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Minuto Zero

A Semana Desportiva, minuto a minuto!

A Semana Desportiva, minuto a minuto!

Minuto Zero

27
Jan11

Steve Field

Minuto Zero

Federer, The Best

Esta semana quis fugir ao meu habitual habitat. Deste modo, optei por falar no meu segundo desporto, o Ténis, a propósito do primeiro Grand Slam do ano. Apesar de ter jogado poucas vezes, Ténis é de facto uma paixão. Tantos os serões que me colo à TV e só descolo já de manhã, quando terminou a jornada. Este amor pode parecer um pouco anormal para quem me conhece, pois sabe que sou fã de desportos colectivos e que valorizo muito mais o todo do que um jogador, por melhor que ele seja. Mas é assim, ténis é fabuloso!
E para tratar deste desporto nada melhor do que escrever sobre um dos desportistas que mais me fascina: Roger Federer.
Para mim, Federer é um dos melhores desportistas do mundo e o melhor jogador de ténis da actualidade, o melhor desde que me lembro de acompanhar a modalidade. Pode não ter a garra, o espírito de sacrifício e a força mental do seu maior rival (apesar de amigo) Nadal. No entanto, possui talvez a fatia mais importante, o talento. Talento é o que não falta a este Suíço. A sua criatividade, o seu reportório de jogadas interminável fazem levantar multidões que se curvam perante tal maravilha.

Fonte: Samaw.com
Aliado a isto, Federer é um verdadeiro gentleman, sempre com elevado fair-play. Parece ser uma excelente pessoa. A prova disso foi na sua última vitória contra o seu compatriota suíço Wawrinka. No final do jogo justificou a derrota do amigo por este não estar habituado a jogar no horário diurno, pois nas outras eliminatórias jogou sempre de noite. Obviamente, isto não justifica uma derrota. O que quis evidenciar foi o seu elevado companheirismo. Além de que quando perde, reconhece sempre a superioridade do adversário.
Porém, possui algumas fraquezas como qualquer um. No seu caso, essas debilidades custaram-lhe alguns títulos, debilidades que se expõem mais quando defronta Rafael Nadal. E porquê? Porque Nadal não dá uma bola por perdida. Porque Nadal luta contra as adversidades. Federer parece que bloqueia quando se encontra em desvantagem, sobretudo em desvantagem perante Nadal. Além disso, praticamente que se entrega, não lutando para recuperar. No entanto, há destacar que tem evoluído muito neste campo. Um jornalista conceituado de um jornal Francês disse mesmo que Federer mudou o seu jogo para recuperar o trono que lhe pertence por qualidade.
Para mim, Federer é melhor que Nadal (a ‘eterna’ questão), apesar de ser legítimo considerar o contrário. Mas, pelo que tenho analisado, a maioria concorda comigo (o que não significa que seja verdade, claro. É apenas o que acho). São os dois melhores e cada um avalia de acordo com os seus parâmetros. Acho mesmo que um jogador perfeito seria a junção dos dois: o talento quase sobrenatural de Federer, e a entrega e raça do Espanhol. Porém, tendo de optar pelo melhor, para mim esse é Federer pois considero o talento que tem muito mais difícil de ser atingido do que a força mental e a capacidade de entrega ao jogo. Na minha opinião, isso é mais facilmente trabalhado. O talento não, o talento nasce com a pessoa e talento Federer tem para dar e vender. Mais uma vez sublinho: com a força de Nadal, Federer seria mais consistente e era quase imbatível.
Estabelecendo uma analogia, podemos considerar Federer o Messi do ténis e Nadal o Ronaldo (não podia deixar de vir o futebol…). Nadal (ou Ronaldo) tem de trabalhar muito mais que Federer (ou Messi) para estarem ao mesmo nível. Federer e Messi nasceram com o dom, com o talento (que o têm de potencia, claro). Nadal e Ronaldo são o que são fruto do intenso trabalho que desenvolvem. Não querendo tirar mérito nem a um nem a outro (porque são, respectivamente, o segundo melhor tenista e um dos melhores futebolista), valorizo mais jogadores como Federer ou Messi, pois o que fazem, fazem praticamente natural, por magia. E ‘é disso que o meu povo gosta’.
Esta minha ideia pode parecer um pouco contraditória com os meus valores. Eu prezo muito o trabalho. Sou de opinião que mesmo jogadores como o Messi se não se esforçarem, não devem de jogar. O lugar é de quem trabalha. No entanto, tanto Federer como Messi são verdadeiros monstros no que fazem.
Fonte: Mirror.co.uk
Para concluir que já me excedi um pouco pelo agrado do que estou a escrever: Considero Federer o melhor tenista do mundo. É um fenómeno, só comparando a Bolt, Phelps ou Messi na actualidade desportiva (peço desculpa se me esqueci de algum relevante). Se der o passo em frente, o de ficar tão forte como Nadal naqueles critérios ‘extra ténis’, irá desfazer as duvidas quando ao melhor. Penso ainda que esse passo, se acontecer, permitirá em definitivo ser considerado unanimemente como o melhor de sempre. Ele já o é nos títulos, mas não é só de títulos que se faz um ‘deus’. É esse passo que falta para encantar mais como encanta a mim. Federer para mim é um deus do ténis, um desportista que me faria pagar muito só para o ver e que me delicia sempre que o posso acompanhar. O mundo do desporto precisa de mais como ele, para maravilhar as multidões.
20
Jan11

Steve Field

Minuto Zero
Paços de Ferreira – ganhar a bola como princípio e não como um fim

No passado sábado aconteceu o inevitável para os lados de Alvalade: o presidente José Eduardo Bettencourt, no final do jogo que o Sporting saiu derrotado na sua própria casa frente ao Paços de Ferreira por 3-2, demitiu-se, deixando certamente os adeptos leoninos mais aliviados, face ao caos em que o clube se encontra.
E foi a derrota em casa contra uma equipa de outro campeonato (entende-se campeonato da manutenção) que fez precipitar a demissão de JEB. Face à demissão, naturalmente que os media deixaram para segundo plano o grande destaque da noite: a vitória categórica do Paços de Ferreira.
Fonte: Expresso.pt
Só os mais fanáticos poderão justificar a derrota ou a exibição menos conseguida do Sporting pelo segundo golo Pacense (é certo que o penalty é inexistente). O Paços de Ferreira apresentou-se em Alvalade sem medo, jogando olhos nos olhos com o Sporting, que embora a sua instabilidade e a sua perda progressiva do seu estatuto de grande (em termos de resultados, claro) continua a ser um grande clube e que é sempre difícil de batido no seu reduto.
Uma das razões para o sucesso Pacense prendeu-se com o uso da sua habitual postura, da sua habitual estratégia. Estranho? Não para quem acompanha o futebol português. Isto porque as equipas mais pequenas, por norma, quando defrontam as maiores, sobretudo fora de casa, alteram a sua estratégia, adoptando estratégias puramente defensivas, em alguns casos denominado de ‘autocarro’. Não tenho nada contra isso, bem pelo contrário, é uma estratégia como qualquer outra e se for a única forma de sucesso, muito bem. (lembro o jogo Barcelona – Inter da época passada. o Inter não teve outra maneira de parar a super potência. Mourinho foi considerado o mestre nesse jogo, também por mim, e evidentemente não fazia sentido criticar essa postura) No entanto, há maneiras mais atractivas de jogar, e aí o meu destaque para o Paços.
O Paços iniciou o jogo no seu habitual 1x4x1x2x3 com Cássio na baliza, uma defesa por vezes permeável (sobretudo os centrais Samuel e Cohene) mas com um lateral bastante ofensivo (Maykon), o que é natural fase à sua posição de origem, extremo. No meio campo André Leão é a âncora da equipa, o jogador que garante os equilíbrios. À sua frente dois jogadores interessantes: David Simão, jogador emprestado pelo Benfica e Leonel Olímpio. Quanto ao primeiro, falta-lhe o ‘clique’, um pequeno passe em frente em termos tácticos e de estabilidade exibicional para se poder afirmar no futebol português. O tridente ofensivo é perigoso, sobretudo quando parte para contra-ataque. Tem um ponta-de-lança que ainda não deu nas vistas (Rondon), mas tem dois extremos bastante bons tecnicamente (Manuel José e Pizzi), sobretudo Pizzi, jogador cedido pelo Braga, que poderá muito bem vingar no clube arsenalista face à sua grande qualidade. 
A defender, com excepção de Rondon, toda a equipa descia fazendo uma pressão média-baixa. As linhas juntavam e a equipa que tem algumas debilidades a nível defensivo tornava-se compacta, reduzia espaços, basculava, fazia transições defensivas com eficácia e amenizava essas debilidades. No entanto, no outro lado estava Valdez, um dos melhores do campeonato (sem dúvida o melhor e mais inconformado jogador leonino) que é exímio a jogar entre linhas e provocou imensos estragos na equipa Pacense. O Paços viu-se com imensos problemas com este pequeno grande jogador, que evidenciou algumas das carências que já referenciei.
Quanto ao processo ofensivo, a sua grande virtude, foi bastante produtiva, causando imensos calafrios à defensiva leonina, que raras as vezes os conseguiram parar. As transições foram sempre feitas a grande velocidade e a toda a largura do campo, sempre apoiada pelos médios que faziam a cobertura adequada. Ou seja, faz a junção de duas vertentes que raramente se encontram ligadas: transições rápidas e apoiadas, em posse.
O Paços jogou em Alvalade com um dos princípios que mais admiro e mais se aproxima da minha concepção do futebol. Campo pequeno a defender, campo grande a atacar. Mas há muitas equipas que tentam fazê-lo e o sucesso é reduzido, pois não têm capacidade para tal, é uma ideia de futebol bastante adaptada ao futebol moderno que implica bastante treino, bastantes rotinas de jogo. Não é fácil jogar deste modo. Não é fácil estar a defender a atacar e estar a atacar a defender, sempre a tentar jogar de forma positiva. E é esta a forma que se devia de ver nas equipas mais pequenas quando defrontam as grandes. Utilizem ‘autocarros’, utilizem o que acharem mais adequado (e ninguém tem de criticar), mas a recuperação de bola se não for vista como o princípio de uma possível transição, de uma possível jogada ofensiva e não como o fim de um ataque adversário, o sucesso fica mais distante e o futebol português não dá um passo em frente em termos de competitividade. Se as equipas não tiverem receio da bola e mantiverem a sua personalidade como o Paços de Ferreira fez, certamente que mais surpresas desta acontecerão e certamente que o futebol português se torna mais atraente.

by Steve Grácio
13
Jan11

Steve Field

Minuto Zero
Prémios FIFA e Taça da Liga

1 – Foi com enorme ansiedade que acompanhei a gala de atribuição dos prémios FIFA, já que José Mourinho era um dos candidatos. Felizmente, contra a maioria das previsões, inclusive da minha numa crónica de há umas semanas, José Mourinho, com toda a justiça, foi congratulado (oficialmente) como melhor treinador do mundo. É o melhor, sem dúvida, e não só por tudo o que já referi na crónica passada. Viram o discurso de Sneijder aquando da entrega do seu prémio por pertencer à equipa do ano? Viram a primeira reacção de Mourinho quando ouviu o seu nome como melhor do mundo? Viram o seu discurso que, apesar de curto, foi marcante? Bem se não viram vou dizer as respostas…Sneijder disse ‘Queria que Mourinho vencesse porque é o melhor treinador do mundo’. Quanto à primeira reacção de Mourinho foi abraçar o que ele julga ser a principal razão do seu sucesso, os seus jogadores. Foi magnífico! No entanto, mais bonito ainda foi o seu discurso: ‘Peço desculpa por falar em português mas sou um Portugal orgulhoso (…)’. É por tudo isto e muito mais que é o melhor. Sem margem para dúvida, Mourinho é o grande embaixador nacional no estrangeiro, é um fenómeno, um motivo de orgulho (ou se não é, devia) para todos os portugueses.
2 – Messi venceu o prémio de melhor jogador do mundo. Não se pode dizer que algum prémio que Messi vença seja injusto, porque é o melhor jogador de todos, mas se o prémio visa congratular o melhor de 2010 então esse, não estando Sneijder presente, deveria de ser entregue a Xavi. Vencedor da liga espanhola, campeão do mundo. Jogador essencial tanto no seu clube como na sua selecção, o verdadeiro cérebro. Sem ele, o jogo muda. Infelizmente, não se dá o devido valor a estes jogadores que raramente são protagonistas de um encontro mas que são peças fundamentais em qualquer êxito. Julgava que isso mudaria este ano, mas pelos visto apenas os que marcam golos são reconhecidos…quando Xavi não vence neste ano, dificilmente voltará a vencer. Porém, como já referi, Messi é um fenómeno e qualquer troféu lhe assenta que nem uma luva. Tem condições para ser o melhor de sempre. Mas toco num ponto essencial: O que seria de Messi sem jogadores como Xavi?
3 – Nota negativa para os organismos reguladores. Pelo primeiro ano, e penso que bem, atribui-se apenas um prémio, numa espécie de junção entre a bola de ouro e o prémio FIFA. No entanto, pelo que li, para o ano vai haver dois prémios, um para o melhor do mundo, outro para o melhor da Europa. Tanta indecisão que estes senhores têm. Todos sabemos que o melhor do mundo actua sempre na Europa, não faz sentido haver dois prémios que irá para o mesmo jogador.
4 – Nota negativa também para a taça da liga. O formato que esta apresenta é irrisório, que favorece os maiores clubes. Como diz Manuel Machado, ‘mais vale colocarem logo os quatro maiores nas meias-finais e discutir-se o troféu entre eles’. Ora nem mais, faço das palavras dele as minhas. O formato actual tem várias contrariedades: os oito primeiros classificados da época anterior (onde estão, obviamente, os grandes) apenas entram numa última fase com o sorteio a ser bastante favorável para que os quatro maiores se apurem para a meia-final, pois aliado ao seu maior potencial ainda jogam a maioria dos jogos em casa (é certo que foi sorteado, mas não tem nada de ser sorteado. Têm de ser favorecer os que mais necessitam!). Este facto ainda provoca outro pior, que se prende com a falta de receitas que os clubes de menos dimensão têm pois jogam a maioria dos jogos fora de portas, além que ainda têm despesas por se terem de deslocar. Quando não havia esta competição, dizia-se que deveria de ser criada para não sermos diferentes dos restantes. Agora que há, ninguém lhe dá credibilidade pela má gestão da mesma. Se é para isto, mais vale acabarem com ela. Ninguém gosta de ver jogos ‘a feijões’. Sugeria um formato idêntico à taça nacional (como se faz nos outros países) para poder haver a festa da taça. Robin dos Bosques roubava aos ricos para dar aos pobres, os organizadores desta competição preferem alargar o fosso entre os que mais necessitam e os que mais têm. Assim vai o nosso futebol.

by Steve Grácio

06
Jan11

Steve Field

Minuto Zero
Portugal

Aproveitando a última crónica do João, decidi avançar com um tema que já tinha pensado há algum tempo, os resultados desportivos do nosso país.
Vivo num país que vive mergulhado numa profunda crise socioeconómica que, apesar de ser comum na restante Europa, assume particular relevo no nosso país.
Além disso, vivo num país com elevados níveis de pessimismo. Para os portugueses, somos os piores em tudo, os outros são sempre melhores seja onde for.
Com toda a situação do país, aliada à fraca capacidade organizativa, os recursos disponíveis para os nossos atletas, como foi frisado pelo João, são escassos, sobretudo quando comparados com outros países, nomeadamente com os nossos vizinhos espanhóis.
No entanto, apesar de todas as premissas negativas que referi, as conclusões, para a maioria surpreendentes, são muito boas para as condições disponíveis. Vivo num país com o melhor treinador do mundo. Vivo num país onde três jogadores já foram considerados melhores do mundo. Vivo num país com treinadores com capacidades técnico-tácticas bastante evoluídas, muitos deles conquistando o mundo. Vivo num país onde a selecção nacional nos últimos anos foi vice-campeã europeia e conquistou um quarto lugar no mundial. Vivo num país com o melhor atleta de triplo salto do mundo, com a melhor atleta de salto em comprimento, um dos melhores velocistas, grandes nadadores, o melhor atleta de vela, o melhor piloto de ralis, os dois melhores atletas de judo nas suas categorias, um prodígio no motociclismo. Vivo num país que é uma grande potência em futsal, futebol praia e hóquei em patins, com um campeão europeu de futsal e onde uma selecção amadora de râguebi alcança o lugar num mundial. Vivo num país com algumas medalhas olímpicas.
Enfim, vivo num país com apenas cerca de 10 milhões de habitantes que conquista o mundo com as suas proezas, contra todas as adversidades. Será que somos assim tão pequenos como nos fazemos crer?

Nota: Peço desculpa por algum desportista ou algum desporto que ficou esquecido, tentei focar os mais fulcrais


by Steve Field
30
Dez10

Steve Field - Semana Melhores do Ano (2010)

Minuto Zero
José Mourinho: O rei

É com especial agrado que irei redigir esta crónica. Quem não gosta de escrever sobre o seu ídolo?
Tal como os meus colegas mencionaram, são várias as figuras deste ano de 2010, entre os quais, para espanto de alguns, se encontram alguns portugueses. No entanto, para além de um ídolo, nunca escreveria esta crónica se ele não fosse uma das grandes figuras do desporto e, certamente, a maior figura portuguesa do ano.
Mourinho por si só já é uma figura. Onde quer que esteja, provoca polémica, é o centro das atenções. Muito conhecido pelos seus ‘mind games’, começa as partidas na conferência de imprensa onde, propositadamente, chama para si toda a atenção para retirar pressão sobre os seus pupilos. Uma grande e inovadora estratégica de começar a vencer ainda antes de a partida começar.
Tal como o próprio disse recentemente, este foi o seu melhor ano na sua (ainda) curta carreira. Incrível como anos de repletos de sucesso são superados. Neste ano de 2010, venceu tudo o que podia vencer: campeonato e taça de Itália, Liga dos campeões, deixando pelo caminho a considerada melhor equipa do mundo, no seu próprio estádio. Não encantou pelo modo de jogar, mas venceu. Os resultados é que ficam para a história. Foi criticado constantemente, quer pelo seu jogo ‘feio’, quer pela sua maneira de estar no futebol, mas tudo lhe deu um suplemento de força para vencer. Nada lhe deu mais gozo do que vencer neste ano.
Na segunda metade do ano, esta em que nos encontramos, rumou a Madrid para tentar recolocar este ‘gigante adormecido’ no caminho das vitórias. Conseguiu? Ainda é cedo para avaliar mas, apesar do grande belisco de Camp Nou, tem a confiança dos dirigentes e da massa adepta bastante exigente, o que por si só já é difícil pois mesmo os que triunfam em Madrid, muitas vezes não conseguem tal proeza.
Em Madrid tem a feroz concorrência do Barcelona, a máquina de jogar bom futebol que todos conhecemos, como ficou evidente nos 5-0. No entanto, julgo que mais uma vez a força mental, a capacidade táctica invulgar, irá superar a técnica. A inteligência é a base do futebol, e essa está presente em todas as equipas de Mourinho. Xavi recentemente veio a público dizer que Mourinho não inventou nada ao futebol. Em parte concordo com ele. O futebol tem tudo praticamente inventado, não estamos em tempos onde alguém inovava, como o fez Sacchi no Milan ou Cruyff no Barcelona.  Porém, estamos num mundo onde a inteligência e a força mental dominam, e nesse campo, Mourinho é implacável. Ninguém o supera.
Com José Mourinho parece que estamos num conto de fadas ou num filme da Walt Disney, onde tudo é possível. Nunca esteve na melhor equipa do mundo, mas tornou-as as melhores. Equipas intransponíveis mentalmente. Certamente que será a maior figura portuguesa do desporto de sempre, um dos grande do desporto mundial e caminha a passos largos para ser o melhor treinador da história do futebol. Afinal, não somos assim tão pequenos como julgamos ser.

Fonte: Ofutebolfalado.blogspot.com


by Steve Grácio
23
Dez10

Steve Field

Minuto Zero

Rivais têm de ser inimigos?

Como fã incondicional de Ténis, não pude deixar de assistir aos embates entre os dois melhores jogadores da modalidade, Federer e Nadal. É certo que eram jogos amigáveis, mas o espectáculo era garantido. E as expectativas não foram em vão, assistiu-se a dois grandes jogos, com uma vitória para cada lado.
Estes jogos amigáveis foram marcados com o propósito de angariar fundos para as fundações de ambos que provou que os desportistas mais conceituados têm vindo a ser cada vez mais solidários, sentindo que lhes cabe grande parte das ajudas possíveis. No entanto, o que mais tenho a realçar nestes embates, ainda mais que o acto solidário, foi a constatação de que os dois maiores rivais são amigos. Para mim isto é algo anormal atendendo à realidade com que cresci a ver e fazer desporto: clubes rivais (é certo que neste caso não se trata de clubes, mas podemos fazer uma analogia) nutrem ódio mútuo, não olhando a fins para atingir os meios que pretendem, que muitas vezes origina cenas lamentáveis de violência entre os seus apoiantes.
Pegando como exemplo o futebol, podemos constatar este ódio entre os três grandes do campeonato português, sobretudo quando se trata do Benfica. Quantas cenas de violência já tivemos conhecimento entre claques? Quantas trocas de palavras menos bonitas já vimos entre presidentes? Até já houve mortes de adeptos, como aconteceu com um adepto do Sporting numa final da taça, no Jamor, contra o Benfica.
No entanto, como já referi, é com o Benfica que estes sentimentos impróprios se fazem sentir em maior evidência, especialmente pelo Porto. Na última final europeia que o Benfica esteve presente, os adeptos do Porto fizeram questão de ir esperar a equipa adversária ao aeroporto para lhes desejar boa sorte…para além de que cada vez que o Sporting, Porto e agora até Braga e Guimarães estejam a jogar, certamente que há cânticos contra o Benfica.
É questão para perguntar…porquê tanto ódio? Não podem simplesmente centrar atenções no seu próprio clube? É claro que tem de haver rivalidade para bem do desporto, mas com respeito, com desportivismo!
O desporto seria tão mais bonito sem esta rivalidade extrema. Como é algo que, infelizmente, já pouco se vê, fiquei agradado e surpreendido com esta rivalidade saudável entre Federer e Nadal. Provaram ser grandes homens. Provaram que ser rival não significa ser inimigo. O desporto assim era tão melhor!

by Steve Grácio
16
Dez10

Steve Field

Minuto Zero
Formação: ganhar ou formar?

Nos nossos dias, com a crescente crise económica mundial, os clubes (sejam eles de que desporto sejam) têm vindo a ter uma aposta cada vez mais frequente nos escalões de formação: tentam, apesar dos recursos financeiros escassos, garantir melhores condições aos atletas, apostam cada vez mais sem medo em jogadores jovens nos seniores…Porém, qual será a política mais eficaz de um clube? Apostar na sua maioria em formar bons jogadores ou privilegiar a conquista de vitórias?
Obviamente, o ideal seria conciliar as duas variáveis, ou seja, aliar os bons resultados desportivos à formação de grandes jogadores. Mas, tendo de optar por uma delas (isto porque, na minha óptica, existe um ‘trade-off’ evidente pois, ao privilegiar uma delas, a outra vai sofrer uma recessão), quanto a mim, os resultados devem de ter prioridade. Sei que o leitor, ao ler isto, vai discordar comigo e aceito porque entendo o outro lado, mas irei tentar fundamentar esta opinião que me parece invulgar.
Deste modo, porquê apontar maioritariamente para a obtenção de resultados?
1 – As vitórias são o principal factor motivacional de qualquer desportista e, consequentemente, estando motivados mais jogadas lhe irão sair bem, o que é óptimo para a sua formação, para a sua aprendizagem. (este factor baseia-se num principio motivacional, ou seja, a motivação é o factor mais preponderante para obter êxito)
2 - Se a política de um clube passar por o lema de ‘não interessa o resultado, o que conta é jogarmos bem’, pode dar resultado em certos jogos pois alivia a pressão, mas prejudica a mentalidade do desportista.
3 – É obvio que todos os jogadores gostam de jogar bem, mas de que é que isso serve se no final do jogo estivermos no balneário a chorar por uma derrota? Além de que, por experiência própria, um jogador, nos escalões de formação em Portugal, se não andar numa equipa que ande nos lugares cimeiros não é visto, por melhor que seja. (como é evidente, se esse jogador for um Messi, será visto. Estou a referir casos ‘normais’)
4 – Alguns leitores poderão ainda dizer que não concordam com esta minha visão pois um jogador pode chegar aos seniores bastante bem mentalmente, pelos troféus adquiridos, mas não estar no auge das suas potencialidades. Até pode ser verdade, mas mais uma vez refiro que o psicológico é fundamental, neste caso pela exigência do futebol sénior (por exemplo, para o desportista não se perder nas ‘más vidas’). Quantos casos já viram de jogadores com elevado talento mas que, por este ou aquele motivo, não têm sucesso? Pelo contrário, refiro o João Paulo, jogador actualmente no Guimarães, formado na União de Leiria, que aparentava ser um jogador ‘normal’, mas que é profissional e fez uma carreira interessante. Muitos colegas seus de elevado potencial certamente nem um jogo sénior fizeram.
Julgo que um jogador que seja razoável/bom se não tiver palmarés em termos de formação (que o prepara psicologicamente), por norma, não atinge o escalão profissional. (estou a ter como exemplo o futebol, desporto que estou mais a par, mas certamente que não deve de variar muito nos outros desportos colectivos)
Para complementar esta minha perspectiva, tenho ainda a referir que, há poucos anos, fui um jogador razoável que, não querendo armar-me em bom, podia ter sido jogador de uma segunda divisão, era dos melhores na minha posição no distrito. No entanto, (lá está, não era um Ricardo Carvalho, se fosse teria sido irrelevante) talvez por falta de ambição continuei no clube onde me sentia bem…era capitão, tinha amigos excelentes. Porém, todos os anos lutávamos para não descer de divisão. Formei-me como Homem, joguei (que é essencial na formação), aprendi muito, mas…não ganhei! Resultado? Vim estudar para Lisboa e futebol, nada. No futebol, forma-se ganhando.
Concluindo, é importante apostar nas potencialidades dos atletas, é importante rodar o plantel e fazer alinhar todos os jogadores mas…só se houver vitórias!

by Steve Grácio

09
Dez10

Steve Field

Minuto Zero

Melhores do mundo?
Esta segunda feira, foram revelados os três jogadores e os três treinadores que vão competir pelo prémio de melhor do mundo na sua categoria. É uma lista, tanto de jogadores como de treinadores, repleta de grandes talentos. No entanto, terá sido esta eleição justa?
Comecemos pelos jogadores: previsivelmente, os nomeados foram Iniesta, Messi e Xavi. Se quanto a Messi que, apesar do mundial apagado (apesar de, parecer o único critério de avaliação, a participação de qualidade no mundial), foi bota de ouro e é o génio que se conhece, claramente um jogador invulgar, Xavi é, na minha opinião, o melhor do mundo e, inevitavelmente, sendo este facto aliado ao facto de ter sido campeão do mundo, torna esta nomeação uma obrigatoriedade. Porém, a nomeação de Iniesta é ridícula. Será o facto de ter sido campeão do mundo e ter marcado o importante golo que decidiu o mundial suficiente para estar nomeado e ser o favorito à vitória? Por incrível que pareça, é suficiente. Iniesta, para além do mundial, fez uma época miserável, repleta de lesões, onde foram mais os jogos em que não participou do que os que jogou. E mesmo pondo isto, deverá ser o melhor jogador do mundo. Não está em questão a sua qualidade, que é imensa, mas os eleitos têm de ser os melhores do ano… na minha modesta opinião, Sneijder devia de ter sido nomeado no lugar de Iniesta e, inclusive, apesar de considerar Xavi e Messi os melhores dos melhores, devia de ser ele o melhor do mundo pela época perfeita que fez: campeonato de Itália, taça de Itália, vencedor da liga dos campeões, finalista vencido e melhor marcador do mundial. Que mais é preciso para ser o melhor do mundo?
Desnecessário será comentar os nomes indicados na lista inicial onde, incrivelmente, se encontrava, por exemplo, Cristiano Ronaldo e não se encontra Pique que, tal como Iniesta, foi campeão do mundo. Mas é central…
Quanto aos treinadores, apesar de também ser previsível como nos jogadores, neste caso considero justa. José Mourinho, que ganhou os mesmos três títulos de Sneijder, o melhor do mundo, goste quem gostar, Vicente Del Bosque, seleccionador campeão do mundo e Guardiola, pelo futebol apresentado pelo Barcelona. No entanto, quanto às previsões de quem irá vencer, mais uma vez o melhor deve ficar relegado: Del Bosque, por ser campeão do mundo (mais uma vez, mostra ser o único critério de escolha) deverá ser o vencedor. Ora, comparar um mês de trabalho com um ano que o Mourinho teve no Inter, é mais uma decisão bastante controversa. Tal como disse Mourinho, se não vencer este ano nunca mais vencerá. Guardiola, por não ter ganho nada de tão importante quanto Mourinho ou Del Bosque, deverá ter de se contentar com o terceiro lugar. Espero que pelo menos neste não haja dúvidas.
Porém, tem de se realçar que esta nomeação foi, maioritariamente, da responsabilidade dos capitães e seleccionadores nacionais, que muitas vezes de futebol percebem pouco, talvez votando no prestígio e, no caso de Mourinho, os treinadores odeiam-no, o que fará certamente Del Bosque o vencedor.
No entanto, talvez por coincidência (ou não…), 5 dos 6 nomeados são espanhóis, um país com cada vez mais preponderância ‘fora do campo’.
A fama e o poder são tudo, são capazes de levar Cristiano Ronaldo (não sei bem como) ao nível que tem hoje, por exemplo. Enfim, é o futebol dos nossos dias.


fonte: revistafutebolista.blogspot.com

by Steve Grácio


02
Dez10

Steve Field

Minuto Zero
Violência
Há algumas semanas que esperava pelo embate entre o campeão europeu Benfica e o campeão nacional Sporting e, aproveitando a acessibilidade de preços dos bilhetes do futsal (6 euros para não sócios, o que só incentiva a ida ao pavilhão. O futebol que aprenda!) desloquei-me ao Caixa Futebol Campus para assistir ao jogo entre as melhores equipas desta excelente modalidade.
O resultado do jogo (4-2 para o Benfica) mas, sobretudo, a qualidade do jogo, fizeram com que passasse uma boa tarde. Apesar do equilíbrio, o Benfica foi superior ao seu rival. A experiência numa modalidade de pavilhão tem maior relevo e nesse aspecto o Benfica é soberbo, com uma equipa que joga há vários anos junta. A meu ver, este factor é o que faz desequilibrar a balança a favor do Benfica, apesar de excelente equipa do Sporting.
No entanto, para não variar, assistiu-se a cenas lamentáveis no final do jogo, que traduz o fanatismo de ambos os adeptos e talvez o mau perder da parte leonina (ao contrário, provavelmente, teria sido igual). Tenho de realçar o excelente trabalho da equipa de segurança na mediação pronta da violência mas houve alguns very lights arremessados, o que nos deve preocupar pois, infelizmente, ir ao futebol (neste caso ao futsal) não é seguro. Porque não há um maior controlo à entrada?
Mas este é um tema para ser debatido noutra altura…não foi as medidas de segurança que me levaram a escrever este artigo mas sim o fanatismo, que se traduz nas claques. Como dizia o João Perfeito no final do jogo, estas existem devido à cultura dos países latinos onde a maioria dos adeptos (eu sou o máximo exemplo disso) se deslocam a um jogo para o observar não para estar a puxar pela sua equipa. Em Inglaterra, por exemplo, não vemos nenhuma claque no estádio pois as pessoas que se deslocam ao jogo vão com o propósito de apoiar o seu clube. Deste modo, para o ambiente do jogo, é crucial a existência das claques em Portugal. Porém, estas provocam imensos problemas o que me leva a ser contra elas.
E porquê? As claques em vez de se limitarem a apoiar a sua equipa (que tão bem o fazem) passam grande parte do jogo a ‘picar’ a claque adversária, como vi no jogo, mais vezes por parte do Benfica por jogar em casa e ter mais adeptos no jogo. Isto provoca o ‘inevitável’, confrontos no final do jogo por tanto ódio acumulado. Porquê isto? Porque não apoiar só o seu clube? Porque cantar o nome do Benfica em praticamente todos os recintos onde há jogos de grandes mesmo sem o Benfica estar presente? Há assim tanto ódio pelo maior clube português?
Em suma, no meu ponto de vista que é de um adepto de futebol mais do que adepto do Benfica, acabem com as claques! Estas teriam utilidade se fosse para o bem do espectáculo, como é para criar guerras estão a mais no futebol. Como as claques funcionam neste momento, são um desincentivo ao futebol assistido ao vivo e um incentivo a ficar pregado à televisão, para agrado da sporttv. Ao contrário de muitas opiniões que já vi de amigos que escrevem neste blog, o fanatismo não beneficia em nada o desporto, só o torna numa guerra desnecessária.
By Steve Grácio
25
Nov10

Steve Field

Minuto Zero
Equipas B

Corria o final da época 2005/06 quando o Futebol Clube do Porto extinguiu a sua equipa B. A partir desse momento, tanto o Porto como os o Benfica e o Sporting (assim como Braga ou Guimarães, mas não de forma tão evidente e extensa) começaram a estabelecer protocolos com clubes de menor dimensão, tanto da primeira, como da segunda ou até da antiga segunda divisão b.
Será que o nosso futebol beneficiou com essas extinções?
Com excepção do Marítimo, nenhum clube manteve uma equipa secundária, certamente devido ao agravar da crise económica. Hoje em dia vemos equipas como o Portimonense, a Académica, o Olhanense, o Fátima, entre muitos outros, que têm como base no seu plantel jogadores emprestados pelos grandes, tornando-se praticamente a sua equipa B. Será esse facto benéfico para o nosso futebol? Na minha opinião não, esses jogadores, em muitos do casos, não aproveitam a oportunidade que lhes dão para evoluir e passam a época sem vontade de estar no clube, esperando pelo final da época para voltar à ‘casa mãe’, o que depois é raro acontecer porque os jogadores não entendem que o empréstimo é uma fase fundamental na sua formação.
Quando, na maioria dos casos, o clube que empresta o jogador continua a pagar-lhe o salário, porque não manter a equipa B? Essa é uma das questões que tem sido levantada e parece que essas equipas vão mesmo voltar, na minha opinião para benefício do nosso futebol. E porquê? Primeiro certamente tornaria esses ‘clubes satélite’ mais competitivos. É certo que os jogadores emprestados têm imenso valor, mais do que os que pertencem ao clube, mas não o potenciam nesses clubes. Jogadores pertencentes ao clube garantem mais qualidade, na maioria dos casos. Em segundo lugar, jogadores como o Caneira do Sporting mantinham-se em actividade e disponíveis para serem negociados, o que assim é difícil por treinar à parte e perder o ritmo. Julgo ainda que, e é uma opinião pessoal, os jogadores dos grandes evoluíam mais, apesar de não defrontarem jogadores de tanta qualidade, pois trabalhariam mais para chegar à equipa principal, podendo alcançar esse objectivo a qualquer altura da época, e não só no inicio da próxima.
É certo que a extinção das equipas B veio ajudar financeiramente os clubes pequenos que não têm tantos encargos financeiros. Mas o fosso entre os clubes grandes e os pequenos será sempre cada vez maior. Um grande que seja líder do campeonato dificilmente perde essa vantagem. Em Portugal, a competitividade não é muito elevada. Se olharmos para os grandes campeonatos europeus, não encontramos clubes como o Portimonense, composta por jogadores dos grandes. Em Itália ou Inglaterra, por exemplo, vemos os últimos a ganhar aos primeiros com mais frequência do que o previsto. Vemos equipas super competitivas. Vemos jogadores a dar tudo pela sua camisola, pela camisola que lhe paga para jogar, para poder um dia dar o tão desejado salto na carreira.
Ora, em suma, julgo que apesar dos custos, seria benéfico para o nosso futebol voltar a ter as equipas B, a actuar no máximo até à liga de Honra. A competitividade aumentava, o futebol melhorava. Seria melhor do que ver a deprimente liga Centenária, que de pouco serve. 

By Steve Grácio