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Minuto Zero

A Semana Desportiva, minuto a minuto!

A Semana Desportiva, minuto a minuto!

Minuto Zero

29
Jul11

Em Frente

Jorge Sousa

 Todos a Alvalade!

 

 

          Estão lançados os dados que irreversivelmente irão marcar, ou não, um ponto fulcral numa revolta leonina à muita aguardada. Num mercado vasto nem sempre a qualidade é abundante e são necessários bons métodos e conhecimento do mesmo, ainda para mais quando o clube se encontra num impasse entre a luta pelo lugar de topo e a luta pelo terceiro lugar: o Sporting, nestas duas últimas épocas, não tem sido nem peixe, nem carne. Está ali no meio e a dúvida constante do que seria foi afastando os associados do estádio José Alvalade, até ao ponto de estes começarem a considerar que lutar por títulos começava a ser uma pura miragem.

Pior, em período de eleições, aquando do aparecimento de um “messias” – forma como muitos viam Bruno Carvalho – o revés daquela noite tenebrosa de 26 de Março para a maioria representou o golpe final nas suas expectativas futuras. Com Godinho Lopes ao leme, ninguém via bom rumo futuro.

 

          Todavia, típico de filme à Spielberg, também toda esta história tinha de ter um final feliz, ou pelo menos, esperemos que para isso caminhe. Com chegadas interessantes (nomeadamente a nível de treinador, o primeiro que Alvalade vê em muito tempo), os adeptos desmotivados começaram novamente a criar expectativas e a piscar o olho a novas idas ao estádio. Resultado?

 

 

          Aquilo que muitas vezes se vê associada a um dos nossos clubes rivais tem vindo a fomentar este período do clube. Sem ter ainda disputado um jogo oficial, ou seja, concretamente falamos de uma incógnita, o plantel leonino apoiado num bom trabalho da direcção, tem conseguido construir à sua volta uma verdadeira onda verde, que terá o seu primeiro resultado visível no jogo de apresentação. Parece que pode ser o início de algo bom, as pessoas assim acreditam. Até o estádio parece outro (Paulo Pereira Cristóvão, entre outras medidas, colocou o exterior do estádio verde à sua volta). Belo período em que a bola ainda não rola, período mais estável em muito tempo no clube.

          Vamos mais uma vez acreditar irracionalmente, vamos todos ao estádio!

 

Saudações Leoninas,

by Jorge Sousa

 

P.S.- Escrever algo tem sido duro, por falta de tempo. Todavia, não sendo este o meu dia, sempre que possível, irei apresentar trabalho. Até Setembro vai ser assim.

13
Jul11

Em Frente

Jorge Sousa

Milhões e Ambições

 

        Nem oito, nem oitenta. A realidade leonina é que actualmente dispõe de meios financeiros suficientes (e mesmo exagerados) para lutar apenas por um terceiro lugar e insuficientes para a luta pretendida pelo título nacional, pelo menos aparentemente. Não vale mesmo a pena comparar os orçamentos do Sporting com os rivais da segunda circular e com os do Porto. Um jogador que custe ao Sporting mais de cinco milhões de euros, perante o exigente tribunal de Alvalade, tem o dever de assumir prontamente uma posição de destaque na equipa. No Benfica e no Porto existe a possibilidade de, por valores idênticos, assumir erros provenientes de verdadeiros tiros no escuro. Teoricamente o clube leonino começa já a época arrumado no terceiro lugar, devido a erros no passado que comprometeram a saúde financeira da instituição. Todavia a época de 1999/2000 (eram tempos mais desafogados é certo, mas o plantel era bem menos cotado que o do então penta-campeão FC Porto) provou que tudo pode acontecer com um colectivo coeso e pragmático.

 

 

        Foram várias as contratações a custo reduzido do clube e nem de outra forma poderia ser. De forma a combater o domínio dos outros dois grandes de Portugal é necessário uma elevada astúcia e um rico conhecimento do mercado nacional e internacional. A contratação de internacionais holandeses, argentino e jogadores de elevado potencial que podem levar a futuros encaixes financeiros importantes para a saúde do clube, revelam-se assim uma boa estratégia de Carlos Freitas e Luís Duque. Se considerarmos ainda que o treinador Domingos Paciência tenha tido os jogadores que exigiu (Rodriguez e Luís Aguiar) então melhor ainda. Teoricamente partimos então atrás, mas na prática a dinâmica leonina 2011/2012 pode realmente dar alguns frutos. Pode dar uma, duas taças, pode não dar nada, mas aparentemente deverão o plantel e os resultados sofrer melhorias relevantes em comparação com as últimas duas épocas, verdadeiras tragédias para a massa adepta leonina.

 

        Com a possibilidade que o Sporting tem, elogiando neste ponto a direcção, de poder contar com grande parte da estrutura que levou o Braga ao ponto de potência emergente no panorama nacional e internacional (Carlos Freitas, a equipa técnica e determinados jogadores), poderá o Sporting ser uma ameaça perante os milhões dos rivais? Só o tempo o dirá.

 

Saudações Leoninas,

by Jorge Sousa

29
Jun11

Em Frente

Jorge Sousa

Caça à Truta

 

                Esta altura do ano torna-se crítica para grande parte dos adeptos. Do desespero, da depressão à loucura, à criação de expectativas elevadíssimas é um pequeno passo. Fala-se de trutas, jogadores que por si só fazem sonhar os fãs, que vendem camisolas aos milhares, que levam à compra de lugares cativos. Enfim, é aquele período da época em que tudo é possível, onde os derrotados melhoram a sua qualidade e os vencedores tentam desesperadamente manter a estabilidade campeã.

                Falo do que a mim me diz respeito – o Sporting. Para os Leões estes próximos dias serão clarificantes na tentativa de perceber qual é afinal o grande objectivo da próxima época. Voltar a lutar pelo título? Lutar pelo segundo lugar? Pois bem, sabendo que o mercado não encerra as suas portas no dia 4 de Julho (data de início dos trabalhos da equipa), muita coisa poderia (e pode) ainda acontecer. Todavia, a direcção, representada por Carlos Freitas propõe-se a apresentar o plantel (se não no seu todo, quase todo) definido até então. Pelos menos isso é pretendido igualmente pelo treinador Domingos Paciência, que terá ao que tudo indica na constituição da equipa 23 jogadores mais três jovens promessas (Arias, Carrillo e eventualmente André Martins).

                Rui Patrício será o titular na baliza leonina, ficando em princípio Tiago e Golas na segunda linha (apesar deste último poder vir a ser emprestado entrando um guarda-redes mais experiente, sendo neste ponto o jogador mais falado para o lugar Ricardo, antigo guarda-redes leonino). Faltam 20…

                No lado esquerdo da defesa, assumindo que Atila Turan será para actuar nesta posição, temos então o internacional pelas camadas jovens da França a rivalizar com Evaldo. No lado direito temos o titular da selecção nacional João Pereira e João Gonçalves (Abel deverá terminar a sua carreira). Faltam 16…

                No centro da defesa o gigante recém-contratado Oguchi Onyewu junta-se ao também reforço Rodriguez, a Polga e a Carriço (o argentino Torsiglieri deverá ser emprestado, tal como foi Mexer). Faltam 12…

 

 

                Meio-campo promete ver formada uma nova estrutura, vislumbrando-se a porta da saída para Maniche, Pedro Mendes, Vukcevic, permanecendo-se a dúvida quanto à permanência de Zapater (em principio ficará no plantel). Contando com o espanhol, com os reforços Rinaudo (pelos vistos está garantido), Schaars e ainda com André Santos, Jaime Valdés, Matías Fernández e Marat Izmailov fica a faltar um extremo-esquerdo ao plantel. A contar com este eventual reforço faltam 4…

                No ataque, a transferência mais cara do defeso leonino, Ricky Van Wolfswinkel, juntamente com Yannick Djaló e Hélder Postiga parecem insuficientes para assumir o que quer que seja, faltando portanto a contratação ainda de um matador, uma garantia de golos, para completar o plantel.

                Godinho Lopes deu a entender que esta semana seriam apresentados quatro reforços. Onyewu foi o primeiro, restam três. Rinaudo e Turan podem ser dois dos nomes que o presidente leonino tinha em mente, mas tendo em conta que o internacional argentino parece já ter sido há muito anunciado como reforço leonino, pode ser que o tal extremo-esquerdo e o tal matador sejam as tais duas trutas que faltam apresentar para fechar o plantel.

O seu valor definirá em muito a época leonina, as expectativas dos adeptos, os níveis de compra das GameBox deste ano. Os rumores por essa blogosfera fora são do mais extravagante possível, agora falta esperar para ver o que ai vem e o que esta direcção pretende, lutar pelo título ou mais uma vez ficar a ver os rivais passar sem nada que se possa fazer.

 

Saudações Leoninas,

By Jorge Sousa

15
Jun11

Em Frente

Minuto Zero

O nosso destino é descer…

 

     … E em boa parte dos casos acabar. Pois bem, como Figueirense uma das coisas que sempre se comentou quanto à Naval foi que após subir de divisão, uma eventual descida, representaria o provável fim do clube centenário. E creio eu que este pensamento não será só próprio dos adeptos do clube local, havendo inúmeros casos idênticos por esse país fora.

 

     A Naval não é um clube dos seus associados. Há muito que não é. A Naval é um ponto central tendo em conta a busca de interesses complexos por parte de quem a dirige. Toda a gente sabe que no clube quem manda, investe e controla é Aprígio Santos. É este que sem nunca contratar grandes estrelas foi usando o clube para se elevar, não se preocupando com a contracção de dívidas fatais por parte do emblema. Agora, bem, agora já são salários em atraso, dificuldades em construir uma equipa a tempo de inscrever na Liga, etc…

 

     Em Portugal, facilmente se constata que existem três grandes clubes que aconteça o que acontecer têm o seu lugar demasiado bem definido no panorama nacional de forma que, mesmo nas ruas da amargura a nível financeiro, se mantêm activos, tal o seu tamanho, poderio e apoiantes. Depois existem determinados clubes que aparentemente alcançaram um estatudo privilegiado – Braga e Guimarães – mas que não têm esse como certeza (veja-se o Belenenses e o Boavista). Existem ainda clubes que têm vindo a alcançar uma certa tranquilidade financeira – Rio Ave e Nacional – e, claro, todos os restantes clubes que lutam num permanente mata-mata financeiro. O próprio Marítimo, clube com quota-parte de importância alcançada, atravessa dificuldades. Leiria, Académica, Beira-Mar, históricos do futebol nacional, choram a maldita hora em que sonharam ter um estádio no Europeu. Vitória de Setúbal não passa de um clube moribundo que ano após ano vai sobrevivendo e os restantes – clubes como a Naval, Olhanense – vivem o presente, sendo que a exemplos passados, o mais certo é depois de alcançarem a primeira divisão, descerem a pico endividados e sem que ninguém lhes pegue.

 

     O Futebol Português necessita de uma forte reestruturação. Se constantemente aparece um Varzim, um Leça, um Alverca, um Salgueiros, um Campomaiorense, porque não tentar de uma vez por todas congelar a situação. Estádios vazios, subsídios utilizados para no futuro caírem por terra. Enfim, não sou eu que tenho de formular resoluções. Está na hora de quem de devido direito torne o nosso futebol, a nossa liga de onde saem Cristiano Ronaldo, Figo, Mourinho, etc. … algo vantajoso a todos e não só a meia dúzia de empresários.

 

Saudações Leoninas,

by Jorge Sousa

08
Jun11

Em Frente

Minuto Zero

Família

 

     “Somos nós quem dá a voz, quem veste a cor do campeão; E todos nós não estamos sós no Fogo do Leão”. Ter num clube, uma das nossas maiores paixões por vezes pode proporcionar momentos horríveis, momentos em que tudo corre mal. Mas, pode igualmente levar a momentos que ficarão permanentemente na nossa memória. Depois de ter estado com Yordanov em vésperas de conquistar o título de 2001/2002 (numa das únicas visitas que tive ao antigo estádio), depois de ter conversado com Mário Lino sobre a excelente época de 1973/1974, depois de ter jantado com Fernando Mamede, as duas oportunidades, mesmo que curtas que tive de estar na presença de duas das glórias do clube (do presente e do passado leonino), neste último sábado, entram para esta minha galeria de belos momentos leoninos de imediato.

     Mais uma vez, como curiosamente foram quase todas as ocasiões em que tive oportunidade de estar na presença de algum nome grande do clube, foi o Núcleo Sportinguista da minha terra natal que tal proporcionou, devido a uma excelente visita proporcionada à Academia de Alcochete e ao Mundo Sporting (estádio e museu), na qual quase 350 pessoas fizeram questão de participar. Aliás, neste ponto e desculpem fugir um pouco ao tema, tenho de afirmar que sempre considerei os núcleos essenciais ao clube. São eles que representam o Leão fora de Lisboa, assumindo uma enorme importância na afirmação da marca leonina nas suas localidades. A organização de actividades por parte destes contribui de forma irrepreensível para a vitalidade do clube e, por isso mesmo, ter constatado que no grupo de viajados as idades variavam dos oito aos oitenta foi algo que só demonstra o excelente trabalho que estes praticam.

 


     Pois bem, esta visita, proporcionada neste passado sábado, permitiu-me conseguir num breve momento estar com João Benedito, um dos últimos casos de amor à camisola no clube. Curiosa a maneira como se sucedeu o encontro; Sorrateiramente escapei à visita guiada a Alcochete e lá consegui encontrar os jogadores de Futsal (que se encontravam em estágio para o encontro de mais tarde com a equipa do Fundão), deparando-me de imediato com o capitão, que lá interrompeu o estágio para a foto de praxe e umas curtas palavras. Não deu para mais, mas também tendo em conta quem mais tarde iria conhecer, satisfazia totalmente e deixava-me já perfeitamente contente pela visita tida até então.

     Longe de mim saber quem ia almoçar connosco mais tarde. Curiosamente, tal como Benedito, este é igualmente o “nosso capitão”, sendo um caso único de amor à camisola no clube. Campeão, herói imortalizado pelo póquer de 1986, no memorável 7-1, finalmente pude conhecer e conversar com Manuel Fernandes. A forma como falou de igual para igual, abertamente, recordando como rejeitou propostas bem mais vantajosas dos nossos rivais para permanecer em Alvalade, criticando os actuais avançados do clube, afirmando que muitos nem qualidade tinham para vestir a nossa camisola... Enfim, falou comigo, frontalmente, admitindo mesmo que não conhecia o novo avançado holandês, mas que já estava na hora de algo mudar (esperemos que seja para breve…).

     Foi curto visto de fora, todavia estes dois pequenos episódios acabam por permitir-me conhecer mais dois elementos desta nossa família única, que começa nas pessoas que assistem aos jogos em Alvalade, passa pelos jogadores que ficam na nossa memória e continua nos associados que fora de Lisboa aproveitam estas viagens para – entre lágrimas – recordar Joaquim Agostinho, o cantinho de Morais ou a chegada de Carlos Lopes ao estádio olímpico de Los Angeles. Por isso mesmo, obrigado Núcleo Sportinguista da Figueira da Foz, obrigado João e obrigado Manuel, grandes leões, que a mim me proporcionaram mais um belo momento ligado ao meu clube.

 

Saudações Leoninas,

by Jorge Sousa

01
Jun11

Em Frente

Jorge Sousa

     Antes de iniciar a crónica, um pedido de desculpas é necessário, uma vez que nas últimas duas semanas foi-me impossível participar no Minuto Zero, por problemas “técnicos”. Mas pronto, a ver se finalmente ultrapassámos este problema.

 

Chirola

 

     No passado dia 28 de Maio a família Sportinguista viu partir Manuel Brito, antiga glória do Andebol do clube. Trinta anos no Sporting (20 como jogador, 10 como atleta), fez parte dos “sete mágnificos” que conquistaram um penta-campeonato entre 1968 e 1973, tendo ao todo conquistado 13 campeonatos ao serviço do clube.

     Um dia depois, caso fosse ainda vivo, Hector Casimiro Yazalde faria 65 anos. Conhecido pelos adeptos por “Chirola”, dedico estas próximas linhas a uma das lendas leoninas.

     Nasceu em Buenos Aires no já distante ano de 1946 e até chegar ao Sporting passou pelo Piranã (pequeno clube do seu bairro) e pelo Independente. Com apenas 20 anos já se sagrava campeão argentino, melhor marcador e era convocado para a selecção. E, portanto, foi com naturalidade que começaram a surgir convites de diferentes clubes, entre outros o Lyon, o Valência, o Santos, o Palmeiras e o Sporting, que quis o destino fosse o clube que tanto os adeptos faria um dia alegrar.

     Assinou pelo clube a 25 de Janeiro de 1971, com o rótulo de craque, tendo apenas feito a sua estreia oficial na época de 1971/1972, a 12 de Setembro do mesmo ano, contra o Boavista,  marcando dois golos. Todavia, a sua primeira época em Alvalade nada fazia prever o festival de golos que o argentino ainda ia dar aos adeptos, tendo apenas conseguido facturar em nove ocasiões diferentes, nos 20 jogos que disputou no campeonato e 4 vezes, nos 4 jogos que disputou na Taça das Taças.

     A época de 1972/1973 ainda não foi a sua mais emblemática época no clube. Mesmo assim, Yazalde disputou 29 jogos no campeonato, onde marcou por 19 vezes. Na Taça de Portugal, que o Sporting conquistou, o goleador fez questão de demonstrar a sua veia goleadora, tendo em 5 jogos, facturado por 7 vezes. Ainda a recordar, que haveria de marcar igualmente um golo nos dois disputados na Taça das Taças. Seguia-se então a fantástica época de 1973/1974…

     Comandada por Mario Lino, a equipa do Sporting conquistou quase tudo o que havia para conquistar. Fez a dobradinha e a Taça das Taças teve perto de ser uma realidade ou não fosse a meia-final de má memória, contra o Magdeburgo, onde tudo o que podia acontecer, nos aconteceu, como por exemplo não termos contado com o astro argentino no segundo jogo da eliminatória por lesão.

    

    

     Nesse ano dançou-se tango em Alvalade. Yazalde encantou os relvados nacionais, fez vibrar os adeptos leoninos, facturando por 46 vezes no campeonato, onde disputou 29 jogos (na Taça das Taças ainda marcou por quatro vezes nos 6 jogos em que alinhou). A época sensacional de Chriola foi coroada com a conquista da Bota de Ouro, sendo que o número de golos que então marcou, ainda hoje constitui um recorde inigualável por essa Europa fora. Mesmo a recuperar de lesão, o argentinr foi ainda convocado para disputar o Mundial desse ano, na Alemanha, onde em três jogos ainda marcou por duas vezes.

     Recebeu então uma proposta do Real Madrid, que rejeitou, para realizar mais uma época em Portugal, que haveria de ser a última. O Sporting não foi campeão, mas mesmo assim Yazalde marcou por 30 vezes, nos 26 jogos disputados no campeonato (foi Bola de Prata europeia), para a Taça de Portugal marcou por cinco vezes, nos cinco jogos que disputou e na Taça dos Campeões, tendo participado em dois jogos, ainda marcou uma vez. O seu último golo, com a camisola verde-e-branca, foi a 27 de Maio de 1975, em jogo a contar para os quartos-de-final da Taça de Portugal contra a União de Tomar. Bisou no jogo.

     A sua carreira continuou então no Marselha, onde fez ainda 23 golos e conquistou a Taça de França (as lesões já eram uma constante e portanto não conseguiu muito mais). Aos 31 anos voltou a Buenos Aires, com passagens pelo Newell’s Old Boys (53 golos) e no C.A. Hurracán, onde só disputou um jogo. Aos 35 anos colocaria um ponto final na sua carreira, ficando no coração de todos os Sportinguistas como um dos maiores goleadores da história do clube, ficando, por exemplo, na memória o golo em mergulho que conseguiu contra o Benfica. O tango só voltaria a ser dançado em Alvalade pelo “el matador” Beto Acosta.

     Yazalde deixou-nos cedo, aos 51 anos de idade, mas jamais será esquecido.

 

“O Sporting e os Sportinguistas estarão sempre no meu coração.”

Hector “Chirola” Yazalde

 

Saudações Leoninas,

Jorge Sousa

 

04
Mai11

Em Frente

Jorge Sousa

Tratamento de Grande

 

                Dá-me um gosto bastante grande ser do clube que sou. Saber que somos tratados de forma séria e justa (dependendo do adversário) como seria de esperar num desporto que tem como principal slogan “fair-play”. Gosto bastante de árbitros justos e correctos, capazes de manter a fluidez do jogo, mas assumindo o que há a assumir no momento oportuno.

                Dá-me enorme tristeza ver a forma como uns são filhos e outros são enteados. Viver uma modalidade, no meu país, cada vez mais bipolarizada para corresponder aos desejos de algo não tão claro. Não consigo perceber (talvez, até consiga…), como alguns árbitros aplicam as leis exactamente dentro do esperado perante algumas equipas e, para outras, deixam que a anarquia reine, qual selva, qual quê, regendo-se o jogo somente pela lei do mais forte.

                Apelava Carlos Freitas a uma igualdade de critérios para todos. Apelava a que não se fizesse do Sporting o parente pobre dos grandes de Portugal. (Mas que raio de desejo sinistro é este de, sabendo a miséria actual do clube, tentar sempre mantê-lo assim, por meios não necessários…) Isto deixa-me a pensar que talvez o clube adormecido, falido, ou lá como lhe queiram tratar, ainda assusta alguém.

 

                Eu vejo um André Santos bem expulso, mas depois penso e vejo que, por exemplo, um Javi Garcia faz o mesmo ou pior constantemente e, para ver um amarelo, é preciso que quase parta a perna a alguém. Diferença? O primeiro é violento, o segundo é viril e somente joga duro.

                Eu vejo um João Pereira expulso por palavras a um árbitro, quando há bem pouco tempo o Fábio Coentrão teve a trocar carícias com um árbitro, para no final ter tratamento oposto. Mas espera, o árbitro era o Duarte Gomes! O belo do árbitro que depois de levar uma peitada do Belluschi se encolheu e lhe mostrou um tímido cartão amarelo. Diferenças?  “Tá calado pah! Só choradinho! Então não viste que aquilo foi assim porque... (o argumento não chega) … Terceiro lugar toma! (bom argumento) ”

                Num país com elevada crise de valores morais, o futebol tende, como aliás sempre tendeu, a seguir exactamente esse caminho. Descaradamente. Temos um jogador que por tentativa de agressão apanha um mês, quando o treinador que o agrediu apanha 11 dias (remetendo-se o castigo somente para uma altura em que os jogos em disputa para nada já contavam).

                E depois querem falar em justiça? Em corrupção? Falem à vontade! Fala o lá de cima, fala o cá de baixo e eu, que graças a deus sou de um clube que passe ao lado disso (também por culpa própria: somos demasiado transparentes para entrar nesses jogos e termos o nosso nome associado ao que quer que seja) é que abano a cabeça e rezo pelo dia em que se actua seriamente em Portugal. Até lá, circo e pão para quem quiser que isto tem é piada um guarda Abel aqui, um Diabo de Gaia a agredir árbitros ali e a polícia de choque a invadir bancadas em Alvalade.

                Não somos já grandes? Então não nos chateiem.

 

Saudações Leoninas,

by Jorge Sousa

27
Abr11

Em Frente

Jorge Sousa

Primeiro mês

 

                De dia 26 de Março até hoje, parece que só passou um dia. Mas, o que parecia ter sido iniciado então já condenado, tem vindo a sobreviver e a ganhar espaço. Godinho Lopes foi eleito sob um clima contraditório, por uma minoria de associados do clube, entre cenas lamentáveis na Praça do Centenário em Alvalade. Não houve direito a consagração do vencedor, nem tão pouco ao menor tipo de festejos frente aos associados que madrugada dentro esperaram pelos resultados.A eleição do novo presidente leonino ocorreu rodeada de enorme suspeita, com direito a providência cautelar (rejeitada), com acusações de ameaças, constituindo assim o argumento ideal para um bom policial norte-americano. As pessoas queriam – algumas ainda querem – sangue; queriam uma enorme revolução, queriam aquilo que a seu ver consideravam melhor para o clube…

 

 

                Eu, não tendo votado nem no vencedor, nem no segundo candidato mais votado, assumi desde muito cedo uma posição de neutralidade. Não queria que Godinho Lopes fosse o presidente do Sporting, no entanto, com o avançar das eleições, também passei a considerar que Bruno de Carvalho talvez não fosse a escolha acertada. Enfim, se fosse eu a escolher uma Pinto da Costa é que era, mas bem sabemos que personagens dessas não existem ao virar da esquina.

                A partir do momento que a Lista A foi eleita para a presidência do meu clube, passou a ser a minha lista. Godinho Lopes foi nesse dia eleito o meu presidente e até hoje continua a sê-lo. Todavia, por associá-lo a um passado directivo recente que condeno, assumo que terá uma fraca margem de manobra para mim. A pré-época ganha nesse aspecto uma força essencial para a actual direcção. O Sporting não é um daqueles clubes que se encontra totalmente focalizado no futebol, no entanto, obviamente que é este o desporto nuclear da instituição.

                O presidente apoiou-se muito no termo credibilidade. Prometeu ter os meios para alcançar uma equipa forte, capaz de lutar pelo título nacional desde o primeiro momento. A si foram sendo associados o nome de jogadores que aumentariam a competitividade do plantel, tal como um treinador com provas dadas no futebol nacional. Agora está a chegar a altura de provar que isso não foram falsos rumores criados somente para alcançar a vitória eleitoral.

                Até hoje, tem vindo a ser pacificado o ambiente entre os associados do clube, com medidas menores, mas igualmente saudáveis. Mas isso foi algo que Bettencourt também foi promovendo no início do seu mandato. A primeira prova de fogo segue-se nestes dois próximos meses e, sem resultados práticos, o trabalho desenvolvido nesta fase embrionária da presidência de Godinho Lopes terá valido praticamente nada para o difícil Tribunal de Alvalade.

 

Saudações Leoninas,

by Jorge Sousa

19
Abr11

Em Frente

Jorge Sousa

  Silly-Season     

        

                Um adepto desmotivado, uma equipa demolida, uma história já contada. Pensa lá jornalista, como raio vais dar a volta a este problema, vender o jornal, colocar o dinheiro no bolso e fazer sonhar alguém. Pensa, pensa… Não sabe como? Então toca a pegar na velha fórmula mágica da Silly-Season onde todos são grandes, todos são campeões, nada se perde, tudo se ganha e “agora é que é”.

                Sabem do que falo? É Robinho, meus amigos! É Tomasson que chega hoje, é Buffon a interessar a alguns. É o Taiwo no Benfica, é o Pavlyuchenko no Sporting. Enfim, é o momento em que o jornalista, como eu em casa, entra na base de dados do Elifoot, do CM, do FM e, toca a fazer as suas equipas de sonho. Ver quem ficava bem aqui, ali, toquezinho aqui, paus mágicos ali e, pronto, eis que se alcança o novo campeão nacional. O adepto come, o jornal também e na pior das hipóteses (pior, mas igualmente mais recorrente) um simples suspiro pelo jogador que estava certo e que fugiu-nos entre a ponta dos dedos.

                A mim sempre me soube bem ler estas notícias em casa, ainda para mais nas distantes épocas do início do novo século, onde do meu clube se ouvia falar de dois ou três destes quase-quase-nossos-jogadores durante toda a pré-época e do rival da segunda circular uns quantos todas as semanas. E que bem que sabia ler sobre o jogador da gigante Lázio que vinha, para depois vir o Pesaresi, ou do roubo do milénio aos rivais para no final aparecerem o reformado Drulovic e o Quim Berto.

 

               

                Pois, o pior é que o feitiço aos poucos vai mudando de dono. Se para vender aos adeptos do Benfica nessa altura era preciso motivá-los com supostas estrelas vindas de galáxias distantes, o mesmo parece agora suceder-se no Sporting. A Silly-Season, bela e sonhadora, que tinha início lá para os finais de Maio, este ano ainda não parou.

                Não têm notado? A equipa do Sporting já saiu praticamente toda e já foi substituída por meio mundo novo. Artur, Wendt, Rodriguez, Garay, Alex Silva, Zahavi, Jô, Bobô, são já os primeiros que entre confirmações, desmentidos e, mesmo quase a assinar, sempre segundo “fonte segura”, entraram na roda-viva que será este Verão quente em Alvalade. E, atenção, que até ao nível do treinador, a história não terá fim tão próximo quanto isso, que isto de ter Paciência não deve ser assim um dado tão certo. E graças a deus que já lá vai as eleições, ou então entre treinadores, jogadores e olheiros, o Sporting arriscava-se a ter para o ano um departamento capaz de alinhar numa partida de Futebol Americano, com uma equipa ofensiva, outra defensiva e ainda uma especial.

                Suspira Sportinguista que bem precisas, pois isto apesar de não alcançar níveis de outrora em Portugal, leva ao riso natural de quem acompanha esta Silly-Season, que ainda nem a Maio chegou. Nunca mais chega o início da próxima época…

 

Saudações Leoninas,

by Jorge Sousa

12
Abr11

Em Frente

Jorge Sousa

Rui Patrício

  

                  O jovem guarda-redes português começa a dar mostras de estar muito rapidamente a tornar-se num dos melhores guarda-redes a nível mundial. Patrício, mal amado em Alvalade sem explicação racional à vista (o tribunal leonino por vezes tem destas coisas), tem sido um dos únicos pontos positivos do Sporting versão 2010/2011. No meio de tanta intranquilidade gerada em torno da equipa, no momento da verdade tem sido este a aparecer, à imagem do último jogo contra a Académica, com intervenções no limite, impróprias para cardíacos.

 

 

 

               

                 Os adeptos não sabem ao certo valorizar aquilo que têm, muito à imagem do que aconteceu, por exemplo, com Nani. Sim, o jogador já errou (este ano aponto o golo sofrido contra o Beira-Mar e um dos golos sofridos em casa contra o Paços de Ferreira como as suas falhas mais marcantes). Todavia, foram casos tão isolados, que em comparação com os golos certo de que nos salvou, parecem insignificantes. É um guarda-redes que dá pontos à equipa, sendo assim necessário enaltecer quem o lançou (mesmo que talvez o tenha feito demasiado cedo), acabando por demonstrar que não é necessário gastar fortunas em negócios de risco, para alcançar qualidade entre os postes. Apostar na casa também dá resultados, ficando assim no ar uma crítica a outros clubes designados de grandes, que com meios válidos, raramente apresentam um jogador da sua formação como parte efectiva da equipa principal, desvalorizando o futebol nacional ao fazê-lo.

                Agora, caso se comprove o interesse dos maiores clubes europeus no jovem guarda-redes de 23 anos, o que deve ser feito? Vender e obter assim um valor considerável, talvez mesmo um dos mais dispendiosos do mercado internacional a nível da posição? Ou fazer de Rui Patrício uma figura emblemática do clube, como já não existe nos dias correntes no clube? Sou sincero, a minha resposta teria sempre de ser bipolarizada. Como sócio do Sporting pretendia ver a figura de Vítor Damas tornada uma realidade no século XXI, querendo que o guarda-redes permaneça toda a sua carreira com o leão ao peito, mas tal não vai acontecer. Rui Patrício sairá do Sporting, provavelmente já na próxima época, tornando-se a curto trecho o titular indiscutível da selecção e de uma equipa com melhores meios que qualquer clube português pode neste momento almejar. E, no ponto de vista do atleta, é o melhor que lhe pode acontecer, sob risco de estagnar no campeonato nacional, que para o potencial que apresenta começa a tornar-se limitado.

                Pela sua qualidade, Patrício merece mais que jogar semanalmente contra equipas como a Naval, Portimonense e Olhanense (sem desrespeito por estas). A sua qualidade torna-o num jogador válido para disputar uma liga Italiana, Espanhola ou Inglesa e, essa realidade que está para breve, fará aqueles que tanto o assobiaram e que tanto duvidaram dele, os primeiros a chorar a sua saída, percebendo todos os Sportinguistas, que substituir este guarda-redes será uma tarefa de difícil resolução.

 

Saudações Leoninas,

 

by Jorge Sousa