Área de Ensaio
CDUL cada vez mais perto
O Estádio Universitário de Lisboa assistiu este sábado ao "passo de gigante" que o CDUL deu em direcção à finalíssima que vai decidir o novo campeão nacional de rugby.
A equipa azul, recebeu e venceu o GD Direito por 13-12, num jogo que apesar de equilibrado nunca foi verdadeiramente bem jogado. O CDUL entrou no jogo a vencer, logo no primeiro minuto Carl Murray respondeu à solicitação de Pedro Cabral e inaugurou o marcador, quando as duas equipas ainda estavam a "aquecer os motores". A partir daí o jogo centrou-se nos avançados, com o GD Direito a ganhar ligeira vantagem, mas sem conseguir traduzir isso em situações de perigo, muito por culpa de (mais uma vez) não conseguir interligar o jogo com os seus defesas. Já a equipa azul tentou utilizar a mesma receita que lhe valeu a vitória sobre a Agronomia, mas nem Pinto Magalhães nem Pedro Cabral conseguiam colocar a bola rápida e em condições em Frederico Oliveira, Gonçalo Foro ou Carl Murray, limitando-se a transmitir a bola lateralmente e de forma previsível. Apesar das dificuldades o GD Direito conseguiu reduzir no 1º tempo, fruto de duas penalidades de Gonçalo Malheiro (será que já não tem qualidade para a selecção?) fixando o resultado a meio da primeiro tempo em 7-6.
As duas equipas limitavam-se a defender o jogo previsível do lado contrário, com defesas bem organizadas, mas ataques lentos e demasiado centrados nos avançados. A acabar a 1ª parte, Malheiro virou o resultado com um bom drop (9-7), mas na bola de saída uma penalidade permitiu a Pedro Cabral levar o CDUL em vantagem para o intervalo.
O GD Direito ainda conseguiu voltar à vantagem por 12-10 (mais uma vez Malheiro), mas com o avançar da 2ª parte os homens de Monsanto começaram a mostrar dificuldades físicas evidentes, o que condicionou o seu jogo. O CDUL passou a controlar a iniciativa de ataque e com maior capacidade física, foi montando sucessivas fases de ataque, esperando que uma desconcentração adversária. Desconcentração essa que surgiu já mesmo no final, uma penalidade que permitiu a Pedro Cabral (falhou 4 pontapés durante a partida) fazer o 13-12 e dar os 4 pontos ao CDUL.
O GD Direito, voltou a mostrar uma excessiva dependencia dos avançados, um Gonçalo Malheiro excelente no jogo ao pé, mas com dificuldades em abrir jogo nos seus defesas e sobretudo uma quebra fisica na segunda parte, de qualquer forma podiam ter ganho o jogo. O CDUL teve maior capacidade fisica, inteligência e também aquela estrelinha que faz os campeões, e é neste momento a melhor equipa do campeonato e aquela que melhor alia defesas e avançados, tendo jogadores de grande nível em todas as posições.
A Agronomia foi até Coimbra vencer por 20-0, colocando novamente à vista as dificuldades de uma equipa que chegou a ser a "sensação" do campeonato. A partida foi totalmente dominada pela equipa lisboeta, que poderia ter ganho por uma margem mais dilatada, contudo este jogo serviu sobretudo para rodar jogadores e fazer regressar alguns lesionados. A equipa da Agronomia decerto que vai crescer a partir de agora, com o regresso de Jacques Le Roux e Cardoso Pinto, a equipa irá melhorar e dar luta no acesso à finalíssima. Já a equipa de Coimbra, é a desilusão desta fase, ninguém lhes exigia o título, eram (e são) uns outsiders, mas no mínimo deveriam dar maior luta, pois já provaram que são capazes de fazer melhor. A presença nesta fase nunca pode ser encarada como um prémio, mas sim como uma motivação para fazer mais e melhor.
Neste momento, o CDUL lidera com 16 pontos, a Agronomia está em 2º com 12 pontos, o GD Direito é 3º com 10 pontos e a Académica está na ultima posição com 1 ponto.
Na fase de descida, o Belenenses voltou a provar que não merece estar aqui e que na luta pelo título poderiam fazer boa figura, contudo não conseguiram esse acesso apenas por culpa própria, situação que deverá ser reposta na próxima época. A equipa deslocou-se ao Estádio Nacional para "cilindrar" o Técnico por 98-17, e não há muito a dizer sobre este jogo. Superioridade total, 16 ensaios marcados e uma equipa do Técnico que parece não pertencer a este lote. Uma equipa com a história e o palmarés do Técnico merece mais que uma serie de exibições e resultados que em nada dignificam o clube, e a descida à 1ª Divisão parece evidente.
Já o CDUP recebeu e venceu o Benfica em Leça da Palmeira, por 27-17. Os portuenses marcaram cedo e aos 5 minutos já venciam por 10-0, e com essa vantagem limitaram-se a gerir o resultado, perante uma trabalhadora mas pouco eficaz equipa encarnada. Tal como o Técnico, uma equipa como o Benfica, um dos fundadores do rugby nacional, com uma palmarés vastíssimo, onde pontificam por exemplo algumas Taças Ibéricas, merecia mais do que lutar pela manutenção e arrastar-se nos últimos lugares da classificação. Mas o que é que se pode pedir quando a direcção do clube esqueceu por completo a modalidade, que vive "desterrada" em Almada e que apenas sobrevive graças ao trabalho de alguns ex-jogadores e apreciadores da história do rugby do Benfica? Nada de bom se prevê para o futuro do rugby encarnado.
A classificação segue com o Belenenses em 1º com 19 pontos, o CDUP é 2º com 11 pontos, o Benfica está em 3º lugar com 7 pontos e o Técnico é último com 2 pontos.
By Pedro Santos