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Minuto Zero

A Semana Desportiva, minuto a minuto!

A Semana Desportiva, minuto a minuto!

Minuto Zero

22
Jun12

Buzzer Beater

Óscar Morgado

Temos Rei

 

Lebron James já tem um anel. A primeira parte da profecia dos mais de seis títulos pelos Superfriends de Miami está finalmente cumprida. Não digo finalmente de forma inocente, pois era apologista de que não queria ver um jogador tão fabuloso como James ser privado de títulos colectivos. E os Thunder têm tempo para chegar ao topo da montanha nos próximos anos.

Agora, aquilo que eu não esperava era ver a eliminatória ser resolvida apenas em 5 jogos, e ver Miami ganhar os 4 últimos que dariam a vitória de forma consecutiva. O que se viu - e bem - foi uma equipa que, apesar de dificilmenteconseguir algum dia  chegar ao equilíbrio e quiçá perfeição patentes no modelo de Oklahoma, porque o seu modelo salarial ancorado quase na totalidade em James, Wade e Bosh é proibitivo a contratações de grandes jogadores, foi uma equipa de campeonato. Além do trio, nestes playoffs (e na época regular) liderado por James que tem tido performances possantes (até nos seus malogrados quartos períodos da época passada), o banco de Miami fez aquilo que é suposto se esta equipa quer colmatar as suas deficiências. Com uns quase históricos 7 em 8 triplos convertidos de Mike Miller, um jogo sólido (durante todas as rondas) de Shane Battier, Mario Chalmers também a assumir responsabilidades de atirador e Norris Cole que, juntamente com Udonis Haslem, têm um espírito indomável (ontem à noite os comentadores da ESPN apelidavam Cole de um Udonis Haslem em ponto pequeno), Miami conseguiu juntar as peças do puzzle.

Isto deve chegar para silenciar alguns, mas viu-se este ano que Miami, especialmente James, já não joga para silenciar críticas. Alías, confessou-o nos últimos dias, e que isso naturalmente o fez ganhar de novo o MVP, e finalmente o título. Quem sabe se essa mentalidade tem existido na época passada se não estávamos a falar de algo inédito na NBA, 4 MVPs consecutivos.

E portanto, deixá-los serem reis por uns tempos, que bem merecem. Mas quanto ao futuro? Oklahoma vai voltar com a experiência que não teve nestas finais, de outra forma não se entende porque carga de água foram perder quatro jogos seguidos contra uma equipa que alguns nem achavam que ganhasse esta série, após terem mostrado compostura invulgar para a tenra idade nas séries anteriores, especialmente contra os veteranos San Antonio Spurs. E será precisa boa gestão de cima para manter esta equipa competitiva nos próximos anos: viu-se este ano que os anos vão começar a pesar em Wade, há que saber que James não é seguro de ficar em Miami caso o sucesso seja grande no final do contrato, portanto rodear o mais possível, e com os recursos autorizados, as estrelas do talento certo para jogar é fulcral. A próxima época, inteira, com uma pré-época completa e uma 'offseason' também longa que permita aos escritórios das equipas ponderar os planos para as suas formações. E o futuro promete, tanto para os Heat como para os Thunder. Mas cuidado, os Lakers vão-se reparar, os Spurs vão novamente reinventar-se, os Bulls vão-se segurar, e os Clippers vão crescer, portanto a competição estará lá. Neste momento, só não consigo apostar nos Knicks, disfuncionais que dói. Agora, vem o draft dia 28, e as esperanças das equipas mais pequenas (vamos Detroit...) jogam-se neste palco, e também promete, depois da primeira escolha que se espera ser Anthony Davis, nada é certo nos 15 primeiros.

15
Jun12

Buzzer Beater

Óscar Morgado

Algo para inspirar

 

Perdoem-me se esta semana misturo o basquetebol com o futebol, mas parece-me oportuno para cada um dos lados. Não sendo um conhecedor do desporto rei, há aqui um foco de inspiração que penso ser interessante de referir. Todo o português amante de bola viu os dois falhanços de Cristiano Ronaldo frente à Dinamarca, de um jogador que marcou 60 golos esta época ao serviço do Real Madrid, mas que parece nunca traduzir por completo o seu talento ao serviço da selecção nacional. O que se passará?

A resposta parece estar na própria cabeça do jogador. Pressão do país? Da equipa? Dos media? Dele próprio? Só podemos especular, mas aqui deixo um caso de superação de debilidades de um outro astro desportivo. Lebron James, que esta época se sagrou pela terceira vez MVP da NBA ao serviço dos Miami Heat, já foi noutra ocasião comparado neste blogue a Ronaldo: discutivelmente (muito até, embora seja compreensível), ambos são vistos como os melhores nas suas modalidades, tremendamente dotados do ponto de vista físico e atlético, e, acima de tudo, extremamente trabalhadores pelas suas capacidades (neste ponto até darei alguma vantagem a Ronaldo). E sim, um pouco prima-donas em dados momentos.

Como a maioria que acompanha esta coluna deverá por esta altura já saber, James vai no seu segundo ano a jogar em Miami, após a sua saída controversa de Cleveland. Apesar de ser desprezível o programa de uma hora feito de banalidades que culminaram no final com a revelação da decisão de Lebron (que concordou com o circo mediático possivelmente deliciado com o pacote avançado por uma das marcas que o patrocina), o então também MVP teve uma posição legítima em deixar o clube onde estava, que não teve capacidade para o rodear com os jogadores certos para este alcançar o título, apesar de ter estado sete anos no clube (chegou a haver Carlos Boozer, mas alguém se lembrou que não valia a pena pagar-lhe).

E depois escolheu jogar com Dwayne Wade e Chris Bosh, mas já toda a gente devia saber o contexto por esta altura. O ponto-chave: James, alvo de tanta crítica, bem como o resto da equipa, passou a época enfurecido e usando esse combustível para jogar, e chegar até às Finais, onde a sua equipa tombou perante os Dallas Mavericks. Só que essa fúria culminava com o ponto-chave da crítica do ano anterior: nos jogos grandes, James encolhia-se, e não era MVP para ninguém. Isto fez com que um novo buraco no seu jogo fosse constantemente escrutinado, a falta de eficácia nos 4ºs períodos decisivos de cada jogo.

Este ano, de volta às Finais, empatados a um jogo com os Thunder, James já é mais que completo: faz tudo muitíssimo bem em campo, joga em todas as posições se necessário, e já resolve nos momentos decisivos. E porquê? O próprio já o confessou: a fúria e frustração foram embora e deram lugar à fluidez e capacidade natural para o basquetebol, e, acima de tudo, a paixão pelo jogo que sempre caracterizou James enquanto esteve ao serviço dos Cavaliers. Por isso voltou o prémio de MVP, e se os Heat não ganharem o título este ano não será por causa dos 4ºs períodos de James, que tem dominado estes playoffs como mais ninguém. Só é pena a sua equipa ser tão desfalcada em tanto sítio.

A inspiração fica: não sei até que ponto Ronaldo terá algum problema com a fúria ou críticas, nem me parece que seja o caso, mas interessa que com todas as estrelas vem controvérsia e adversidade. É só uma questão de tempo até essa adversidade assolar os Thunder, cujas expectativas acabaram de chegar ao máximo com o final desta época que se aproxima, e de o público geral se aperceber que Durant também não é nem será perfeito, tão pouco que seja sequer melhor que James. Assim as estrelas, porque o são, acabam por ultrapassar estes períodos, e normalmente, como aconteceu a James, voltam melhor que nunca. Terá sido doloroso ver vezes sem conta os vídeos dos seus piores momentos nos playoffs do ano passado, mas isso parece ter-lhe limpo a alma. E acredito que um jogador como Ronaldo não deixará de fazer algo que lhe surta o mesmo resultado.

                                                          

                         

12
Jan12

Buzzer Beater

Óscar Morgado

Crise de bases? Nem por sombras

 

Ainda é estranho estarmos em Janeiro e a época da NBA estar muito precoce, com pouco mais de 10 jogos realizados por equipa. Contudo uma tendência que já apontei a época passada está mais afincada este ano: a posição de base tem um vasto mercado de talento e qualidade já demonstrada, e quase todas as equipas têm um ou mais jogadores  nessa posição com qualidade suficiente para levar uma equipa a vitórias.

Daquilo que posso constatar nas 30 equipas, há apenas no máximo 4 ou 5 que não têm alguém minimamente competente na posição 1. Na Conferência de Este há estrelas, com Rose em Chicago, Williams em New Jersey e Rondo em Boston, atiradores ou bases focalizados em marcar pontos, com Chalmers e Cole (o impressionante rookie que Miami foi buscar ao draft) em Miami, Calderon em Toronto, Jennings em Milwaukee e outro rookie, Kemba Walker, em Charlotte. Há ainda passadores competentes e bases polivalentes, como Holiday e Lou Williams em Philadelphia, Teague em Atlanta, Collison em Indiana, Nelson em Orlando, Irving em Cleveland, Stuckey e Knight em Detroit, e John Wall em Washington.

E quando chegamos à Conferência de Oeste o padrão mantém-se: as estrelas são Westbrook em Oklahoma City, Chris Paul nos Clippers e Stephen Curry em Golden State (na minha opinião só as lesões o impedem de produzir mais, sendo um dos melhores atiradores da liga). Há outro estrato de jogadores que já foram estrelas, mas estão no declínio da sua carreira, contudo, produzem melhor que a maioria, como Nash em Phoenix e Kidd em Dallas. Seguem-se os restantes bases de qualidade ou com muito potencial: Felton em Portland, Parker em San Antonio, Harris em Utah, Lawson em Denver, Conley em Memphis, Lowry em Houston, Ricky Rubio em Minnesota (e que ano de estreia que o espanhol está a ter na NBA) e Fredette em Sacramento (porque eu cá não acredito em Tyreke Evans como um base, e que este é desaproveitado naquela posição: Evans é, a meu ver, um protótipo precoce de um Dwayne Wade).

Portanto isto deixa apenas 3 equipas de fora: Nova Iorque, que apenas com Toney Douglas e o rookie Iman Shumpert (que no futuro pode almejar a algo mas é muito cedo para o prever) estão desfalcados apenas na posição de base, Los Angeles Lakers, onde Derek Fisher já não é a peça complementar de outros tempos, e New Orleans, onde Jarret Jack não chega para as encomendas de uma equipa que agora já não tem Chris Paul.

E enquanto alguns destes nomes que referi ainda não estão a produzir a níveis aceitáveis, todos têm pelo menos um fundo plausível de potencial que, a ser explorado pelas equipas, pode-lhes assegurar a posição por alguns anos. O draft que se espera neste ano de 2012 foca-se mais em jogadores de estatura e para as posições mais interiores, onde a NBA tem muito mais escassez de talento de qualidade do que a base, e portanto estas equipas poderão colmatar esse tipo de falhas. E isto faz-me acreditar cada vez mais na preponderância da posição de base em relação às restantes, por fazer o jogo funcionar mais fluidamente e criar oportunidades para os restantes jogadores. É claro que uma equipa desfalcada de qualquer uma das posições terá dificuldades em partes fulcrais do jogo, mas mesmo que não tenha um base competente, pelo menos algum jogador que consiga impor um ritmo e ordem ao jogo é essencial.

fonte: Boston.com
05
Jul11

Buzzer - Beater

Óscar Morgado

Bem-vindos ao reino da incerteza

 

É uma pena. Agora que a NBA estava a renascer de alguma falta de popularidade mundial do início da década passada, com os últimos dois anos a oferecerem rivalidades épicas (Lakers x Boston) e outras mais recentes repescadas (Dallas x Miami), bem como jogadores para tomarem conta da equipa de Michael Jordan (Derrick Rose), etc, as ‘verdinhas’ puseram-se no caminho.

Começou o lockout. O acordo salarial de alcançado em 1999 após um outro longo lockout expirou no início de Julho e não há acordo entre o sindicato de jogadores e o conjunto dos proprietários das equipas para que se chegue ao consenso e o basquetebol continue. Curiosamente, foi em 98 que Jordan escreveu mais umas páginas de história ao enterrar um lançamento nos últimos segundos das finais contra os Utah Jazz e a garantir o seu sexto campeonato pelos Chicago Bulls. A NBA viveu uma década de ouro nos anos 90, muito devido a esse senhor. E parece que após esse período ainda não houve outro semelhante. O curioso está no lockout ter surgido como que para o terminar. E agora que se estava a recuperar algo do que foi perdido, eis que surge outra vez.

Nestas conversações que já duram desde o início da época, já fui de ambas as opiniões. Já estive do lado dos jogadores. Se são eles que jogam, porque é que não podem ter os salários que merecem? Já estive do lado dos proprietários. Se é por causa deles que as equipas funcionam, porque é que não podem ter a liquidez necessária e não terem a obrigação de pagar contractos milionários a jogadores medíocres? Hoje, para ser sincero, não me preocupo muito com nenhum dos lados. É por causa de ambos que o acordo está ainda na estaca zero, como há muitos meses atrás.

Jogadores, porque não aceitam as receitas dos direitos televisivos das vossas equipas divididas 50-50 entre vocês e os donos? Donos, estão a perder assim tanto dinheiro? Não sabiam no que se estavam a meter quando compraram as equipas? Que os preços dos charters, do gasóleo, dos hotéis, dos planos de saúde, dos treinadores e dos jogadores sobem todos os anos?

Estou apenas a dar a palavra de um adepto da modalidade que está frustrado com as ambições pessoais dos envolvidos que afectam milhões de apaixonados pela beleza do basquetebol. Os jogadores fazem milhões e têm um emprego fixo por muitos anos, algo que a maioria do planeta não se pode dar ao luxo. Os donos se perdem uns milhões num negócio vão buscá-los a outros. Aqui fica o meu voto que esta gente ganhe juízo, e depressa.

 

by Óscar Morgado

28
Jun11

Buzzer - Beater

Óscar Morgado

“Free Agency” 2011

 

            Este ano não esperem loucuras nem programas de uma hora na época de contratações da NBA. Duas razões – os jogadores disponíveis não são do mesmo calibre do ano passado e o lockout, estando eminente, irá impedir qualquer tipo de negociação que envolva jogadores.

            Apenas vou dar um cheirinho do que costuma acontecer. Os jogadores têm contratos que podem ter até seis anos de duração (no actual modelo de acordo salarial, que está a expirar no final deste mês). Esses contratos são de quatro tipos:

- Opção do jogador: 1 ano do final do contrato apenas são exercidos se o jogador o desejar;

- Opção da equipa: idem mas a favor das equipas;

- Cláusula de rescisão antecipada: o jogador não pode exercer esta cláusula antes do final do quarto ano do seu contrato;

- Sem opções especiais: há apenas um número de anos estipulado ao fim dos quais o jogador é livre para ir jogar onde quiser;

            Depois, no final de cada contrato, os jogadores podem ter dois estatutos diferentes:

- “Free Agents” Restritos: jogadores que podem assinar propostas de equipas diferentes daquelas de onde vêm, mas a equipa original tem o direito de igualar ou superar essas ofertas e ficar com o jogador. Só são afectados por esta condição jogadores no fim do 4º ano do seu primeiro contracto de carreira (tipo rookie), caso tenham sido escolhidos na primeira ronda do respectivo draft, bem como veteranos com 3 ou mais anos de carreira na NBA cujas equipas o desejem;

- “Free Agents” Livres: não estão ligados a qualquer equipa onde já tenham jogado podendo ser contratados por qualquer equipa;

            E portanto aí estão as condições de todo o processo. E este ano, quem anda por aí à venda?

            Nenê Hilário e J.R. Smith (Denver Nuggets), Tayshaun Prince e Rodney Stuckey (Detroit Pistons), David West (New Orleans Hornets), Jamal Crawford (Atlanta Hawks), Caron Butler e Tyson Chandler (Dallas Mavericks), Glen Davis (Boston Celtics), Tim Duncan (San Antonio Spurs) Yao Ming (Houston Rockets) e Grant Hill (Phoenix Suns), são na minha opinião os nomes que mais diferença poderão fazer caso mudem de equipa. Mas todo o processo só começa oficialmente a 1 de Julho.

            E portanto, tal como o draft, o grupo de jogadores ‘para venda’ é mais fraco este ano. Mais preocupados andam com o lockout e se vai haver época em Outubro ou se só lá para Fevereiro (como da última vez). De todos estes nomes é provavelmente Nenê Hilário que vai levantar mais sobrancelhas. Em Fevereiro, rumores que Miami queria o poste brasileiro para se tornar invencível acrescentaram-lhe valor. A seguir a Dwight Howard, Nenê é provavelmente o melhor poste da NBA na actualidade (a ombros com Al Horford e Joakhim Noah). Além disso, muitas equipas (Golden State, Boston, Nova Iorque, Houston, entre outras) precisam muito de jogadores na posição, que nos últimos anos tem sido algo rarefeita em qualidade em comparação com outras na NBA.

 

by Óscar Morgado

14
Jun11

Buzzer - Beater

Óscar Morgado

Impróprio para apostas

 

         Bolas pá! Vim para aqui apostar que a série ia a sete jogos e afinal foi só a seis. Quem apostou alguma coisa nestes playoffs provavelmente não teve muita sorte e deve até ter perdido dinheiro.

         A previsão dos especialistas era que Miami ganhava em seis, 4-2 contra Dallas portanto. Inverteu-se, e Dallas ganhou em seis a Miami. Não eram favoritos, mas a disparidade não era mais que 60%/40%. Tendo acompanhado em pleno apenas 4 dos seis jogos (nomeadamente o 1º, 3º, 5º e 6º), vi (muitas horas de sono perdidas depois) duas vitórias para cada lado. De resto, apenas vi resumos. E creio que posso então dar-vos uma ideia imparcial daquilo que foi…

         A série fez-se da inconsistência. Tendo-se tratado sempre de jogos equilibrados, o certo é que os resultados foram construídos de parciais gigantescos: ora uma equipa marcava 15 pontos sem resposta, ora a outra respondia com 17. Não chegam duas mãos para contar os momentos de diferença pontual significativa.

         Outro reparo que faço é o do tipo de jogo: não descurando o efeito que as defesas tiveram nas finais (até porque se vê pelos resultados relativamente baixos), o lançamento de 3 pontos foi absolutamente decisivo. Nestas finais Dallas manteve 41,1% de eficácia para lá da linha de 3 contra Miami, mais 10% do que a média nas outras rondas dos playoffs. Miami também lançou 10% mais dessa distância que em rondas anteriores (não tendo convertido esse excesso).

         De resto, já fui por aqui mostrando a minha perspectiva dos playoffs 2010/2011: surpresa. Memphis, em 8º lugar da época regular, eliminou San Antonio, super-favorito em 1º lugar. Dallas “varreu” os até então campeões em título Lakers num espantoso 4-0 que deixou todo o mundo de boca aberta. E mesmo Miami apenas permitiu a Boston uma vitória nas semi-finais da Conferência de Este.

         E depois temos os dramas: Boston que tentou por uma última (espera-se) vez com o actual plantel disputar o título; Dallas que fez (e conseguiu) o mesmo com um grupo de veteranos; Tim Duncan que não voltou a ser o mesmo para resgatar os Spurs do desaire contra Memphis; Memphis que por sua vez jogou endiabradamente atrás de Zach Randolph; Kobe Bryant que não teve grande ajuda do resto da equipa (alô, Pau Gasol?) para suplantar Dallas; Miami que tentou silenciar as críticas que choveram qual granizo durante toda a época, sendo Lebron James a principal figura da crítica, que se mostrou implacável face à falta de produção do MVP de 2009 e 2010 (o que talvez não aconteceria se Miami tivesse uma equipa equilibrada que não o fizesse mudar constantemente de posição para tapar buracos).

fonte: the startingfive.net

         E assim Dallas ganhou o primeiro título da sua história como equipa da NBA. A paciência e a equipa construída durante uma década prevaleceram sobre o “alinhamento estelar” de Wade, James e Bosh e o conceito de “equipa pronta a ganhar”. De uma perspectiva dos media que deram cobertura ao evento, ganharam os “bons” e perderam os “maus”. Eu diria que ganharam os melhores e perderam os que não o conseguiram ser. E os Dallas Mavericks são neste momento os melhores. Se conseguem repetir a façanha para o ano? A idade é implacável, só talvez com uma revigoração do plantel (Kidd, Terry, Nowitzki e Marion, do 5 inicial, têm todos mais de 30 anos). Miami não me parece que se tenha que preocupar demasiado em querer dominar os próximos anos, porque vai estar na melhor posição para tal. Mas com os contratos a aumentarem o seu peso nos próximos 5 anos, e com um acordo salarial que tarda em chegar (com um possível adiamento de meses do início da próxima época), o próximo ano é fulcral para Miami adicionar as peças que faltam enquanto os tectos salariais o permitem.

         A época pode ter terminado, mas as minhas crónicas vão continuando. Acreditem que há muito para se falar…

 

by Óscar Morgado

17
Mai11

Buzzer - Beater

Óscar Morgado

Jogando no Euromilhões

 

         Com este título, podia falar dos playoffs. Quer dizer, já chega de apostar em equipas para passarem à ronda seguinte, ou no resultado de cada série de 7. Não vale mesmo a pena. Quer dizer, no início da época os Lakers ainda eram favoritos ao título. No fim também. Depois perderam 4-0 com Dallas. Também os Spurs iam lá chegar, mas ficaram pelo caminho às mãos do 8º classificado de Oeste, Memphis. Portanto não vale mesmo a pena. Que tal prever coisas menos prováveis ainda? Vamos…

         Hoje a partir da 1h30m, hora de Lisboa, vai ser sorteada em Nova Iorque a ordem pela qual as equipas vão escolher os jogadores que este ano vão entrar na NBA: é o “Draft Lottery”. A coisa funciona assim: ao longo da época, as equipas jogaram, e tiveram uma certa percentagem de vitórias. As equipas que foram ao playoff de cada conferência têm direito à posição no draft (ou seja, a ordem em relação às outras equipas no que toca a escolher jogadores) inversamente proporcional à sua percentagem de vitórias. Quer isto dizer que por exemplo, os Chicago Bulls podem escolher em último (30º) lugar, os Spurs em penúltimo, por aí fora.

         E quanto às equipas que não foram ao playoff? São essas que vão à ‘lottery’. Aqui o processo é ligeiramente diferente: de acordo com a sua percentagem de vitórias na época regular, são atribuídas às equipas percentagens no sorteio das posições do draft: a equipa com mais derrotas (neste caso os Minnesota Timberwolves) tem 25% de hipóteses de ficar na primeira posição, a segunda pior equipa (Cleveland Cavaliers) tem 15.6%, por aí fora. Os detalhes de todo o processo são bastante complexos para que alguém como eu, que não tem conhecimentos extensivos de matemática, os perceba em pleno (desafio-vos a perceber e explicarem-me http://en.wikipedia.org/wiki/NBA_Draft_Lottery#Process ), mas o que interessa é que a pior equipa tem 250 hipóteses em 1000 de ficar com a primeira posição.

 

 

 

         Portanto, como não vale a pena ver que equipa fica com que jogador, por a ordem não estar definida, deixo aqui alguns dos jogadores que se espera serem escolhidos cedo no draft. Na minha opinião, o esperado (e sublinho, esperado!) baixo nível dos jogadores em comparação com anos anteriores faz com que este draft seja bom para equipas grandes como os Lakers, Spurs, Miami, etc, que, mesmo com uma posição pouco favorável para obter os melhores jogadores, benificiam da heterogeneidade do draft, podendo ir buscar bons atletas mesmo mais no fim da tabela.

         (Nome do jogador, posição, Universidade ou país, idade)

  • Kyrie Irving, Base, Duke, 19 - tido como primeira escolha, é um base clássico com as capacidades inerentes à posição: visão de jogo, capacidade de penetrar em direcção ao cesto e inteligência nas decisões que toma; é também visto como aquele que tem mais potencial para ser uma estrela no futuro
  • Derrick Williams, Extremo, Arizona, 19 – bem cotado no draft, é provavelmente o melhor marcador de pontos de todos os jogadores disponíveis: bom lançador, penetrador para o cesto e também com boa inteligência tanto ofensiva como defensiva
  • Enes Kanter, Poste, Turquia, 18 anos – não jogou esta época devido ao facto de receber dinheiro do Fenerbahçe, mas esteve na Universidade do Kentucky. De qualquer das formas, é um sólido ressaltador e tem um excelente domínio de bola para um poste.
  • Kemba Walker, Base, Connecticut, 21 anos – principal razão pela qual os Connecticut Huskies ganharam o campeonato universitário americano da NCAA, Walker tem um exímio domínio de bola, boa capacidade de penetrar em direcção ao cesto e é também muito rápido e ágil.

      Esta noite joga-se no Euromilhões. E muitas vezes, os ‘drafts’ são responsáveis por virar equipas para o sucesso: tivemos Shaquille 0’neal nos anos 90 com os Orlando Magic, Allen Iverson com os Sixers no final da década de 90, ou Lebron James com os Cavaliers em 2003.

 

Nota: Algumas informações relativas aos jogadores do draft foram escolhidas mediante algumas perspectivas de olheiros especialistas, em virtude de apenas ter tido acesso directo a jogos de um ou dois dos jogadores mencionados.

 

by Óscar Morgado