Em Frente
Factor Quim
Uma renovação na baliza encarnada. Sai um guarda-redes experiente, campeão nacional por duas vezes, para se gastar 8.5 milhões de euros num outro. A terceira transferência mais cara da história do clube e uma das maiores a nível de guarda-redes, no panorama mundial. Porquê? Era necessário um guarda-redes que desse pontos…
Existe dois tipos de jogador em questão. Um primeiro que passe a maioria dos jogos despercebido e que no momento em que é chamado a intervir o faz categoricamente. E, um segundo que tem na irregularidade o seu cartão-de-visita. Alguém capaz de grandes e quase impossíveis defesas, mas que quando menos se espera lá deixa a bola entrar, num falhanço astronómico.
O primeiro tipo de jogador – Quim – era já um veterano, é certo. No entanto, isso para a posição em questão nunca representou um problema. Pelo menos, não deveria ter representado. Apesar de mal-amado pelos adeptos, foi o guarda-redes que teve presente na conquista de metade dos títulos nacionais conquistados nos últimos vinte anos, pela equipa. Era alguém regular. Sim, por vezes também tinha uma descaída, mas isso era raro. Nunca comprometeu a baliza, ao contrário de quem assumiu as redes encarnadas após a sua saída.
Chegou então um novo atleta, o segundo tipo de jogador – Roberto. Espanhol de origem, tido como uma forte promessa das balizas do seu país, desde a sua chegada que foi tendo sobre si os holofotes. E pela quantia a que foi contratado nem de outra forma poderia ser. Todavia, a pressão inicial deve ter sido de tal modo elevada, que nos primeiros meses da época foi responsável por condicionar a equipa na conquista dos objectivos finais. Foram falhanços escandalosos, uns a seguir aos outros. Tremia por todo o lado, tornando-se a defesa do atleta cada vez menos possível.
A única que até poderia ser utilizada era a questão da idade e da adaptação. Mas, sabendo dessa hipótese, então só se tem de culpar os dirigentes, responsáveis por esta contratação. Dispensar o titular, já histórico no clube, para ir buscar um atleta por uma quantia acima da realidade nacional, tem de ter, desde logo, efeitos imediatos. Não se pode desculpar com o facto de ser uma promessa, um atleta para o futuro, de ter um enorme potencial, etc… É que para essa história já havia o Moreira, que tendo 20 ou 30 anos, será sempre a eterna promessa do Benfica.
Foi um erro a saída de Quim. Foi um erro de enorme importância na resolução do campeonato. A Roberto está associada a perda de grande parte dos pontos da equipa. E, voltando à questão de ter ou não um guarda-redes que dê pontos, realmente foi o que aconteceu, ou não tivesse o Futebol Clube do Porto ganho uma vantagem pontual confortável, logo no início do campeonato, devido a este jogador, um erro de casting bastante grave.
Saudações Leoninas,
by Jorge Sousa