29
Mar11
Buzzer - Beater
Minuto Zero
Star Power
Vou ‘descascar’ nas estrelas outra vez, não consigo evitar. Mas vou louvar algumas. Num artigo muito interessante no site dos Chicago Bulls falava-se da selecção nacional de basquetebol norte-americana, e de como o último plantel poderia suceder à chuva de estrelas que competiu nas últimas Olimpíadas: havia James, Wade, Bryant, Paul, Howard, por aí fora.
No último mundial as coisas foram diferentes. Houve Durant. E mais Durant. Mas o resto era bom até. Kevin Love, Derrick Rose, Andre Iguodala, Rudy Gay. E sim, todos estão a ter épocas fantásticas pelas suas equipas.
Depois o treinador da selecção, Mike Kriszewski, disse que gostou muito de trabalhar com este último grupo. Mas o anterior era melhor certo? Talvez não…
A verdade é que jogadores como Lebron James, que esperam meses até afundar cidades, ou Dwayne Wade, que frita a cabeça aos árbitros, ou Dwight Howard, que faz exigências na terra da Disney sob ameaça de ir para Hollywood, e tantos outros, são os grandes da NBA. Não são estrelas infundadas, demonstram o seu poderio em campo e sabem que são os melhores. Há uns anos Allen Iverson pensou que ainda poderia gozar desse estatuto, mas a sua qualidade já não correspondia. E por isso ninguém o quis este ano e foi jogar para a Turquia.
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fonte: inkedpros.com |
Mas ao que parece a NBA está a mudar um pouco. O favorito para MVP este ano tem sido Derrick Rose. Mesmo com Dwight Howard e Lebron James na corrida, é o base de terceiro ano profissional que lidera a corrida, com uma mente altruísta tanto em campo como fora dele. Não há cá exibições mediáticas, entrevistas polémicas. Kevin Durant também assinou o seu novo contracto sem o anunciar em conferência de imprensa. Simplesmente pôs no Twitter. Kevin Love já estava farto que lhe dessem palmadinhas nas costas por fazer 50 e tais double-doubles seguidos, quando o que para ele importa é que carrega o fardo dos Timberwolves às costas e não ganha os jogos.
Ainda assim, reconhece-se às Prima Donas o mérito: Miami em 2º lugar do Este empatado com Boston (James e Wade), Orlando em 4º da mesma conferência (Howard), Lakers em 2º do Oeste (Bryant), Hornets em 7º do Oeste com um esforço que deixa um pouco a desejar, mas aceita-se, de Chris Paul. Mas há desgraças. Nova Iorque em 7º do Este com Stoudemire e Anthony é uma delas.
E que dizer dos grandes-jogadores-não-prima-donas? Melhor parece-me. San António (Ginobli, Duncan e Parker) em 1º de toda a NBA, Dallas em 3º do Oeste (Nowitzki), Oklahoma (Durant e Westbrook) segue-se-lhe, Philadelphia com Iguodala encontra-se em 6º do Este. E, obviamente, Chicago em 1º do Este com Derrick Rose. Ora, eu digo que algo está a mudar. E para melhor. Talvez o acordo salarial (que tarda em chegar) melhore o equilíbrio entre estrelas e basquetebol. Porque é o desporto que está em jogo. Mas é bom ver que alguns ainda acreditam que é possível jogar bem e pensar bem. Aplique-se o exemplo.
by Óscar Morgado