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Minuto Zero

A Semana Desportiva, minuto a minuto!

A Semana Desportiva, minuto a minuto!

Minuto Zero

29
Fev12

Lado B

Bruno Carvalho

A afirmação de Nélson Oliveira

 

O dia de hoje poderá ficar marcado pela estreia de Nélson Oliveira, um avançado de apenas 20 anos que representa actualmente o Benfica, com a camisola da principal selecção portuguesa de futebol (AA), num desafio de carácter amigável que opõe Portugal à Polónia.

Já aqui afirmei que, na minha opinião, Nélson Oliveira será o futuro avançado titular da selecção portuguesa, por toda a evolução que tem mostrado num curto espaço de tempo. Com apenas 7 meses de plantel principal do Benfica, Nélson Oliveira tem surpreendido muitos com os golos que já apontou com a camisola encarnada. No entanto, penso que Nélson Oliveira já merecia ter tido mais tempo de jogo dado por Jorge Jesus, de forma a poder mostrar todo o seu valor. Com isto quero dizer que não é apenas jogando 10 ou 15 minutos por jogo, que um jogador jovem consegue evoluir favoravelmente.

O brilhante mundial de sub-20 no passado Verão, na Colômbia, onde Nélson Oliveira foi considerado o segundo melhor jogador do torneio foi, no meu ponto de vista, o momento decisivo para o jogador natural de Barcelos dar o salto.

A chamada à selecção AA portuguesa é apenas a confirmação daquilo que já era esperado por alguns. Contudo, Nélson Oliveira ainda terá de trabalhar muito para conseguir ser titular numa equipa onde Hugo Almeida e Hélder Postiga levam vantagem, não esquecendo Nuno Gomes que também poderá ser chamado para o Euro 2012 por toda a experiência que possui.

É verdade que muitos podem pensar e dizer que Nélson Oliveira ainda é muito novo para fazer parte do grupo dos 23 que vão à fase final do campeonato da Europa, mas não podemos esquecer que Cristiano Ronaldo foi habitual titular no Euro 2004, com apenas 19 anos.

 

Relativamente à convocatória de Paulo Bento para o jogo com a Polónia, não consigo perceber a ausência persistente de Hugo Viana dos eleitos, um dos melhores médios portugueses do nosso campeonato a par de João Moutinho. Para além de Hugo Viana, também não compreendo a ausência de Quim (um guarda-redes que tem feito excelentes exibições) e a chamada de Eduardo (um guarda-redes que apenas joga para a Taça da Liga).

 

27
Fev12

Livre Directo

Cláudio Guerreiro

Recuperação do Arsenal

 

 

A luta pelo campeonato inglês parece resumir-se às equipas de Manchester, visto que o Tottenham nas últimas jornadas perdeu alguns pontos que afastaram a equipa de Londres da luta pela Premier League.

 

Na jornada deste fim-de-semana, num derby de Londres, o Tottenham foi goleado no estádio do Arsenal por 5-2. A equipa de White Harte Lane adiantou-se no marcador logo aos 4 minutos, com um golo do francês Louis Saha. Quando Adebayor converteu uma grande penalidade aos 34 minutos, os adeptos dos spurs pensaram que teriam a vitória garantida. Contudo, o campeonato inglês é conhecido por ter grandes jogos, com muitos golos marcados e com grandes reviravoltas. Pois foi isto mesmo que aconteceu, o Arsenal deu a volta ao resultado, aproveitando as inúmeras falhas defensivas do Tottenham. Marcaram para os gunners Sagna, Van Persie, Rosicky e Theo Walcott (por duas vezes).

 

Saltou à vista neste jogo os erros defensivos do Tottenham. A acumulação de erros ao longo do jogo foi bem aproveitada pelo Arsenal, que demonstrou conseguir aproveitar de maneira bastante eficaz os erros adversários.

 

O Arsenal começou o campeonato bastante abalado pelas perdas de Fàbregas, Nasri e Clichy, que chegou a colocar a equipa na segunda metade da tabela por algumas jornadas. As novas contratações levaram algum tempo até se adaptarem à equipa, mas quando o fizeram conseguiram colocar o Arsenal novamente perto do topo da classificação. Neste momento, o Arsenal está no 4º lugar e em perfeitas condições de aspirar uma subida ao 3ºlugar. No entanto, o Tottenham promete lutar bastante para manter a 3ªposição, que dará acesso direto à Liga dos Campeões na próxima época. 

 

 

Por Cláudio Guerreiro 

24
Fev12

3x4x3: Salto de Qualidade

Minuto Zero

 

 

1. O fim de tarde chuvoso em Manchester acabou por trazer à luz do dia uma dura realidade com a qual, tanto Porto como as equipas de campeonatos periféricos como o português se habituaram à muito a lidar: não creio que se esteja aqui a falar de poder económico e das benesses por ele trazidas (leia-se jogadores, condições de trabalho e estatuto), mas sim de um nível de intensidade competitiva algo diferente.

 

Diria, vendo o jogo, que o resultado final entre City e Porto é enganador, mas a verdade é que premeia a equipa que ao longo dos 180 minutos das duas mãos, melhor soube aproveitar os erros adversários.

A imagem que me fica do jogo é sem dúvida os pormenores de classe de Lucho, Fernando e sobretudo João Moutinho, num meio-campo rotativo, com capacidade para assumir o jogo. Faltou depois capacidade de decisão nos últimos 30 metros, com Hulk esforçado, James criativo, mas sem jogador na zona central. Não falo de ponta-de-lança estilo Janko, talvez, mais uma vez, se possa pensar num jogador com maior mobilidade, capaz de jogar em trocas posicionais e movimentos entre os duros centrais ingleses.

Olhando para Moutinho nesta fase da temporada é inevitável pensar que mantendo esta forma será, sem dúvida, o nosso grande médio no próximo campeonato da Europa, onde as suas exibições podem valer o salto para um clube de elite, à muito merecido diga-se.

Do lado do City duas imagens: a serenidade e seriedade de Kompany, Lescott, Micah Richards e Clichy, sempre focados, sempre sem dar mínimo espaço, demonstrando um respeito e conhecimento pelo adversário de salientar; a eficácia e genialidade de Aguero, sempre atento aos erros de manuseamento de bola dos centrais do Porto.

 

Mais do que a falta do tal avançado-centro, ficou claramente a ideia que o Porto pagou caro os erros na saída de bola. Num jogo contra uma das melhores equipas europeias da actualidade, este típo de situações resultam quase sempre no mesmo, ainda para mais numa eliminatória a duas mãos. Fica o aviso para o Sporting, próximo adversário europeu dos Citizens.

 

2. Mais uma grande exibição do Basileia fica na retina. Não acredito que passem em Munique, mas a verdade, é que partem em clara vantagem para a segunda mão frente aos bávaros. Em jogo, parece uma equipa bem organizada, com um modelo de jogo que impressiona pelo risco. Laterais ofensivos, Steinhoffer e Park, apenas um médio de contenção Huggel, libertando Xhaka criativo ao centro, Shaqiri (estrela da equipa) e Frei nas alas, num 4x1x3x2, semelhante aquele que Jorge Jesus utilizava na época passada na Luz. Na frente um avançado que sempre gostei de ver, Frei, excelente nas movimentações, grande remate, e um 9 de referência, Streller, avançado poderoso. Gostei de ver também Stocker e Zoua, que revitalizaram as alas depois das saídas de Shaqiri (apagado) e Fabien Frei.

Na Baviera a eliminatória poderá complicar, mas a verdade é que o Basileia ficará como a grande sensação da temporada seja qual for o resultado final.

 

3. Destaque ainda para o Nápoles, mais uma vez a demonstrar que em competição curta pode ser uma das mais competitivas equipas do futebol italiano. Frente a um desacreditado Chelsea, exibição de gala, com golos e oportunidades, embora deixando sempre a ideia que permite ao adversário ter sempre espaço para jogar. Fez a diferença a veia goleadora de Cavani e o talento de Lavezzi, num jogo onde se percebeu que este Nápoles tem ainda muito potencial por explorar. Precisa de saber acalmar o seu jogo de fulgor ofensivo, conseguindo manusear ritmos e momentos do jogo para evitar surpresas e erros desagradáveis. Em Londres não vejo o Chelsea dar a volta à eliminatória e não acredito que este Nápoles saia de Inglaterra sem marcar. Veremos qual a capacidade de Vilas Boas e do seu grupo de trabalho na tentativa desesperada de salvar uma temporada.

 

4. Nota final de destaque para o incrível jogo Atletic Bilbau- Lokomotiv na catedral de San Mamés. O jogo valeu pela emoção, onde por largos minutos com menos um jogador o Atletic acabaria por conseguir o 1-0 que lhe bastaria para passar. A partir do momento do golo, o inferno de La Catedral seria o tónico para um apuramento histórico. Na próxima ronda, a equipa de "el louco" Bielsa irá defrontar um rival de outra galáxia, numa eliminatória que passará por dois dos mais arrepiantes ambientes do futebol europeu: San Mamés e Old Trafford.

 

By Tiago Luís Santos

23
Fev12

Porque a vida também é feita a correr...

João Perfeito

Futebol Actual- Um espaço sem potências a longo prazo (salvo raras excepções)

 

         A presente primeira mão dos oitavos-de-final da Liga milionária trouxe amplas surpresas ao universo futebolístico do Velho Continente.

         Dos vencedores dos grupos só o todo poderoso Barcelona conseguiu vencer em campo alheio. E das restantes equipas forasteiras, só o Real Madrid conseguiu trazer na bagagem um resultado que lhe permite estar na frente no início da segunda mão.

         Num tempo de crise económica cada vez mais se podia pensar, que face ao abrandamento do investimento as potências podiam alargar mais a superioridade face aos outros, perdendo com isso o futebol a imprevisibilidade, emotividade e competitividade que permite mover paixões pelo Mundo inteiro.

         Contudo, a tendência tem sido claramente contrariada. Surpresa, para aqueles que só vem dinheiro, investimento e sucesso rápidos, os “capitalistas modernos adaptados ao futebol”. Constatação e contentamento para todos aqueles que tentam observar no futebol o retrato humano e a maneira como patenteia que todos podemos ser melhores, bastando ter vontade e competência para tal.

         Mais do que escrever posts sobre Barcelona e Real Madrid, penso que é tempo de falar de outras pérolas que vão perfumando a Europa do futebol. Falo de dois países sem passado no futebol, mas com um presente bem trabalhado. Suiça e Chipre, Basileia e Apoel… Duas equipas extraordinariamente orientadas, disciplinadas tacticamente e com uma finalização fácil. Ambas, mais o Basileia tem sérias hipóteses de fazer História e entrar para o mágico grupo dos 8 finalistas da Liga Milionária.

         Zenit ou Benfica, Marselha, Nápoles em princípio vão passar no exame final e englobar este lote restrito. Se olharmos para estas 6, que serão 5 equipas vemos que nenhuma dela é do Campeonato espanhol, inglês ou alemão. O Nápoles, mesmo sendo Italiano é uma nova vaga do futebol transalpino, não é uma potência como Milan, Inter ou Juventus…

         O futebol mais espectacular do Mundo, o inglês tem tudo para ver a sua prestação na liga milionária reduzida a 0 e no Espanhol apenas sobrevivem os incontornáveis Real e Barça.

         Na Alemanha, o Bayer tem amplas dificuldades no campeonato Nacional e na Champions parece mais longe da corrida.

         Uma problemática interessante, que deve ser debatida no actual contexto futebolístico. Afinal a aceleração que patenteia o sistema de hoje em dia tem tanto de bom, como de curto. Bom de construir potências vindas do nada, mas com a velocidade que aparecem, desaparecem e novas ascensões sobem ao primeiro pelotão europeu sem que nada estivesse preparado para tal.

         Os tempos são de mudança e nada é certo, com velocidade se ganha, com velocidade se perde… Tentemos ficar a meio do caminho e talvez possamos fugir  “ao capitalismo do futebol actual”.

23
Fev12

Buzzer Beater

Óscar Morgado

Desalinhamento cósmico

 

Não, não é sobre astronomia. Ou se calhar sim. Da desportiva digo. Parece que este fim-de-semana o All-Star vai ser mais um evento estranho, como tantas outras coisas nesta época de lockout. Na maioria dos eventos, o plantel está bem construído e promete momentos de entretenimento de qualidade: um sempre meu favorito, o Skills Challenge, conta com Curry (a defender o título do ano anterior), Wall, Westbrook, Parker e Williams a demonstrarem  grande domínio de bola, e todos sabemos que eles são capazes de tal; no concurso de 3 pontos, a coisa também promete: especialistas do tiro exterior como Jones (a defender o seu título do ano anterior), Ryan Anderson, Anthony Morrow e Mario Chalmers juntam-se a estrelas mais completas (mas não menos especialistas) como Kevin Love e Kevin Durant (que substitui o lesionado Joe Johnson).

Mesmo o Shooting Stars (até agora só mencionei eventos a acontecer no Sábado à noite) tem sempre um plantel diversificado, constituído por um jogador da equipa masculina, uma atleta da WNBA e uma lenda do clube. De facto, a inovação positiva termina no que até agora era o jogo que colocava frente a frente 'rookies' e 'sophomores' (respectivamente, jogadores nos seus 1º e 2º ano na NBA), para ser um confronto entre equipas escolhidas e dirigidas alternadamente por Shaquille O'neal e Charles Barkley, misturando os jogadores de 1º e 2º ano, onde se contam as sensações de Jeremy Lin, Blake Griffin, Greg Monroe, Kyrie Irving, Ricky Rubio ou John Wall. A não perder na sexta-feira à noite.

O problema surge com aqueles que são os dois eventos mais populares: o concurso de afundanços e o jogo All-Star. O primeiro, no sábado, junta Derrick Williams, Chase Budinger, Jeremy Evans (a substituir Iman Shumpert) e Paul George a competir pelo título. E não, não foi só a minha forma de escrever que foi desinteressante, simplesmente parece que alguém fez a escolha ao calhas entre jogadores pouco proeminentes na liga. E desafio aqueles que discordarem comigo e disserem que estes atletas são estrelas que voam por cima do aro e nos fazem sonhar de cada vez que disparam lá para cima, porque não é verdade (exceptuando talvez Paul George, no qual vejo um legítimo candidato). Todos os outros são 'afundadores' medíocres. Budinger é até enfadonho. Depois de no ano passado se ter dado o melhor concurso de afundanços desde que em 2000 Vince Carter fez o mundo duvidar de que seria humano, com Griffin a saltar por cima de um automóvel, Ibaka a saltar antes da linha de lance livre ou McGee a afundar 3 bolas em 3 cestos diferentes, este ano não sei o que vai na cabeça dos organizadores. Terá havido pouco tempo para preparar as coisas? Será só impressão minha que quem continua a dominar as tabelas nos jogos é Griffin, e ainda Lebron James (que este ano anda soberbo em muitas coisas, incluindo os afundanços), e até DeAndre Jordan? Juntavam estes 3 a George e tinham um concurso meus senhores. Griffin e James já são demasiado protagonistas por serem dos 5 iniciais do jogo de Domingo? Pois bem, Kevin Durant também vai ao concurso de 3 pontos! Nem sequer consideram John Wall ou Russell Westbrook, dois atletas fenomenais a afundar no cesto, o que acho uma pena. É verdade que se trata de um concurso, e podem haver surpresas e eu estar enganado quanto à qualidade do mesmo. Mas se o critério é quem promete mais com os afundanços em jogo, então alguém acertou ao lado. Melhor será dizer, noutro lado completamente diferente.

Uma última nota para a selecção dos All-Stars para o jogo de Domingo. É certo que ninguém esperaria no início da época ver Roy Hibbert, Luol Deng ou Andre Iguodala no plantel da Conferência de Este, nem Andrew Bynum, Marc Gasol ou Tony Parker no plantel de Oeste, mas todos estes o mereceram pelas épocas fantásticas que estão a ter. Agora, por favor, senhores treinadores, parem de dar prémios de carreira a jogadores  que estão a ter anos mais fracos que outros, e que nem por isso estão em equipas melhores sequer, como Dirk Nowitzki ou Steve Nash. E David Stern, da próxima é favor escolher um substituto lógico para o lesionado Johnson, como seria Josh Smith, também de Atlanta (equiparava a importância de uma equipa bem qualificada e premiava um ano fantástico deste jogador, em vez de um ano medíocre de Rajon Rondo dos Celtics.)


 

23
Fev12

Steve Field

Steve Grácio

  E o líder perdeu

O inevitável aconteceu: já não existem equipas invictas na primeira liga. O Benfica caiu aos pés do Guimarães, que entra definitivamente na luta por um lugar europeu, mesmo apesar de todos os problemas económicos.

Foi um regalo para quem gosta de futebol ver este Guimarães bater o Benfica. Não fez uma exibição de encher o olho e, por isso, não encantou os adeptos que gostam de espectáculo e futebol ofensivo. No entanto, encantou os fãs da táctica, da disciplina, como eu. A equipa do Vitória esteve perfeita neste campo, anulando por completo o Benfica que, segundo o seu treinador, nunca seria parado em termos ofensivos.

O Guimarães anulou a fase de construção do Benfica, com uma pressão alta, que chegou a sufocar os encarnados. Houve alturas em que chegaram a estar três jogadores na bola. O mais incrível é que ainda conseguiram sair com perigo na transição, mesmo com muitos jogadores a atacar a bola, o que não é normal numa equipa que estava tão bem organizada defensivamente. Mérito para Rui Vitória que soube explorar as debilidades do Benfica, que se expõem quando se encontra em desvantagem.

Obviamente que apesar de todo o mérito vimaranense, Jorge Jesus voltou a mostrar que não é "o mestre da táctica", pelo menos quando está em desvantagem. Não nego a sua qualidade, que está bem vincada, mas Jorge Jesus não sabe contornar uma desvantagem no marcador. Dá ideia que não está preparado para estar a perder, prova disso foi as duas substiuições perto do final do encontro, que não tiveram tempo para marcar a diferença. Os melhores treinadores vêem-se nos momentos críticos, pelo que devem estar preparados para todas as eventualidades.

No entanto, volto a reafirmar a justiça da vitória do Guimarães que a jogar assim alcança o lugar europeu. Que venham mais Guimarães, que o futebol português bem precisa.

 

 

22
Fev12

Lado B

Bruno Carvalho

As brilhantes carreiras de Braga e Marítimo na Liga

 

O Sporting de Braga e sobretudo o Marítimo têm surpreendido com as suas brilhantes campanhas na Liga Zon Sagres desta época. O Braga ocupa actualmente o 3º lugar do campeonato a apenas três pontos do FC Porto e a cinco do Benfica, enquanto o Marítimo ocupa o 4º lugar com os mesmos pontos do Sporting (5º), mas com vantagem no confronto directo.

 

O Sporting de Braga já vai em oito vitórias sucessivas no campeonato, não perdendo pontos desde que foi derrotado no Estádio do Dragão pelo FC Porto, por 3-2. Os oito pontos de avanço que o Braga tem para os 4º e 5º classificados da Liga Portuguesa dão uma margem de manobra folgada à equipa bracarense para poder assegurar a presença nas pré-eliminatórias da Champions da próxima época.

Leonardo Jardim é o grande obreiro desta performance do Braga, no sentido em que com uma defesa totalmente nova relativamente à época passada (Quim; Leandro Salino, Douglão, Ewerton e Elderson no lugar de Artur; Miguel Garcia, Paulão, Rodríguez e Sílvio), consegue ter apenas 16 golos sofridos em 19 jornadas, e, tem neste momento mais pontos conquistados do que tinha no ano passado com Domingos Paciência, também à 19ª jornada. Nas últimas rondas, o grande destaque no Braga vai para Lima, que já vai com 14 golos marcados neste campeonato, os mesmos que Oscar Cardozo (Benfica), tendo marcado um “hat-trick” contra o Gil Vicente.

O meio campo, com Custódio, Hugo Viana e Mossoró e o ataque, com Alan, Hélder Barbosa e Lima transitou da temporada passada, mas nesta época tem mostrado uma maior qualidade, conseguindo marcar mais golos.  

 

Por seu lado, o Marítimo não perdeu qualidade com a saída de Baba para o Sevilha e tem-se assumido como um forte candidato a garantir o 4º lugar da Liga portuguesa.

No início da época, muitos consideravam que esta equipa do Marítimo não era capaz de lutar pelos lugares europeus, mas os resultados afirmam precisamente o contrário. Neste momento, o Marítimo está com os mesmos pontos do Sporting e apresenta um futebol de muita qualidade, assentando a sua equipa base com jogadores que transitaram da época passada: Peçanha na baliza; Briguel, João Guilherme, Roberge e Luís Olim na defesa; Rafael Miranda, Roberto Sousa e Benachour no meio campo, e, Danilo Dias, Heldon e Sami no ataque. Nas últimas jornadas, destaco o desempenho de Danilo Dias que já tem 8 golos marcados neste campeonato, o que é na minha opinião um “score” muito bom para quem não joga a ponta-de-lança.

Aqui o mérito também tem que ser dado ao seu treinador, Pedro Martins, que com os mesmos jogadores do ano passado, que ficaram em 9º lugar no campeonato, conseguiu dar uma nova alma à equipa, dando-lhes a motivação suficiente para terem resultados bem melhores que aqueles que obtiveram no passado. E isto também é sinal de que a estabilidade nas equipas pode produzir resultados positivos não no imediato, mas mais tarde.

 

Concluindo e no meu ponto de vista, o Sporting de Braga e o Marítimo vão intrometer-se entre Benfica, FC Porto e Sporting até ao fim do campeonato, ficando pelo menos nos cinco primeiros lugares da Liga Zon Sagres.

 

20
Fev12

Livre Directo

Cláudio Guerreiro

Chelsea em queda

 

 

Quando o Chelsea era treinado por José Mourinho, as restantes equipas inglesas e as estrangeiras (na Liga dos Campeões) temiam defrontá-lo. Com o treinador português esta equipa tornou-se num grande de Inglaterra, graças também aos milhões que Roman Abramovich trouxe para o clube uns anos antes.

 

Contudo, desde a saída de Mourinho o estatuo da equipa tem vindo a descer significativamente. Os restantes treinadores que têm passado pelo banco dos “blues” não têm conseguido fazer esquecer o legado do “special one”. É verdade que alguns tiveram perto de ser recordados, como Avram Grant que chegou à final da Liga dos Campeões e Carlo Ancelotti que até ganhou uma Liga Inglesa, mas apesar disso nunca foram muito unânimes nas bancadas de Stamford Bridge.

 

Com a chegada de André Villas-Boas ao clube no Verão passado todos pensaram que seria possível levar o Chelsea ao topo, pois estávamos perante um jovem treinador que tinha conseguido ganhar uma competição europeia para uma equipa portuguesa novamente.

 

No entanto, apesar de até ter tido um bom inicio de campeonato, as coisas foram-se desmoronando aos poucos. O Chelsea encontra-se, neste momento, no 5º lugar e está fora da luta pela Premier League, que ao que tudo indica será disputada pelas equipas de Manchester.

 

A verdade é que apesar de algumas contratações de grande nível, como são o caso dos espanhóis Juan Mata e Oriol Romeu, o Chelsea não consegue jogar com uma qualidade suficiente que lhe permita estar a lutar pelo campeonato neste momento. Apesar de ainda em prova na Liga dos Campeões, a equipa de Londres não se afigura como uma grande candidata a ganhá-la.

 

A juntar ao baixo rendimento da equipa, Villas-Boas enfrenta todas as semanas as mesmas questões em relação à falta de produção de Fernando Torres (jogador que já não se sabe como motivar) e de outros jogadores da equipa. O jovem treinador português tem muito trabalho pela frente para colocar esta equipa de encontro com o êxito. Caso falhe a qualificação para a Liga dos Campeões, Villas-Boas poderá ter um grave problema entre mãos.

 

 

Por Cláudio Guerreiro

19
Fev12

Área de Ensaio

Pedro Santos

Taça(s) de Portugal

 

 

    Este fim-de-semana foi dedicado à disputa da Taça de Portugal. Não deixa de ser uma data estranha à realização da final da prova, que normalmente marca o final da época desportiva. Este ano, com alguma estupefacção a Federação Portuguesa de Rugby marcou a final (e as restantes eliminatórias) durante a realização de diversas provas internacionais, entre elas o Campeonato Europeu das Nações. Obviamente que algumas equipas saíram prejudicadas por este facto, especialmente as que mais jogadores cedem à selecção nacional, o que impossibilitou a presença de certos jogadores nas eliminatórias que conduziram a esta final. De entre as equipas prejudicadas, destaca-se o Grupo Desportivo de Direito, clube onde militam a maioria dos jogadores nacionais.

    Outro facto que causa algum espanto é os moldes em que se disputou a Taça de Portugal, na verdade não houve uma final, mas sim quatro. Muito sucintamente a prova realizou-se da seguinte forma, um pouco à imagem dos torneios de sevens, as equipas foram numa primeira fase divididas em grupos, consoante a classificação dos grupos, as equipas jogaram para decidir quem jogaria “para que final”. Desta forma houve uma final principal, uma Bowl, Plate, e Shield.

    Se desta forma é possível uma equipa disputar mais jogos, parece não fazer sentido existirem quatro finais. Para além da final principal, qual é o interesse das outras finais? Interessa realmente uma equipa vencer uma taça secundária? Qual é o propósito de uma equipa perder todos os jogos, mas mesmo assim atingir uma final? São algumas questões que a FPR deve analisar e perceber se não é mais vantajoso voltar aos moldes clássicos da Taça de Portugal.

 

    A final principal disputou-se entre Académica e Agronomia, duas equipas que garantiram um lugar na final-four na disputa do título. A Académica está a fazer uma época de grande nível, conseguindo resultados que conduziram a equipa a um lugar nos 4 primeiros.  Já Agronomia, crónica candidata a vencer tudo na última década, fez até aqui os mínimos para garantir um lugar na disputa do título, mas para ultrapassar o GDD e ser campeão nacional terá obrigatoriamente de subir de nível.

    A Académica queria aproveitar a final para conquistar a sétima Taça da sua história, e igualar o GDD no número de vitórias. Já a Agronomia pretendia vencer a sua nona prova e igualar o Benfica como equipa mais bem sucedida nesta competição. Mais, a Agronomia poderia vencer a sua quarta taça consecutiva, um feito nunca antes realizado em Portugal.

    O jogo disputou-se no campo de Honra do Estádio Nacional, e desde cedo se percebeu a tendência do jogo. Agronomia entrou a toda a velocidade e logo no inicio do jogo marcou três ensaios perante a passividade da Académica. Quando a “Briosa” acordou já o marcador ia em 22-0. A partir daí o jogo a Académica correu sempre atrás do marcador, com a equipa da Agronomia a limitar-se a controlar o jogo, perante uma trabalhadora equipa de Coimbra. A má entrada no jogo ditou a derrota da Académica, que pela segunda parte que realizou, e pela entrega da equipa merecia um resultado mais equilibrado. De destacar a boa exibição (mais uma) de Sérgio Franco, o melhor marcador de ensaios da Divisão de Honra, que não chegou para a Académica somar mais um feito.

 

    Nas restantes finais, o CDUL venceu o Benfica por 52-12 e venceu a Taça Plate, a Taça Bowl viajou até Arcos de Valdevez, resultante da vitória por 48-5 frente ao CRE e a última das Taças (Shield) fica para Santarém que venceu o Montemor por 26-19.

Em termos de rugby feminino, realizou-se também a final da Taça, que opôs o Benfica à Escola Agrária de Coimbra, duas equipas que durante a fase regular do campeonato foram as mais fortes, e que prometiam um bom espectáculo. No final a vitória sorriu às “benfiquistas” por 27-0.

 

By Pedro Santos

 

17
Fev12

3x4x3: Jornada europeia

Minuto Zero

 

1. A entrada no mês de Fevereiro marca o regresso da melhor competição de clubes do futebol mundial. O regresso dos grandes duelos a eliminar, na segunda fase da Liga dos Campeões é a montra do melhor futebol da actualidade.

 

Embora os Oitavos de final marquem confrontos entre equipas de realidades bem diferentes na maioria das partidas, o interesse cresce quando se olham as possíveis surpresas para a passagem aos "quartos".

Neste linha, Zenit e Benfica, duas equipas da segunda linha do futebol europeu, marcam um dos mais interessantes e equilibrados confrontos desta fase. Ao nível do relvado, a primeira mão, disputada em condições climatéricas fora do comum, marcaram um choque de estilos, entre duas das boas equipas do futebol europeu periférico.

Num jogo em alta rotação, acabou o Zenit com vantagem, magra é certo, mas sobretudo deixando claramente em aberto a eliminatória. Na Luz a história pode ser bem diferente, com o Benfica mais consciente da sua capacidade, obrigado a marcar é certo, mas com a noção de que não pode mais cometer erros.

Jogadores como Witsel, Aimar e Javi Garcia, são pedras fundamentais para garantir o equilíbrio, face a um Zenit com grande capacidade de fogo. Está tudo em aberto naquela que será com certeza uma das mais disputadas eliminatórias.

 

Dos outros jogos da semana, destaque é claro para a goleada do Milan sobre o Arsenal, 4-0 em San Siro. Face a uma das mais eficientes equipas do mundo, o Arsenal de toque curto de Wenger, mostrou uma vez mais que atravessa um momento claro de falta de referências, obrigado a competir com uma equipa menos sólida e vergada por enumeras ausências por lesão. As lesões de Wilshire e Diaby no meio-campo sobretudo, retiram muita da possível competitividade e novas referências depois da saída de jogadores como Fabregas, Vieira ou Henry.

 

Quanto ao Barcelona o bom resultado em Leverkusen coloca Messi e companhia com pé e meio nos quartos de final, apesar de se notar claramente alguma falta de confiança, motivada sobretudo pela mais que provável perca do título espanhol. Sem Xavi, com Piqué em mau momento, tendo de recorrer cada vez mais a jogadores da equipa B, o colectivo de Pep Guardiola vai procurando novamente o caminho da estabilidade. Acredito que as vitórias se encarregaram de devolver a confiança à equipa, essencial para a busca de mais uma final europeia, porque diga-se o que se disser, o grande objectivo de José Mourinho está bem para além das fronteiras domesticas de La Liga.

 

2. Na Liga Europa, mas em ritmo de Champions, o Porto não foi além de uma derrota caseira, que coloca claramente em causa a revalidação do título conquistado na temporada passada. Apesar da entrada do City algo tremida acabaria por dar resposta a um Porto ainda à procura do melhor momento. A lesão de Danilo, parece ser um retrocesso claro no crescimento da equipa, sobretudo quando Maicon, que acabava de conquistar lugar no eixo, se deslocou para a direita. Sem Janko na Europa, Hulk aparece com avançado centro, longe da sua melhor posição para desequilibrar.

Em Manchester, o Porto terá de fazer um exibição de gala, que em muito dependerá da forma como Mancini abordar a partida.

 

Também com resultado negativo, o Braga visita na próxima semana a Turquia, onde terá de reverter um 0-2. Do que se viu deste Besiktas, penso que no seu reduto poderá mostrar um pouco mais o seu futebol ofensivo, com alas e toque curto, um jogo interessante, sobretudo para perceber qual a capacidade de resposta dos Bracarences.

 

Nova viagem até ao leste europeu, onde o Sporting arrecadou um resultado bem melhor do que a exibição. Valeu a inspiração de André Santos e Carriço, apostas de Sá Pinto ao intervalo. Ficou no entanto a sensação que o novo técnico dos leões abusou da contenção numa altura em que tinha apenas garantido o empate. Com Rinaudo, André Santos e Carriço como médios mais recuados na segunda parte, frente a uma frágil equipa do Légia, ficou clara a falta de confiança colectiva. Em Alvalade, a equipa mais forte deverá prevalecer, apesar das dificuldades que os leões a si próprios vão colocando, neste momento o maior dos adversários. 

 

By Tiago Luís Santos

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