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Minuto Zero

A Semana Desportiva, minuto a minuto!

A Semana Desportiva, minuto a minuto!

Minuto Zero

02
Fev12

Buzzer Beater

Óscar Morgado

Estranheza pegada

 

Já se previa que esta época a NBA ia estar um caos. Não tanto como a última época de lockout, em 98/99, mas quase que parece. Na Conferência de Este, há surpresas em grande escala: os Philadelphia 76ers estão neste momento em segundo lugar da classificação, apenas atrás dos Chicago Bulls, liderados por Andre Iguodala, o base Jrue Holiday e o melhor marcador, a liderar um dos bancos com mais qualidade da liga neste momento, Louis Williams; Miami, lar de Dwayne Wade, Lebron James e Chris Bosh, ocupa apenas a 4ª posição (mas faça-se justiça, perdem apenas desempates com 76ers e Atlanta Hawks, dado que todas têm o mesmo número de vitórias e derrotas); Nova Iorque está a algumas vitórias de competir sequer por um lugar no playoff, quando era suposto estarem entre as 3 ou 4 melhores equipas do Este; Cleveland, após a maior sequência de derrotas da história da NBA atingida na época passada, parece estar determinada a chegar aos playoffs, estando numa posição semelhante à de Nova Iorque.

Na Conferência Oeste só não sobressaem tanto as surpresas porque o caos é maior e a capacidade de ver no meio de tanta poeira é escassa: das 15 equipas, as 10 primeiras (tendo em conta que apenas 8 chegam a playoff) estão apenas separadas por 6 vitórias entre a primeira e a 10ª posição, causando uma classificação extremamente volátil, onde os deslizes saem mais caro que o costume e as vitórias dão mais satisfação que o normal. Denver Nuggets mantém-se no 3º posto sem grandes estrelas; LA Clippers parecem estar a aguentar o barco em 2º à custa das contratações de Chris Paul, Chaucey Billups e Caron Butler, que vieram solidificar o núcleo de Blake Griffin e Deandre Jordan; os Utah Jazz, também sem astros de renome, mas com um jogo sólido de Paul Millsap, Al Jefferson e Devin Harris, seguram um 6º lugar; LA Lakers sofrem alguns desaires, mas que curiosamente não são fruto da idade, estando a ocupar neste momento um 8º lugar que daria, neste momento, uma autêntica final na primeira ronda do playoff, enfrentando Oklahoma City; Ricky Rubio e Kevin Love também se lembraram de elevar o seu jogo para um novo nível e dar esperanças a Minnesota como não se via desde Kevin Garnett.

Mas quer dizer, isto não é inédito pois não? Na época após o último lockout, os New York Knicks de Patrick Ewing (fazendo uma referência rápida, alguém se lembra de ele ser uma das estrelas do filme 'Space Jam'?) foram os 8º classificados no Este e chegaram às Finais da NBA, sendo depois derrotados pelas Torres Gémeas dos San Antonio Spurs, Tim Duncan e David Robinson, passando de uma das piores equipas na época anterior para a melhor (o reverso aconteceu com os Chicago Bulls).

Portanto, o que esperar? Confrontos desiquilibrados em rondas avançadas dos playoffs é um bom exemplo, dadas as classificações. Algumas equipas, como LA Lakers, Memphis Grizzlies, Miami Heat, podem estar em lugares abaixo do que se espera na época regular, mas no playoff vê-se sempre quais as melhores equipas. O contrário também acontece com os Utah Jazz, 76ers, Atlanta Hawks, e, quem sabe, New York Knicks, se é que alguma vez conseguirão por a actual equipa a funcionar sem um base competente. Por outro lado torna a competição mais interessante, menos previsível (deixem-se de apostas este ano), mas também de menor qualidade por vezes, dado que se tem notado um grau mais baixo de jogo devido à falta de uma pré-época em condições. Algumas equipas, como os Washington Wizards (que vão jogando com uma maturidade de uma equipa de liceu, e a sua jovem estrela, John Wall, parece não ter encontrado um ritmo para o seu desenvolvimento este ano), Charlotte Bobcats (onde o talento, simplesmente, é muito escasso, excepção feita a alguns jogadores, que simplesmente prometem para o futuro mas não têm todas as capacidades agora, como Kemba Walker ou Bismack Biyombo) e Detroit Pistons (onde só Greg Monroe se destaca claramente como uma estrela para o futuro) fazem desejar que um Real Madrid, um Regal Barcelona ou um CSKA viessem mesmo jogar para os Estados Unidos.

05
Jul11

Buzzer - Beater

Óscar Morgado

Bem-vindos ao reino da incerteza

 

É uma pena. Agora que a NBA estava a renascer de alguma falta de popularidade mundial do início da década passada, com os últimos dois anos a oferecerem rivalidades épicas (Lakers x Boston) e outras mais recentes repescadas (Dallas x Miami), bem como jogadores para tomarem conta da equipa de Michael Jordan (Derrick Rose), etc, as ‘verdinhas’ puseram-se no caminho.

Começou o lockout. O acordo salarial de alcançado em 1999 após um outro longo lockout expirou no início de Julho e não há acordo entre o sindicato de jogadores e o conjunto dos proprietários das equipas para que se chegue ao consenso e o basquetebol continue. Curiosamente, foi em 98 que Jordan escreveu mais umas páginas de história ao enterrar um lançamento nos últimos segundos das finais contra os Utah Jazz e a garantir o seu sexto campeonato pelos Chicago Bulls. A NBA viveu uma década de ouro nos anos 90, muito devido a esse senhor. E parece que após esse período ainda não houve outro semelhante. O curioso está no lockout ter surgido como que para o terminar. E agora que se estava a recuperar algo do que foi perdido, eis que surge outra vez.

Nestas conversações que já duram desde o início da época, já fui de ambas as opiniões. Já estive do lado dos jogadores. Se são eles que jogam, porque é que não podem ter os salários que merecem? Já estive do lado dos proprietários. Se é por causa deles que as equipas funcionam, porque é que não podem ter a liquidez necessária e não terem a obrigação de pagar contractos milionários a jogadores medíocres? Hoje, para ser sincero, não me preocupo muito com nenhum dos lados. É por causa de ambos que o acordo está ainda na estaca zero, como há muitos meses atrás.

Jogadores, porque não aceitam as receitas dos direitos televisivos das vossas equipas divididas 50-50 entre vocês e os donos? Donos, estão a perder assim tanto dinheiro? Não sabiam no que se estavam a meter quando compraram as equipas? Que os preços dos charters, do gasóleo, dos hotéis, dos planos de saúde, dos treinadores e dos jogadores sobem todos os anos?

Estou apenas a dar a palavra de um adepto da modalidade que está frustrado com as ambições pessoais dos envolvidos que afectam milhões de apaixonados pela beleza do basquetebol. Os jogadores fazem milhões e têm um emprego fixo por muitos anos, algo que a maioria do planeta não se pode dar ao luxo. Os donos se perdem uns milhões num negócio vão buscá-los a outros. Aqui fica o meu voto que esta gente ganhe juízo, e depressa.

 

by Óscar Morgado

14
Jun11

Buzzer - Beater

Óscar Morgado

Impróprio para apostas

 

         Bolas pá! Vim para aqui apostar que a série ia a sete jogos e afinal foi só a seis. Quem apostou alguma coisa nestes playoffs provavelmente não teve muita sorte e deve até ter perdido dinheiro.

         A previsão dos especialistas era que Miami ganhava em seis, 4-2 contra Dallas portanto. Inverteu-se, e Dallas ganhou em seis a Miami. Não eram favoritos, mas a disparidade não era mais que 60%/40%. Tendo acompanhado em pleno apenas 4 dos seis jogos (nomeadamente o 1º, 3º, 5º e 6º), vi (muitas horas de sono perdidas depois) duas vitórias para cada lado. De resto, apenas vi resumos. E creio que posso então dar-vos uma ideia imparcial daquilo que foi…

         A série fez-se da inconsistência. Tendo-se tratado sempre de jogos equilibrados, o certo é que os resultados foram construídos de parciais gigantescos: ora uma equipa marcava 15 pontos sem resposta, ora a outra respondia com 17. Não chegam duas mãos para contar os momentos de diferença pontual significativa.

         Outro reparo que faço é o do tipo de jogo: não descurando o efeito que as defesas tiveram nas finais (até porque se vê pelos resultados relativamente baixos), o lançamento de 3 pontos foi absolutamente decisivo. Nestas finais Dallas manteve 41,1% de eficácia para lá da linha de 3 contra Miami, mais 10% do que a média nas outras rondas dos playoffs. Miami também lançou 10% mais dessa distância que em rondas anteriores (não tendo convertido esse excesso).

         De resto, já fui por aqui mostrando a minha perspectiva dos playoffs 2010/2011: surpresa. Memphis, em 8º lugar da época regular, eliminou San Antonio, super-favorito em 1º lugar. Dallas “varreu” os até então campeões em título Lakers num espantoso 4-0 que deixou todo o mundo de boca aberta. E mesmo Miami apenas permitiu a Boston uma vitória nas semi-finais da Conferência de Este.

         E depois temos os dramas: Boston que tentou por uma última (espera-se) vez com o actual plantel disputar o título; Dallas que fez (e conseguiu) o mesmo com um grupo de veteranos; Tim Duncan que não voltou a ser o mesmo para resgatar os Spurs do desaire contra Memphis; Memphis que por sua vez jogou endiabradamente atrás de Zach Randolph; Kobe Bryant que não teve grande ajuda do resto da equipa (alô, Pau Gasol?) para suplantar Dallas; Miami que tentou silenciar as críticas que choveram qual granizo durante toda a época, sendo Lebron James a principal figura da crítica, que se mostrou implacável face à falta de produção do MVP de 2009 e 2010 (o que talvez não aconteceria se Miami tivesse uma equipa equilibrada que não o fizesse mudar constantemente de posição para tapar buracos).

fonte: the startingfive.net

         E assim Dallas ganhou o primeiro título da sua história como equipa da NBA. A paciência e a equipa construída durante uma década prevaleceram sobre o “alinhamento estelar” de Wade, James e Bosh e o conceito de “equipa pronta a ganhar”. De uma perspectiva dos media que deram cobertura ao evento, ganharam os “bons” e perderam os “maus”. Eu diria que ganharam os melhores e perderam os que não o conseguiram ser. E os Dallas Mavericks são neste momento os melhores. Se conseguem repetir a façanha para o ano? A idade é implacável, só talvez com uma revigoração do plantel (Kidd, Terry, Nowitzki e Marion, do 5 inicial, têm todos mais de 30 anos). Miami não me parece que se tenha que preocupar demasiado em querer dominar os próximos anos, porque vai estar na melhor posição para tal. Mas com os contratos a aumentarem o seu peso nos próximos 5 anos, e com um acordo salarial que tarda em chegar (com um possível adiamento de meses do início da próxima época), o próximo ano é fulcral para Miami adicionar as peças que faltam enquanto os tectos salariais o permitem.

         A época pode ter terminado, mas as minhas crónicas vão continuando. Acreditem que há muito para se falar…

 

by Óscar Morgado

13
Abr11

Buzzer - Beater

Minuto Zero
Agora é mesmo a sério

 

 

         O que não quer dizer que antes tenha sido a brincar. Os playoffs da época 2010/2011 da NBA vão começar este sábado, e tanto dúvidas como certezas pairam no horizonte.

 

         Por onde começar? Pelas certezas claro está. Curiosamente, depois de tanta dúvida acerca dos Miami Heat, Boston Celtics, Orlando Magic ou New York Knicks, é nesta mesma Conferência de Este que elas estão. Todas as equipas com lugar estão definidas, bem como o lugar específico e o confronto para cada uma. Vejamos:

 

Chicago Bulls (1º lugar) vs. Indiana Pacers (8º lugar): Derrick Rose já se afirmou como o motor da equipa de Chicago, levando-os ao primeiro lugar da conferência e sendo o mais provável candidato a vencer o MVP do campeonato, o que, somando a forte defesa da equipa, os torna os mais prováveis candidatos à vitória da série. Contudo, Indiana tem um potente marcador de pontos em Danny Granger, bem como um poste em ascensão em Roy Hibbert, que poderão ainda causar alguns problemas, ganhando talvez um ou dois dos sete jogos.

 

Miami Heat (2º lugar) vs. Philadelphia 76ers (7º lugar): os 76ers irão causar desequilíbrios nas duas posições em que Miami é mais fraco (base e poste) com Elton Brand e Jrue Holiday. Deixo aqui uma nota de interesse para o duelo entre Lebron James e Andre Iguodala, dois dos melhores defesas da actualidade na posição de extremo (3). Contudo, desde que os Três Reis Magos (James, Wade e Bosh) joguem como já mostraram que sabem, a previsão é semelhante ao confronto anterior.

 

Boston Celtics (3º lugar) vs. New York Knicks (6º lugar): os Knicks nunca foram candidatos ao título esta época. Os Celtics sim. Mesmo algo desfalcados após trocar a sua grande âncora defensiva, o poste Kendrick Perkins, são sérios candidatos ao título e têm mais argumentos, especialmente defensivos, contra Nova Iorque. Contudo, trata-se de playoff, e nos grandes momentos, as estrelas sabem fazer o seu trabalho. Ambas as formações estão recheadas delas, mas a equipa em desvantagem teórica, os Knicks, têm 3 estrelas que já deram provas: Billups, fora do seu “prime” mas já foi campeão da NBA e MVP das Finais; Anthony e Stoudemire ambos chegaram às finais da Conferência Oeste em ocasiões diferentes. Vantagem para Boston, mas um encontro que será competitivo.

 

Orlando Magic (4º lugar) vs. Atlanta Hawks (5º lugar): aqui residirá, provavelmente, o confronto mais competitivo da conferência. Não só pela proximidade classificativa mas também pelos argumentos dos dois lados. Orlando sempre confiante na força destrutiva de Dwight Howard debaixo das tabelas e nos seus filões de atiradores exteriores; Atlanta com a posição de base melhorada em Kirk Hinrich, juntando com um dos grandes postes da actualidade em Al Horford e a explosividade dos seus extremos Josh Smith e Joe Johnson, bem como uma reserva ofensiva de luxo em Jamal Crawford, têm uma receita para espantar a sua má sorte em jogos de playoff. Ambas equipas com muito a provar, sem um favorito claro à partida…é preciso mais para nos agarrarmos à televisão (ou ao…hum, computador?)?


        

         Quanto às incertezas, vou ser bem mais sumário. O facto é que como esta crónica é escrita na véspera do final da época regular, ainda só há certeza que os San Antonio Spurs são a equipa que entrará em primeiro lugar no playoff, devido à época excepcional que fizeram. A segunda posição é neste momento disputada pelos Dallas Mavericks (que todos os anos são muito criticados pela ineficácia em playoff, em contraste com épocas regulares brilhantes), Los Angeles Lakers (que tentam o tri-campeonato) e Oklahoma City Thunder (que apesar de serem, discutivelmente, a equipa com maior margem de crescimento positivo no futuro da NBA, já se equiparam aos grandes na corrida ao título).

 

         O quinto lugar está também bem definido, com o plantel mais equilibrado da liga: os Denver Nuggets. Não são tidos como favoritos num confronto com qualquer uma das equipas acima citadas, mas têm provado que o esforço de equipa ainda compensa. O sexto lugar foi ontem segurado pelos Portland Trailblazers (que se reforçaram em peso com Gerald Wallace, um dos melhores defesas da NBA, e que tiveram uma prestação digna de um Most Improved Player em LaMarcus Aldridge esta época). Os Memphis Grizzlies (ancorados por performances magníficas de Zach Randolph e Rudy Gay) e os New Orleans Hornets (que sendo a sensação do início da época, desceram de rendimento, mas continuaram a ser carregados por Chris Paul) disputam a sétima posição, que lhes dará um confronto contra o segundo classificado (Lakers, Dallas ou OKC). Entre esses e os Spurs? Venha o diabo e escolha.

 

         Mais incerteza ainda desperta o vencedor do título. Spurs, Lakers, Thunder, Celtics, Heat e Bulls são as que têm, na minha opinião, as chances mais palpáveis de chegar ao topo. Destas, Spurs, Lakers e Boston são favoritas. Não consigo sinceramente dizer que uma delas tem claras hipóteses de se sobrepor às restantes.

 

         Eu cá torço pelos Celtics, os quais acho mais capazes da conferência que apoio.

 

         Mas mais que isso, torço por ver grandes partidas de basquetebol. Comecem desde já, porque agora é que é a sério.

 

by Óscar Morgado