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Minuto Zero

A Semana Desportiva, minuto a minuto!

A Semana Desportiva, minuto a minuto!

Minuto Zero

06
Jul12

Buzzer Beater

Óscar Morgado

Sem lockout, há animação para o mês todo

 

Bem verdade. A época dos 'free agents' está em altas, e muitas são as novidades, que prometem abanar as classificações na próxima temporada, ou pelo menos tentar. A grande notícia da edição de 2012 é o reforço em peso dos Brooklyn Nets (ex-New Jersey), com a confirmação do regresso de Deron Williams e Gerald Wallace, ambos em contratos milionários, e a troca por Joe Johnson, marcador de serviço dos Atlanta Hawks, que, apesar de possuir um contrato que roça o absurdo, será uma peça importante na demanda dos Nets. E depois a equipa parece não desistir do desejo de obter o mais desejado de todos: Dwight Howard. O poste vencedor de três prémios de Melhor Defesa da NBA já mostrou o seu desejo em ir para os Nets, embora Orlando ainda esteja a ponderar hipóteses de troca, pelo que de Brooklyn os Magic teriam um retorno de Brook Lopez, Marshon Brooks, Kris Humpfries e escolhas de draft. Se alguma outra equipa conseguir o consentimento de Howard em prolongar contrato, há melhores ofertas por aí (leia-se, Andrew Bynum e Pau Gasol dos Lakers ou até Ibaka e Harden de Oklahoma, sendo que este último é apenas uma ideia minha e de outras pessoas, não é uma negociação pensada). Seria, em teoria, um quarteto fantástico de Williams, Johnson, Wallace e Howard, que desafiaria a supremacia no Este dos Miami Heat.

Mas mais aconteceu! Steve Nash, eterno base dos Phoenix Suns e já por duas vezes MVP da época regular, foi finalmente trocado para um local onde poderá perseguir o último galardão que lhe falta: o campeonato. Nos Lakers, a equipa, se não sofrer mais alterações, tem um 5 inicial capaz de destronar Oklahoma no Oeste, e desafiar até os campeões em título Miami Heat. Já lá vai o tempo em que os Lakers têm um base realmente bom e à altura do trabalho, sendo que Derek Fisher não foi a escolha ideal nas últimas épocas, e Ramon Sessions desapareceu um pouco durante os playoffs da época transacta. Nesta negociação ficaram para trás os Raptors, que lançaram dinheiro para cima da mesa de forma a convencer Nash a jogar no seu país natal, e os Knicks, que esperavam reuni-lo com Amare Stoudemire e desafiá-lo a ganhar jogos por uma equipa que tanto precisa das vitórias. Terão que se contentar com Jason Kiddc, que já tem acordo com os nova-iorquinos.

De resto mais equipas têm feito movimentos significativos, com Eric Gordon a aceitar acordo com os Phoenix Suns (embora os Hornets tenham o direito de reter o jogador se igualarem a oferta feita), Brandon Roy a voltar da reforma com os Timberwolves, juntando-se a ele Nicolas Batum, também ex-Trailblazer, e mesmo Jeremy Lin, que fez um acordo semelhante ao de Gordon com os Suns (mas por menos dinheiro) com os Rockets, podendo os Knicks igualar, o que se espera que aconteça numa equipa que precisa desesperadamente de gente para a organizar do caos que a eterna Gotham City Batmaniana necessita.

Para finalizar vou apenas destacar aqueles que parecem os grandes derrotados destes processos até aqui: os Dallas Mavericks. Tendo Nowitzki assinado por menos dinheiro do que seria de esperar no final da época 2010/2011, de forma a conseguir flexibilidade para as contratações desta época, todos parecem fugir do barco de Mark Cuban: Deron Williams não foi convencido pelos texanos e ficou em Brooklyn, Jason Terry tem acordo com os Celtics, Kidd foi para Nova Iorque, e Lamar Odom para os Clippers. De notar que da equipa que ganhou o título frente aos Miami Heat também já sairam Caron Butler e Tyson Chandler. Nisto, Nowitzki fica realmente sozinho. Mas conhecendo a sagacidade de Mark Cuban, talvez não seja boa ideia decretar a derrota para os Mavericks, pelo que o ambicioso dono não se ficará pelas soluções de recurso.

16
Mar12

Buzzer Beater

Óscar Morgado

Doidas doidas doidas andam as equipas

 

Terminou hoje o prazo de transacções de jogadores da época 2011-2012 da NBA. E portanto Dwight Howard acabou por ficar em Orlando. Mais um ano pelo menos, exercendo a sua opção de contrato. Tanta persuasão ao longo do ano por parte da organização, e o melhor poste do mundo ficou. Ninguém se acreditava, mas realmente aconteceu. É claro que pode ser só um adiamento, porque maus contratos em Orlando podem significar que durante o Verão ou a próxima época ninguém de significativo virá para ajudar Dwight Howard. Isto foram más notícias para os New Jersey Nets, que esperavam atrair Howard e juntá-lo com Deron Williams, este último ainda não segurado por um contrato de longo termo.

Mas quem saiu a ganhar e a perder da confusão toda?

 

Vencedores

   Washington Wizards: Enviando Young para os Clippers e McGee para os Nuggets, os Wizards conseguiram Nené Hilário, poste da equipa de Denver. É uma forma de lhes dar maturidade, e alguma orientação para John Wall. Além disso, com mais um ano além deste, termina o contrato de Rashard Lewis, e a equipa pode contratar uma estrela. Devagarinho, vão assentando.

   L.A. Lakers: Enviar Fisher para os Rockets e conseguir um talento jovem em Jordan Hill é uma melhoria, mas conseguir melhorar na posição de base com Ramon Sessions a vir de Cleveland a troco de uma escolha de 1ª ronda de draft que não será muito significativa e jogadores dispensáveis parece-me natural como uma evolução po

itiva.

   L.A. Clippers: OK! A falta de Billups fica relativamente colmatada com a potência no marcador que Nick Young traz ao plantel. Não tem a mesma presença veterana nem a mesma inteligência e empenho em campo, mas no que toca a um marcador energético, que remedeie a falta de Billups,

tudo certo.

   Golden State Warriors: Um poste forte em Adrew Bogut, vindo dos Bucks, ainda que a troco de Monta Ellis, é uma melhoria (salvo lesões que costumam ser frequentes), fazendo um duo de grandes com ele e David Lee, a temer no Oeste. Stephen Curry também é apto a lesionar-se, mas tirando esse factor, esta equipa melhorou.

   Orlando Magic: Ficaram com Dwight Howard. O que quer dizer que continuam entre os potenciais 4 poderosos no Este, e têm um ano para rodear definitivamente o poste de talento à sua altura. Como chegaram a sentir o seu bilhete para um eventual campeonato fugir-lhes das suas mãos, o relógio está a contar. Mais um ano para vir, provavelmente nunca um Kevin Durant, Lebron James ou Dwayne Wade devido à falta de moedas de troca, mas, combinando o melhorado Ryan Anderson e o contrato venenoso de Hedo Turkoglu, atrair pelo menos mais um All-Star, e outros jogadores sólidos a todas as posições.

 

Derrotados

   New Jersey Nets: Podem ter conseguido um veterano empenhado e que traz defesa à equipa, e a tão necessária companhia a Deron Williams, mas a partir do momento que Howard deixa de ser uma opção, os Nets saem por baixo. Após tanta indicação como o destino mais provável para o poste, a sua decisão de ficar em Orlando pode fazer Deron Williams sair com zero contrapartidas. A não ser que as fichas dos Nets (Brook Lopez e Marshon Brooks) surtam uma boa troca no draft ou no Verão.

   Portland Trailblazers: Até podem não o ser, mas enviando Camby e Gerald Wallace embora, vindo apenas uma quiçá preciosa escolha de draft dos Nets que, a calhar abaixo do nº 3, é dos Blazers, e então poderá (uma eventual providencial número 4) relançar esta equipa malograda de tantas lesões ao longo dos últimos anos. Resta saber se irão conseguir aproveitar o auge de carreira que atravessa LaMarcus Aldridge em tempo útil. Nicolas Batum, e um possível renascimento de Johnny Flynn poderão ajudar. Quanto ao mesmo para Hasheem Thabeet, não me parece.

   Indiana Pacers: A ter, como se previa, um ano sólido a discutir o 3º lugar do Este, conseguiram uma boa adição para os pontos vindos do seu banco com o brasileiro Leandro Barbosa...a preço de saldo, por uma mera escolha de 2ª ronda do draft. Pechincha.

   Milwaukee Bucks: Estou a arriscar aqui, até porque muitas equipas poderiam fazer bom uso dos talentos sobrenaturais ofensivamente que Monta Ellis possui. Mas trocou-se um poste (ainda que propenso a lesões) por um base-extremo mais baixo do que é comum. Embora pontos seja coisa que falte aos argumentos dos Bucks, esta jogada dependerá de sorte na lotaria e subsequente draft, bem como algumas adições de peso antes da próxima época. Porque Jennings e Ellis são um bom começo, mas nada de conclusivo.

   Houston Rockets: Fizeram trocas que convinham a outros. Se eu tivesse esta equipa em mãos, iria ter que forçosamente desfazer algumas coisas para os tornar competitivos sem ser naquela zona inglória de roçar o playoff todos os anos. Agora não desfazendo-me de sólidos 'role players', ainda jovens, como Jordan Hill ou Johhny Flynn, ou mesmo Thabeet, que tendo sido uma desilusão após ser segunda escolha da geral de alguns drafts atrás tem uma estatura tremenda, e é sempre um bom projecto para negociar talento aliciante com outras equipas E nunca para atrair 'velhos' no final de carreira, como Derek Fisher ou Marcus Camby.

01
Mar12

Buzzer Beater

Óscar Morgado

Os meios vazios e os meio cheios

 

Acabado o fim-de-semana All-Star, estamos a meio da época regular da NBA. Parece estranho dizê-lo no início de Março, quando só há pouco mais de dois meses tem havido acção entre as tabelas dos profissionais norte-americanos. E como se trata de um dos raríssimos períodos de descanso para as equipas nesta liga encurtada mas intensa, parece-me correcto ligar a bola de cristal e lançar as cartas para a mesa, num pouco frutuoso exercício de futilidade de previsões. E como estamos a meio, vou escolher 4 equipas de cada Conferência, 2 que espero que melhorem na segunda metade e 2 que espero que desçam de rendimento significativamente: meio-cheios e meio-vazios.

 

Conferência de Este

 

Meio-Cheios:

 

 

- New York Knicks: estes são claramente os mais fáceis, pelo menos com os dados que se têm até ao momento. Com um 5 inicial que parece estar finalmente completo e mais equilibrado do que quando a época começou, graças à performance de Jeremy Lin, que tem pela frente a árdua tarefa de dividir a bola entre Anthony e Stoudemire, ambos com performances medíocres em relação a anos anteriores. Um bom base poderá ser a solução para levantar aquele que pode ser um 'fantastic five', considerando Tyson Chandler no poste e Landry Fields no base-extremo. De resto continuo a considerar que este não foi um plano cautelosamente deliberado para ter sucesso, mas antes uma estrelinha da Broadway que brilhou em favor da equipa e lhes proporcionou, a preço de salto, um base de qualidade. O treinador Mike D'Antoni já levou os Phoenix Suns às finais do Oeste, e se tivermos em conta que os Knicks estão neste momento em 8º lugar no Este, parece-me que estão a lutar por um lugar no 'top 5' da Conferência. Quem diria. Sorte. Muita sorte.

 

- Detroit Pistons: num espectro bem mais modesto, sem um terço dos recursos, os Pistons começam a ver o que as suas sementes podem vir a produzir um dia mais tarde. Greg Monroe atingiu recentemente a barreira do duplo-duplo nas suas médias para esta época, mostrando-se um jogador com grande inteligência, uma máquina ressaltadora, e com muita técnica ofensiva debaixo do cesto; Brandon Knight vai provando a força dos produtos da Universidade de Kentucky, afirmando-se desde já como o base do futuro. O cada vez mais posicionalmente híbrido Rodney Stuckey parece não se estar a dar assim tão mal com a polivalência entre as duas posições exteriores, e o sueco Jerebko vai compensando o tempo perdido a época passada devido a lesão. Não acredito que cheguem aos playoffs, mas há potencial já nesta época para chegar perto do 9º lugar. Pode parcer parcialidade por torcer por eles, mas que lá está um bom plano para os próximos anos, está.

 

Meio-Vazios


- Orlando Magic: também parece ser razoavelmente fácil, dado que a saída de Dwight Howard está iminente, e esta equipa seguramente irá sofrer desaires semelhantes aos New Orleans Hornets quando perderam Chris Paul. A não ser que a moeda de troca pelo melhor poste da actualidade seja equivalente (do tipo de pechincha que os Nuggets conseguiram a época passada por Carmelo Anthony). Ainda assim, há uma probabilidade de Howard não sair na data limite das transacções, se nenhuma das equipas que este deseja (e com as quais, por conseguinte, renovaria o seu contrato, que termina no final da época) conseguir segurar a venda com um pacote de jogadores e escolhas de draft atractivo para Orlando. Se Dwight sai, os Magic descem para o fundo dos lugares ao playoff, até fora dele na pior das hipóteses. Se ele fica, continuam bons este ano, e resta-lhes fazer magia para o próximo.

 

- Boston Celtics: aqui a questão das trocas torna-se determinante também. Porque o director-geral Danny Ainge parece decidido a trocar Rajon Rondo, a era do já desgastado 'Big Three' de Garnett, Pierce e Allen está mais próxima do fim do que nunca. Mas com a corrida a Chris Paul já fechada e a de Howard muito mal parada para Boston, pergunto-me o que terá esta organização em mente ao querer separar-se do seu valor mais jovem e seguro, não sabendo bem ao certo aquilo que poderá trazer de volta do mercado. E irão manter Garnett e Allen para as próximas épocas com salários mais modestos? Ao final de contas, se Rondo sai, o 7º lugar de Boston no Este está ameaçado.

 

Conferência de Oeste

 

Meio-Cheios

 

- Minnesotta Timberwolves: vão estar a desafiar para um lugar no playoff, tenho certeza disso. Com Kevin Love a candidatar-se para MVP este ano, um quase certo All-Star no futuro em Ricky Rubio, jogadores de alto potencial como Wesley Johnson e Derrick Williams, e até parecem ter encontrado um substituto viável para Darko Milicic em Nikola Pekovic, que tem jogado muito bem com Love, a maioria das peças estão lá. O único senão é a competição no 'deep West' é duríssima. De entre Houston, Memphis ou Denver está o candidato a alvo dos T-Wolves.

 

- Portland Trailblazers: são a equipa mais azarada dos últimos anos, com Houston como um distante segundo. Como se não bastasse Greg Oden simplesmente não parecer ter joelhos para a NBA, Brandon Roy reforma-se devido a problemas semelhantes e os desejos de título, que com esses dois e Aldridge seriam bastante palpáveis, tiveram que ser adiados. Mas apenas um adiamento diga-se. Continuam a ter uma equipa com todas as posições sólidas para os próximos anos, à excepção de poste, que, apesar de Camby estar a produzir, tal como um profissional deve fazer, está assustadoramente perto das 40 primaveras. Mesmo com Jamal Crawford, base-extremo de raiz a jogar no 5 inicial a base substituindo Raymond Felton, que não tem estado à altura das suas capacidades, o ex-Knick-Bobcat et al., tem as ferramentas para conduzir esta equipa, e só se outro desastre os assolar é que não conseguirão passar do actual 9º lugar. Ainda assim, mantém-se forte a competição.

 

Meio-Vazios

 

- Pois, esta conferência é muito forte! Não vejo nenhum nome que mereça estar aqui especialmente. Mesmo sem Billups, não se antevê uma queda vertiginosa para os Clippers, que procuram manter-se, no máximo, dentro dos 3, 4 primeiros do Oeste. Os Lakers, uma vez neste grupo também, não devem descer, salvo alguma lesão grave. Só talvez Dallas, Memphis e Houston estão mais vulneráveis, mas muito mais devido à competição das equipas imediatamente abaixo do que a falhas de cada um destes grupos.

 

 

19
Jul11

Buzzer - Beater

Óscar Morgado

Quando a Europa pisca o olho…

 

                Afinal dá para haver notícias na NBA. O assunto que me proponho a comentar hoje é a razia de conversações que tem havido nas últimas semanas entre clubes europeus e jogadores da NBA, para potenciais prestações no Velho Continente.

                Quem anda a ser falado? Vamos começar pelos confirmados. Deron Williams é o grande nome até ao momento, já confirmado para jogar no Besiktas da Turquia na próxima época, na eventualidade de um lockout que chegue a cancelar alguns jogos nos Estados Unidos, com um contrato de quase 4 milhões de euros ao ano. Esta estrela, como muitas outras procuram, tem uma cláusula que lhe permitirá voltar imediatamente aos New Jersey Nets assim que a liga recomeçar. Com outros o caso não é semelhante. Falo de Sonny Weems dos Toronto Raptors, que assinou com uma equipa europeia durante um ano garantido, sem cláusula para voltar à NBA e Sasha Vujacic, que assinou com o Anadolu Efes, também da Turquia e sem cláusula de rescisão por lockout.

                Mas há mais, ainda em fase de especulação. Dwight Howard, actualmente o melhor poste do planeta, já afirmou várias vezes perante os media que está a ponderar seriamente jogar fora dos Estados Unidos, ponderando o continente europeu e até a China, onde é extremamente popular. Também Avery Bradley, base suplente rookie dos Boston Celtics, após um ano de lesões em que perdeu toda a pré-época e boa parte da época regular, faltando-lhe minutos de jogo, também está na corda bamba.

                Mas um rumor, que já é um pouco mais que isso, na ordem das negociações, é o que envolve Kobe Bryant. É o Besiktas que anda(va) atrás da maior estrela de Hollywood fora do grande ecrã. O clube turco chegou a oferecer 500 mil dólares mensais ao norte-americano, uma proposta algo fantástica para os padrões europeus. Contudo, Kobe pede 700 mil euros, de acordo com a Bola. Grau de exorbitância? Theodorus Papaloukas é o jogador mais bem pago a actuar na Europa, averbando 3,5 milhões de euros anuais no Olympiakos, o que dá cerca de 300 mil euros mensais. O colega de Bryant nos Lakers, o espanhol Pau Gasol, também já manifestou vontade de voltar a jogar no Barcelona, caso a época continue parada durante mais tempo.

                Este êxodo desportivo, a confirmar-se nestas proporções, será algo muito positivo para o basquetebol europeu. Estrelas como só no Europe Live se vêm no Verão aqui pelo nosso continente iriam trazer muito dinheiro de publicidade e merchandising aos clubes europeus, que lhes permitiriam arrecadar muitos milhões para desenvolverem ainda mais o desporto do lado de cá do Atlântico. Além do mais, a maioria dos jogos que consigam disputar, enquanto a

NBA estiver parada, com jogadores deste calibre, desde que não enfrentem outras equipas armadas com armas semelhantes, têm muitas hipóteses de roubar vitórias importantes. O Besiktas teria o melhor duo de longe do cesto não só da Europa, mas de todo o mundo, pelo que o conjunto Deron Williams – Kobe Bryant nem na NBA se compara a outro dessas posições.

                E o que acho eu disto tudo? Venham eles, e quantos mais para Espanha melhor, para os poder ver jogar mais perto. Já que o lockout é algo triste que parece ter vindo para ficar, que se aproveite o que houver de positivo nele, e trazer estrelas do basquetebol para a Europa parece-me a melhor solução. É claro que muitos, tal como diz Charles Barkley, não deveriam vir por questões de lesões, e, sendo estrelas, tendo dinheiro garantido nos Estados Unidos poderiam deixar de o ter se contraíssem uma lesão fora do país. Mas para muitos a paragem desportiva pode ser pior, os atletas precisam de minutos.

 

by Óscar Morgado

21
Jun11

Buzzer - Beater

Óscar Morgado

Quando o todo não tem nada a ver com as partes

 

           O draft da NBA é esta quinta-feira. Ricky Rubiu finalmente decidiu-se em ir para a NBA. O lockout está muito perto de acontecer.

         

Mas sinceramente esta semana não me apetece falar disso. Antes falar do que faz um jogador ser o melhor.

         Kobe Bryant é aquele que nos últimos cinco anos tem recebido esse rótulo: cinco títulos da NBA, (estranhamente) apenas um de MVP, MVP do All-Star, MVP das Finais. Além disso, discutivelmente aquele que melhor sabe como ganhar jogos, uma força da natureza a marcar pontos no quarto período.

         Mas quase 33 anos de idade. E isso pesa a todos. Já o vimos esta época sem conseguir fazer tudo aquilo que fazia nas anteriores. Ninguém lhe tira o mérito de poder estar, discutivelmente, entre os 10, no máximo 15 melhores de sempre. E então quem merece ser coroado?

         A dica não é inocente: o “King” James é o lógico sucessor para melhor jogador de basquetebol do mundo. Muitos o têm restringido a esse tipo de consideração pela falta de títulos colectivos. E mesmo a nível individual, os seus dois MVPs de época regular em anos consecutivos parecem passar ao lado de muitos, ainda mais depois de Derrick Rose terminar o ano à sua frente nessa categoria. Mas como já o disse aqui, o MVP distingue o jogador mais valioso (para uma equipa específica), o que nem sempre significa ser o melhor dos seus pares.

         E portanto gosto de analisar os jogadores com base na sua capacidade pura para o jogo. Não olho muito a factores externos (noutro tipo de análises são importantes, as quais admito serem mais importantes que reconhecimento individual) que influenciam fortemente o desempenho final dos jogadores. E portanto, quando olho analiticamente para os melhores, eis o que vejo…

         Kobe Bryant, sendo ainda o meu favorito, vai perdendo capacidades. Derrick Rose, por mais extraordinário que seja, é difícil vê-lo apenas como um base: aquilo que faz é um misto de base e de marcador de pontos. Kevin Durant ainda precisa de aperfeiçoar o seu jogo. Já Dirk Nowitzki  pode ser considerado como o melhor jogador ofensivo do planeta. O mesmo não se pode dizer da sua defesa.

         E então temos Lebron James. E alguém me pergunta “mas ele é o melhor em quê?”. Ao qual eu respondo “eh…provavelmente em nada, excepto ser melhor que os outros”. Vamos por partes. Do lado defensivo, James é excepcional na defesa de jogadores exteriores, que jogam de frente para o cesto. Mas certamente Chris Paul, Rajon Rondo, Russell Westbrook ou Tony Allen terão uma palavra a dizer sobre isso, estando num patamar semelhante ou superior. Na defesa de postes, que jogam de costas para o cesto, a questão nem sequer se põe. E para os que acham que sim, eu dou-lhes a resposta: Dwight Howard.

         Outros departamentos. Ressalto? Se for preciso para a sua equipa James já provou com os seus números que consegue ganhar 10 ou mais ressaltos em qualquer jogo, tanto na defesa como no ataque. Mas precisaríamos sempre de citar Kevin Love antes dele nessa questão.

         Capacidade física/atlética? Aqui é discutível achar James o melhor. Sendo a força da natureza que ele é, com todos os seus desarmes de lançamento a muitos metros de altura, bem como os estrondosos afundanços, é um perigo para as equipas adversárias, dos dois lados do campo. Mas novamente a NBA está recheada de atletas fenomenais, como Blake Griffin, Derrick Rose, Dwayne Wade ou Nate Robinson.

         Domínio de bola? Aqui não hesito em dizer que James é o melhor nesse aspecto dentro da posição 3, talvez até de entre todos os extremos, por se tratar de uma rara combinação: o point forward, o jogador da posição 3 que é muito forte na posição 1, mais do que na 2 ou na 4. Ainda assim, faz 4 posições. Mas muitos bases, começando por Derrick Rose, têm melhor domínio de bola.

         Terminemos então com a análise do ataque. Há pouco já defendi Nowtizki como o melhor jogador ofensivo, portanto nem era necessário, mas fica aqui a análise. Contrapondo a capacidade de marcar pontos longe do cesto com a curta distância, James é mais forte na última. Aqui reside a minha única dúvida se ele é ou não o melhor em algo específico: a penetração para o cesto. A sua explosividade após o drible, mais a forma como acaba com afundanços poderosos ou bandejas habilidosas, ou até com uma assistência para um colega perto, fazem dele provavelmente o melhor neste aspecto, mas com uma vantagem (se é que ela existe) curta sobre Dwayne Wade, Derrick Rose, Zach Randolph, entre outros. Nos restantes domínios ofensivos há sempre alguém melhor que James: média distância (Kevin Durant), 3 pontos (Ray Allen) e lançamento com oposição (Kobe Bryant).

 

 

         Há depois a questão da inteligência em campo. Sendo certamente um dos mais atentos tanto no ataque como na defesa, e igualmente capaz de colocar 10 assistências por jogo se necessário, com capacidades de passe raras para a sua posição, não tem a mesma visão de jogo de Steve Nash. Nem a mesma motivação defensiva de Kevin Garnett, ou Dwight Howard.

         Portanto a minha demonstração serviu para reiterar que Lebron não é o melhor em coisa nenhuma. Mas eu disse que ele é o melhor. É a combinação de todos estes elementos, quase todos de uma classe de elite, mas que ficam um pouco aquém de serem os mais desenvolvidos de todos, juntando o facto de poder jogar com muita qualidade em 4 posições do campo. Foi notória a diferença dos Cleveland Cavaliers que com James foram a melhor equipa da liga, e que sem ele foram a segunda pior. Toda a sua versatilidade junta faz-nos contemplar um todo que supera em larga medida qualquer uma das suas partes. É certo, não tem campeonatos, mas estas últimas Finais foram um qualquer bloqueio mental inexplicável perfeitamente oposto a todo o restante percurso nos playoffs, que foi brilhante. Tendo ainda 25 anos, creio que Lebron James será, durante muito tempo, o melhor jogador de basquetebol do mundo. Mas a competição será dura.

 

by Óscar Morgado

06
Abr11

Buzzer - Beater

Minuto Zero

Era uma vez um MVP

 

         Tudo começou num Outubro cheio de esperanças. Os Lakers tinham ganho o segundo título consecutivo, Kevin Durant era a grande sensação para 2010-2011 e Lebron James mudou-se para o pé da praia.

         Tudo foi andando devagarinho, mas algo a adivinhar o final: 5 estrelas destacavam-se do conjunto. Durant confirmava expectativas, James mostrava-se o mau da fita, Bryant afirmava-se como o melhor, Howard dava umas achegas e Nowitzki ia puxando o resto da equipa para o seu nível.

         Mas eis que as coisas mudavam um pouco! New Orleans ganhara 10 seguidos e o pequeno Chris Paul saltava para o meio dos grandes; Monta Ellis fazia múltiplos jogos de 40 pontos; Rondo oferecia cestos aos colegas muito antes do Natal.

         A corrida estava, então, muito pouco usual. Deron Williams levantava a voz e Pau Gasol fazia as médias da sua vida. Os analistas davam em malucos, já não sabiam o que pensar: seria este o ano em que toda a gente se punha a jogar bem?

 


 

 

         E é então que chega alguém para salvar a questão. Ou, melhor dizendo, complicá-la, pelo menos de início. Mas já lá iremos.

         Um felizardo Amare Stoudemire em Nova Iorque fazia furor, empurrando Monta Ellis, cuja equipa deixara de jogar à defesa, lá para baixo. Os Lakers andavam às turras e os Spurs brincavam com o resto (e gozando com esta novela pois não tinham MVP). E no meio disto, Dwight Howard e Kobe Bryant voltavam para fazer as delícias dos analistas.

         Pois bem, continuava difuso, mas a posição quatro reinava no topo: ora Nowitzki (que entretanto perdera Caron Butler e sentia-se sozinho no mundo), ora Stoudemire (que fazia ‘n’ jogos de 30 pontos e descobrira que o seu staff tinha arranjado um base e um base-extremo para ajudar: Felton e Fields).

         Nesta altura, já o alguém de há pouco ia capturando o lugar cimeiro. Mas tinha de se haver com Lebron James que já tinha levantado os Miami Heat, seguido do Dwayne Wade. “Que chatice!”, pensavam os analistas. Como se tal não bastasse, Kobe Bryant voltava a fazer lembrar os tempos em que apenas ele jogava em Los Angeles, excepção feita à sensação dos afundanços Blake Griffin, que na outra equipa mal vista de Los Angeles também ia jogando no seu “top”.

         Joga-se o All Star para acalmar os ânimos, e parece que a poeira assentara. As 5 estrelas de Outubro tinham-se tornado 6, mas eram basicamente as mesmas: Lebron James, Dwight Howard, Kobe Bryant, Dirk Nowitzki, Kevin Durant, e, claro, o alguém de há pouco que a meio da época mal saiu da “pole-position” da corrida: Derrick Rose.

         Sim, o rapaz que ia no terceiro ano como atleta profissional conseguira elevar Chicago ao primeiro lugar da sua conferência, fazendo lembrar aos adeptos os tempos em que basquetebol e Michael Jordan pareciam escrever-se com as mesmas letras.

         No entanto, os analistas pareciam não se decidir. Seria pelos números que se chegaria ao vencedor? Lebron James era o melhor, mas Dwayne Wade estava perto e então não lhe ligavam muito. Mas então seria Dwight Howard, esse sim, sozinho em Orlando? Não conseguiam dizer. E porque seria que Kobe Bryant, discutivelmente um dos 10 melhores de sempre, não parecia ir ganhar mais que um MVP na sua vida? Também não chegavam lá.

         No entanto surgia outro critério, aparentemente mais completo. Derrick Rose tinha um pouco menos de números que os restantes concorrentes, mas os seus amigos tinham-se lesionado numa ou noutra altura e ele tinha prevalecido com a sua equipa. E davam muito valor a isso, especialmente por essa equipa estar acima das outras…

         Mas afinal, quem iria ganhar? Eram os media que decidiam, e parecia que ninguém se ia entender…

           

         E por isso, não percam o próximo episódio, porque nós, também não!

 

by Óscar Morgado