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Minuto Zero

A Semana Desportiva, minuto a minuto!

A Semana Desportiva, minuto a minuto!

Minuto Zero

05
Set12

Lado B

Bruno Carvalho

FC Porto e Benfica mais fracos após saídas de Hulk e Witsel?

 

Terminado o mercado de transferências, é altura de fazer o balanço e de lançar os prós e os contras no que diz respeito aos plantéis de FC Porto, Benfica, Sporting e Braga.

Será que o FC Porto fica mais fraco após a saída de Hulk? Na minha opinião, parece-me que não. Já na temporada passada se pensava que o FC Porto não iria conseguir revalidar o título de campeão nacional devido à saída de Falcao para o Atlético de Madrid. Pois bem, Falcao saiu e o FC Porto foi campeão nacional. Ou seja, apesar de reconhecer que Hulk era um jogador fundamental para a equipa treinada por Vítor Pereira, julgo que há soluções no plantel portista para ocupar a sua vaga, nomeadamente Christian Atsu e Silvestre Varela. É verdade que nem Atsu nem Varela têm o mesmo valor do “Incrível”, mas são jogadores que podem formar um bom trio de ataque juntamente com James Rodríguez e Jackson Martínez.

E o Benfica? Será que fica mais fraco após as saídas de Javi García e Witsel? Talvez, se Matic e Carlos Martins continuarem a ser afetados por lesões, será muito difícil para Jorge Jesus constituir um meio-campo capaz de garantir equilíbrio à equipa do Benfica. Ou seja, no meu ponto de vista, Matic e Carlos Martins até podem “disfarçar” a ausência de Javi García e Witsel no miolo do terreno, mas para isso têm de estar em boa condição física, o que me parece que não acontece neste momento.  

No que se refere ao Sporting, o mercado de transferências trouxe duas saídas importantes para o clube. Refiro-me a João Pereira e Matías Fernández. No entanto, Cédric Soares parece que já agarrou o lugar que era ocupado por João Pereira, enquanto para o lugar de Matías Fernández a situação está em aberto, com Adrien Silva a fazer a posição de nº10 nos últimos jogos. Contudo, penso que a solução mais sensata para substituir Matías é Zakaria Labyad. Apesar de ainda ser jovem, creio que já tem talento suficiente para ser titular na equipa do Sporting.

Por fim, o Braga “perdeu” Ewerton para o Anzhi e Lima para o Benfica. A saída de Ewerton não afeta muito a equipa treinada por José Peseiro, uma vez que a dupla de centrais que tem sido utilizada (Douglão e Paulo Vinícius) é constituída por jogadores que já faziam parte do plantel bracarense na época passada, já a saída de Lima deverá ser colmatada por Éder, um avançado proveniente da Académica de Coimbra e que foi agora chamado pela primeira vez para a seleção nacional AA.

Concluindo e após o fecho do mercado de transferências de Verão, creio que o FC Porto continua a ser o principal candidato ao título, seguido de Benfica, Sporting e Sporting de Braga.

22
Ago12

Lado B

Bruno Carvalho

Nova época, velhos hábitos

 

A I Liga Portuguesa de futebol 2012/2013 começou no passado fim-de-semana, com todas as equipas a apresentarem algumas caras novas, mas os quatro candidatos ao título (FC Porto, Benfica, Braga e Sporting) mantêm hábitos antigos, que vêm de temporadas passadas.

Em termos gerais, a primeira jornada da I Liga fica marcada por ter tido seis empates em oito jogos. Uma situação que tem sido habitual em campeonatos anteriores, nos quais também existiram muitos empates.

Em termos particulares e analisando os quatro candidatos ao título, o FC Porto continua a manter o mesmo tipo de futebol da época passada. Ou seja, não jogando um futebol entusiástico, o Porto acaba por ir à procura da vitória pela vantagem mínima, sendo que neste fim-de-semana não o conseguiu fazer empatando a zero com o Gil Vicente.

Há duas temporadas, na primeira jornada, o FC Porto tinha ganho à Naval por 1-0 enquanto na época passada os “azuis e brancos” tinham vencido o Vitória de Guimarães também por 1-0. Isto mostra que o FC Porto tem arrancado sempre da mesma maneira, ou seja, com a máquina pouco oleada.

Por sua vez, o Benfica continua a manter o problema da época passada: a posição de defesa esquerdo. Se na temporada anterior Emerson era o elo mais fraco da equipa encarnada, este ano Melgarejo arrisca-se a ter esse estatuto caso Jorge Jesus insista em mantê-lo nessa posição. Na minha opinião, Melgarejo teria muito mais rendimento se jogasse a médio esquerdo na equipa do Benfica, posição na qual marcou 10 golos ao serviço do Paços de Ferreira na temporada passada. Penso que o Benfica teria muito mais a ganhar, tendo um defesa esquerdo de raiz com Melgarejo à sua frente atuando no meio-campo.

Por outro lado, o Benfica também mantém o hábito de não conseguir ganhar na primeira jornada. Já são oito temporadas consecutivas sem conseguir vencer na ronda inaugural.

Já o Braga continua a praticar um futebol de qualidade como tem sido apanágio nas últimas temporadas, mantendo a base da estrutura da temporada passada, com Beto e Ismaily a serem as únicas caras novas no onze inicial apresentado frente ao Benfica. Creio que se continuar a jogar assim, o Braga estará novamente na luta pelo título.

Por fim, o Sporting também mantém o hábito de desperdiçar pontos na primeira jornada e em jogos fora de Alvalade. Esta é a quarta época consecutiva do Sporting sem vencer na ronda inaugural do campeonato.

No jogo frente ao Vitória de Guimarães, o Sporting voltou a mostrar problemas na finalização tal como já tinha acontecido em alguns jogos da época passada quando a equipa sportinguista jogava fora de Alvalade. Para além disso e tal como no ano passado, a equipa orientada por Sá Pinto continua a não ter uma alternativa válida a Ricky van Wolfswinkel para a posição de ponta-de-lança.

Concluindo e por todas estas razões penso que apesar de a época ser nova, os hábitos continuam a ser os mesmos.        

25
Jul12

Lado B

Bruno Carvalho

FC Porto invicto na pré-época

 

Quatro vitórias em quatro jogos. É este o registo do campeão nacional de futebol FC Porto até agora, nesta pré-época, com a particularidade de não ter sofrido qualquer golo nestes quatro jogos. Até ao momento, o FC Porto venceu o Valadares por 7-0, o Servette por 2-0, o Évian por 1-0 e o Celta de Vigo por 3-0.

Hoje, a equipa orientada por Vítor Pereira defronta nos Açores o Santa Clara, com o objetivo de prolongar esta série vitoriosa e de conquistar o Troféu Pauleta.

Na minha opinião, o FC Porto é neste momento o principal candidato ao título de campeão nacional na nova época que se avizinha, uma vez que manteve o núcleo duro da temporada passada e ainda se reforçou com o avançado colombiano Jackson Martínez.

Fazendo uma análise a todos os setores da equipa portista e comparando o plantel azul e branco com o dos seus rivais Benfica e Sporting, constata-se que o plantel de Vítor Pereira é muito mais equilibrado e tem mais soluções do que os dois rivais de Lisboa.

Na baliza, Helton, Rafael Bracalli e Fabiano Freitas são três guarda-redes que dão totais garantias a Vítor Pereira, não tendo até agora sofrido qualquer golo na pré-época.

Na defesa, Miguel Lopes e Danilo são duas opções válidas para o lado direito; Rolando, Maicon, Otamendi e Mangala são quatro defesas centrais de qualidade e no lado esquerdo, com a provável saída de Álvaro Pereira, Alex Sandro deverá agarrar a titularidade no clube portista.

No meio-campo, há Fernando, João Moutinho, Lucho González, Defour e Castro. Cinco médios para três posições. Parece-me um número razoável, mas não descarto a hipótese de o FC Porto ir ao mercado reforçar-se com mais um médio, nomeadamente um trinco, caso venda o uruguaio Álvaro Pereira.

Nas alas do ataque não faltam soluções: Hulk, James Rodríguez, Djalma, Iturbe, Christian Atsu e Silvestre Varela. Aqui e pelo contrário, parece-me um número excessivo de jogadores tendo em conta que apenas dois podem ser titulares.

Por fim e na posição de ponta-de-lança, Vítor Pereira conta com Jackson Martínez, Marc Janko e Kléber. Para uma equipa que joga em 4x3x3, como o FC Porto, e tendo em conta que a equipa azul e branca irá disputar quatro competições diferentes durante a temporada (Campeonato, Liga dos Campeões, Taça de Portugal e Taça da Liga), ter três pontas-de-lança no plantel é o ideal e os três que estão à disposição do técnico portista têm a curiosidade de terem todos caraterísticas diferentes. Martínez é um finalizador nato, Janko é um avançado forte no jogo aéreo e Kléber um avançado mais móvel do que os outros dois.    

Concluindo e no meu ponto de vista, o FC Porto é o principal candidato a ser campeão nacional em 2012/2013.

11
Jul12

Lado B

Bruno Carvalho

A birra de Rui Alves

 

Sendo este um espaço de opinião, não posso deixar de manifestar a minha indignação para com as palavras proferidas ontem por Rui Alves, presidente do Nacional da Madeira.

No dia de ontem, Rui Alves ameaçou deixar o futebol e extinguir o Nacional da Madeira. Na minha opinião, Rui Alves deve deixar o futebol mas também deve deixar o Nacional da Madeira continuar o seu caminho. Passo a explicar porquê:

Rui Alves é um dirigente corrupto, que esteve envolvido no processo Apito Dourado como é do conhecimento público, e foi o mentor de uma medida que irá prejudicar grandemente o desenvolvimento do jovem jogador português: o fim dos empréstimos entre clubes do mesmo escalão.

Já o Nacional da Madeira não tem nada a ver com os dirigentes que tem e é uma entidade à parte, não sendo propriedade de Rui Alves pelo que este dirigente não tem moral para extinguir este clube de futebol.

Esta ameaça de Rui Alves, que pode ser entendida como uma birra, deve-se ao anúncio de novos cortes de financiamento aos clubes madeirenses, por parte do governo regional da Madeira, devido à grave crise financeira que se vive atualmente na região autónoma e no país. Parece que Rui Alves não sabe em que país vive.

No meu ponto de vista, dirigentes como Rui Alves e Pinto da Costa deviam ser irradiados definitivamente do futebol português devido às suas más práticas e também pela má imagem que deixam ao país. No entanto, quero deixar aqui bem claro que tanto o Nacional da Madeira como o Futebol Clube do Porto não têm nada a ver com os dirigentes que têm e devem continuar a existir enquanto clubes de futebol.

Rui Alves teve o desplante de dizer que o governo regional da Madeira não merece que ele continue no futebol, por tudo o que tem feito em benefício da região. Ora, eu acho que nós (adeptos de futebol) é que não merecemos que continuem a existir dirigentes que estragam a imagem do futebol português.

Resumindo e concluindo, penso que Rui Alves deve abandonar o futebol português mas não deve acabar com o Clube Desportivo Nacional da Madeira.

 

27
Jun12

Lado B

Bruno Carvalho

Mercado pouco agitado

 


A uma semana de os principais clubes do futebol português iniciarem os trabalhos de pré-época, o mercado de transferências encontra-se pouco agitado quer em termos de entradas quer em termos de saídas de jogadores, no que diz respeito a FC Porto, Benfica, Braga e Sporting.

 

No FC Porto não está garantido qualquer reforço, apesar de a imprensa portuguesa falar insistentemente na hipótese do avançado colombiano Jackson Martínez reforçar os “dragões”. No entanto e mesmo não tendo feito nenhuma contratação, espera-se que alguns jovens que estiveram emprestados a outros clubes na última época, como Kelvin, Christian Atsu e David Addy, integrem os trabalhos de pré-época do FC Porto. Já no que diz respeito a saídas, tem-se falado na hipótese de Hulk ingressar no Chelsea mas, na minha opinião, não me parece que Hulk saia do FC Porto uma vez que o presidente Pinto da Costa já veio garantir publicamente que Hulk não sai do FC Porto por um valor abaixo da sua cláusula da rescisão, e, não estou a ver que haja algum clube que pague 100 milhões de euros por Hulk.

 

No Benfica já estão garantidos alguns reforços, como Paulo Lopes, Luisinho, Hugo Vieira, Ola John e Michel, além dos prováveis regressos de Sidnei, Melgarejo e Alan Kardec após terem cumprido os seus empréstimos. Deste conjunto de jogadores, creio que Ola John será o único que irá pegar de estaca no onze inicial do Benfica, isto se for concretizada a saída de Gaitán para o futebol inglês. Quanto a saídas do clube encarnado e tal como no FC Porto, não está oficializada nenhuma saída apesar da possibilidade de jogadores como Javi García, Witsel ou Cardozo poderem partir para outras paragens.

 

No Braga estão asseguradas as contratações de Ismaily (defesa esquerdo, ex-Olhanense), Florent (defesa esquerdo, ex-Leixões), Maximilian Haas (defesa central, ex-Leiria), Éder (avançado, ex-Académica) e Manoel (avançado, ex-Penafiel), prevendo-se também o regresso dos “emprestados” Henrique, Rodrigo Galo, Zé Luís e Yazalde. Além destas novidades para os lados de Braga, creio que a grande contratação para a nova temporada da equipa bracarense é José Peseiro, o novo treinador. Penso que José Peseiro é um treinador que irá dar uma nova imagem à equipa do Braga, colocando-a a jogar um futebol mais ofensivo e atraente para os adeptos.

 

Por fim, o Sporting parece ser, dos “quatro grandes” do futebol português, aquele que se encontra menos ativo neste momento, ao contrário do que acontecia na época passada em que era o mais ativo. Para já, Zakaria Labyad é o único reforço garantido e João Pereira e Anderson Polga são as duas únicas saídas asseguradas.

 

Concluindo e no meu ponto de vista, este está a ser um mercado de transferências muito pouco agitado, talvez pelo facto de todas as atenções estarem viradas para o Euro 2012.  

 

11
Abr12

Lado B

Bruno Carvalho

FC Porto embala para o título


 

A 26ª jornada da Liga Portuguesa de futebol foi claramente a jornada do título e o FC Porto foi o grande vencedor. A vitória do FC Porto aliada às derrotas de Benfica e Sp. Braga permitiu aos “dragões” ganharem uma embalagem de 4 pontos de avanço sobre o segundo classificado (o Benfica).

Após esta jornada, o FC Porto necessita de conquistar oito dos doze pontos que faltam disputar nesta liga portuguesa para poder conquistar o campeonato de futebol e passa a ser a única equipa que depende apenas de si própria para conseguir esse objetivo.

No jogo entre o Braga e o FC Porto, destaco a exibição de Hulk que provou mais uma vez o porquê de, no meu ponto de vista, ser o melhor jogador do campeonato português. Quanto ao Braga, ficou provado que ainda não tem pedalada para se impor e para vencer os desafios contra o FC Porto e contra o Benfica. Na minha opinião, resta agora ao Braga lutar pelo segundo lugar.

Há algumas semanas atrás era impensável para muitas pessoas que o FC Porto conseguisse conquistar o título de campeão nacional dada a desvantagem de cinco pontos que chegou a ter para o Benfica, mas o facto de a equipa das “águias” ter desperdiçado 13 pontos nos últimos oito jogos (3 derrotas, 2 empates e 3 vitórias) fez com que a situação se invertesse e agora é o FC Porto que tem tudo para ser campeão, no momento em que era necessário isso acontecer.

Ao contrário do Benfica, que falhou nos jogos decisivos frente ao FC Porto e ao Sporting, o FC Porto não falhou nos jogos decisivos e ganhou ao Benfica e ao Braga. É este o facto que, na minha opinião, pode ser determinante para a atribuição do título.

Mesmo não reunindo a simpatia dos adeptos portistas, a verdade é que Vítor Pereira consegue colocar a equipa do FC Porto no topo do campeonato, com algum conforto, no momento em que tudo se decide.

Já Jorge Jesus parece estar a mostrar que o seu ciclo no Benfica está a chegar ao fim, depois de em três temporadas tudo indicar que apenas conquistou um campeonato nacional de futebol, isto partindo do pressuposto de que o FC Porto será campeão. Aliás, o fraco futebol que a equipa do Benfica demonstrou nos jogos frente ao Olhanense e ao Sporting deixam evidente que a equipa do Benfica já não galvaniza os seus adeptos como galvanizava antes, quando conseguia grandes goleadas. Também me parece que fica mal a Jorge Jesus encontrar nos erros de arbitragem a boia de salvação para justificar as suas derrotas, no sentido em que os erros de arbitragem não justificam tudo e o treinador do Benfica deveria assumir os seus próprios erros.

Como já aqui referi, todas as equipas do nosso campeonato já foram beneficiadas e prejudicadas pela arbitragem e os árbitros não erram intencionalmente. Sobre este tema estou perfeitamente de acordo com Leonardo Jardim, treinador do Sp. Braga, que prefere não se pronunciar sobre arbitragem e não ser hipócrita como outros, que se queixam quando perdem e se calam quando ganham.

Também quero deixar aqui uma palavra de apreço a Ricardo Sá Pinto, treinador do Sporting, que consegue pôr a jogar uma equipa de futebol com a garra e a atitude leonina que faltou no tempo em que Domingos Paciência era o treinador, conseguindo resultados positivos.

Concluindo, penso que o FC Porto deverá ser novamente o campeão nacional de futebol, apesar de ainda haver tempo para que tudo se altere. Até porque no futebol já vi de tudo. Veja-se o caso do Real Madrid que tinha dez pontos de vantagem sobre o Barcelona e agora já só tem quatro, ou o caso do Benfica que desperdiçou 13 pontos em oito jornadas.    

 

04
Abr12

Lado B

Bruno Carvalho

Balanço da Liga de futebol à 25ª jornada

 

 

Quando faltam apenas 5 jornadas para terminar os campeonatos profissionais de futebol em Portugal, ainda está tudo por decidir. Aliás, este é com certeza o campeonato mais equilibrado e competitivo dos últimos anos.

Esta época, a Liga Zon Sagres já teve sete mudanças na liderança do campeonato e já conheceu quatro líderes diferentes (Vitória de Setúbal, FC Porto, Benfica e Sporting de Braga).

Neste momento, o FC Porto está de novo no topo mas ainda não está nada decidido, na medida em que apenas tem um ponto de avanço sobre o Benfica e dois sobre o Sporting de Braga, sendo que com 15 pontos por disputar até ao fim do campeonato, até o Marítimo e o Sporting ainda podem ser matematicamente campeões, embora todos nós reconheçamos que é praticamente impossível que lá cheguem.

Relativamente ao jogo entre FC Porto e Olhanense, que culminou na vitória dos “dragões” por 2-0, destaco novamente a disponibilidade de Hulk para os duelos individuais com os guarda-redes (já tinha acontecido em Paços de Ferreira com Cássio e aconteceu agora com Fabiano Freitas frente ao Olhanense), não conseguindo marcar nenhum golo.

Quanto ao duelo entre Benfica e Braga, destaco o facto de ambas as equipas terem demonstrado muitas cautelas e alguns temores na primeira parte do jogo, mostrando que ambas têm receio de perder pontos neste momento.

Já o Sporting voltou a mostrar que está melhor com Ricardo Sá Pinto do que estava com Domingos Paciência, quebrando finalmente o jejum de cinco meses sem vencer fora de casa para o campeonato, graças ao excelente momento de forma que atravessa Matías Fernández justificando plenamente a sua alcunha de “Matigol”. Aliás, penso que a melhor decisão de José Eduardo Bettencourt enquanto presidente do Sporting foi ter contratado Matías Fernández ao Villarreal.

Na luta pela manutenção, o meu destaque vai para a fuga do Vitória de Setúbal à despromoção, que com os 27 pontos que já tem amealhados, penso que já praticamente assegurou a permanência na Liga principal de futebol, o que se deve sobretudo ao excelente trabalho que José Mota tem desenvolvido desde que chegou a Setúbal. Também o Beira-Mar deu um passo importante rumo à permanência ao vencer um adversário direto fora de casa, na circunstância o Feirense, ficando com cinco pontos de avanço sobre a primeira equipa abaixo da linha de água (o União de Leiria).

Na minha opinião, União de Leiria e Feirense estão praticamente condenados à descida de divisão dada a distância que já têm para a Académica, a primeira equipa acima da zona de despromoção, de cinco e seis pontos respetivamente.

Por fim, quero também salientar a grande recuperação que o Paços de Ferreira conseguiu fazer desde a chegada de Henrique Calisto, mostrando que de facto o campeonato não é como começa mas como acaba. Aliás, Académica e Paços de Ferreira são o espelho disso mesmo, ou seja, a Académica começou muito bem mas ainda não tem a manutenção garantida, enquanto o Paços de Ferreira começou muito mal e já tem a permanência quase assegurada.

 

Na Liga de Honra, também ainda está tudo por decidir. Estoril, Moreirense e Desportivo das Aves estão numa luta acesa pela subida de divisão, sendo que duas destas equipas vão subir à Liga Zon Sagres e a outra continuará na Liga Orangina na próxima época.

Quanto à descida aos escalões não-profissionais de futebol está tudo em aberto, no sentido em que até o 4º classificado (a Naval) ainda não tem a manutenção matematicamente assegurada.

 

03
Mar12

Porque a vida também é feita a correr...

João Perfeito

A lógica Invertida

 

 

O Futebol Clube do Porto venceu o Sport Lisboa e Benfica por 3-2 e ascendeu ao topo da Liga Portuguesa de Futebol. Três jornadas depois as águias perderam oito pontos e permitiram ao seu grande rival FC Porto uma recuperação que muitos julgam impossível em tão pouco espaço de tempo. Foi pois, um clássico de lógica invertida.

Um bom espectáculo de futebol com duas equipas táctica e sobretudo tecnicamente evoluídas a demonstrarem que o futebol português está vivo e recomenda-se… Os jogos fechados, os clássicos com poucos golos ficaram arquivados nos registos históricos, o presente trouxe-nos um jogo fluído, bem jogado, bem disputado e com duas das equipas que melhor trocam a bola no futebol europeu. Foi por isso um jogo emocionante, um jogo incrível! Que começou a construir a sua beleza com o talento de Hulk. O mago azul e branco voltou a ser incrível e com uma bomba de pé esquerdo colocou a bola no fundo da baliza de Artur.

Óscar “Tacuara” Cardozo não quis ficar atrás e voltou a molhar a sopa frente aos azuis brancos através dum potente remate de pé esquerdo sem hipóteses para o desamparado Hélton.

No início da segunda parte Cardozo bisou e provocou a cambalhota no marcador. Jogo aberto, 2 golos de pé esquerdo, uma reviravolta, este era o jogo da supremacia da inversão da lógica. Um jogo onde os heróis se inverteram, as surpresas incendiaram o clássico a cada instante e os mal-amados fizeram a festa.

Vítor Pereira tão injustamente criticado pela comunicação social e pelo exigente tribunal das Antas foi o grande vencedor da noite, ao mudar o jogo com a mestria que muitos julgavam ser submersa. Tirando um Rolando, claramente fora de forma, dando a Maicón o seu habitat natural e puxando Djalma para o lado direito da defesa, permitiu uma maior consistência defensiva e uma maior saída para o ataque. O endiabrado James voltou a provar ser uma das maiores promessas do futebol Mundial e através da sua magia pintou o resultado de azul e branco quando o quadrado parecia encharcado de vermelho. Mais uma vez a surpresa, o novo figurino de Vitór Pereira deu uma lógica à vitória Portista, mesmo que duma forma pouco esperada.

Aclamado por milhões de Benfiquistas, protegido como poucos pela comunicação social e com o seu passe claramente inflacionado Artur voltou a demonstrar que está longe de ser um guarda-redes de top Mundial.

Com 3 golos encaixados, tendo no 1º e sobretudo no terceiro amplas responsabilidades o antigo guarda-redes bracarense voltou a aproximar a sua média de golos sofridos para perto de um por jogo. Sofrendo 19 tentos em 21 jogos. Por tanto findas as primeiras 21 jornadas do presente campeonato Artur soma mais 2 golos sofridos que o odiado e repudiado Roberto Gimenéz.

Com uma das melhores duplas do futebol Mundial da actualidade, com um dos melhores 5 laterais direitos do Mundo do pretérito ano e com um dos médios que melhorar completam a sua qualidade ofensiva/defensiva do futebol Mundial o endeusado guarda-redes brasileiro consegue contra todas as expectativas ter a sua folha mais pesada que o seu tão criticado antecessor.

Perante uma equipa que tem mais posse de bola que a pretérita época e permite menos contra-ataques aos adversários e oportunidades é ilógico que o conjunto encarnado sofra mais golos relativamente à pretérita época.

Por seu turno, Roberto Gimenéz continua a espalhar na mais valorizada Liga do Mundo toda a sua qualidade, lutando praticamente só para que o Saragoça ainda alente a esperança de figurar na próxima época no mágico grupo das 20 melhores equipas espanholas.

Mas o futebol é feito de feelings, de opiniões formatadas e de interesses com um rigor muito pouco plausível.

Maicón, um dos melhores centrais do Mundo no jogo aéreo fez o último tento da noite, em fora-de-jogo, num lance de bola parada.

Um golo que deu lógica ao resultado face à expulsão invulgar de Emérson.

Escreveu-se direito por linhas tortas, construi-se um dos mais belos espectáculos do futebol europeu com o perfume de toda a imprevisibilidade que nutre o desporto rei, dando a lógica (Porto dominante) de forma invertida (heróis trocados, golos estranhos e cambalhotas no marcador).

Se só assim o futebol português pode ser belo então que se inverta a lógica, porque jogos como este com ou sem sentido queremos invariavelmente que se repitam…

08
Fev12

Lado B

Bruno Carvalho

“O Grande” Gil Vicente

 

 

No espaço de uma semana, o Gil Vicente derrotou dois grandes do futebol português: o FC Porto e o Sporting. Na 17ª jornada da Liga Portuguesa, o Gil Vicente banalizou o FC Porto, derrotando-o por uns claros 3-1, e, no passado sábado, o Gil Vicente afastou o Sporting do acesso às meias-finais da Taça da Liga, vencendo em Alvalade por 1-0.

Já antes de ter vencido o FC Porto e o Sporting, o Gil Vicente já tinha deixado uma boa imagem no Estádio da Luz, apesar de ter perdido por 3-1 com o Benfica. Aliás, em Barcelos, o Gil Vicente empatou a duas bolas com o líder da Liga Portuguesa de futebol.

Ocupando actualmente o 9º lugar da Liga Portuguesa, o Gil Vicente ameaça tornar-se na revelação desta temporada, tendo em conta que já “roubou” pontos ao Benfica e ao FC Porto, para o campeonato, e, já eliminou o Sporting da Taça da Liga.

O sucesso da equipa orientada por Paulo Alves assenta sobretudo no trabalho, no espírito de grupo e na qualidade individual de alguns jogadores, com destaque para Cláudio, André Cunha e Hugo Vieira.

Num sistema táctico em 4x3x3, o Gil Vicente tem estabilizado o seu onze inicial com Adriano Facchini na baliza; Daniel, Cláudio, Halisson e Júnior Caiçara no quarteto defensivo; Luís Manuel, Pedro Moreira e André Cunha no trio de meio campo, e, Rodrigo Galo, Richard e Hugo Vieira no tridente ofensivo, apresentando um futebol vistoso e atraente.

Adriano Facchini, guarda-redes brasileiro contratado no início desta temporada ao União da Madeira, oferece garantias de segurança à defesa do Gil Vicente.

Cláudio, defesa brasileiro de 34 anos, é o elemento mais experiente da zona defensiva do Gil Vicente, tendo já apontado 6 golos na Liga Portuguesa desta época, todos eles de cabeça e de grande penalidade, o que demonstra que Cláudio é muito forte no jogo aéreo e um especialista a cobrar grandes penalidades.

No meio campo, Luís Manuel (jogador formado no Sporting de Braga) e Pedro Moreira (jogador formado no Futebol Clube do Porto) detêm os contra-ataques das equipas adversárias, formando um duplo pivô muito seguro no meio campo defensivo do Gil Vicente. Também no meio campo, destaque para André Cunha, que aos 33 anos demonstra que “está aí para as curvas”, tendo marcado um golo fantástico ao FC Porto, sendo um jogador muito evoluído tecnicamente.

No ataque, atenção a Hugo Vieira, um jovem avançado português que tem despertado a cobiça de clubes estrangeiros, entre eles o Panathinaikos de Jesualdo Ferreira, e que alia a técnica à velocidade. Hugo Vieira é um jogador muito rápido, que marca golos e que semeia o pânico nas defensivas contrárias. Mais uma vez, não consigo perceber como é que FC Porto, Benfica ou Sporting ainda não resgataram este jovem promissor avançado português ao Gil Vicente. Pessoalmente, não tenho dúvidas em afirmar que Hugo Vieira é um dos melhores pontas-de-lança portugueses da actualidade.  

Para além do onze inicial que já mencionei, o Gil Vicente tem ainda jogadores no banco de suplentes com muita qualidade, como são os casos de Guilherme e Zé Luís (emprestados pelo Sporting de Braga). Já para não falar de César Peixoto, um jogador que vai acrescentar ainda mais experiência e também polivalência a esta equipa do Gil Vicente.

Por tudo isto, penso que pelo menos nesta semana, o Gil Vicente também foi um “grande” do futebol português, juntando-se a FC Porto, Benfica, Sporting e Sporting de Braga.

 

06
Fev12

Porque a vida também é feita a correr...

João Perfeito

O fracasso do futebol de elite (na era do investimento)

 

         André Villas-Boas e Domingos Paciência, finalistas da última edição da Liga Europa, terminaram a época passada afirmando-se como certezas, enquanto treinadores de top, não só a nível nacional mas também a nível internacional.

         A mudança de paradigma de treinador nacional, cimentada por José Mourinho veio dar novas oportunidades aos treinadores portugueses. Contudo a velocidade dessa mudança foi rápida demais, não respeitando todos os processos de transição que uma mutação como esta acarreta.

         De feitos heróicos, treinadores endeusados e promessas rotuladas de sucesso vemos a presente época como um enorme fracasso, que mesmo para todos aqueles que desconfiavam do valor dos referidos técnicos (o que não é o meu caso), mal podiam prever um cenário tão pessimista.

         Apesar da mentalidade renovada que deram ao futebol Nacional, da eficácia que as suas ideias produziram nas equipas que orientaram nem tudo foram rosas. O principal problema da sua juventude não é capacidades técnicas ou tácticas mas simplesmente de gestão de carreira.

         Comecemos por André Villas-Boas… O ex-adjunto de Mourinho, por muito que o tente negar, por muito que tente fugir, apenas constrói a sua carreira devido ao seu mestre. Por muito que o discípulo se tente emancipar do mestre parece que o caminho os entrecruza dando ao discípulo uma posição invariavelmente ingrata. Se ir para o Futebol Clube do Porto é uma decisão normal de cada treinador português; aceitar o convite do Chelsea não é mais do que não querer modificar o seu próprio destino determinado. Os novos olheiros do futebol internacional olham em Villas-Boas um novo Mourinho e por isso tanto Chelsea como Inter manifestaram interesse na sua contratação, visto que esperam que ele alcance o mesmo que o melhor Treinador do Mundo.

         Apesar de toda a epopeia transacta do Futebol Clube do Porto a época passada foi escassa em duros testes para a equipa invicta. Fora do panorama Nacional o Sevilla e o Villareal foram as melhores equipas que o Futebol Clube do Porto defrontou e em ambas os dragões não conseguiram fugir sem perder, tendo mesmo no jogo com o Sevilha suspirado pelo apito final. Não está em causa o sucesso do Porto, mas simplesmente a equipa não foi testada perante tubarões do futebol europeu e a capacidade do seu Treinador jamais pode ser endeusada por eliminar Sevilha (que até o Braga eliminou de forma mais veemente) e Villareal (que este ano está a fazer uma época miserável).

         O que sobra em talento e capacidade falta em planeamento e gestão em Villas-Boas. A missão Chelsea destinava-se como um fracasso autêntico, só não via quem não queria ver. Com uma equipa ainda à margem de Mourinho, Villas-Boas quis dar uma lufada de ar fresco, introduzindo as suas ideias e dando um cunho pessoal à equipa. Mata, Sturridge, Oriol Romeu e Raúl Meireles são exemplos dessa mutação. Contudo, Malouda, Kalou, Drogba, Torres, Anelka, Lampard, Ashley Cole, Essien continuaram todos nos blues. Não é fácil prever a colisão de dois pólos amplamente antagónicos no seio duma mesma equipa.

          Por muito dinheiro que Abromovich esteja disposto a gastar em nada vai melhorar o rendimento da equipa londrina, enquanto não matar todos os fantasmas de Mourinho. Os problemas de balneário e a dificuldade em seguir um modelo de jogo são as consequências óbvias. A grande pergunta que faço é: E então agora André? Queres fugir mas não te podes esconder… Quer fugir de Mourinho, mas o fracasso do Chelsea vai-lhe perseguir a carreira e no vs estipulado pela comunicação social sai irremediavelmente a perder…

Villas-Boas preferiu o caminho mais fácil, o caminho dos milhões, da elite, em vez de abraçar um projecto que estava a ser construído por si que tinha muito mais probabilidades de ter sucesso internacional que o Chelsea.

          Domingos Paciência ainda era uma incógnita, uma vez que nas duas épocas ao serviço da equipa bracarense nunca conseguiu na plenitude concretizar os seus objectivos. Uma vez que na primeira época ficou arrecadado da Europa em Julho, podendo descansar os seus jogadores durante todo o ano, lutando assim pelo título com o Benfica. Já na segunda época os papéis inverteram-se. Uma carreira europeia fantástica, mas um campeonato absolutamente medíocre (rapidamente esquecido pela comunicação social).

         Contudo, Domingos era a peça chave de António Salvador. O treinador ideal para a equipa ideal. A construção duma identidade de jogadores simultaneamente virtuosos e carregadores de piano permitiu ao Braga redimensionar as suas expectativas e crescer tanto como equipa como Clube.

Com um balneário unido, uma cidade agora em prol do clube e uma onda bracarense cada vez mais em ascensão Domingos tinha tudo para continuar a semear o upgrade desta equipa, mas mais uma vez preferiu o caminho mais fácil.

         Preferiu ir ganhar mais dinheiro… Acreditar numa equipa que investiu 25 milhões, mas mais uma vez quis dar um passo maior que a perna. Não porque como no caso de Villas-Boas, esteja a copiar a carreira de alguém, mas sim porque o Sporting é um clube em falência não técnica mas desportiva. Comemora em 2014, o 60º aniversário da conquista do último bicampeonato. Com uma estrutura arcaica a grande base de apoio da equipa leonina é a elite. Se até aos anos 50 anos, fruto da pouca importância do futebol no contexto social de Portugal permitiu ao Sporting dominar o futebol português, a massificação e proliferação do interesse permitiu ao grande rival da segunda circular, Benfica difundir a sua massa. O Sporting não foi renovando ideias, não se foi adaptando ao contexto social do futebol e foi perdendo adeptos e sócios, tendo no momento presente apenas cerca de 40% dos sócios do seu eterno rival. Com uma péssima estrutura directiva e sem uma ideia de mutação o Clube está destinado ao fracasso. Se o Homem precisa de causas para se mover, falta definir a causa sportinguista que permita ao clube reentrar no panorama Nacional. Uma causa política, não desportiva. O discurso é pomposo na forma e vazio de conteudo, o que destina um fracasso previsível.

Domingos não conseguiu entender os problemas estruturais do Sporting e perceber que é impossível fazer algo duma equipa que não tem bases para crescer… Não soube gerir os maus, mas sobretudo bons momentos e vê-se ultrapassado pelo seu Braga com condições económicas e de massa associativa claramente inferior. Domingos não soube homogeneizar um plantel para um objectivo comum, começando a época com uma clara divisão ente o passado e o presente da equipa. Atribuindo a titularidade a jogadores como Postiga e Djálo que depois saíram do clube e perdendo nas primeiras três jornadas estupidamente 7 pontos, quando todas as experimentações deveriam ter acabado na pré-época. Aqui como Villas-boas, não soube enquadrar-se no plantel que tinha e se hoje se queixa da heterogeneidade de nacionalidades e nas condições que os jogadores vivem (com a namorada, sem sustento familiar), ele é o grande culpado, ao ser ele o selector dessas escolhas.

         No tempo de aceleração de movimento de capitais, do imediatismo, do sucesso fácil e rápido a estrutura mais uma vez vem nos mostrar que está primeiro e sempre estará com investimento, sheikes ou o que quiserem falar.

         Porque afinal o futebol é do povo e não das elites…