que até se demonstrou favorável a uma negociação, mas por Dias Ferreira ter dito que não faria coligações com ninguém. Tenho pena. Fico com pena. A meu ver, ganharia o Sporting com a coligação Dias Ferreira - Bruno Carvalho. Como tal não é possível, fico dividido. Gostaria de ver o que faria Bruno Carvalho caso vencesse as eleições do próximo dia 26. Concordo com a análise que faz do actual estado do clube, o fundo dos milionários russos parece ser uma boa solução e Van Basten é, tal qual Frank Rijkaard, um bom treinador e que com certeza, acrescentaria valor ao plantel do Sporting.
É isto que me divide. É isto que me leva a voltar atrás e a repensar quem será o melhor candidato à presidência do clube. O passado dizia-me que era Dias Ferreira, o presente – e especialmente, a campanha – tem-me dito que o melhor é Bruno Carvalho. Faço votos que as dúvidas dos sportinguistas sejam semelhantes às minhas e que andem indecisos entre estes dois senhores. Vamos ver se é desta que corremos com o gang da “continuidade”. Viva o Sporting!

by Alexandre Poço

13
Mar11

Fogo sem Fumo

Minuto Zero
Casos

1. Mourinho tem razão. Quando o treinador português do Real Madrid se queixa de acontecimentos frequentes que prejudicam a sua equipa e favorecem o actual primeiro classificado, Barcelona, ele tem razão. O Real joga às quartas (Liga dos Campeões ou Taça do Rei) e depois, marcam o jogo seguinte – para a Liga, claro está – ao sábado. O Barcelona, nas mesmas condições de jogos, actua às terças e depois a Liga premeia-o com o jogo ao domingo. É certo que este facto não poderá servir para justificar o eventual título do Barcelona, mas é uma condicionante, lá isso é.
2. As eleições no Sporting continuam a dar que falar. O decorrer dos acontecimentos revela que só existem 4 verdadeiros candidatos (Godinho Lopes, Dias Ferreira, Pedro Baltazar e Bruno Carvalho). Os restantes não têm possibilidades. Na corrida que conta, já se percebeu que existe um género de pacto anti-Godinho Lopes por parte dos outros três candidatos. Godinho Lopes é a continuidade – eis a acusação. No trio que o ataca, estudam-se “coligações”: a mais comentada é de Dias Ferreira com Bruno Carvalho, pois este último já recusou qualquer acordo com Baltazar. Quanto aos temas da campanha, não há nada de novo – ligação e actuação com a banca, fundos de investimento, treinadores, continuidade versus ruptura. Enfim, a procissão ainda vai no adro.
3. O campeonato nacional está decidido – o FC Porto é o campeão nacional 2010/2011. E, na minha opinião, é totalmente merecido. A derrota em Braga do Benfica apenas veio antecipar o que todos já sabíamos. Com Xistra ou sem Xistra, o Porto iria conquistar o título. Execrável é a única palavra que a capa d’A Bola do dia seguinte ao Braga-Benfica suscita em mim. Que péssimo jornalismo desportivo. Até parece que o Braga não jogou para ganhar, que não marcou dois grandes golos. Pelo lado do Benfica, penso que o clube é uma instituição que não necessita de capas e coberturas noticiosas daquele género.
4. É de louvar as medalhas de ouro, Francis Obikwelu, e prata, Naíde Gomes nos Europeus de pista coberta. Habituados a ganhar, os dois atletas voltaram a dar alegrias e motivos de orgulho ao povo português.

by Alexandre Poço

06
Mar11

Fogo sem Fumo

Minuto Zero
Tomar partido

Sempre tive de Dias Ferreira, um homem sério e nomeadamente, um grande Sportinguista (com S grande). Habituei-me a ouvi-lo no programa semanal da SIC Notícias – O Dia Seguinte – onde sempre defendeu o Sporting com unhas e dentes. O seu amor ao clube leonino ficava patente sempre que se tratava de defender o bom nome da instituição, porém, por ser independente e uma pessoa de pensamento crítico e reflexivo, nunca se coibiu de apontar erros técnicos, financeiros e de gestão que ocorreram, nos últimos anos, em Alvalade.
Desde que acompanho a vida do Sporting, que me recordo de se falar de Dias Ferreira como um dos notáveis do clube e daqueles sportinguistas que, sempre que se disputam eleições para a presidência, se fala da sua eventual candidatura. Esperou-se uma, duas, três vezes até que, desta vez, Dias Ferreira avançou. O eterno candidato chegou-se à frente e disse: “Estou presente, contem comigo”. Terá sido pelo momento delicado do clube? Ou por uma estratégia pessoal? Sinceramente, quero acreditar que foi o primeiro motivo. Contudo, se foi o segundo, penso que todos nós temos a legitimidade para ter os nossos próprios projectos e ambições e escolhermos o melhor momento para avançar. Se foi o segundo, não me choca nada.
Daqui a umas semanas disputam-se uma das eleições mais importantes da história do Sporting, o momento actual, principalmente da equipa de futebol, é calamitoso. Não há sportinguista que ande feliz com o actual estado de situação. O Sporting bateu no fundo, é verdade. Mas tal como já referi inúmeras vezes, não morrerá nem desaparecerá enquanto grande referência do nosso futebol. Este é um momento de viragem: ou se inicia já a mudança ou se continua a viver na triste agonia que nos conduziu até aqui. Por tudo isto, o resultado do dia 26 de Março é fundamental para a resolução dos principais problemas do Sporting.
Do leque de candidatos (bastante alargado, diga-se), penso que o melhor e o que apresenta o melhor projecto é Dias Ferreira. As afirmações que faz relativamente ao que quer para o Sporting permitem ter esperança e os dois nomes que avançou, e que são a cara do seu projecto – Paulo Futre e Frank Rijkaard – auguram bons resultados para os lados de Alvalade. Futre é um homem do futebol, um homem com contactos que poderão ajudar a trazer bons jogadores para a equipa e Rijkaard é um grande treinador, com provas dadas de sucesso e títulos, mas também com uma estratégia para a formação, aliás, é um técnico muito ligado à formação, veja-se os casos do Ajax e do Barcelona, clube onde o treinador holandês esteve e deixou um bom trabalho. Esta tripla deixa-me esperançado em relação ao futuro do meu Sporting. É por isto que apoio e desejo que Dias Ferreira vença as eleições de dia 26 de Março.

By Alexandre Poço
27
Fev11

Fogo sem Fumo

Minuto Zero
Para os lados de Alvalade

Muito se tem dito sobre o actual momento do Sporting, muita tinta fazem correr os resultados do futebol, as polémicas e as próximas eleições do dia 26 de Março. Recorde-se que nesta altura já há três candidatos assumidos à presidência leonina, para as eleições de 26 de Março - Dias Ferreira, Zeferino Boal e Bruno de Carvalho. Para a semana, esperam-se mais candidatos, Godinho Lopes e Pedro Baltazar formalizarão as respectivas candidaturas. No meio de tudo isto, a eliminação da Liga Europa perante o Glasgow e a saída de Paulo Sérgio do comando técnico da equipa. Impera a desordem e o caos em Alvalade. Ao que parece, é Couceiro que vai assegurar o leme do Sporting até ao final da temporada.
Recentemente, num texto aqui publicado – A Presidência Bettencourt – apelei a que os 4 rostos do futebol leonino abandonassem o clube. Parece que estava a adivinhar. Desses quatro senhores, Bettencourt, Costinha e Paulo Sérgio já arrumaram as malas. Porém, e pela existência de presidenciais dentro de um mês, concordo com a escolha de Couceiro para “aguentar” até Junho e pelo menos, garantir o 3º lugar no campeonato. Depois disso, também pode arrumar a trouxa e zarpar. A morfina, isto é, a presença do Sporting na Liga Europa – onde pelo 2º ano consecutivo é eliminado sem sofrer uma única derrota – terminou e agora é sofrer até ao fim da época. Cada jogo será uma dor de alma para a equipa e para os adeptos.
Das eleições e já com um leque tão alargado de candidatos, ainda não ouvi o que penso que deveria ser dito – o Sporting está em crise há cerca de 30 anos. E qual o motivo que me leva a ter uma visão tão negativa da realidade leonina? Os títulos de campeão nacional. O Sporting nos últimos 30 anos conquistou 3 campeonatos (1981/82, 1999/00, 2001/02). É este o motivo que me preocupa. O Sporting é, indiscutivelmente, um grande do futebol português e um clube muito respeitado a nível europeu. Contudo, vencer 3 títulos em 30 anos deve exigir uma certa ponderação. Os mais optimistas dirão que nas outras 27 épocas, o clube não deixou de andar pelos lugares cimeiros, a disputar o primeiro lugar e em certos casos, a perder campeonatos por 1 ou 2 pontos. Para não falar das Taças de Portugal (5, no mesmo período), Supertaças (7) e presenças consecutivas nas competições europeias. Tudo isto é verdade e concordo por completo. É também isso, mas não só (número de adeptos, ecletismo e inúmeros prémios nas outras modalidades), que me leva ainda a considerar o Sporting como um grande e não um histórico como um Belenenses ou um Boavista. Somos um grande, não há a mínima dúvida.
E queremos continuar a sê-lo, por isso, é que não me limito ao fracasso da presente época nem da anterior, efectuo, antes, uma abordagem alargada num tempo temporal. Eu gostava que neste acto eleitoral, a conversa dos candidatos não se limitasse a falar de jogadores vedetas e de treinadores de sonho que fazem salivar qualquer sportinguista, nem muito menos, da cor das bancadas ou dos célebres fundos. São questões importantes, mas antes é necessário perceber a raiz do problema, ou seja, 3 campeonatos em 30 anos. E depois analisar o que aconteceu, as estratégias de gestão, as escolhas de treinadores, directores e jogadores, a venda de patrimónios, os contractos de patrocínio. Perceber os erros do passado é essencial para apresentar estratégias de sucesso no futuro. O Sporting, e neste caso, os candidatos a presidente, devem reflectir sobre isto. Porque este é que é o verdadeiro flagelo e ponto central da crise que o Sporting atravessa – a falta de títulos. O resto é conversa acessória e com vista a bons soundbytes para a imprensa. O Sporting não pode ser isto, tem de ser muito mais. Tem de se pensar a si mesmo com cabeça e realismo. Tem de perceber o que necessita para continuar a ser o grande Sporting Clube de Portugal.

        by Alexandre Poço