15
Jan11
Porque ao Sábado se Destaca
Minuto Zero
Lealdade, Carisma e Vitória
Esta é a trilogia que mais gosto da vida. Se fundirmos estas três palavras podemos morrer descansados, porque nada mais do que elas simbolizam o nosso desejo de passagem nesta efemeridade da vida.
Estas três palavras caracterizam Ronaldo e Mourinho. A quem não lhes admita vitória por inveja, carisma por prepotência e lealdade por inércia.
Sim na verdade aqueles que os criticam, são aqueles que se lamentam da crise financeira, são os velhos do Restelo, sem olhos para o futuro, massificados e uniformizados pela comunicação social numa realidade triste. Aqueles que os criticam são aqueles que são desempregados ou vão todos os dias insatisfeitos para o emprego. São aqueles que vivem à espera que o Estado os alimente. Numa inércia total que chega a ser repugnante. Multiplicam-se estes casos. Estas pessoas desconhecem a lealdade, desconhecem o compromisso, a fixação dum objectivo, o trabalho para o conseguir, o desejo e a determinação intrínsecas de sucesso. Isto começa na escola quando gozam com os bons alunos avança para o trabalho quando criticam a, b ou c porque ganha mais que eles e acaba nestes fenómenos mediáticos globais quando dizem que isto não tem importância porque temos um país a morrer a fome. A isto eu chamo fuga de admissão de vitória dos outros derivada duma imensidão de inveja que simboliza a fragmentação individual que sentem de si próprios.
Tudo isto leva a que as pessoas sejam estandardizadas pelas notícias que vêm todos os dias, que o pessimismo reine e que não entendam uma das frases com mais significado da nossa vida. “Nada é o que parece”. Para estas pessoas com um grau de inteligência duvidoso o carisma de Mourinho ou Ronaldo é uma brutalidade, uma afronta à condição humana, uma valorização excessiva e uma atitude repugnante.
Para mim qualquer carismático tem de ser controverso. E se a coisa que Mourinho e Ronaldo não são é prepotentes. Vivemos numa sociedade de actores sociais, de enquadramento contextual que nos leva a assumir diferentes papéis consoante o desejado, uma descrença na identidade e uma prática do policiamento correcto.
Mas o nosso verdadeiro discurso tem de se libertar destas amarras, tem de ser fluído e intrínseco a nós mesmos. Tem de se demarcar da sua vertente instrumental e cronológica. Instrumental no sentido de termos medo do nos controlarmos a nós próprios e de preferirmos ser controlados. Cronológico porque dizemos as coisas segundo uma sequência temporal, delimitada, uma previsão do discurso.
Mourinho e Ronaldo não coexistem nesta hipocrisia de sociedade. Falam com o coração e com a alma, dizem o que pensam, por isso são controversos. Por isso existem sempre uns burros que tem palas e não percebem que os seus discursos são simplesmente uma defesa de si próprios e uma vinculação com a verdade que acreditam. Qual é o mal de dizer que “Eu sou o melhor” quando o sou. É falta de humildade dizê-lo não me parece escondê-lo é que é hipocrisia. Ronaldo e Mourinho dizem o que sentem perante o mundo, por isso toca-nos na alma as suas palavras para o bem e para o mal. Mas não é falar que eles são bons.
São exímios no trabalho e na dedicação. Num esforço sobre-humano que realizam desde a mais tenra infância até ao momento presente. Um esforço que os tais velhos do Restelo fruto da inércia da sua vida jamais poderão compreender. Um esforço que envolve sacrifícios e uma unicidade de determinação circunstancialmente inquebráveis. Uma motivação intrínseca e extrínseca. Aquilo que eu chamo “Olhar para o Mundo com três anos e dizer que vou ser o melhor”.
Porque só com esta confiança se consegue trabalhar. Um trabalho árduo e de sacrifício. Um trabalho em prol dum sonho, em prol dum objectivo, duma idealização de vida. Inquebrável perante tudo e todos. Planeado à expoente máxima, com derrotas em batalhas mas sempre vitórias em guerras. Etapa a etapa estes dois homens foram crescendo, foram mostrando ao Mundo ao seu valor e fazer de nós portugueses, um povo sonhador, tal como há 500 anos atrás quando descobrimos o Mundo.
Daí que estes homens sejam um profundo orgulho para nós e mereçam o nosso mais rasgado elogio. Por cada lágrima de choro de Ronaldo com saudades da mãe quando era gozado no Sporting e por cada apontamento de Mourinho dos treinos do pai eles cresceram, se calhar rumo a um patamar em que ficaram em definitivo na história do futebol. Porque os pequenos detalhes fazem as grandes diferenças. Mas estes meros sacrifícios, estes meros detalhes exacerbaram-lhes rumo ao seu patamar actual que outrora podia ser imaginável. A sorte não existe. É preciso muito trabalho para encontrar, como um tesouro numa mina.
Por isso para mim as suas afirmações chocantes são tudo menos prepotência, são a vossa afirmação pessoal resultante de sacrifícios que todos nós achamos ser utópicos, ou então a vossa resposta aqueles que vos querem derrubar.
Mas o vosso caminho para a glória, construído ao mero detalhe é tão consciente que jamais alguém poderá quebrar.
E porque para serem grandes profissionais tem de ser grandes homens Mourinho chora ao ouvir as palavras de Sneijder e Ronaldo deixa saudades a qualquer companheiro de equipa como a partida dum irmão.
Porque ninguém consegue caminhar neste mundo galáctico sem um lado humano patenteado por estes sentimentos.
Por vocês e outros quantos como vós é que eu acordo todos os dias com o orgulho de ser português e quando o quiser perder apenas tenho uma coisa a fazer: Ligar a televisão, ver os telejornais, ouvir mais coisas sobre a crise e o desemprego.
E tu? Queres ser carismático como o Ronaldo ou Mourinho ou queres-te alienar a esta homogeneização destrutível da Humanidade? Duas escolhas para um caminho. Tu decides porque tu constróis o teu próprio destino.