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Minuto Zero

A Semana Desportiva, minuto a minuto!

A Semana Desportiva, minuto a minuto!

Minuto Zero

30
Mai12

Lado B

Bruno Carvalho

F1: Inédito

 


Pela primeira vez na história, a Fórmula 1 tem 6 vencedores diferentes nas 6 primeiras corridas do ano. Depois de Jenson Button na Austrália, de Fernando Alonso na Malásia, de Nico Rosberg na China, de Sebastian Vettel no Bahrein e de Pastor Maldonado na Espanha, agora foi a vez de Mark Webber triunfar no Mónaco.

Com a vitória de Mark Webber no Grande Prémio do Mónaco, fez-se história no desporto rei motorizado, numa corrida em que os 3 primeiros chegaram separados por menos de um segundo.

Para Webber, a maior pressão foi de Nico Rosberg que sempre se colou à traseira do monolugar do australiano. Mas a pressão ainda foi maior quando a pista ficou escorregadia, devido aos aguaceiros que caíram no Principado.

No Grande Prémio do Mónaco, os 6 primeiros ficaram colados por escassos segundos e o maior crédito que se pode dar a Mark Webber é o facto de ele não ter cometido erros ou excessos, aproveitando a principal regra no Mónaco que é ter vantagem na posição de pista e defendê-la.

A corrida começou por ter algum drama e espetáculo, com Romain Grosjean a saltar por cima da roda do Mercedes de Michael Schumacher. O Sauber de Kobayashi também voou literalmente na chegada à curva de Saint Devote, tendo as suspensões do monolugar ficado vulneráveis e o abandono acabou por ser inevitável.

Para além dos abandonos de Grosjean, de Schumacher e de Kobayashi, Maldonado e de la Rosa chocaram um com o outro e também tiveram de abandonar a prova.

Com o 3º lugar conquistado no Mónaco, Fernando Alonso voltou a mostrar o porquê de, na minha opinião, ser o melhor piloto da atualidade na Fórmula 1, assumindo a liderança do Mundial de pilotos e provando que é o piloto mais regular neste início de temporada.

Concluindo, este Grande Prémio do Mónaco foi mais uma prova de um campeonato muito competitivo e onde se promete sempre uma indecisão acerca do vencedor da corrida. Será que dentro de duas semanas, no Canadá, o recorde vai ser prolongado com mais uma vitória de um piloto diferente?

Talvez, e se assim for, aposto na vitória de Lewis Hamilton.

 

23
Mai12

Lado B

Bruno Carvalho

Os vencedores improváveis

 

 

Este fim-de-semana futebolístico ficou marcado por quatro vencedores improváveis em quatro competições diferentes. Refiro-me ao Chelsea, à Académica, ao Nápoles e ao Montpellier.

No passado sábado, ficámos a saber que o Chelsea é o novo campeão europeu de futebol. Quem diria, no início da época, que o Chelsea ia ganhar a Liga dos Campeões? Provavelmente ninguém, e eu próprio confesso que no início da época estava à espera que tivesse sido o Barcelona ou o Real Madrid a erguer o troféu de campeão europeu. Este foi um momento inédito para a equipa de Londres, visto que foi a primeira vez em toda a sua história que o Chelsea foi campeão europeu. Este título tem também a particularidade de ter sido conquistado por um clube que foi orientado por dois treinadores diferentes durante a época: André Villas-Boas e Roberto di Matteo.

No domingo, foi a vez de a Académica provocar a segunda surpresa do fim-de-semana, ao conquistar, pela segunda vez em toda a sua história, a Taça de Portugal. Com a conquista deste troféu, a Académica assegurou também a entrada direta na fase de grupos da Liga Europa. Mais uma vez pergunto: no início da época, quem apostaria na vitória da Académica na Taça de Portugal? Aqui, penso que a opinião da maior parte dos adeptos de futebol apontava para uma vitória do FC Porto, do Benfica ou do Sporting na segunda prova mais importante do futebol português.

Em Itália, o Nápoles também protagonizou uma surpresa ao derrotar a Juventus na final da Taça Italiana. Com esta vitória, a equipa napolitana quebrou a invencibilidade da equipa orientada por Antonio Conte, impossibilitando que a Juventus terminasse a sua época desportiva sem qualquer derrota.

Já em França, o Montpellier foi o protagonista de uma das grandes surpresas do futebol europeu nesta temporada, ao vencer pela primeira vez em toda a sua história a Liga Francesa de futebol. No início da temporada, sempre pensei que o título ia ser discutido entre Lyon, Lille, Marselha e Paris SG mas pelos vistos enganei-me. O Paris SG, apesar do grande investimento que fez na sua equipa, não conseguiu conquistar o campeonato, enquanto o Marselha teve de se contentar com um modesto 10º lugar, tendo em conta as suas aspirações.

Concluindo, este fim-de-semana ficou marcado por quatro vencedores improváveis em quatro provas diferentes: Liga dos Campeões, Taça de Portugal, Taça Italiana e Liga Francesa.

21
Mai12

Livre Direto

Cláudio Guerreiro

O que esperar do atletismo português em Londres?

 


 

23 são os atletas que conseguiram mínimos para os Jogos Olímpicos de Londres em Julho/Agosto deste ano. No entanto, nem todos viajarão para a capital com o objetivo de trazer medalhas para Portugal. Muitos irão participar sem grandes ambições, ou seja, com o simples objetivo de estar presente no maior evento desportivo do mundo.

 

Supostamente, uma das maiores hipóteses de medalha viria de Nélson Évora, campeão olímpico em título, mas a contas com uma lesão não poderá estar presente. Deste modo, as esperanças dos portugueses estão algo em baixo.

 

Sendo assim, é preciso começar a ver quem poderá conseguir um lugar no pódio. A escolha mais óbvia para ser o principal atleta português é Naide Gomes, no salto em comprimento. Mesmo com 32 anos, a saltadora nacional ainda tem claras hipóteses de finalizar a prova entre as três primeiras. Para que tal aconteça a atleta terá de ultrapassar alguns fatores, tanto a nível físico, como psicológico. Em primeiro lugar, deve evitar as lesões que só servirão para lhe atrasar a preparação. Já a nível psicológico, terá de ultrapassar a questão de ter sempre vacilado nas grandes provas em que era favorita. Talvez agora, não sendo tão favorita, possa conseguir uma vitória algo inesperada, como a que aconteceu há 4 anos com a brasileira Maurren Maggi.

 

Ainda nas disciplinas técnicas, Marco Fortes, no lançamento do peso será o atleta masculino que mais hipótese terá de lutar por uma medalha. Contudo, terá de fazer frente a um conjunto de lançadores norte-americanos de grande nível. Embora tenha tido uma grande evolução nos últimos 4 anos, deverá ter de contar com deslizes de alguns favoritos para conseguir chegar ao pódio.

 

Já nas provas de corrida as hipóteses terão mais do lado das atletas femininas. Na maratona, Jéssica Augusto e Ana Dulce Félix (caso optem por esta prova, em detrimento dos 5000m e 10 000m) e Marisa Barros possuem argumentos suficientes para ficar nos 10 primeiros lugares. A presença das atletas africanas, nomeadamente as quenianas, é o fator que poderá impedi-las de sonhar com algo mais. Na marcha, Inês Henriques, Ana Cabecinha e Vera Santos (Susana Feitor falhou a convocatória e falhará assim aqueles que poderiam ser os seus 6ºs Jogos Olímpicos) já demonstraram capacidades para figurar entre as 10 primeiras classificadas. Caso esteja em boa forma e dependendo das provas que venha a escolher parece-me que Sara Moreira poderá aspirar a um bom lugar nos 3000m obstáculos.

 

Há ainda o caso de Francis Obikwelu que terá como máximo objetivo chegar à final. Algo mais do que isso já me parece muito difícil face ao domínio dos norte-americanos e jamaicanos.

 

Deste modo, é fácil perceber que, teoricamente, apenas Naide Gomes terá reais hipóteses de sair de Londres com uma medalha. Os restantes aqui mencionados apenas conseguirão lutar por elas dependendo de um conjunto de fatores a seu favor.

 

 

Por Cláudio Guerreiro

21
Mai12

Porque a vida também é feita a correr...

João Perfeito

Coração, arte defensiva, capacidade física e … Sonho Europeu de Abramovich concretizado

 

         O Chelsea sagrou-se campeão europeu, pela primeira vez na sua história, ao derrotar o Bayer Munique, na casa deste, nos penaltys após um empate a uma bola que findou o tempo regulamentar e o prolongamento.

         Nove anos depois de milhões e milhões de investimentos, Abramovich vê finalmente o seu sonho europeu realizado, na época onde nada o faria prever.

         A nível interno, o Chelsea de 2011/2012 é claramente uma equipa diferente das pretéritas 8 épocas sob o reinado do multimilionário russo.

         Ao longo da sua estadia em Chelsea, Abramovich conseguiu 9 presenças consecutivas nos oitavos-de-final da Champions e 8 pódios consecutivos na Premier League abrilhantados com três ceptros nacionais.

         Para recuperar o título perdido na época transacta face ao novo (em função da história do Chelsea)  rival Manchester United, Abramovich não hesitou em pagar 15 milhões de euros por André Villas-Boas, fazendo a transferência mais cara da história de treinadores.

         Após uma época de grandes epopeias na cidade invicta Villas-Boas tinha em Stanford Bridge um enorme desafio para a sua curta mas ambiciosa carreira… Apesar da confiança, do estilo inovador e da natural competência que o catapultaram para a elite europeia em tenra idade, Villas-Boas não soube entender a conjuntura humana e futebolística da equipa blue.

         Com o ego elevado, depois duma época apoteótica em solo nacional, Villas Boas olhava para o Chelsea como uma forma de dar continuidade às suas ideias de futebol alegre onde o rigor da posse de entrecruza permanentemente com a fortíssima capacidade de sair em transicção.

         Numa equipa com um ADN claramente definido, que passado 4 temporadas ainda vivia à imagem do grande criador identitário do Chelsea de Abramovich (Mourinho) Villas-Boas via o seu espaço de manobra cada vez mais reduzido.

         Num plantel onde a maturidade e estatuto de Cech, Terry, Cole, Lampard, Essien, Malouda e Drogba se intersectava com a astúcia e capacidade inovadora de David Luiz, Oriol Romeu, Ramires, Raúl Meireles, Sturridge e até Torres (pelo sistema de jogo do Liverpool claramente distinto).

         Dois pólos amplamente antagónicos, onde a homogeneização indispensável para o sucesso da equipa seria um desafio em que a imaturidade de André Villas Boas (ainda) não sabia responder.

         Foi neste contexto de mescla de continuidade e mudança que se construiu o fracasso do mais jovem promissor treinador do Planeta.

         O Chelsea de 2011/2012 era uma equipa ao contrário das épocas anteriores, desacreditada do seu valor, pela constante quebra de auto-estima do núcleo duro do plantel. Para além disso, este Chelsea inovador de Villas-Boas tinha em Mata e Meireles as suas principais contratações o que patenteava um claro abrandamento de investimento financeiro comparativamente com as épocas passadas.

         O Chelsea parecia uma equipa onde as suas unidades de peso iam envelhecendo e a tão precisa renovação estava órfã de qualidade para a substituir. Os resultados foram pois por isso, durante a estadia de André, um autêntico fracasso a uma prestação interna que já não se via desde 1995/1996.

         Com pouco tempo para injetar confiança e muito menos para a solidificar o Chelsea de 2011/2012 necessitava, pois de uma ampla mudança técnica que findasse os problemas futebolísticos e de balneário da equipa ao mesmo tempo que recuperava um pouco do seu ADN legado de José Mourinho.

         Sem hesitar Abramovich voltou a puxar dos cordões à bolsa e pagou uma astronómica cláusula de rescisão a Villas-Boas, tornando-o o desempregado mais rico da europa e apostando em Di Matteo “como o milagreiro salvador” para escassos três meses.

         Com um conhecimento profundo do clube londrino, depois de ter sido jogador durante 6 anos, com uma cultura de futebol italiano altamente desenvolvida Di Matteo montou uma equipa física, mental e estrategicamente talhada para os jogos a eliminar. Com o campeonato perdido, a Taça e a Champions eram as únicas possibilidades de sucesso dos blues.

         E foi com Di Matteo ao leme que o Chelsea recuperou a confiança e em três meses se construiu como a melhor equipa do futebol europeu.

         Sem tempo nem vontade de construir algo novo, Di Matteo preocupou-se sobretudo em recuperar a cultura táctica do Chelsea, o posicionamento defensivo exímio e o ataque demolidor que na última década abrilhantaram os mais belos palcos da Europa do futebol.

         Foi deste modo que jogadores como Terry, Lampard e Drogba recuperaram a sua confiança e resiliência dando ao grupo um sentido unitário altamente eficaz. Do mesmo modo David Luiz, Raúl Meireles, Ramires, Mata e Torres entenderam o seu lugar na equipa e construíram um upgrade inovador extremamente útil à equipa, num contexto onde os antagonismos com o núcleo duro estavam já findados.

         O Chelsea recuperava assim um balneário, abolia as divisões entre dois estilos de futebol e começava a reconstruir a cultura do seu jogo.

         Ultrapassando os transalpinos Nápoles e superiorizando ao surpreendente Benfica o Chelsea estava nas meias da Champions e tinha frente ao todo-poderoso Barcelona o grande desafio da sua história.

         Com uma consistência defensiva, mentalidade ganhadora e transicção ataque amplamente melhoradas, o Barcelona era a equipa ideal para o Chelsea se apurar para a final, sendo por isso na minha óptica o grande favorito para a vaga da final de Munique.

         Do ponto de vista psicológico era uma equipa talhada para jogos a eliminar, com um extraordinário à vontade resultante da desresponsabilização de apuramento criada pelos media. O favoritismo estava todo do lado do Barça, o nervosismo era algo inexistente em Stanford Bridge.

         Do ponto de vista meramente futebolístico, o encurtamento de espaços defensivos, a extraordinária aglomeração de jogadores no seu meio-campo, a concentração elevada ao expoente máximo e uma das melhores transicções atacantes do futebol actual eram tudo ingredientes que previam a quebra do tiki-taka e o aproveitamento do débil rendimento defensivo blaugrana.

         Mas nem tudo foram rosas para a equipa blue, nesta recta final da odisseia europeia mais fantástica dos últimos anos.

         Ao minuto 12 da segunda mão frente ao Barça, o Chelsea perdeu Cahill por lesão e aos 37 minutos viu a dupla de centrais completamente desfeita com a expulsão de John Terry, resultante da agressão bárbara a Alexis Sanchéz. Depois de estar a perder por 1-0, Iniesta aumentou o score para 2-0 colocando a equipa blaugrana na pole position para a final.

         Contudo o Chelsea num ápice operacionalizou a reviravolta. Com uma jogada fantástica de sincronização entre Lampard e Ramires, o chapéu incrível do queniano azul calava Camp Nou e o Chelsea reerguia-se na eliminatória.

         A resiliência blue foi mais uma vez testada pelo penalty cometido sobre Messi. O astro argentino voltou a falhar em momentos capitais e o coração do Chelsea mostrava ter mais vidas.

         Com uma capacidade física invulgar para jogadores de futebol, uma concentração defensiva extraordinária e uma tranquilidade permanente a criatividade defensiva do Chelsea (Bosingwa a central e Ramires a lateral direito) ofuscava o célebre tiki-taka blaugrana, montando uma teia defensiva que atirou para os livros da história do futebol o estilo de jogo do adversário.

         O mal-amado Torres entrou a 10 minutos do fim, defendeu, correu e marcou o 2-2 final. Calou Camp Nou e catapultou a arte defensiva do futebol para a Allianz Arena de Munique.

         Com 4 jogadores castigados, todos eles importantíssimos (Terry, Ivanovic, Raúl Meireles e Ramires), com Cahill com pouco tempo para recuperar de lesão, jogando na casa do poderosíssimo Bayer Munique, só com a Champions por conquistar, o Chelsea tinha neste final da sua saga um teste onde mais uma vez era colocado como outsider.

         Fazendo valer todo o seu valor patenteado nas eliminatórias anteriores, mantendo o mesmo estilo de jogo, o Chelsea jogou nesta final com as mesmas armas e alcançou os mesmos resultados- Glória surpreendente.

         Soube neutralizar os desconcentrantes Robben e Ribery, banalizou Goméz e ofuscou Schweinsteiger a um construtor de jogo intranquilo.

         No meio-campo Lampard foi a bússola da equipa, pautando os batimentos cardíacos da equipa e dando-lhe a resiliência necessária para a concretização de tudo este feito heroico.

         No ataque Drogba foi um gladiador: nos duelos, no golo, na alma, na crença duma equipa que mais do que nunca sentiu que a glória europeia estava cada vez mais próxima.

         Mas mais uma vez o destino quis atraiçoar os blues, mas o Chelsea voltou a operacionalizar uma capacidade de superação fantástica e recuperou… Do golo de Muller, ao penalty falhado de Robben, à desvantagem nos penaltys…

         O Chelsea superou tudo, venceu todos os desafios, ultrapassou todos os obstáculos, com ou sem o seu melhor onze e sagrou-se pela primeira vez na História- campeão europeu.

         Chelsea um justo prélio para uma equipa que finalmente abandonou a tónica dos milhões, fez da sua coragem, coração, resiliência, alma- a sua grande tónica para a vitória. Admitiu as suas limitações, construiu-se a partir delas, deu-nos a arte futebolística numa plataforma defensiva, construiu um estilo de jogo de contenção e transicção inovador e finalmente desfilou na passadeira hegemónica do futebol europeu inscrevendo as sete letras do seu nome no Historial de vencedores da mais importante prova de clubes do Mundo.

         Chelsea- uma equipa, um sonho, uma realidade. A constatação da relatividade do futebol na sua expoente máxima. O melhor entre os melhores (competições europeias), mesmo sendo pior entre piores (nível interno).

         A consagração duma equipa que prova que o futebol não é matemática pura e resultados certos, mas sim uma equação com incógnitas desconhecidas que nos dão resultados surpreendentes…

 

Parabéns Chelsea…

        

16
Mai12

Lado B

Bruno Carvalho

Um campeonato para esquecer…ou para recordar


 

A Liga Portuguesa de futebol 2011/2012 terminou. Esta é, portanto, a altura certa para fazer o balanço deste campeonato que findou. Quando fazemos o balanço de algo é suposto haver aspetos positivos e aspetos negativos, mas neste campeonato, apenas consigo encontrar aspetos negativos que, desde já, passo a enumerar:

 

1 – O boicote dos árbitros aos jogos do Sporting: Logo na 2ª jornada do campeonato português, João Ferreira recusou-se a apitar os jogos do Sporting por alegadas declarações de dirigentes do clube de Alvalade que visavam este árbitro. Como forma de solidariedade, os restantes árbitros da 1ª categoria seguiram a mesma linha de pensamento de João Ferreira e recusaram-se a arbitrar o jogo entre Beira-Mar e Sporting, tendo que ser um árbitro da 2ª categoria (Idalécio Martins) a apitar este jogo. Na minha opinião, esta situação foi lamentável e um dos momentos negativos mais marcantes do campeonato, no sentido em que dirigentes e funcionários do Benfica criticaram fortemente a arbitragem portuguesa durante o campeonato e os árbitros não tomaram a mesma posição que tiveram relativamente ao Sporting, isto é, não fizeram boicote aos jogos do Benfica. Parece-me que aqui houve claramente uma diferença de tratamento, que não se compreende.

 

2 – A teimosia em querer alargar o campeonato de 16 para 18 clubes: Esta foi uma questão a que dediquei especial atenção num dos artigos da minha crónica, para dizer que o possível alargamento dos campeonatos profissionais de futebol ensombrou a verdade desportiva deste campeonato, na medida em que a certa altura da prova alguns clubes possivelmente pensaram que não teriam de fazer muito para ganharem os seus jogos, uma vez que em princípio ninguém desceria de divisão. Quem pensou isso enganou-se, pois a Federação Portuguesa de Futebol chumbou e bem o alargamento da I Liga. Se os clubes não têm dinheiro para pagar as suas obrigações salariais nem sequer para se pré-inscreverem nas competições europeias, como é que iam ter dinheiro para pagar mais duas deslocações, com o acréscimo de mais duas equipas ao campeonato português?

 

3 – A não divulgação dos árbitros nas últimas jornadas do campeonato: Este foi mais um fenómeno que abalou o decorrer normal do campeonato português. Nas épocas anteriores, sempre se soube com cerca de três dias de antecedência quem eram os árbitros que iam apitar os jogos de cada equipa. Porque é que na reta final do campeonato se decide “alterar as regras do jogo” e não divulgar o nome dos juízes para cada partida? Eu sei que houve pressões, nomeadamente de ordem pessoal, para com os árbitros. E nas épocas anteriores, não houve pressões? 

 

4 – 8 contra 11: No meu ponto de vista, a situação do União de Leiria foi o momento mais negativo deste campeonato. Afinal, o futebol já não precisa de ser 11 para cada lado, como estamos habituados a ver. Uma equipa já pode começar o jogo com menos jogadores do que o seu adversário.

 

5 – 10 contra 11: Como se já não bastasse o União de Leiria ter iniciado o jogo frente ao Feirense com 8 jogadores, agora foi a vez do Sporting Clube de Portugal iniciar a sua partida frente ao Braga com 10 jogadores. Como é que é possível um clube com a grandeza do Sporting começar uma partida de futebol sem os seus 11 jogadores titulares? Neste caso, era a tala que João Pereira tinha no braço que não estava de acordo com os regulamentos, mas esta era uma situação que devia ter sido vista antes do jogo começar.

 

Concluindo e por todas estas razões, esta I Liga Portuguesa de futebol que agora terminou é um campeonato para esquecer… ou para recordar, para que não se voltem a repetir tantos casos negativos no decorrer das próximas épocas.     

 

11
Mai12

3x4x3: 23

Minuto Zero

A renovação de Paulo Bento surge, a um mês do arranque do Europeu, como um sinal afirmativo rumo a uma nova lógica de trabalho dentro da própria federação. Um sinal de estabilidade necessário para um grupo de trabalho que se prepara para uma das mais exigentes competições nos últimos anos, e que se inicia com um grupo verdadeiramente competitivo. Assim resta uma pergunta: quem serão os 23 eleitos para representar a "Nação Valente"? Mas e quem são aqueles que realmente contam para o presente e futuro da nossa selecção?

 

Antes de perceber quem são os protagonistas do próximo Euro 2012, a que rever qual a forma de jogar da selecção, para depois melhor se perceber quais os nomes que melhor podem contribuir para o sucesso colectivo. Na Base, Paulo Bento tem ajustado a equipa com um 4x3x3 que mistura coesão nas transições (com Moutinho e Meireles em destaque), mas também, um jogo mais pausado para determinados momentos do jogo. Tentando perceber qual é na sua génese a forma característica de jogar do futebol português, é inevitável falar de futebol apoiado, mas com apelo a transições rápidas, por vezes excessivamente individualizadas (com recurso aos extremos/alas), mas essencialmente com um forte enfase para essa mesma velocidade de transição.

 

Deixo agora uma lista de jogadores para os quais penso que Paulo Bente já terá olhado a pensar na convocatória. Uma Pool nacional, com jogadores para o presente mas também para o futuro:

 

(GR): Patricio (Sporting), Eduardo (Benfica), Beto (Cluj), Quim (Braga), Hilário (Chelsea)

 

(DD): João Pereira (Sporting), Sílvio (A.Madrid - lesionado), Nélson (Betis), Miguel Lopes (Braga)

 

(DC): Pepe (R.Madrid), B.Alves (Zenit), Rolando (Porto), R.Costa (Valência), Sereno (Colónia), Carriço (Sporting), Paulo Jorge (Apoel), N.A.Coelho (Braga), Tonel (Zagreb)

 

(DE): Coentrão (R.Madrid), Elizeu (Málaga), Duda (Málaga)

 

(6): Veloso (Génova), Custódio (Braga)

 

(MC): Meireles (Chelsea), Moutinho (Porto), M.Fernandes (Besiktas), H.Viana (Braga), R.Amorim (Braga), P.Machado (Toulouse), A.Castro (Gijon), A.Martins (Sporting), A.Santos (Sporting)

 

(MAC): C.Martins (Granada), Micael (Zaragoza)

 

(Ext): Ronaldo (R.Madrid), Nani (Man.Unt), Quaresma (Besiktas), Varela (Porto), Danny (Zenit - lesionado), Vieirinha (Wolfsburgo), H.Barbosa (Braga), Hugo Vieira (Gil)

 

(PL): Postiga (Zaragoza), H.Almeida (Besiktas), N.Oliveira (Benfica), V.Tê (West Ham), Eder (Académica), N.Gomes (Braga)

 

A Negrito, os 23 que Paulo Bento deverá levar ao Euro. Lanço agora algumas notas, e explicações para esta mesma lista.

 

A primeira questão, e a maior dúvida, está na convocatória ou não de Hugo Viana. Pelo que se percebe o jogador não é visto com o perfil indicado para jogar num meio-campo em 1x2, mas sim em 2x1, como joga em Braga. Viana, nesta fase da carreira, tem necessidade de um verdadeiro médio recuperador ao lado, como neste momento não existe nas contas da selecção (Custódio deve ser ponderado mas não irá concerteza). Apenas poderia jogar com Meireles ao lado, mas neste esquema dificilmente puderia entrar apenas como suplente, pois não é jogador de efeito rápido. Penso no entanto que, poderia de facto entrar nas contas como peça para uma forma de jogar um pouco diferente, um plano B para jogos de exigência específica. A forma que demonstrou esta temporada provam que está ao nível da concorrência, mas de facto esbarra na dificuldade que poderá sentir jogando como interior e sendo obrigado a enorme desgaste.

 

Ainda no meio-campo, Rúben Micael é outra das questões. À falta de um 10, Carlos Martins e Micael são os interiores de maior tracção à frente, mas as épocas conturbadas para ambos podem deixar dúvidas quando se exigem certezas. Sobretudo Micael, dependerá em muito das ideias do seleccionador. A minha aposta? Meio-campo terá Veloso, Meireles e Moutinho, com Martins, M.Fernandes (excelente temporada) e Micael, deixando Viana de fora. Poderá até nem ir nenhum dos dois, abrindo vaga noutra zona do terreno (extremo de preferência).

 

Na baliza, Patricio assume a 1, com Beto forte psicologicamente quando é preciso entrar, e Eduardo como outra solução. A defesa terá certamente Pereira, Pepe, Rolando, Alves e Coentrão, deixando depois lugar para as brigas Nélson/M.Lopes, Sereno/R.Costa e Elizeu/(X).

 

Quanto ao ataque, Varela procura até ao ultimo suspiro um lugar, com Paulo Bento a demonstrar que está atento a Vieirinha, mas também a Barbosa ou Vieira. Mais à frente, Nélson Oliveira deverá ser mesmo a coqueluche da equipa, com Helder Postiga e Hugo Almeida na frente por um lugar no eixo.

 

By Tiago Luís Santos

09
Mai12

Lado B

Bruno Carvalho

Guardiola a caminho do Chelsea?

 

 

Depois de já ter anunciado que vai abandonar o comando técnico da equipa do Barcelona no final da presente temporada, o treinador Pep Guardiola recebeu uma proposta milionária para orientar a equipa de Roman Abramovich.

Contudo, segundo alguma imprensa inglesa, o técnico catalão recusou a proposta de 12 milhões de libras, cerca de 15 milhões de euros por ano, para se mudar para Londres e comandar a equipa do Chelsea.

A acrescentar ao salário milionário que Guardiola iria receber, o presidente russo ainda lhe ofereceu a oportunidade de ter fundos ilimitados para a contratação dos jogadores que quisesse, incluindo Lionel Messi. No entanto e como já tinha dito, quando decidiu abandonar o Barcelona, Guardiola fez questão de querer tirar um ano sabático para poder recuperar da elevada pressão a que esteve sujeito nas últimas temporadas.

O interesse de Abramovich não é de agora. O dono do Chelsea já tinha demonstrado interesse na contratação de Pep Guardiola desde que o português André Villas-Boas saiu do comando da equipa técnica londrina.

Com esta decisão de Guardiola abandonar o Barcelona, foi só juntar o útil ao agradável, ou seja, Abramovich viu assim a sua oportunidade para levar o técnico catalão para Londres.

Também saiu nas notícias de futebol que, caso Abramovich não consiga a contratação de Guardiola, o italiano Roberto di Matteo poderá ter a oportunidade de ficar definitivamente com o cargo de treinador principal dos blues.

É preciso não esquecer que Roberto di Matteo ficou no comando da equipa depois da saída do português André Villas-Boas e que desde aí tem conseguido alguns bons resultados (apesar da goleada que sofreu ontem do Liverpool, por 4-1), uma vez que o clube de Londres conquistou no último sábado a Taça de Inglaterra e ainda conseguiu garantir um lugar na final da Liga dos Campeões, eliminando precisamente o Barcelona de Josep Guardiola, onde vai defrontar a equipa do Bayern Munique.

Mas na minha opinião, o magnata russo não vai desistir assim tão facilmente de tentar levar Pep Guardiola para Londres, e caso o espanhol continue a recusar, penso que o dono do Chelsea poderá mesmo vir a aumentar a primeira proposta que fez com o intuito de conseguir assegurar um dos melhores treinadores do futebol internacional no comando da sua equipa.

 

07
Mai12

Livre Direto

Cláudio Guerreiro

Juventus conquista Série A

 

 

Neste último fim-de-semana, a Juventus, após o jejum de algumas épocas, conseguiu conquistar a Série A ao AC Milan depois de ter derrotado o Cagliari por 2-0, com um golo do montenegrino Vucinic e um auto-golo de Canini.

 

A equipa de Milão foi derrotada pelo rival Inter de Mião por 4-2, num jogo que foi também crucial para ditar a conquista do campeonato por parte da Juventus. A uma jornada da final do campeonato, a Juventus terá agora como objetivo finalizá-lo sem qualquer derrota. O treinador Antonio Conte conseguiu dar uma nova vida a uma equipa que ainda estava muito ferida em relação ao que lhe aconteceu no passado.

 

No conjunto da equipa há a destacar alguns jogadores que fizeram a diferença ao longo da temporada. Na defesa, o nome mais sonante, Chiellini, central há muito cobiçado por outros grandes da Europa, justificou todas as esperanças dos adeptos lançadas nele, exibindo-se ao mais alto nível.

 

No meio campo foi Pirlo quem fez a diferença. Após ter abandonado o AC Milan, no final da época passada, poucos eram aqueles que pensariam que o médio teria um grande papel no miolo da Juventus, devido sobretudo à sua idade. O médio transalpino mostrou muita qualidade de jogo, equilibrando um meio-campo que contou ainda com a presença de Marchisio e Vidal. Já no ataque o destaque vai para a dupla Matri/Vucinic que no conjunto marcaram 18 golos

 

O  próximo passo desta Juventus será fazer um planeamento adequado da equipa, de forma a que esteja preparada  para a exigência que enfrentará na próxima época, pois para além da reconquista do campeonato, pretenderá fazer uma boa figura na Liga dos Campeões.

Por Cláudio Guerreiro


06
Mai12

Área de Ensaio

Pedro Santos

Despedida

 

    Ao longo de mais de ano, tentei semanalmente trazer a este espaço a actualidade do rugby nacional e internacional, e criar mais um espaço onde fosse possível debater sobre um desporto que está a crescer (lentamente) em Portugal.

Ao longo deste tempo tentei da melhor forma possivel analisar e explicar um desporto por muitos desconhecido, aproveitando a experiencia pessoal que tenho para melhor informar os que seguiam esta crónica.

    Durante esta aventura muito se passou, um campeonato mundial, um campeonato nacional e diversas outras provas, que tentei sempre acompanhar e trazer a este espaço para tentar dar maior visibilidade à modalidade.

Contudo, e neste momento em que o projecto segue um novo rumo, parece ser o momento certo para também eu seguir um novo trajecto. A nível pessoal deixou de ser possível continuar a acompanhar a actualidade do rugby nacional e internacional, e sendo assim é difícil trazer semanalmente as noticias e os resultados que interessam.

    Desta forma, tenho de abandonar o projecto, com a certeza de que este continuará a crescer e a trazer noticias e opinioes de grande interesse.

Numa altura em que o rugby nacional enfrenta diversos desafios, e as dúvidas são mais que as certezas, não poderei continuar a expor argumentos e factos relativos a uma modalidade que ainda é desprezada, e que neste ano que passou parece ter regredido um pouco.

    A todos os que contibuiram para a este ano de crónicas apenas posso agradecer. Aos que leram, aos que editaram, aos que comentaram, aos que permitiram dezenas de crónicas, os meus agradecimentos.

Ao projecto desejo todas as felicidades, e prometo continuar a acompanhar tanto quanto me seja possível.

 

Obrigado

 

By Pedro Santos

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