3x4x3: Promessas e esperanças - Sporting
A época está a terminar, é hora de entrar na Silly Season... Como vão os grandes portugueses abordar o mercado 2012/2013?
Em tempo de apertar o cinto para a generalidade dos portugueses, o futebol não pode, como é obvio, passar ao lado da crise. Olhando para as capas dos jornais, depois sobretudo de se saber que o Porto seria, de facto, novamente o campeão nacional, começam-se a desenhar projectos e ideias para a próxima temporada.
Os objectivos para 2012/2013 são os mesmo para os três grandes, a grande diferença porêm, poderá estar no ressurgir do Sporting como candidato efectivo à conquista do título. Começemos por ai, pelo habitual outsider dos 3 grandes.
Diz-se que a segunda época de um projecto futebolistico faz a distrinça entre o sucesso e o fracasso. Assim será certamente com o projecto Godinho/Duque para o futebol leonino. Desta temporada fica claramente a ideia que o plantel tinha qualidade para algo mais que o 4º lugar (ainda pode chegar ao 3º), mas que de facto faltou alguma regularidade. Pensando o Sporting para o futuro, urge perceber antes mais de quem deve entrar, quem terá de sair: a palavra chave, tanto para o Sporting como para Benfica e Porto é sustentabilidade. Por isso mesmo, é inevitável pensar em saídas também nesta equipa, por mais que Godinho Lopes afaste a situação.
Na linha da frente, Rui Patricio estará sob análise no Euro 2012, quando for guarda-redes da selecção nacional. Pelo potencial, pela idade, pelo que já demonstrou, poderá render um encaixe entre os 15 e os 20 milhões de euros, bastante interessante e que seria quase suficiente para cobrir as necessidades de encaixe do clube no mercado. Tudo dependerá do europeu e da sua prestação, para que um grande europeu (não de primeira linha mas com ambições de lá chegar) o agarre e lhe dê o espaço necessário para crescer.
Olhando para o plantel, numa lógica de continuidade, vender jogadores como Wolfswinkel, Capel ou Izmailov parece amplamente prucedente. Elias será, concerteza, outra questão. Não fez uma época excepcional, acho que pode render muito mais, mas face a necessidade de encaixar dinheiro, o brasileiro poderia representar um encaixe de mais de 20 millhões, permitindo não só manter outras fíguras como dando espaço a André Martins e consolidando Matias como titular a tempo inteiro, com Shaars e Rinaudo mais atrás. Gosto de Elias, é de facto uma mais valia, mas o seu espaço na equipa baralha muito as contas na zona de meio-campo, onde já se percebeu que Matias tem de ter a batuta.
João Pereira, também previsivel titular no Euro por Portugal, seria também outro dos casos a pensar, embora, o encaixe na ordem dos 10 milhões de euros não chege para cobrir totalmente as necessidades do clube. Certamente não sairá por mais, e também certamente, nunca valerá no mercado mais do que isso.
Outra possíbilidade será a saída de Carriço. Para o crescimento do jogador a sua saída para o estrangeiro é urgente. Como central dificilmente volta a aparecer neste Sporting, como trinco terá pouco espaço quando Rinaudo recuperar. O encaixe que daria ao Sporting não será nada de extraordinário, talvés num tecto máximo de 3 milhões de euros, mas para o jogador seria a melhor solução.
Existe ainda outra questão a ter em linha de conta. Ao nível das despensas, nomes como Arias, Ribas ou Renato Neto parecem na linha da frente, sobretudo atendendo a que Cedric Soares ou Adrien Silva continuam a fazer parte dos quadros e justificam uma aposta. No caso do lateral-direito, parece ganhar aos pontos a Arias, sendo solução para o futuro, sobretudo vendendo João Pereira que por esta altura parece ter algum mercado. Quando a Adrien, parece um pouco mais afastado, sobretudo porque com André Santos, Rinaudo e Shaars no séctor o seu tempo de jogo seria demaisado curto para o que precisa nesta fase da carreira.
Do ponto de vista das entradas existem várias modificações que poderão ser feitas, mas a verdade, é que será importante não mexer demasiado nas rotinas criadas esta temporada. Espera-se que Jeffren e Carrillo vão ganhando espaço, aumentando a competitividade do plantel em termos ofensivos, enquanto que Diego Rubio puderá aparecer a espaços. André Santos terá também oportunidade de lutar por um lugar, bem como André Martins, havendo que por isso dar-lhes o máximo de minutos. Nesta lógica, as necessidades do plantel estão sobretudo localizadas no eixo da defesa e no ataque.
Um central de qualidade, que remeta Rodriguez e Polga para fora das contas definitivamente, será a contratação mais urgente. Sem entrar em gastos desnecessários, existe de facto espaço para um jogador com qualidade para lutar por um lugar com Xandão ao lado de Onyewu. Quanto à posição 9, existirá sobretudo a necessidade de encontrar um jogador com um perfil diferente de Wolfswinker, que possa jogar em dupla num esquema mais atrevido, mas que nunca será o primordial. Falta no plantel um jogador que saía da zona dos centrais e ofereça outro típo de solução, permitindo abrir num 4x4x2 clássico o típico 4x2x3x1 leonino.
Em suma, existe material mais do que suficiente para que não se deva encetar nova revolução. Grandes nomes já existem, não há necessidade de entrar em loucuras. Existem jogadores que têm de ganhar espaço, André Martins, André Santos, Jeffren, Carrillo, enquanto outros o terão de perder, Carriço, Neto, Ribas ou Polga. Mais que tudo, pede-se calma e ponderação, com aproveitamento de alguns jogadores emprestados, e reforços cirugicos e sem grandes investimentos, mantendo sobretudo o trabalho realizado nesta temporada, consolidadno o 4x2x3x1 com Matias como sistema base, e podendo variar para 4x3x3 (com André Matins ou Elias) ou 4x4x2 (com o tal avançado que falta).
Mais do que ser campeão no mercado, os leões têm de pensar em ser campeões dentro das quatro linhas. Uma aposta para protagonista da temporada de transferências? Godinho Lopes. O elemento mais perigoso para a própria evolução da equipa? Godinho Lopes.
By Tiago Luís Santos