19
Dez10
Fogo sem Fumo
Minuto Zero
O Messias da Luz
O futebol é um jogo amoral, não vive de grandes raciocínios, só contam as consequências. O seu tribunal apenas decide em função do último resultado. É esse o grande drama de Jorge Jesus na Luz. Ele nunca será julgado ou condenado pelas suas brilhantes e inconsequentes frases que, normalmente, contradizem o que foi dito no minuto anterior, na semana anterior ou no mês anterior. Jorge Jesus é a contradição em pessoa porque não tem ideias formadas. Hipnotizado por um ano de sucesso julgou que não precisava de crescer intelectualmente. Prometeu a Champions League e agora está na Liga Europa por sorte. Disse que ia revalidar o título de campeão e este ano acabou vexado no Dragão. Agora o céu caiu-lhe em cima da cabeça. Não havia limites aos sonhos de Jorge Jesus e dos fiéis adeptos benfiquistas.
O problema de Jorge Jesus foi que se no primeiro ano como treinador do Benfica pode adoçar o seu ego como queria, porque ia ganhando e os jogadores aceitavam a sua liderança, este ano essa arquitectura desmoronou-se. O Benfica deixou de ganhar e aí começou o calvário de Jorge Jesus. E a bola de neve foi aumentando: os novos reforços não convenceram, as suas frases de auto-elogio esquecendo os jogadores tornaram-se patéticas, as exibições tornaram-se depressões contínuas. Sabe-se como é no futebol. Uma vitória vale a unanimidade. Várias derrotas transformam o herói de ontem no vilão de hoje. De bestial passa-se, num abrir e fechar de olhos, a besta. O treinador Jorge Jesus deixou de ser o Super-homem. O que vale para ele vale para os jogadores: quando alguém usa o drible e sai bem é um génio. Se sai mal é uma galinha. Na época passada, Jorge Jesus era um mestre: transformara o Di Maria num mago. Esta época é um asno: onde toca faz asneira. Veja-se a equipa que fez alinhar no jogo contra o FC Porto. Na época transacta cada substituição era um toque de génio. Esta cada vez que faz uma substituição afunda a equipa.
O problema de Jorge Jesus foi que se no primeiro ano como treinador do Benfica pode adoçar o seu ego como queria, porque ia ganhando e os jogadores aceitavam a sua liderança, este ano essa arquitectura desmoronou-se. O Benfica deixou de ganhar e aí começou o calvário de Jorge Jesus. E a bola de neve foi aumentando: os novos reforços não convenceram, as suas frases de auto-elogio esquecendo os jogadores tornaram-se patéticas, as exibições tornaram-se depressões contínuas. Sabe-se como é no futebol. Uma vitória vale a unanimidade. Várias derrotas transformam o herói de ontem no vilão de hoje. De bestial passa-se, num abrir e fechar de olhos, a besta. O treinador Jorge Jesus deixou de ser o Super-homem. O que vale para ele vale para os jogadores: quando alguém usa o drible e sai bem é um génio. Se sai mal é uma galinha. Na época passada, Jorge Jesus era um mestre: transformara o Di Maria num mago. Esta época é um asno: onde toca faz asneira. Veja-se a equipa que fez alinhar no jogo contra o FC Porto. Na época transacta cada substituição era um toque de génio. Esta cada vez que faz uma substituição afunda a equipa.
Os adeptos de futebol não têm paciência para grandes discursos. Querem resultados. Ou ganham ou pedem a cabeça de treinador e jogadores. No futebol não há tempo. Há liderança, vontade de vencer e vitórias. Tudo o resto é irrelevante. As declarações bem-intencionadas valem zero. As desculpas em conferências de imprensa idem aspas. O discurso do futebol não muda, por mais estatísticas, SAD e projectos a prazo que se inventem. É um desporto básico que causa alegrias e frustrações com facilidade. Quem o encarar de outra maneira está errado. Levá-lo a sério, como tenta fazer o sr. Jorge Jesus, sai caro. Ao próprio, é claro. Como o verdadeiro Messias, Jorge Jesus estará provavelmente na sua quaresma, não tarda muito e é crucificado.
by Alexandre Poço