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Minuto Zero

A Semana Desportiva, minuto a minuto!

A Semana Desportiva, minuto a minuto!

Minuto Zero

07
Jun12

Buzzer Beater

Óscar Morgado

Nota: por motivos logísticos, a crónica desta semana é escrita à quarta-feira de manhã, embora seja apenas publicada no dia seguinte.

 

Conspiração

 

Sim, o título é sugestivo e arrojado. Isto porque se tem falado algo nisto no seio da NBA, à margem de conversa de playoff. A lotaria para as escolhas de draft já aconteceu e os grandes vencedores foram Nova Orleães, cuja 4ª melhor chance de obterem a primeira escolha no draft os levou a ultrapassar aquelas dos Bobcats, Wizards e Cavaliers. Num draft em que o número 1 consensual é o extremo-poste Anthony Davis, isto vem mesmo a calhar para uma equipa que perdeu Chris Paul, e precisa de jogadores para rodear Eric Gordon.

E agora a conspiração: como os Hornets, no papel, ainda são propriedade da NBA, embora já tenha sido formalizada a venda a Tom Benson, os conspiradores dizem que a lotaria foi arranjada, pela suposta razão de a liga ter prometido a primeira escolha do draft a Benson quando vendeu a equipa.

Podem ler aqui uma data de hipóteses neste artigo muito bem escrito. Resta-me dizer que é um bocado ridículo, visto que há sempre algo onde se pode colar uma decisão pouco esperada: com os Bobcats podia ser um favor a Michael Jordan, com os Cavaliers podia ser uma tentativa de fazer justiça à cidade por ter pedido Lebron James, enfim, há uma infinidade de razões. Mas uma salta-me à vista: os Bobcats, equipa que tinha a melhor chance de obter a primeira escolha, 25%, ficou em segundo. Dos mais de 20 anos em que a lotaria se realiza nestes moldes, a equipa com mais chances ganhou a primeira escolha apenas 3 vezes. A última foi em 2004, ano em que Orlando escolheu Dwight Howard. Porque, verdade seja dita, embora a segunda melhor chance seja metade de 25, os Bobcats estavam a competir contra outros 75%, três vezes mais prováveis de suceder, ainda que distribuídos por outras equipas. E Nova Orleães, inserida nesses 75%, ganhou.

Acabe-se lá com as brincadeiras: apenas duas equipas, a meu ver, caso tivessem ganho, teriam uma vitória injusta porque passaram a fase final da época numa desprezível táctica denominada tanking (não se esforçar por vitórias para obter melhores chances no draft), para obter mais escolhas de draft favoráveis e construir uma equipa com peças valiosas, que foram os Golden State Warriors e os Portland Trailblazers. De resto, as outras equipas foram simplesmente más. E a sorte calha a todos. Não concordo com o artigo acima em que se possa colocar este tipo de conspiração ao mesmo nível das do 11 de Setembro ou do assassinato de Kennedy, mas esta simplesmente tem muito pouco fundamento e circunstância para ser plausível. Jogue-se basket.

 

06
Abr12

Buzzer Beater

Óscar Morgado

Kentucky Wildcats - mais do mesmo

 

Na passada segunda-feira os Wildcats, equipa que antes do torneio final deste ano da 1ª divisão da NCAA estavam em 1º no ranking, ganharam a edição 2012 do torneio, batendo a Universidade de Kansas, na final. E porquê mais do mesmo? Não sendo a equipa com mais títulos universitários (com este último somam 8, UCLA é a grande totalista com 11, salvo erro), são os que nos últimos anos têm formado a maior quantidade de jogadores de qualidade para os profissionais, especialmente na NBA. Isto vem com alguma tradição na credibilidade que o programa de basquetebol daquela universidade tem em formar jogadores.

São facilmente reconhecíveis: Pat Riley, estrela dos anos 60, actual presidente dos Miami Heat, Jamal Mashburn, Tayshaun Prince, Keith Bogans, DeMarcus Cousins, John Wall, Rajon Rondo, Antoine Walker, Patrick Patterson, Brandon Knight, e, duas estrelas deste ano que seguramente irão entrar na NBA nas próximas temporadas (dependendo se decidem declarar-se para o draft ou não), Michael Kidd-Gilchrist e Anthony Davis.

E estes são só os mais reconhecíveis, muitos mais há em número que acabam por entrar na NBA. A equipa deste ano teve uma particularidade interessante: Davis e Kidd-Gilchrist, os melhores jogadores, estão no seu primeiro ano de universidade. Isto vem das bases sólidas de recrutamento que esta escola tem. Uma das grandes dificuldades, na minha opinião, da NCAA, é o refazer constante das equipas, pelo que os jogadores não jogam mais do que 3 ou 4 anos, e aqueles que se destacam cedo pela sua qualidade, saem para a NBA 1 ou 2 anos depois da sua experiência universitária. Portanto a base de continuidade tem que ser em dois aspectos: no recrutamento e na equipa técnica, pois dificilmente se constroem estas equipas à volta de alguns jogadores, pelo menos a longo prazo.

Com este plano de recrutamento a resultar bem nos últimos anos, espera-se que a Universidade de Kentucky continue a formar jogadores de grande qualidade, sendo que este ano não será excepção. Num draft que se advém prolífero em jogadores de grande estatura (uma deficiência gritante da NBA neste momento é a quantidade de postes de qualidade, ao passo que em extremos-poste já se afirmam muitos jogadores de renome), muitas equipas com menos sucesso este ano irão abastecer-se de juventude e capacidade física, mas também técnica, para voltar à relevância, ou chegar lá pela primeira vez. Anthony Davis parece ser a escolha consensual para nº1 (embora ainda não se tenha declarado elegível para o draft), mas daí até aos 9 seguintes, a corrida parece estar muito dividida, e ninguém sabe exactamente quem é melhor, logo a seguir. Com a chegada dos playoffs da NBA, nas próximas semanas, as equipas que lá não estiverem vão começar a virar-se para esta via. Uma das maiores silly seasons da temporada, em que toda a gente se arma em adivinho para ver quem acaba por ser escolhido e em que lugar, onde agentes batalham pelo 'stock' dos seus clientes, e, dependendo do número onde são escolhidos, da dimensão dos seus contratos, e ainda, comissões.