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Dez10
Buzzer - Beater - Semana Melhores do Ano (2010)
Minuto Zero
Oklamania
Não, Hulk Hogan não é a minha personalidade desportiva de 2010, embora o nome o pudesse sugerir. Cingindo-me à minha modalidade de eleição, creio que num panorama global não posso deixar de destacar um fenómeno basquetebolístico.
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Fonte: yougotdunkedon.com |
Ele foi o jogador que deu um salto tremendo na época 2009/2010 na NBA. Ele foi o melhor marcador da liga com 30.1 pontos de média por jogo. Ele continua esta época a ser o melhor marcador do campeonato com 28.1 pontos por jogo. Ele foi o 2º jogador mais votado para MVP do campeonato, atrás apenas de Lebron James. Ele é o miúdo de 22 anos mais promissor de se tornar uma estrela maior do que aquela que á é. E ele foi também a estrela que guiou os seus reis magos da selecção dos Estados Unidos ao Menino Jesus da vitória no Campeonato do Mundo. Estou obviamente a falar de Kevin Durant.
Durant cada vez mais vai demonstrando que consegue por a bola no cesto de qualquer maneira. Lança bem debaixo do cesto, lança bem perto do cesto, lança muitíssimo bem a meia distância, e é também consistente para lá dos 3 pontos. Uma verdadeira máquina ofensiva. Sendo segunda escolha de draft em 2008 (atrás de Greg Oden) pelos Seattle Supersonics (que deram lugar aos actuais Oklahoma City Thunder), começou forte a sua carreira profissional sendo o melhor estreante da liga nesse ano. Numa segunda época em que consolidou ainda mais o seu jogo, a sua equipa não conseguiu sequer chegar aos playoffs apesar do seu enorme talento. Contudo, fruto do já referenciado “third year charm”, deu um gigantesco salto qualitativo bem como o seu colega Russell Westbrook, os quais orquestraram um suado oitavo lugar, que lhes deu uma série de Playoff contra os gigantescos Los Angeles Lakers, sendo derrotados nessa ronda mas dando imensas dores de cabeça a Kobe Bryant e companhia, os quais acabaram por ganhar o campeonato.
No Campeonato do Mundo da Turquia, Durant foi o único jogador de 1ª linha de talento da NBA (na minha opinião Russell Westbrook e Derrick Rose não estavam ainda na altura ao nível a que estão agora) a jogar na selecção norte-americana, embora com um plantel recheado de qualidade (que se dá ao luxo de mal dar minutos a um Danny Granger imagine-se). E parecia que sobre ele nunca pairou aquele espírito que é comum nos Estados Unidos de se desvalorizar a competição internacional na modalidade – jogou cada partida a um nível altíssimo, tendo sido nomeado o melhor jogador do campeonato. Para aqueles que, como eu, acompanharam a competição da sua equipa, parecia que inevitavelmente a bola ia parar às suas mãos na hora de lançar e este nunca decepcionava.
Claro que Durant tem ainda lacunas para preencher. Já tem vindo a melhorar, mas a sua consistência defensiva é substancialmente diferente da ofensiva. Também só nas últimas semanas conseguiu voltar ao seu ritmo diga-se habitual de jogo, tendo estado aquém das expectativas nos primeiros jogos da época, sendo o melhor marcador da liga até ao momento.
No início da época referenciei este jogador como um de 3 fortes candidatos ao título de MVP, além de Kobe Bryant e Lebron James. O último parecia que com os seus super-amigos Dwayne Wade e Chris Bosh nunca iria ter o prestígio indiscutível nos Miami Heat, mas desde que estes têm vindo a assumir a sua supremacia na liga a par dos Celtics, é devido a performances magníficas de James. Quanto a Kobe, tem estado ligeiramente abaixo relativamente a anos anteriores. Durant, por sua vez, continua também na corrida mas tem sido suplantado por aquilo que até agora têm sido épocas fantásticas de Dirk Nowitzki, Amare Stoudemire e Derrick Rose.
E esta semana deixo um destaque especial numa lógica anual, como tema desta semana no blog. O lado positivo creio que é óbvio no âmbito do tema deste post. Quanto ao destaque negativo, parece-me que os grande “fails” do ano foram o incidente entre Gilbert Arenas e Javaris Crittenton (onde houve uma disputa de balneário que envolveu armas de fogo, tendo sido os dois jogadores suspensos pela época 2009/2010) e o circo mediático armado à volta da saída de Lebron James dos Cleveland Cavaliers para os Miami Heat, que não só afectou gravemente a primeira equipa como a cidade em si, devido ao choque de só se saber até à última da hora os detalhes da transferência.
E assim desejo aos leitores do blog do Programa Minuto Zero umas óptimas entradas em 2011, esperando um ano cheio de emoções desportivas.
by Óscar Morgado