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Minuto Zero

A Semana Desportiva, minuto a minuto!

A Semana Desportiva, minuto a minuto!

Minuto Zero

29
Jan12

Área de Ensaio

Pedro Santos

Curtas do Mundo do Rugby

 

 

    Numa altura em que os principais campeonatos nacionais estão parados, destacam-se alguns jogos da fase de grupos da Taça de Portugal. Se em alguns jogos o equilibrio entre equipas da Divisão de Honra e da 1ª Divisão tem sido notório, em outros percebe-se que ainda existe um fosso competitivo enorme entre estas duas divisões.

    Neste fim de semana os resultados mostraram isso mesmo. O CRAV (1º classificado da 1ª Divisão) foi até Coimbra perder com a Académica por 22-10. O resultado acaba por mostrar algum equilibrio, ainda para mais quando percebemos que a Académica está na final four da Divisão de Honra.

Também a Lousã demonstrou que não está longe do nível da Divisão de Honra, pelo menos dos lugares de baixo da classificação. A derrota por 2 pontos com o Técnico (20-18), bem que poderia ter tido um final diferente.

    Já o Santarém e Évora mostraram enormes dificuldades contra equipas do escalão maior. Os escalabitanos foram derrotados por 139-0 pelo Belenenses, o que em parte se justifica pela falta de experiência da equipa de Santarém, frente a uma equipa que quer vencer este troféu e assim salvar a época. Já o Évora foi também copiosamente derrotado pelo CDUL por 89-3, o que vem demonstrar ainda mais a quebra que o Évora apresenta em relação a anos anteriores.

 

    A selecção portuguesa jogou este sábado frente aos England Students (uma selecção não oficial da Inglaterra), e venceu por 31-28. Esta vitória representa um regresso aos triunfos depois da derrota com o Uruguai em Novembro, e vale sobretudo pelo valor anímico natural de uma vitória e pelo regresso à competição internacional de alguns jogadores.

    No próximo sábado regressa o Campeonato Europeu das Nações, e Portugal que ocupa o 3º lugar tem uma deslocação dificil à Roménia, uma equipa que fez um bom mundial e que ocupa neste momento o 2º lugar com mais 2 pontos que Portugal.

Na primeira volta (Fevereiro de 2011) Portugal arrancou uma brilhante vitória em Lisboa por 24-17.

 

    No próximo sábado começa também o Torneio das 6 Nações de 2012. Mais uma edição desta prova mítica, a maior entre selecções do Hemisfério Norte, e onde se espera muita emoção.

    Entre as 6 selecções, o favoritismo vai para Inglaterra e França embora não seja de menosprezar a hipótese de Pais de Gales e Irlanda chegarem ao título. A Escócia não parece capaz de disputar o troféu, estando neste momento num processo de renovação pós-mundial, enquanto que a Itália ficará feliz se conseguir alguma vitória (embora o rugby italiano esteja em evolução).

    Na primeira jornada a França recebe a Itália, a Inglaterra viaja até Murrayfield para defrontar a Escócia e Irlanda e País de Gales repetem o jogo dos quartos de final do RWC 2011.

 

    A África do Sul foi a última das grandes selecções a trocar de treinador a seguir ao Mundial. Peter de Villiers não resistiu à não revalidação do título mundial. Heineke Meyer é o senhor que se segue, um treinador com vasto curriculo no país e uma vasta experiência na Currie Cup.

    Também a Inglaterra efectou uma troca de treinadores saindo Martin Johnson e entrando Stuart Lancaster, na França Phillipe Saint-Andre substituiu Marc Lièvremont e na Nova Zelândia Steve Hansen é o sucessor de Graham Henry.

Apenas os resultados mostrarão se as trocas foram de facto proveitosas.

 

By Pedro Santos

24
Jul11

Área de Ensaio

Pedro Santos

Análise ao Mundial - Grupo A

 

     

       A análise de cada grupo do mundial é obrigatória para perceber como será o proprio Rugby World Cup.

      Já há algum tempo que queria falar deste assunto, mas considero ser este o momento certo para o fazer, e como tal irei começar por analisar o Grupo A do mundial.

      Como todos os outros este grupo é composto por 5 equipas. Destas 5, duas irão apurar-se para os oitavos de final. O terceiro classificado irá automaticamente apurar-se para o Mundial de 2015, e as duas últimas equipas irão para casa mais cedo.

      O grupo A, tem então, a Nova Zelândia, a França, Tonga, Canadá e Japão. E os dois candidatos a passar à proxima fase são mais que óbvios, apenas um "desastre" iria impedir França e Nova Zelândia de passar aos oitavos. E muito provavelmente a Nova Zelândia será primeira classificada (verão mais à frente a importância de ser primeiro). Considero ainda que Tonga poderá ter uma pequena chance. É muito pouco provável, mas temos de o considerar, nem que seja por jogarem praticamente em casa.

      O terceiro classificado, será disputado por Tonga, Japão e Canadá. Tonga é favorito, o Japão depois de vencer o Pacific Nations Cup aparecerá motivado, o Canadá é uma equipa consistente e não sendo uma equipa de primeira linha, é forte e têm evoluido muito, pode tambem ser a surpresa.

      A minha aposta será Nova Zelândia em primeiro, França em segundo, Tonga em terceiro, Japão em quarto e Canadá em último. podem existir mudanças mas em principio será assim. O grupo parece-me acima de tudo competitivo, mas "por baixo" uma vez que a disputa dos dois primeiros não deverá ser acesa, a disputa do 3º lugar será sim uma batalha a seguir com atenção.

 

     Começou o espectáculo do Tri-Nations Series e logo com um grande jogo, a mostrar que esta é uma das melhores competições do mundo.

     Vitória australiana sobre uns Springbooks que forma uma pálida imagem daquilo que costumam ser, e que só nos inutos finais mostraram alguma coisa.

Já se sabia que a África do Sul, iria ter problemas. Jogadores lesionados, indefinições na equipa (os dois pilares fizeram a sua estreia), até problemas no voo para a Austrália houve.

     Já a Austrália, apareceu super motivada com vários jogadores que venceram o Super Rugby a crer agarrar a titularidade.

A vitória por 39-20, só espanta quem não viu o jogo. Os defesas australianos estão num nivel altíssimo, James O'Connor, Quade Cooper ou Adam Ashley-Cooper são jogadores de cariz mundial, e cada vez mais mudo a minha opinião. Os autralianos começam a parecer fortes candidatos para vencer o mundial.

     É preciso ver mais e perceber se esta forma que apresentam é passageira ou se é para ficar.

     Sábado ( 08.30 hora de Lisboa) os neozelandeses vão entrar em campo para defender o titulo frente aos sul-africanos. Veremos se estes (África do Sul) vão acusar o peso da derrota ou se pelo contrario vão mostrar aquilo que realmente são.

 

By Pedro Santos

05
Jun11

Área de Ensaio

Pedro Santos

All-Blacks

 

      

        27 De Novembro de 2010. Millenium Stadium, País de Gales. Defrontam-se, neste dia, País de Gales e Nova Zelândia numa partida amigável. Ao minuto 51, o Asa Neo-Zelandês Daniel Braid comete uma penalidade e vê o cartão amarelo que o coloca de fora do jogo nos 10 minutos seguintes. O resultado nesta altura é de 13-9 a favor da equipa do Hemisfério Sul. Na sequência da falta, o Médio de Abertura galês Stephen Jones chuta aos postes e coloca o resultado em 13-12. Com apenas um ponto a separar as equipas, e o País de Gales a jogar com mais um homem, espera-se uma quebra anímica dos All-Blacks e uma subida de rendimento por parte dos galeses que os leve a vencer a partida.

       Contudo, o episódio que se passou de seguida veio demonstrar o que é o rugby Neozelandês. Depois de uma série de ataques bem parados pela defesa galesa, a bola chega à linha, onde o ponta Hosea Gear marca um ensaio que acaba definitivamente com as aspirações galesas de uma vitória. Dan Carter, com uma conversão difícil, coloca o resultado em 20-12. A Nova Zelândia acaba por vencer o jogo por 37-25.

       Este episódio demonstra aquilo que para mim é a maior qualidade do estilo de jogo dos All-Blacks, um espírito incrível e, acima de tudo, uma capacidade tremenda de, quando o adversário parece estar por cima, eles virarem o jogo.

       A Nova Zelândia é, sem dúvida alguma, uma das selecções mais famosas do rugby mundial. E contribuiu para isso, por exemplo, o facto de interpretarem o “Haka”, a dança de guerra Maori, antes dos jogos ou jogarem sempre com o seu equipamento integralmente preto. Contudo, aquilo que mais visibilidade deu e continua a dar aos All-Blacks é a sua forma de jogar. Para além da mentalidade guerreira, existem outros aspectos do jogo Neozelandês que se destacam em relação às restantes equipas mundiais. Apesar de sempre ter tido grandes avançados, é nos defesas que a Nova Zelândia se destaca. Jogadores rapidíssimos, com um controlo de bola fenomenal e uma capacidade de passe que, só por si, é capaz de abrir buracos nas defesas contrárias, é isto a imagem dos defesas neozelandeses.

       Ao longo das décadas, a Nova Zelândia tem sempre apresentado grandes equipas, não só nas competições internacionais mas também nos jogos amigáveis em que tem vindo a participar, por isso mesmo a IRB, nomeou os All-Blacks como “Equipa do Ano” em 2005,2006 e 2008, sendo esta a mais bem sucedida equipa da história do rugby.

      Além disso, vários jogadores históricos têm surgido nas fileiras desta selecção: nomes como o Talonador Sean Fitzpatrick, os Pontas John Kirwan e Doug Howlett (o jogador com mais ensaios), ou, mais recentemente, o Centro Tana Umaga, o Médio de Abertura Dan Carter ou o Asa Richie McCaw. E, obviamente, aquele que é por muitos considerado o melhor jogador de sempre, Jonah Lomu.

       O que tem faltado aos All-Blacks tem sido a vitória no Rugby World Cup. Em 6 edições, venceram apenas uma (1987) e jogaram-na em casa. Em 2007, por exemplo, foram eliminados pela surpreendente Argentina, e mais uma vez não corresponderam às expectativas. O problema tem sido mesmo este, partem sempre como favoritos e acabam por sucumbir à pressão. Em termos de Tri-Nations Cup, a grande competição do hemisfério Sul, aí dominam de longe sobre África do Sul e Austrália, tendo vencido dez edições contra apenas três dos sul-africanos e duas dos australianos.

      No Campeonato do Mundo deste ano partirão, mais uma vez, como favoritos.

      Os jogos de Julho/Agosto servirão para mostrar se a forma que apresentaram no final do ano passado se mantém ou não, e se existe alguma equipa que lhes consiga fazer frente.

       Neste momento, no panorama internacional, apenas a África do Sul e a Inglaterra parecem ser capazes de fazer frente à Nova Zelândia, mas também em 2007 ninguém esperava uma vitória argentina e ela aconteceu.

      Teremos de esperar para ver se mais uma vez os All-Blacks falham o objectivo, ou se o espírito guerreiro que os caracteriza emerge nesta competição e os leva à vitória final.

 

By Pedro Santos