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Minuto Zero

A Semana Desportiva, minuto a minuto!

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26
Nov10

Voleibol à Sexta

Minuto Zero
Recepção: o primeiro passo para a construção de um bom ataque

Normalmente, começaria esta crónica com o seguinte: «no jogo tal, a equipa tal perdeu um (ou mais) set/ jogo por um motivo, a péssima recepção, que condicionou o passe e, claro o ataque da equipa». Teria muitos exemplos para dar, infelizmente…
Mas esta semana o caminho não é esse. Hoje vou pegar no meu treino, porque de vez em quando um cheirinho (ainda mais) pessoal sabe bem. Esta semana treinei uma equipa de juvenis e juniores de desporto escolar: ao longo de 20 minutos de jogo, vi muitos passes completamente desenquadrados, muitos ataques fracos ou de recurso. Tudo por causa do baixo nível da recepção.
A certa altura, foi-me impossível conter o discurso que ouvi uma e outra vez, enquanto atleta: a recepção é o primeiro passo para a construção de um bom ataque; sem uma boa recepção, «na pinta», o distribuidor terá muito mais dificuldade a fazer o passe e, em última análise, o ataque sairá muitos furos abaixo do que devia.
Não confundamos, por favor!, a recepção com a defesa baixa: no primeiro caso, trata-se do primeiro toque que é dado depois do serviço adversário; a defesa baixa é o gesto que permite manter a bola em jogo depois do ataque adversário. Neste último caso, importante – relembro que estou a falar especificamente de desporto escolar, embora os princípios sejam, de modo geral, os mesmos – é manter a bola em jogo, de forma minimamente jogável. Na recepção, é fundamental que a bola esteja muito bem posicionada, para que o distribuidor tenha todas as opções de ataque à sua disposição: uma bola que não esteja no sítio certo «queima», à partida, o ataque do central, e acaba por ser, 80%, distribuída para o ataque do jogador de entradas (zona 4).
É claro que um distribuidor de grande qualidade acaba por conseguir colocar a bola para o ataque onde bem entender, mas metade da acção de defesa da equipa adversária fica facilitada: o bloco, a defesa alta. Para quem não está muito por dentro do assunto, talvez não seja muito óbvio que o voleibol é um jogo que vive muito da previsão do ataque do adversário. De onde vem esta bola, da entrada, da saída, do meio? Vai ser atacada à linha, na grande diagonal? Será um ataque em força ou um amortie? Esta previsão – alguns jogadores são brilhantes a decifrar as acções do adversário – depende imenso da leitura que se faz da posição dos jogadores. E voltamos, portanto, à questão da recepção: um distribuidor que está em desequilíbrio dificilmente faz um passe para as costas; a posição do corpo e do braço do atacante diz-nos que vai atacar desta forma, para aquele local.
Fonte: sítio Ataque e Defesa
Quanto melhor for a recepção, mais difícil é para o bloco «ler» o jogo de ataque. Uma boa recepção permite que os jogadores só no último momento se desloquem e, em última análise, isto pode querer dizer que o central já não chegará a tempo de formar bloco juntamente com o ponta: torna-se uma situação de um para um, em que o atacante tem uma enorme vantagem face ao blocador.
Por tudo isto – e mais umas quantas razões que dariam facilmente outra crónica – nunca é demais insistir em trabalhar a recepção, porque sem um primeiro toque exemplar dificilmente uma equipa consegue ter um ataque potente e eficaz.

by Sarah Pires Saint-Maxent

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