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Minuto Zero

A Semana Desportiva, minuto a minuto!

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Minuto Zero

21
Mai11

A Guerra das Rosas

Pedro Salvador

O renascimento dos históricos caídos

 

 

            Parece-me já esgotante debater as finais da Liga, tal é a falta de equilíbrio entre as equipas em questão. Depois de perder por 26 no primeiro jogo, o Benfica perdeu por 33 pontos no segundo jogo no Dragão. Tal discrepância de resultados e de qualidade de jogo é para mim desmotivante e obviamente dispensa mais comentários.

            A equipa da Luz ainda se conseguiu redimir no terceiro jogo, ao vencer por sua vez o Porto em casa por uns modestos 86 - 79 pontos, mas o Porto quase que ia virando o resultado perto do fim, no que foi um encontro difícil para ambas as equipas.

            Vamos lá ver se esta vitória funciona como um wake up call para os benfiquistas, sendo que este último jogo foi, para mim, o mais aguerrido e o melhor desta final.

            Mas voltemos ao dia do segundo jogo, foi aí que aconteceu o evento que me fez redigir a minha crónica desta semana.

            Naquela bela tarde de domingo, dia 16 de Maio de 2011, depois de ver o Benfica a perder 64 -35 no início do quarto período do segundo jogo, (sim, 35 pontos em três períodos!), decidi parar de “perder o meu tempo” e fui ver as meias-finais da CNB1, que opunham a Oliveirense ao Vasco da Gama do Porto, duas equipas históricas do basquetebol nacional que nos últimos tempos têm atravessado um mau bocado.

            A Oliveirense ainda deve andar nas memórias daqueles que têm acompanhado o basquetebol nacional nos últimos tempos. Até vários problemas financeiros e directivos rasgarem a equipa ao meio e enviarem aquele que era um dos emblemas mais temidos em Portugal para a quarta divisão, esta equipa terminava sempre nos lugares cimeiros ano após ano, vencia taças atrás de taças e o Salvador Machado, pavilhão da UDO, era um inferno para visitantes, atraindo toda Oliveira de Azeméis para o seu interior em dias de jogos. Quanto ao Vasco da Gama, já não anda entre a elite há muito tempo, mas é uma potência contínua na formação e o seu nome ainda faz tremer os antigos praticantes da modalidade, devido à sua posição vencedora e guerreira dentro, e, principalmente, fora de campo (entenda-se nas bancadas), em que o seu público é um autêntico motor para a equipa e um importante desmotivador para qualquer adversário.

            Pois bem, eu entro no Salvador Machado no domingo passado já à espera daquele “burburinho de pavilhão mortiço de CNB1”, apenas interrompido pelo bater de uma ou outra bola das equipas em aquecimento. Mal sabia eu o quanto estava enganado.

            As duas bancadas do pavilhão da UDO estavam completamente lotadas, a música ecoava no interior, toda a gente a cantar pela União, excepto a comitiva do Vasco da Gama, que obviamente puxava pelos seus, e tudo isto num ambiente tal que fazia inveja a muitos pavilhões da liga.

            Mal saiu a bola ao ar assistiu-se em Oliveira de Azeméis a um jogo emotivo, equilibrado (até meio do terceiro período, quando João Abreu decidiu terminar com a igualdade), muito renhido e muito duro, mas com direito a bons pormenores técnicos, excelentes jogadas e até um afundanço, protagonizado por um jogador americano da UDO.

            No final do jogo, o 6º jogador do Vasco da Gama, o público, fez-se entoar, apoiando em força a equipa visitante e gritando um desafiador “a nossa equipa é custo zero”, fazendo alusão aos jogadores da formação presentes na equipa sénior em oposição ao plantel parcialmente remunerado e americanizado da Oliveirense, situação incomum na terceira divisão nacional, cântico esse que nem chegou para abalar a felicidade da vitória dos homens da casa, que prosseguem em frente nos playoffs da CNB1, depois de terem vencido o jogo por 89 - 58.

            Arrisco-me a dizer que com um pouco mais de soluções no banco e três americanos de qualidade, qualquer uma daquelas equipas, mas principalmente a Oliveirense, mais pela boa estrutura que já tem montada, poderia jogar facilmente na Proliga ou talvez até na Liga. 

De facto, fiquei surpreso. A Oliveirense está muito longe de ser um histórico caído, mais depressa é um histórico adormecido que mostra fortes sinais de estar prestes a acordar. E pelo resultado do primeiro jogo contra o Beira-mar talvez até já tenha acordado...

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