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Minuto Zero

A Semana Desportiva, minuto a minuto!

A Semana Desportiva, minuto a minuto!

Minuto Zero

04
Mai12

3x4x3: Promessas e esperanças - Sporting

Minuto Zero

 

 

A época está a terminar, é hora de entrar na Silly Season... Como vão os grandes portugueses abordar o mercado 2012/2013?

 

Em tempo de apertar o cinto para a generalidade dos portugueses, o futebol não pode, como é obvio, passar ao lado da crise. Olhando para as capas dos jornais, depois sobretudo de se saber que o Porto seria, de facto, novamente o campeão nacional, começam-se a desenhar projectos e ideias para a próxima temporada.

 

Os objectivos para 2012/2013 são os mesmo para os três grandes, a grande diferença porêm, poderá estar no ressurgir do Sporting como candidato efectivo à conquista do título. Começemos por ai, pelo habitual outsider dos 3 grandes.

 

Diz-se que a segunda época de um projecto futebolistico faz a distrinça entre o sucesso e o fracasso. Assim será certamente com o projecto Godinho/Duque para o futebol leonino. Desta temporada fica claramente a ideia que o plantel tinha qualidade para algo mais que o 4º lugar (ainda pode chegar ao 3º), mas que de facto faltou alguma regularidade. Pensando o Sporting para o futuro, urge perceber antes mais de quem deve entrar, quem terá de sair: a palavra chave, tanto para o Sporting como para Benfica e Porto é sustentabilidade. Por isso mesmo, é inevitável pensar em saídas também nesta equipa, por mais que Godinho Lopes afaste a situação.

 

Na linha da frente, Rui Patricio estará sob análise no Euro 2012, quando for guarda-redes da selecção nacional. Pelo potencial, pela idade, pelo que já demonstrou, poderá render um encaixe entre os 15 e os 20 milhões de euros, bastante interessante e que seria quase suficiente para cobrir as necessidades de encaixe do clube no mercado. Tudo dependerá do europeu e da sua prestação, para que um grande europeu (não de primeira linha mas com ambições de lá chegar) o agarre e lhe dê o espaço necessário para crescer.

 

Olhando para o plantel, numa lógica de continuidade, vender jogadores como Wolfswinkel, Capel ou Izmailov parece amplamente prucedente. Elias será, concerteza, outra questão. Não fez uma época excepcional, acho que pode render muito mais, mas face a necessidade de encaixar dinheiro, o brasileiro poderia representar um encaixe de mais de 20 millhões, permitindo não só manter outras fíguras como dando espaço a André Martins e consolidando Matias como titular a tempo inteiro, com Shaars e Rinaudo mais atrás. Gosto de Elias, é de facto uma mais valia, mas o seu espaço na equipa baralha muito as contas na zona de meio-campo, onde já se percebeu que Matias tem de ter a batuta.

 

João Pereira, também previsivel titular no Euro por Portugal, seria também outro dos casos a pensar, embora, o encaixe na ordem dos 10 milhões de euros não chege para cobrir totalmente as necessidades do clube. Certamente não sairá por mais, e também certamente, nunca valerá no mercado mais do que isso.

 

Outra possíbilidade será a saída de Carriço. Para o crescimento do jogador a sua saída para o estrangeiro é urgente. Como central dificilmente volta a aparecer neste Sporting, como trinco terá pouco espaço quando Rinaudo recuperar. O encaixe que daria ao Sporting não será nada de extraordinário, talvés num tecto máximo de 3 milhões de euros, mas para o jogador seria a melhor solução.

 

Existe ainda outra questão a ter em linha de conta. Ao nível das despensas, nomes como Arias, Ribas ou Renato Neto parecem na linha da frente, sobretudo atendendo a que Cedric Soares ou Adrien Silva continuam a fazer parte dos quadros e justificam uma aposta. No caso do lateral-direito, parece ganhar aos pontos a Arias, sendo solução para o futuro, sobretudo vendendo João Pereira que por esta altura parece ter algum mercado. Quando a Adrien, parece um pouco mais afastado, sobretudo porque com André Santos, Rinaudo e Shaars no séctor o seu tempo de jogo seria demaisado curto para o que precisa nesta fase da carreira.

 

Do ponto de vista das entradas existem várias modificações que poderão ser feitas, mas a verdade, é que será importante não mexer demasiado nas rotinas criadas esta temporada. Espera-se que Jeffren e Carrillo vão ganhando espaço, aumentando a competitividade do plantel em termos ofensivos, enquanto que Diego Rubio puderá aparecer a espaços. André Santos terá também oportunidade de lutar por um lugar, bem como André Martins, havendo que por isso dar-lhes o máximo de minutos. Nesta lógica, as necessidades do plantel estão sobretudo localizadas no eixo da defesa e no ataque.

 

Um central de qualidade, que remeta Rodriguez e Polga para fora das contas definitivamente, será a contratação mais urgente. Sem entrar em gastos desnecessários, existe de facto espaço para um jogador com qualidade para lutar por um lugar com Xandão ao lado de Onyewu. Quanto à posição 9, existirá sobretudo a necessidade de encontrar um jogador com um perfil diferente de Wolfswinker, que possa jogar em dupla num esquema mais atrevido, mas que nunca será o primordial. Falta no plantel um jogador que saía da zona dos centrais e ofereça outro típo de solução, permitindo abrir num 4x4x2 clássico o típico 4x2x3x1 leonino.

 

Em suma, existe material mais do que suficiente para que não se deva encetar nova revolução. Grandes nomes já existem, não há necessidade de entrar em loucuras. Existem jogadores que têm de ganhar espaço, André Martins, André Santos, Jeffren, Carrillo, enquanto outros o terão de perder, Carriço, Neto, Ribas ou Polga. Mais que tudo, pede-se calma e ponderação, com aproveitamento de alguns jogadores emprestados, e reforços cirugicos e sem grandes investimentos, mantendo sobretudo o trabalho realizado nesta temporada, consolidadno o 4x2x3x1 com Matias como sistema base, e podendo variar para 4x3x3 (com André Matins ou Elias) ou 4x4x2 (com o tal avançado que falta).

 

Mais do que ser campeão no mercado, os leões têm de pensar em ser campeões dentro das quatro linhas. Uma aposta para protagonista da temporada de transferências? Godinho Lopes. O elemento mais perigoso para a própria evolução da equipa? Godinho Lopes.

 

By Tiago Luís Santos

 

 

04
Mai12

Buzzer Beater

Óscar Morgado

Só em Miami se ouve o relógio

 

Começados os playoffs da NBA, ainda não há grandes surpresas. Oklahoma e Miami dominam os seus confrontos com Dallas e Nova Iorque, vencendo por 3-0. Os Lakers voltaram à sua mentalidade campeã e vencem Denver por 2-0. Memphis e Clippers discutem a passagem taco-a-taco. Boston e Atlanta também. Indiana com algum trabalho mas lá ganha a Orlando 2-1. A maior surpresa talvez esteja no empate a 1 entre Chicago e Philadelphia, não pelo resultado, mas porque Derrick Rose está lesionado para o resto dos playoffs.

E contudo não vejo muitas equipas com muito a perder. Utah e Denver são equipas jovens, com talentos por desenvolver, e já é uma vitória terem chegado aos playoffs. É pouco provável que causem estragos, a perder por 2-0. Orlando, sem Howard, já só com um milagre. Em Boston, a idade há um par de anos que já vai avançada nas estrelas, excepção feita a Rondo. Já Atlanta, que passou há uns anos de burro a cavalo, hoje não passa de cavalo a unicórnio, e já não será com esta equipa.

O que me leva a falar daqueles que estão a disputar hipóteses de título este ano, ou num futuro muito próximo. Começando pelos Pacers, tenho pena que provavelmente Danny Granger já não estará no topo quando essa atitude surgir, mas Hibbert e George estarão. Mas se perderem este ano ninguém os irá martirizar. O mesmo não se pode dizer dos Knicks, nos quais muito tenho cascado durante meses, porque com um plano consistente degolado pelo dono da equipa, Jim Dolan, não é assim tão estranho que tenham acabado em 7º lugar, e que saiam novamente da primeira ronda dos playoffs, com um eventual 4-0 às mãos dos Heat. E tão cedo não conseguem uma equipa à altura, com uma organização semelhante.

Em Philadelphia, a equipa está sólida, com talento jovem, mas a âncora defensiva, Iguodala, parece melhor adequado numa equipa mais forte, e já caminha para os 30. Também ninguém os vai importunar. E em Memphis? Fazem-me lembrar os Detroit Pistons de meados da década passada, que ganharam um título em 2004. Aguerridos, com talento mas sem estrelas. Ficam sempre bem na fotografia, mesmo que percam. Já os Clippers, passaram de burro a unicórnio, mas têm a desculpa de Billups se ter lesionado para a equipa não estar na forma máxima este ano. Este ano, primeiro desta equipa renovada, ainda vai passar ao lado das críticas.

Quem já está blindado às críticas são os San Antonio Spurs. Com Tim Duncan nos 36 anos, Ginobli nos 35 e Parker nos 30, só o facto de terem terminado a época regular em 1º lugar, aparentemente sem grande peso das estrelas (salvo Parker), faz com que uma passagem da primeira ronda pareça fazer-lhes justiça, embora seja Memphis ou Clippers a seguir, e possam muito bem chegar à final. Chicago teve o desaire de Rose se lesionar, e então ninguém espera mais do que uma segunda ronda, ou uma eventual final de conferência. Os Lakers, apesar de rejuvenescidos, já ganharam dois títulos com esta equipa, e Bynum ainda tem muitos anos pela frente. Kobe Bryant já construiu o seu legado histórico como um dos melhores de sempre. E Oklahoma nem se fala. Ridiculamente jovens, ridiculamente bons. Têm uma década inteira pela frente.

E então chegamos a Miami. Dwayne Wade tem 30 anos. Lebron James e Chris Bosh têm 28. Parecem distante dos mais de 6 títulos que prometeram há dois Verões atrás. Parecem bem posicionados para ganhar este ano. Mas se perderem começa-se a questionar esta equipa. Até porque os contratos das 3 estrelas continuam a aumentar, e o espaço para um bom grupo complementar de jogadores torna-se mais apertado com cada ano que passa. E é aí que eles poderão vacilar nos próximos anos. Portanto, o relógio ouve-se em Miami, os segundos a passar, e uma oportunidade de título já lá vai. E se passar esta, será outra. E os críticos eventualmente devoram esta equipa. Claro que se ganharem, tudo está bem. Mas é a única equipa nestes playoffs que não pode perder.

02
Mai12

Lado B

Bruno Carvalho

Ao que o futebol português chegou…

 

 

Foi com grande tristeza que no passado domingo assisti a um dos espetáculos mais deprimentes do futebol português nos últimos anos.

Foi a primeira vez que vi uma equipa de futebol profissional a entrar em campo com 8 jogadores de início e sem nenhum jogador suplente. Refiro-me, claro, ao União de Leiria.

Oblak, Pedro Almeida, Alhafith, Shaffer, John Ogu, Filipe Oliveira, Nicklas Barkroth e Djaniny vão ficar para a história do futebol português, quer queiramos quer não, como os jogadores que entraram em campo numa equipa com apenas oito jogadores disponíveis. Para mim, estes jogadores foram uns autênticos heróis, na medida em que conseguiram evitar o golo da equipa adversária, o Feirense, durante 44 minutos de jogo.

Mas não é só por isso que são uns heróis. É também porque, pelo menos para já, conseguiram evitar uma grande confusão na tabela classificativa da Liga Portuguesa de futebol, fazendo com que o União de Leiria não fosse desclassificado deste campeonato e que os pontos conquistados pelas outras equipas contra o Leiria não lhes fossem retirados. Porém, a verdade desportiva deste campeonato fica afetada porque tenho muitas dúvidas que o Feirense vencesse facilmente este jogo se o Leiria jogasse com 11 jogadores de início e 7 suplentes.

Contudo, o mais importante de tudo isto é a existência de salários em atraso no futebol português. Na minha opinião, o principal problema do futebol português não é o alargamento ou não dos campeonatos profissionais, mas a questão dos ordenados em atraso. Como é possível que uma equipa profissional de futebol deva 3 ou 4 meses de salários aos seus jogadores, sem ser punida, por exemplo, com a subtração de pontos? Ao que o futebol português chegou. De facto, os clubes podem dever meses e meses de salários aos seus profissionais sem serem verdadeiramente punidos por isso, a não ser, como aconteceu com o Leiria, ficar sem a maior parte dos seus jogadores.

Esta situação acontece com o União de Leiria, porque este é o clube que está mais isolado no nosso campeonato, no sentido em que não tem o apoio do seu município sendo obrigado a “andar com a casa às costas” e a transferir-se para a Marinha Grande. Mas todos nós sabemos que há mais clubes a viverem esta situação, como o Vitória de Guimarães. Será a situação do União de Leiria a abertura de um precedente para que os jogadores dos outros clubes, que têm ordenados em atraso, façam o mesmo e rescindam coletivamente os seus contratos? Não sei, teremos de aguardar para ver o que irá acontecer nos próximos tempos.

No meu ponto de vista, o futebol português não merece situações destas por várias razões: temos três bolas de ouro (Eusébio, Luís Figo e Cristiano Ronaldo), um treinador que já foi considerado o melhor do mundo (José Mourinho), duas equipas que foram à final da Liga Europa na época passada (FC Porto e Braga), uma equipa que foi à meia-final da Liga Europa desta época (Sporting), duas equipas que já venceram a Liga dos Campeões (FC Porto e Benfica), etc. Por estas e mais razões, o futebol português não merece que haja clubes que envergonhem o nome do nosso país com situações destas. Para além de que é preciso não esquecer que a Liga Portuguesa é considerada a quinta melhor liga da Europa, atrás de Espanha, Inglaterra, Itália e Alemanha e à frente da França. Mas se o problema dos salários em atraso persistir em Portugal, a imagem e a reputação do nosso futebol ficará com toda a certeza manchada.

Concluindo, o União de Leiria escreveu um momento negro na história do futebol português, mas ainda assim, evitou uma confusão na tabela classificativa.

 

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