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Minuto Zero

A Semana Desportiva, minuto a minuto!

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Minuto Zero

04
Fev11

Voleibol à Sexta

Minuto Zero
Memórias e amores
 
Há uns anos assisti a alguns dos jogos da poule de qualificação para as Olimpíadas de Pequim 2008, na Arena d’Évora. Foi um sonho estar lado a lado – literalmente lado a lado, já que os jogadores saíam do pavilhão ao mesmo tempo que o público, e partilhavam assim o passeio connosco, os meros mortais – com alguns dos melhores jogadores do mundo.
Foi com alegria, excitação e imensas expectativas que cometi o pecado de faltar ao treino de sexta-feira, e ao jogo do fim-de-semana, e rumei ao Alentejo. Não me desiludi, de facto. Sem querer ir ver os resultados, porque acho que às vezes a memória guarda – mesmo que imprecisos – os acontecimentos importantes, confesso que foi nessa altura que reparei na selecção da República Checa. Os ataques, durante o aquecimento, vindos lá das alturas e que batiam quase na linha de meio campo, faziam as minhas delícias.
fonte da imagem: daylife.com
Todo esse fim-de-semana parecia, aliás, feito para me encher o peito de orgulho em dizer «eu jogo este desporto fantástico». A Arena d’Évora é um dos melhores locais possíveis para ver um jogo de voleibol: de todos os lugares, num recinto circular, a visão é praticamente perfeita. Junte-se a isso a proximidade – não se trata de um pavilhão enorme, em que as bancadas estão a quilómetros da quadra – do público em relação à área de jogo, equipas de topo do voleibol mundial e temos a receita para vários grandes jogos, num fim-de-semana recheado.
Isto bastaria, como boa aficionada do voleibol, para me deixar nas nuvens. Mas o momento alto havia de chegar, acho mesmo que no fim do último jogo a que assisti, da França contra uma outra equipa (seria Portugal?). Na altura, eu era uma jovem central que tentava avançar na modalidade que adorava desde pequena, e o presente não podia ter sido melhor: quando saí do pavilhão, dei de caras com aquele que ainda hoje é um dos meus amores, daqueles de estimação que se manterão para a vida. Vadeleux, o internacional francês (actualmente a jogar no campeonato italiano), que ocupa a mesma posição que eu ocupava na altura. Lembro-me de ficar fascinada com o tamanho das mãos dele, de ter pensado «só pode dar um jeitão para atacar!»… Encontrei finalmente alguém que fazia o meu tio parecer baixinho!
É das últimas óptimas memórias que tenho do «meu» voleibol. Poucos meses depois ia deixar de jogar e mesmo assim considero-me sortuda por, na altura, o facto de não saber isso não me ter estragado o momento. Até hoje, cada vez que vejo notícias sobre Vadeleux lembro-me desse dia, aliás, desse fim-de-semana, e não consigo impedir que um sorrisinho se forme nos meus lábios.
Afinal, é por momentos destes que vale fazer o que nós fazemos. É essa a magia do desporto, não é?

by Sarah Saint-Maxent

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