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Minuto Zero

A Semana Desportiva, minuto a minuto!

A Semana Desportiva, minuto a minuto!

Minuto Zero

01
Jun12

Buzzer Beater

Óscar Morgado

Velhos e novos

 

Antes de mais peço perdão aos leitores que acompanham esta crónica a ausência, por excesso de carga académica em dias de fins de curso. Para quem tem acompanhado os playoffs até agora, nas finais de conferência, a história tem um ângulo bastante interessante: dos conjuntos que se enfrentam de cada lado, novas dinastias e velhas resistentes do passado mantêm confronto.

A terminologia é dúbia admito - de entre Oklahoma e Miami, só os primeiros se podem dizer que são um talento novo, tendo em conta que Wade já tem 30 anos, e James e Bosh têm 27 e 28, respectivamente. E ainda para mais que nas reservas os veteranos são aos molhes, com Haslem, Joel Anthony, Mike Miller ou Shane Battier sendo já veteranos mais que testados. Os miúdos mais promissores são Chalmers e Cole, os bases da equipa. Mas o núcleo é novo sim - e não, já não vão a tempo de ganhar mais do que sete títulos, como prometeram há quase dois anos - e promete ser uma das forças a considerar durante a década já iniciada, tendo em conta que em três super-estrelas, um já foi campeão da NBA e outro MVP em três ocasiões.

Oklahoma parecem muito bem artilhados para a década - embora com o final dos pequenos contratos de Ibaka e Harden se preveja que um deles vá à procura de riquezas noutras paragens, já que com dois grandes contratos garantidos às estrelas Durant e Westbrook, só mais um novo contrato chorudo parece possível nas contas dos Thunder, ainda que ambos os mereçam.

E depois temos os velhos. Mais ou menos, digo novamente. Do lado de Boston, é uma velha guarda liderada por um jovem base que ainda esta semana fez o jogo da sua carreira, e que ainda assim perdeu. Rondo apontou 47 pontos (com muitos lançamentos exteriores que normalmente lhe são atribuídos como calcanhar de aquiles), 10 assistências e 8 ressaltos, e tem envolvido um algo-que-rejuvenescido Kevin Garnett, um sempre consistente Paul Pierce, e um muito apagado Ray Allen, devido a joelhos eventualmente. Mas daqui não parece haver muita pedalada para Miami. E há a questão de os árbitros não lhes estarem de feição...

E ainda há os Spurs. Oh, os Spurs! São uma equipa frustrante devo admitir: todo o santo ano parecem fora da corrida à partida para o título, e acabam por estar sempre nos lugares cimeiros dos playoffs. Na edição do ano passado parecia que o reinado tinha finalmente chegado ao fim, com a derrota na primeira ronda com o 8º classificado Memphis, mas este ano estão novamente a rebentar. É que quando não é Duncan a dominar, domina Ginobli (o ano passado), e quando este não o faz, domina Parker (este ano). Só não se mantêm invictos nos playoffs (feito que terminou ontem à noite face à derrota em Oklahoma) porque estão perante uma equipa muito consistente e bem montada para vencer, porque varreram as últimas duas rondas sem falhar. E não tenham dúvidas, a fórmula que este ano resultou em ter um banco fortíssimo, que descansa sem precalços Duncan (que agora tem jogado mais, fresquinho da época) e Ginobli (que esteve muito tempo lesionado este ano), está a colocar os Spurs na melhor posição para ganhar o título neste momento, embora Oklahoma vá continuar a ser dura de roer. E parece que o campeão vai sair da final do Oeste...

Mas a com todo o atleticismo da NBA de hoje, que já quase só reside nos jovens, os velhos lobos parecem aguentar-se à bronca, até dar umas aulinhas à criançada. E tem imensa piada ver isto tudo.

26
Jan12

Buzzer Beater

Óscar Morgado

A morte dos 'Boston Three Party'?

 

Corria o Verão de 2007 quando Danny Ainge, ex-estrela e Director-Geral dos Boston Celtics tomou duas decisões que iriam mudar a cara da equipa mais galardoada da NBA. A época anterior tinha sido um desastre, com a equipa a averbar o segundo pior resultado da temporada com apenas 24 vitórias e 58 derrotas, já para não falar da morte do histórico ex-treinador dos Celtics, Red Auerbach, figura incontornável dos primórdios da NBA. E como se isto não bastasse, até as esperanças de uma boa escolha de draft que permitisse ir buscar Greg Oden ou Kevin Durant, na altura dois jovens vindos da universidade com um potencial tremendo, foram por água abaixo, com o sorteio a correr mal aos Celtics, que apenas conseguiram a 5ª escolha, muito abaixo do que seria possível para adquirir qualquer um dos outros dois.

E então tudo estava péssimo, até que Ainge realiza as transacções da década (os 3 reis magos de Miami ainda não resultaram em campeonato, e vieram todos pela 'free agency'): na noite do draft, envia a sua 5ª escolha, Jeff Green, Wally Szczerbiak e Delonte West para os então Seattle Supersonics (actualmente Oklahoma City Thunder) em troca do que é, discutivelmente, o melhor atirador de 3 pontos de todos os tempos e um grande marcador de pontos, Ray Allen, mais uma escolha de 2ª ronda desse mesmo draft, usada em Glen Davis. Finalmente uma estrela para jogar ao lado de Paul Pierce desde Antoine Walker. Isto tornava os Celtics uma equipa já de si importante, de playoff no mínimo, mas não era suficiente. Ainge ainda conseguiu aproveitar o descontentamento de Kevin Garnett em Minnesota, obtendo o ex-MVP em troca de Ryan Gomes, Gerald Green, Al Jefferson, Theo Ratliff e Sebastian Telfair, trocando ainda com a equipa as escolhas de 1ª ronda no draft do ano seguinte. Estava feita uma equipa de veteranos muito decorados individualmente, mas não no colectivo. Sendo 3 estrelas com maturidade já mais que provada, e com papéis bem definidos, vontade de vencer sacrificando o invidual se necessário e em grande forma, juntos alcançaram nessa mesma época o título da NBA, aniquilando por completo os LA Lakers nas Finais ao 6º jogo.

E a artimanha ainda fez desabrochar dois anos depois uma 4ª estrela, Rajon Rondo, que tornou o quarteto fantástico uma força temível na NBA.

Mas a idade chega a todos. E já se sabia que haveria de terminar assim, não se trata de Miami que foi buscar dois jovens talentosos (um deles mais a puxar para o super-herói) em Chris Bosh e Lebron James para se juntarem á superestrela Dwayne Wade e fazer uma equipa para muitos anos, já era de esperar que três veteranos já não funcionassem tão bem ao fim de 4, 5 anos. A produção de todos diminuiu, ainda por cima numa época muito condensada em que as pernas sofrem mais, os resultados não são os mesmos. Em 7º lugar na Conferência de Este, com 7 vitórias e 9 derrotas, os Celtics já não inspiram medo de equipa de campeonato como há um par de anos, embora ainda sejam uma força a considerar em termos de playoff, e sempre com um mínimo de chances de surpreederem tudo e todos.

Resta esperar que os dispendiosos contractos de Garnett e Allen expirem esta época para os renovar por muito menos ou até enviar os jogadores para outra equipa, para recalibrar o nível de talento em torno de Rajon Rondo. É possível que a reconstrução não demore tanto como antes de Garnett e Allen, mas será preciso um ou dois nomes de peso, especialmente um deles sendo um jogador interior de muita qualidade, para tornar a equipa uma potência novamente.

05
Jan12

Buzzer Beater

Óscar Morgado

Estado de condensação

 

Uma das coisas que torna esta época da NBA tão sui generis é a forma como está estruturada. Devido ao lockout prolongado, houve necessidade de encurtar a quantidade de jogos para se gerir um calendário mais apertado. Em vez de 82 partidas para cada equipa como é normal, vão ser jogadas 66 (um pouco melhor que na última época vinda de lockout, em 1998/1999, onde cada equipa apenas realizou 50 jogos). Mas que implicações traz este novo calendário para a NBA?

Para começar, o facto de haver menos jogos não significa que eles estejam distribuídos da mesma maneira. Enquanto que numa época normal os grandes desafios de resistência para os jogadores são os chamados back-to-back, onde se jogam dois jogos em dois dias, este ano a fasquia sobre: surgem os back-to-back-to-back, três jogos em três dias. Esta realidade, embora não se aplique a todas as equipas, causa as suas mazelas nos atletas. Espera-se que, lá para Fevereiro, o número de lesões aumente em relação ao ano anterior. Até agora só os Lakers passaram por este sistema, tendo curiosamente perdido os dois primeiros jogos e vencendo o último. Mas este aspecto está a ser até reflectido nos sites de apostas desportivas, com factores maiores para equipas no 3º jogo consecutivo.

Ainda relacionado com as lesões, a previsão é que as equipas com jogadores mais jovens irão safar-se muito melhor com os menores tempos de repouso. Equipas como Dallas, San Antonio, Boston ou Lakers estão em maior risco de sofrer derrotas e baixas a um ritmo mais elevado que o costume. Até ao momento ainda não é possível correlacionar directamente as duas variáveis, por apenas se estar a jogar nem há duas semanas, mas a longo prazo é muito provável que aconteça. Até Gregg Popovich, treinador de San Antonio, tem repousado Tim Duncan (ao ponto de não jogar sequer 30 minutos por jogo) para o poupar para momentos mais importantes. Esta estratégia foi usada na época passada, porém Duncan esteve bastante apagado nos playoffs.

Uma outra consequência virá no final da época: as conquistas desportivas serão mais facilmente criticáveis. Phil Jackson, mítico treinador dos Bulls de Michael Jordan e dos Lakers de Shaq e Kobe, agora reformado, desvalorizou o título conquistado pela equipa de San Antonio na época 1998/1999 por se tratar de um calendário muito mais permissivo, bem como de playoffs desregulados para os padrões normais (os New York Knicks de Patrick Ewing foram os 8º classificados na conferência de Este e derrotaram o 1º classificado, a equipa de Miami, na altura liderada por Alounzo Mourning). Pelo que me parece dos resultados e dos jogos que já vi, este tipo de disparidades não será muito significativo nos 3 ou 4 primeiros lugares de cada conferência, mas poderão haver algumas equipas "fora do lugar" nas posições inferiores.

Uma última dura realidade desta época: cada vitória vale mais, em termos relativos, mas cada derrota é mais difícil de recuperar. Uma motivação interessante que espero que vá ser usada de treinadores para jogadores...

fonte: espnLA.com
fonte: espnLA.com
07
Jun11

Buzzer - Beater

Óscar Morgado

 

Diesel? Big Cactus? Big Aristotle?

 

        

 

         Antes que se ponham a perguntar se estou a pensar incendiar um cacto no túmulo de Aristóteles, esclareço-vos que estou a falar do poste mais dominante dos anos 90 e (cerca de) meio de 2000. E digo dominante porque o era, não sendo talvez o melhor em todo esse período: Hakeem Olajuwon ganhou um MVP antes dele e dois títulos da NBA, e Patrick Ewing, David Robinson e Alonzo Mourning eram todos fantásticos postes (uma década que foi certamente muito mais agraciada nessa posição do que é hoje). No que toca a domínio em campo, Shaquille O’neal foi o porta-estandarte da NBA e desse tipo de jogo, espectacular e eficiente, durante muitos anos. E na semana passada decidiu reformar-se.

         Faço esta semana uma crónica curta não porque me tenha apercebido que era tarde e me estava a esquecer da coluna desta semana (jamais…!), mas porque já muitas homenagens foram feitas ao longo dos últimos dias. Um homem com 2,16m e 147 kg que ganhou um MVP em 2000 e foi MVP das Finais em 3 dos 4 campeonatos que ganhou não deve passar despercebido.

         Começou em 1992 nos Orlando Magic. Durante quatro anos (sendo gigantesco mas pesando muito menos do que o descrito acima), foi a grande âncora da equipa, tanto na defesa como no ataque (nomeadamente, a partir muitas tabelas, literalmente), e levou-a a uma Final da NBA, onde perderam com os Houston Rockets. Mas a sua era dourada foi em Los Angeles, com os Lakers. Naquele que discutivelmente poderá ser considerado o melhor duo da história da NBA (pois, havia aqueles dois senhores em Chicago…), O’neal e Kobe Bryant, arrebataram toda a liga com 3 títulos consecutivos no início da década passada, sob a tutelagem do mítico Phil Jackson, que tinha ganho 6 títulos com os Chicago Bulls.

         Eventualmente, os egos de Shaq e Kobe não conseguiram coexistir após os três títulos (e algumas derrotas), e foi O’neal quem saiu dos Lakers. Seguiram-se passagens por Miami (onde ganhou um título em 2006), Phoenix (chegou a ser co-MVP no jogo All-Star com Kobe Bryant), Cleveland, e, ultimamente, Boston, onde finalmente se reformou.

         Que mais se poderá dizer sobre Shaq? Uma das figuras públicas da NBA mais únicas de sempre, que jogava a um nível altíssimo e entretinha todo o mundo com a sua boa disposição. Homem das mil e uma alcunhas (algumas já referidas). Dos mil e um números da camisola (32, 33, 34 e 36). E já agora, das mil e uma equipas (sem querer faltar ao respeito). Um dos melhores de sempre. Ponto.

03
Mai11

Buzzer - Beater

Óscar Morgado

Big Three: alunos vs. mestres

 

      É uma fórmula cientificamente comprovada. É o Fairy de lavar a loiça à mão e o Calgonite para quem prefere à máquina: toda a gente fica satisfeita com o resultado.

      E a técnica é quase milenar. Os ‘Trios’ na NBA são coisa que na maioria das vezes ganhou campeonatos. Dúvidas? O algodão não engana (também utilizo metáforas com outros produtos de limpeza): Larry Bird, Robert Parish e Kevin McHale foi sem grande discussão a melhor combinação 3, 4, 5 da história da NBA, dominando nos Celtics dos anos 80 (ganharam 3 campeonatos e 2 outras presenças nas finais). Ou então alguns se lembrarão dos “Bad Boys” dos finais da mesma década em Detroit: Isiah Thomas, Joe Dumars e Bill Lambier (2 campeonatos vencidos). Ainda seria digno referir Magic Johnson, Kareem Abdul-Jabbar e James Worthy nos Lakers – perdão – nos ‘Showtime’ Lakers de 80, o ainda existente trio de Duncan, Ginobli e Parker nos Spurs, e, como não poderia deixar de ser, Bill Russell, Bob Cousy e John Havlicek, que venceram 6 campeonatos juntos nos anos 50 e 60, sendo provavelmente o trio mais mortífero de sempre.

      Portanto, trios dão campeonatos. Umas vezes aos pares, outras à unidade, por vezes a granel. E claro, também em trios. Recentemente voltou-se a essa estratégia: os Boston Celtics adquiriram Kevin Garnett e Ray Allen para flanquear Paul Pierce em 2007, juntando 3 futuras lendas da modalidade. Ainda mais recentemente, ou seja, esta época, este modelo de sucesso, que deu um campeonato aos Celtics logo na época 2007-2008 e uma presença nas Finais dois anos depois, foi aplicada. Com um pouco mais de mediatismo: Lebron James e Chris Bosh, dois All-Stars estabelecidos na NBA, rumaram a Miami para se juntarem a Dwayne Wade, tendo já estabelecido esta época uma potência da NBA ao ficarem em segundo lugar da Conferência de Este. Estes dois trios estão neste momento a defrontar-se nas semi-finais dos playoffs, com a vantagem da primeira partida a favor de Miami.

      Ainda assim, mais que as semelhanças, notam-se as diferenças. O ‘Big Three’ de Boston apareceu como um produto “pronto a cozinhar”, recrutando veteranos estabelecidos (todos os 3 tinham pelo menos 30 anos)  que nunca tinham ganho títulos, tendo essa motivação comum e sabendo que era necessário sacrificar estatísticas individuais. E conseguiram. Já o trio de Miami teve alguma dificuldade em impor-se, não só porque se trata de jogadores menos experientes que tiveram mais dificuldade em se adaptarem aos seus lugares na equipa, mas porque o evolucionismo de Darwin ainda não se manifestou em pleno.

 

 

 

 

 

      Darwin, perguntam vocês? Claro que sim. Em Boston, o ‘Big Three’ evoluiu para ‘Big Four’, pois Rajon Rondo, base titular da equipa desde a chegada das estrelas, tornou-se no geral melhor jogador que os restantes três. Esta melhoria foi em grande parte fruto da experiência dos veteranos sobre o jovem base, cujos grandes problemas de mentalidade e consistência foram ultrapassados para o tornar um dos grandes da liga na posição. E isto aconteceu ao resto da equipa: Glen Davis e Kendrick Perkins (que foi trocado há uns meses) foram apenas alguns dos jogadores que beneficiaram com a presença das estrelas, melhorando o seu jogo. Boston tornou-se uma equipa completa (embora as trocas de jogadores tenham estragado alguma química existente).

      Em Miami há, porém, mais talento. Calcula-se que no futuro esse trio produza mais dividendos que o de Boston. Mas neste momento a evolução não está completa: toda a responsabilidade do jogo passa por James, Wade e Bosh, sendo o resto da equipa de um nível muito inferior, pois falta um poste dominante nas tabelas e um base capaz de ser um general em campo. Talvez as três estrelas façam crescer algum jovem atleta da actual ou futura equipa?

      No resto, também financeiramente a evolução é inferior. Garnett recebe quase 19 milhões de dólares anuais no seu penúltimo ano de contracto, Ray Allen recebe 10 milhões e Pierce quase 14. Tanto James como Wade ou Bosh não recebem sequer 15 milhões (embora no último ano obrigatório de contracto recebam quase 20 cada). No actual confronto, penso que a maturidade de Boston ganha vantagem, mas o talento e o maior número de partidas em casa pode pender a favor de Miami. Veremos.

 

by Óscar Morgado

13
Abr11

Buzzer - Beater

Minuto Zero
Agora é mesmo a sério

 

 

         O que não quer dizer que antes tenha sido a brincar. Os playoffs da época 2010/2011 da NBA vão começar este sábado, e tanto dúvidas como certezas pairam no horizonte.

 

         Por onde começar? Pelas certezas claro está. Curiosamente, depois de tanta dúvida acerca dos Miami Heat, Boston Celtics, Orlando Magic ou New York Knicks, é nesta mesma Conferência de Este que elas estão. Todas as equipas com lugar estão definidas, bem como o lugar específico e o confronto para cada uma. Vejamos:

 

Chicago Bulls (1º lugar) vs. Indiana Pacers (8º lugar): Derrick Rose já se afirmou como o motor da equipa de Chicago, levando-os ao primeiro lugar da conferência e sendo o mais provável candidato a vencer o MVP do campeonato, o que, somando a forte defesa da equipa, os torna os mais prováveis candidatos à vitória da série. Contudo, Indiana tem um potente marcador de pontos em Danny Granger, bem como um poste em ascensão em Roy Hibbert, que poderão ainda causar alguns problemas, ganhando talvez um ou dois dos sete jogos.

 

Miami Heat (2º lugar) vs. Philadelphia 76ers (7º lugar): os 76ers irão causar desequilíbrios nas duas posições em que Miami é mais fraco (base e poste) com Elton Brand e Jrue Holiday. Deixo aqui uma nota de interesse para o duelo entre Lebron James e Andre Iguodala, dois dos melhores defesas da actualidade na posição de extremo (3). Contudo, desde que os Três Reis Magos (James, Wade e Bosh) joguem como já mostraram que sabem, a previsão é semelhante ao confronto anterior.

 

Boston Celtics (3º lugar) vs. New York Knicks (6º lugar): os Knicks nunca foram candidatos ao título esta época. Os Celtics sim. Mesmo algo desfalcados após trocar a sua grande âncora defensiva, o poste Kendrick Perkins, são sérios candidatos ao título e têm mais argumentos, especialmente defensivos, contra Nova Iorque. Contudo, trata-se de playoff, e nos grandes momentos, as estrelas sabem fazer o seu trabalho. Ambas as formações estão recheadas delas, mas a equipa em desvantagem teórica, os Knicks, têm 3 estrelas que já deram provas: Billups, fora do seu “prime” mas já foi campeão da NBA e MVP das Finais; Anthony e Stoudemire ambos chegaram às finais da Conferência Oeste em ocasiões diferentes. Vantagem para Boston, mas um encontro que será competitivo.

 

Orlando Magic (4º lugar) vs. Atlanta Hawks (5º lugar): aqui residirá, provavelmente, o confronto mais competitivo da conferência. Não só pela proximidade classificativa mas também pelos argumentos dos dois lados. Orlando sempre confiante na força destrutiva de Dwight Howard debaixo das tabelas e nos seus filões de atiradores exteriores; Atlanta com a posição de base melhorada em Kirk Hinrich, juntando com um dos grandes postes da actualidade em Al Horford e a explosividade dos seus extremos Josh Smith e Joe Johnson, bem como uma reserva ofensiva de luxo em Jamal Crawford, têm uma receita para espantar a sua má sorte em jogos de playoff. Ambas equipas com muito a provar, sem um favorito claro à partida…é preciso mais para nos agarrarmos à televisão (ou ao…hum, computador?)?


        

         Quanto às incertezas, vou ser bem mais sumário. O facto é que como esta crónica é escrita na véspera do final da época regular, ainda só há certeza que os San Antonio Spurs são a equipa que entrará em primeiro lugar no playoff, devido à época excepcional que fizeram. A segunda posição é neste momento disputada pelos Dallas Mavericks (que todos os anos são muito criticados pela ineficácia em playoff, em contraste com épocas regulares brilhantes), Los Angeles Lakers (que tentam o tri-campeonato) e Oklahoma City Thunder (que apesar de serem, discutivelmente, a equipa com maior margem de crescimento positivo no futuro da NBA, já se equiparam aos grandes na corrida ao título).

 

         O quinto lugar está também bem definido, com o plantel mais equilibrado da liga: os Denver Nuggets. Não são tidos como favoritos num confronto com qualquer uma das equipas acima citadas, mas têm provado que o esforço de equipa ainda compensa. O sexto lugar foi ontem segurado pelos Portland Trailblazers (que se reforçaram em peso com Gerald Wallace, um dos melhores defesas da NBA, e que tiveram uma prestação digna de um Most Improved Player em LaMarcus Aldridge esta época). Os Memphis Grizzlies (ancorados por performances magníficas de Zach Randolph e Rudy Gay) e os New Orleans Hornets (que sendo a sensação do início da época, desceram de rendimento, mas continuaram a ser carregados por Chris Paul) disputam a sétima posição, que lhes dará um confronto contra o segundo classificado (Lakers, Dallas ou OKC). Entre esses e os Spurs? Venha o diabo e escolha.

 

         Mais incerteza ainda desperta o vencedor do título. Spurs, Lakers, Thunder, Celtics, Heat e Bulls são as que têm, na minha opinião, as chances mais palpáveis de chegar ao topo. Destas, Spurs, Lakers e Boston são favoritas. Não consigo sinceramente dizer que uma delas tem claras hipóteses de se sobrepor às restantes.

 

         Eu cá torço pelos Celtics, os quais acho mais capazes da conferência que apoio.

 

         Mas mais que isso, torço por ver grandes partidas de basquetebol. Comecem desde já, porque agora é que é a sério.

 

by Óscar Morgado