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Minuto Zero

A Semana Desportiva, minuto a minuto!

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17
Jun11

Voleibol à Sexta

Sarah Saint-Maxent

Descoberta a careca


                Pronto, agora é que ficou mesmo visível. Afinal sempre temos um probleminha na nossa seleção masculina de voleibol, e até se chama Tiago Violas. Disse aqui há uns dias que o rapaz até estava a dar conta da situação, mas o último fim-de-semana mostrou – finalmente – a grande fragilidade do distribuidor titular da equipa das quinas.

 

 

                A grande exibição da seleção no primeiro jogo com a Sérvia – uma vitória na negra, mas que poderia facilmente ter ficado 3-1 para os portugueses – deveu-se, em grande parte, ao desempenho de Valdir: 31 pontos de ataque, dois serviços e um bloco fizeram dele o mais pontuador do jogo, ao mesmo tempo que o (finalmente) formidável Carlos Teixeira defendeu de forma quase perfeita. Voltemos a Valdir por um segundo: não seria possível conquistar 31 pontos de ataque sem uma distribuição fantástica para a saída de rede. E é verdade, Violas tem um passe para o oposto que é irrepreensível, na maioria das vezes.

                Aliás, a confiança do jovem distribuidor no seu passe para a saída é notória: basta observar alguns pontos para notar uma preferência nessa distribuição. O problema não reside aí, portanto. E também não está, pelo menos de forma notória, no passe do meio. O serviço é bom, apesar de não muito forte – consegue causar problemas na receção.

                A grande questão – que se pôde observar tão bem no segundo jogo com a mesma Sérvia, perdido por 3-0 – é a distribuição para a entrada. Neste jogo, de domingo, Valdir não estava ao nível do dia anterior, o que quis dizer que Violas teve que tentar jogar muitíssimo mais com os pontas da sua equipa. E, credo!, que distribuição tão fraca para este nível de voleibol.

                A bola é normalmente distribuída para muito perto da rede, impossibilitando ao seu jogador de entradas uma ataque em força ou extremamente colocado. As suas opções passam a ser o amortie ou uma jogada com o bloco adversário – que é forte, sem dúvida. Para Flávio Cruz, dos jogadores mais experientes (e inteligentes) da seleção, a coisa é problemática mas não completamente incapacitante. Já para André Lopes, é um assunto diferente.

                Em última análise, e usando a gíria do voleibol, Tiago Violas «queima» constantemente o ataque de entrada, retirando, a olhos vistos, eficácia ao ataque. É uma pena, dado todo o seu restante jogo – a que só poderíamos apontar uma ligeira falta de entrega na defesa baixa… – e um problema que tem que ser trabalhado, sob pena de condenar a equipa nacional à não-evolução. Carlos Fidalgo não me parece opção: tem entrado nervoso e não muito entrosado com os companheiros. Só nos resta ver o futuro… e que outras opções tem Juan Diaz.

 

                Entretanto, e depois de muitas voltas causadas pelo vulcão chileno, a seleção portuguesa defrontará a congénere argentina - que passou pelos mesmos problemas para chegar ao seu destino - este fim-de-semana em Catamarca, Argentina. Esperam-se duas vitórias para a equipa da casa, ainda que uma boa exibição portuguesa esteja sempre no horizonte.

 

by Sarah Saint-Maxent

Esta crónica foi escrita ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

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