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Minuto Zero

A Semana Desportiva, minuto a minuto!

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Minuto Zero

14
Jun11

Steve Field

Steve Grácio

Baby Boom português

 

      2003 foi o ano da mudança de mentalidades no panorama português, ano em que Mourinho venceu a Taça Uefa ao serviço do Porto. A partir dessa data, o treinador português passou a ser visto de outro modo, passou a ter o respeito dos dirigentes portugueses, que começaram a apostar mais “na prata da casa”, e dos clubes estrangeiros que fomentaram a emigração dos mesmos, que se acentuou com os sucessos da selecção e, novamente, com o sucesso de Mourinho no estrangeiro.

      No entanto, nunca como hoje o treinador português esteve tão bem conceituado. Se Mourinho foi o impulsionador, diria que estes últimos dois anos confirmaram esta nova tendência de considerar os treinadores portugueses do melhor que há. A “máquina trituradora” do Benfica de Jesus da época passada, os milagres de Domingos Paciência no Braga e a época de ouro do Porto de Villas Boas cimentaram o nome de Portugal no panorama do futebol.

      Hoje, muito devido à sua inteligência como estratega, quase como um camaleão que se adapta a todas as circunstâncias com o seu apurado sentido táctico, o treinador português consolidou o seu nome e opera nos grandes palcos europeus. Além disso, ao contrário de outrora, nos últimos anos todos os clubes da primeira divisão têm treinadores portugueses, que mostra a crescente importância que lhes é dada.

      Porém, os denominados treinadores da velha vaga perderam o seu espaço. Nomes como Jaime Pacheco, Augusto Inácio, Neca ou Jesualdo Ferreira são colocados de parte. Desta época, apenas Manuel Machado e Jorge Jesus ainda trabalham em Portugal. Quanto a mim, os clubes estão a fazer o correcto. A nova vaga trabalha de modo mais adaptado ao futebol moderno. Longe vão os tempos em que para atingir um bom nível físico se punha os jogadores a correr, como se andassem no atletismo. Hoje, o treinador trabalha o aspecto físico sempre com bola, sempre a aperfeiçoar o seu modelo de jogo. Treinadores como Domingos, Villas Boas ou Leonardo Jardim, quanto a mim, dominam muito melhor o futebol actual do que os treinadores mais antigos.

      Esperemos que esta aposta no que é nacional seja para manter. O treinador português é, de facto, um dos melhores, senão mesmo o melhor. Que pena que o jogador não seja visto como os mesmos olhos, assim evitava-se a quantidade de estrangeiros fraquíssimos que chegam aos montes ao nosso futebol e não se desperdiçava tão bons valores.

 

by Steve Grácio