Área de Ensaio
Introdução ao Mundo do Rugby
Para tema de abertura deste espaço semanal, gostaria de abordar alguns aspectos referentes ao mundo do rugby. E gostaria de faze-lo por duas razões, primeiro porque creio que a grande maioria das pessoas desconhece a modalidade, sabendo apenas que tem uma bola “estranha” e que só se pode passar para trás (e a culpa não é obviamente de quem não sabe mas sim de quem tendo o poder e o dever de divulgar a modalidade não o faz, mas isto são outros assuntos para mais tarde), e segundo porque não faria sentido semanalmente abordar a modalidade sem primeiro a introduzir a todos vós.
Abordados os motivos desta crónica, vamos agora perceber o que é o rugby.
Não pretendo fazer aqui explicações com cariz histórico (para isso serve a Wikipedia), apenas que o rugby surgiu na Inglaterra, mais concretamente na cidade que mais tarde veio a dar nome à modalidade, em 1823, pela mão (alegadamente) de um senhor chamado William Webb Ellis, a quem, por ser o pioneiro da modalidade, se decidiu homenagear dando o seu nome ao Campeonato do Mundo de Rugby ou Rugby World Cup, ou ainda William Webb Ellis Cup.
O facto de, em pleno século XIX, a Inglaterra ser ainda uma potência colonial explica o porque de o jogo se ter tornado tão popular, nas então colónias inglesas Austrália, Nova Zelândia e África do Sul.
O rugby nasceu ligado ao futebol, mas cedo ganhou popularidade e vida própria, tanta popularidade que diversas variantes foram surgindo. A variante – rainha, mais popular a nível mundial e sobre a qual principalmente irão incidir esta crónicas é o Rugby Union, jogado com 15 jogadores. Existem ainda o Rugby League, que se joga com 13 jogadores, a variante de Sevens (com sete jogadores, e que será modalidade olímpica em 2016 no Rio de Janeiro). E existem ainda outras variantes com pouca expressão como o rugby de praia ou o Touch Rugby (ou em português “Bitoque”).
Tal como disse, estas crónicas irão incidir sobretudo na variante que mais popularidade tem tanto no hemisfério Norte como no Sul, a variante de XV.
Assim, as equipas dividem se num campo com (aproximadamente) as mesmas medidas de um campo de futebol (mais as áreas de ensaio). Cada XV, é composto por oito avançados e 7 defesas (também chamados de “Três Quartos” por se dispersarem por grande parte do campo). No pack avançado existem 3 linhas de jogadores, a 1ª linha com dois pilares e um talonador, a 2ª linha com dois saltadores e a 3ª linha com dois asas e uma posição denominada “número 8”. Os sete defesas compõem se da seguinte forma, dois médios, um de formação e um de abertura, dois médio – centro, dois pontas e um arriere, ou “número 15”. Como tudo isto não é fácil de compreender, e como pode ainda ficar muito mais complexo, vou deixar para uma próxima crónica a explicação das funções de cada jogador.
O jogo tem duas partes de 40 minutos, e joga-se continuamente sem paragens (em caso de lesão o jogador pode ser assistido no campo com o jogo a decorrer, apenas jogadores da 1ª linha quando lesionados motivam a paragem do jogo), o objectivo primordial do jogo é marcar o maior número possível de pontos e tentar não sofrer. Para pontuar existem três maneiras, com um ensaio, ou seja entrando com a bola na área de ensaio adversária e tocando com ela no chão, valendo isto 5 pontos e seguindo-se um pontapé de conversão aos postes que pode valer 2 pontos adicionais, através de um chuto aos postes fruto de uma penalidade a sancionar uma falta, que vale 3 pontos, ou ainda efectuando um drop – kick, ou seja um jogador que, através de um pontapé, faça a bola passar entre os postes, valendo também 3 pontos.
Vale ainda informar que com as mãos a bola só pode ser passada para trás, os jogadores devem sempre estar atrás do colega que lhe antecede de modo a poder receber a bola, a progressão no campo faz-se de duas maneiras, ou através de pontapés ou através de passes para trás correndo com a bola antes de a passar.