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Fev11
Sudamericano Sub-20
Minuto Zero
Os estádios recônditos do Perú recebem por estes dias um certame que reúne alguns dos mais recentes “pibes” sul-americanos... e olheiros europeus.
Numa competição na qual está em jogo a presença das selecções sub-20 no Mundial da categoria (em Agosto deste ano na Colombia), vão se mostrando algumas das mais promissoras coceluches do futebol mundial.
Dois gigantes do futebol sénior, Brasil e Argentina, dão a conhecer ao mundo os seus mais recentes prodígios, dando a perceber até que ponto poderão ser candidatos à conquista do mundial da categoria. Com maior ou menor dificuldade, deveram juntar-se à congénere Colombia em Agosto, deixando para atrás o ridículo emaranhado de resultados que uma competição com os moldes desta Taça Sudamericana de Sub-20 promove (duas fases de grupos, a segunda das quais é um torneio Hexagonal).
Em 4x3x3, sistema que parece ser o novo padrão para as selecções argentinas, os pequenos candidatos a pibe vão mostrando rasgos de qualidade, que antevêem uma geração bem mais produtiva do que a do anterior mundial de sub-20, da qual apenas Salvio, jogador emprestado pelo Atletico de Madrid ao Benfica, parece ser a única memória feliz.
Apesar das ausências de Lamela ou Pereyra, duas estrelas que o River Plate considerou imprescindiveis e das quais por isso mesmo não adbicou neste espaço de tempo, ermengem novos nomes na selecção que dão garantias de bom futebol: Hoyos, Galeano, Nervo, Tagliafico, Araujo, Funes Mori, Ferreyra e é claro o novo “dragão” Juan Manuel Iturbe.
Orientados pelo Colombiano Osvaldo Perrazo, os alvi-celestes mostram alguma maturidade táctica e organização, apesar de alguns erros defensivos motivados sobretudo por alguma falta de mobilidade dos centrais e fragilidade dos laterais em termos defensivos. Galeano e Nervo surgem como duas boas promessas como centrais, mas falta-lhes “craveira” como sénior, sobretudo no caso do segundo. Galeano derresto mostra potencial para ser uma das figuras do mundial no sector recuado. No meio campo um bom pivô (Cirigliano) queima-linhas apoiado por Mosca, esquerdino box-to-box, com propensão para descair sobre a ala canhota partindo de uma posição interior. Depois libertasse Hoyos, jovem promessa do Estudiantes, elegante e robusto, com boa capacidade de passe, mas que parce fugir um pouco ao modelo do clássico “10” argentino. Tanto Mosca como Hoyos devem no entanto perder os lugares para Pereyra e Erik Lamela no mundial.
No ataque Fones Mori e Ferreyra (parte quase sempre do banco) são avançados fortes fisicamente, que finalizam bem tanto com os pés como no jogo aéreo, sendo jogadores de elevada estatura (1,85 e 1,86m respectivamente) procuram sair da sua área de influencia mostrando alguma cultura de movimentos e vontade de ter bola nos pés. Não me parecem no entanto em nenhum dos casos goleadores-natos, mas sim avançados com caracteristicas especificas bastante valiosas.
fonte: Olé |
Descaídos sobre as alas, Sergio Araujo, jovem estrela do Boca, Mauro Diaz, 10 que aparece mais sobre as laterais partindo para dentro, vivem na sombra da estrela da competição até ao momento: Juan Manuel Iturbe, nascido no Paraguai, mas naturalizado Argentino, está já garantido como reforço do Porto para a próxima época. Aos 17 anos é já comparado com Messi, sobretudo pelas incursões em diagonal desde a direita até à área adversária que fazem lembrar os movimentos do craque do Barça. Trata-se de um jogador expulsivo, ainda com pouca rodagem como sénior, mas que mostra um talento e maturidade anormais, que deixam de "orelhas em bico" os gigantes do futebol do velho continente. Tem rasgos de craque, não é tão técnicista como Messi, nem parece pelo menos para já estar a esse nível, mas tem realmente tiques de génio.
Do lado do Brasil, orientado por Ney Franco nesta competição ele que não será no entanto o seleccionador se a equipa se apurar para os jogos Olimpicos em detrimento de Mano Menezes (curioso não?), aparece uma equipa que mostra aos poucos uma boa geração de jogadores, recônditos no entanto na sombra da estrela do Santos Neymar. Cabeça de cartaz para este torneio, o prodígio da Vila Belmiro entra com 4 golos no primeiro jogo da competição, mas mostra ainda alguma dificuldade em garantir uma regularidade exibicional de alto nível. O seu brilhantismo no entanto permite a jovens como Lucas o novo “10” do São Paulo, Casemiro, Oscar ou William José crescerem longe dos holofotes mediáticos.
fonte: placar |
De todos o mais interessante parece mesmo ser Lucas, jovem “10” que parece ser no entanto mais um “8,5”. Forte na condução de bola, domina bem os “timmings” para a entregar aos companheiros, colocando-se na meia-esquerda do 4x2x2x2 Brasileiro, sempre com Neymar no Horizonte. Quem está também próximo nesse horizonte de Lucas é William José um avançado com morfologia semelhante à de Kardec, mas talvés mais evoluído tecnicamente e oportuno.
Na defesa brasileira, Alex Sandro e Danilo, jogadores do Santos, aparecem como boas promessas de laterais, que para além de atacar fecham sobretudo os espaços com destreza. No banco duas promessas de lateral-ofensivo: Gabriel Silva e Galhardo. Gabriel, guarda-redes do Cruzeiro é o mais recente bom exemplo da escola brasileira.
Uma ultima nota para Casemiro, jovem pivô do São Paulo: forte fisicamente, domina bem os espaços jogando como “cabeça de área”, deixando Fernando nas compensações. Mais uma boa promessa de trinco, claramente com rota de marcha para o exigente futebol europeu.
By Tiago Luís Santos