Steve Field
Notas, parte 5
1 – Com muita pena minha, não tenho acompanhado tão de perto a Copa América como gostaria. Posto isto, não poderei fazer uma análise pormenorizada como gostaria. Do que tenho visto, mais uma vez irei repetir-me ao dizer que as equipas sul americanas não me encantam, apesar do enorme talento dos seus jogadores. O Brasil é das piores selecções, uma selecção que vive da inspiração de jogadores medianos como Ganso e Neymar, jogadores que os media teimam em endeusar, incrivelmente. A argentina, a selecção com maior talento individual, teima em não resultar colectivamente, quem sabe por pensar que Messi de um momento para o outro resolve, e isso mesmo ao melhor do mundo nem sempre é possível. No entanto, pelo que vi no último encontro, já com uma dinâmica ofensiva mais forte, considere-os os favoritos à vitória final, apesar de continuar a dizer que o Uruguai ao melhor nível poderá fazer estragos.
Nas restantes equipas, a surpresa poderá vir por parte da Colômbia, provavelmente a equipa que melhor se apresentou até então. Chile e Uruguai têm uma palavra a dizer, e pelo que vi das duas grandes selecções, razões para sonhar não faltam. Uma competição que apesar do desinteresse que tem provocado, não é para perder de vista.
2 – Tal como na Copa América, nas duas outras competições também será difícil uma análise mais ao pormenor. No entanto, no mundial feminino tenho conseguido acompanhar e a surpresa tem sido grande pelo elevado nível apresentado. A grande favorita Brasil claudicou nos penaltys, deixando caminho aberto para os EUA e a Suécia que irão medir forças, respectivamente, com França e Japão, duas meias-finais que prometem, para acompanhar amanhã.
Nota final para a Brasileira Marta que é, de facto, uma jogadora de outro mundo. Pena que não poderá jogar mais na competição face à eliminação da sua selecção, mas a sua qualidade ficou bem patente nos jogos que disputou. Mais um caso a comprovar que o talento não se mede pelo género.
No mundial sub-17, vitória da equipa da casa, que se apresentou sempre muito madura para a idade dos seus atletas. Os jogos das meias-finais, o jogo de atribuição do terceiro e quarto lugar e a final foram verdadeiros hinos ao futebol. Venceu a equipa que melhor explorou os erros adversários, pois a qualidade era homogénea. Foi um torneio bastante atractivo, com grandes valores a despontar e que deu para verificar a evolução de um país a nível futebolístico. As melhores selecções na competição são das melhores selecções a nível sénior, prova que os sucessos começam a ser alcançados na base.
3 – Nota final para a desilusão vinda da luz. É certo que estamos na pré-época, altura ideal para errar. O que me preocupa não são as derrotas. Preocupa-me sim a má gestão do clube. Não há substituto para Coentrão, Maxi quer sair e não há substituto, os centrais são fracos para o nível pretendido, algo que pode ser remediado com a vinda de Garay, que fará uma boa dupla com Luisão, só que sem substitutos à altura. Não há substituto para Salvio. O Benfica contrata muito, mas contrata muito mal. Não contrata o que necessita, parece que o dinheiro abunda e que o que interessa é contratar avançados (por falar em avançados, que desperdício desaproveitar um jogador como Rodrigo). Enfim, mais um ano pintado de azul. Fraco Benfica, muito fraco.
By Steve Grácio