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Minuto Zero

A Semana Desportiva, minuto a minuto!

A Semana Desportiva, minuto a minuto!

Minuto Zero

08
Jan12

Área de Ensaio

Pedro Santos

Jogador do Ano

 

 

1 - O ano de 2011 passou, e com o seu final veio a nomeação do melhor jogador do ano. Em ano de Mundial, era de esperar que muitos jogadores se superassem e apresentassem exibições que lhes permitisse vencer estar nomeação.

     O Jogador do Ano é um troféu que nos últimos foi erguido por jogadores como Richie McCaw, Jonny Wilkinson, Schalk Burguer, Dan Carter, Bryan Habana e Shane Williams, ou seja os melhores dos melhores.

     O troféu de 2011 foi entregue ao capitão francês Thierry Dusautoir, e de facto o 3ª linha francês foi efectivamente um dos melhores do ano.

Na verdade existiam outros fortes candidatos como por exemplo, Quade Cooper, que saiu prejudicado pela precoce eliminação da Austrália no RWC 2011. Dusautoir pelo contrário levou a sua selecção à final sempre com boas exibições, e na final foi mesmo um dos melhores em campo. A somar a isto as suas exibições ao serviço do Toulouse também ajudaram a esta vitória.

     Sem dúvida que a vitória do francês foi merecida, e apenas demonstra a boa forma do rugby francês, que neste momento parece o mais sério candidato à vitória no torneio das 6 Nações.

 

     A International Rugby Board considerou ainda Graham Henry (seleccionador neo-zelandês) o Treinador do Ano, premiando assim uma carreira recheada de êxitos.

     A selecção da Nova Zelândia foi considerada a Equipa do Ano, e dificilmente poderia ser de outra forma. Em ano de Mundial regra geral o vencedor do torneio é considerada a Equipa do Ano.

     O sul-africano Cecil Afrika foi considerado o melhor jogador de Sevens de 2011. Cecil foi de facto o melhor, demonstrando isso nos inúmeros ensaios que marcou no circuito mundial (foi também o melhor marcador de ensaios).

     Qualquer um destes vencedores mereceu o seu prémio, pois de facto no ano de 2011 foram quem mais se destacou, espera-se que 2012 nos traga rugby com a mesma qualidade, e que os grandes jogos do "Torneio das 6 Nações" ou do "The Rugby Championship" (o novo Tri-Nations com a presença da Argentina) continuem a mostrar grandes jogadores e treinadores.

 

2 - A nivel nacional, voltou este fim de semana o campeonato nacional. A Agronomia deslocou-se no sábado até à Sobreda para defrontar o Benfica, e correspondeu às expectativas vencendo os "encarnados" por 38-14, para além da vitória Agronomia juntou ainda um ponto bónus ofensivo, fruto dos 6 ensaios.

     Em Coimbra esperava-se um bom jogo opondo a Académica e Direito. Os "Advogados" derrotaram a Académica, por 27-7, e somaram também eles um ponto bónus (4 ensaios).

     Nas Olaias disputou-se um jogo entre equipas da segunda metade da classificação, e o Técnico logrou vencer pela primeira vez. Na recepção ao CDUP, um ponto chegou (24-23) para os da casa fazerem a festa. De qualquer forma o CDUP saiu de Lisboa com um ponto de bónus defensivo.

     O jogo da jornada disputou-se no Estádio Universitário, CDUL e Belenenses disputaram um duelo histórico no rugby português. Apesar de já saber que irá disputar a manutenção, o Belenenses vendeu cara a derrota, e apenas um ponto fez a diferença (20-19).

 

By Pedro Santos

 

07
Jan12

3x4x3: Nápoles de Mazzarri

Minuto Zero

 

 

Nos dias que correm vão se destacando alguns projectos de futebol "atraente", a maior parte deles fundados num futebol mais apoiado e de posse. De Itália, vem um dos projectos sem dúvida mais interessantes de todo o futebol europeu: o Nápoles de Mazarri, procura recolocar o Nápoles na luta pelo scudetto, mais de 20 anos volvidos à passagem de "El Pibe" Diego Armando Maradona pela cidade italiana.

 

Depois de uma passagem pela Serie B, e anos de caos financeiro, o Nápoles resurge como uma das pontecias da classe média do futebol italiano, lutando pelos lugares de acesso ás competições europeias nas ultimas temporadas. O apuramento para a Liga dos Campeões na temporada passada, parece de resto ter sido o mote para a confirmação de um aliciante projecto conduzido por Walter Mazzarri, um dos técnicos da moda em Itália.

 

Como raiz, os napolitanos mantêm um sistema de 3 defesas-centrais, alinhados sob a batuta do veterano Paolo Cannavarro, mais do que um jogador, uma extensão do treinador, capitão à moda antiga. Envergando a braçadeira, outrora de Dieguito, coloca-se entre dois centrais fortes, mas com boa percepção dos espaços: Campagnaro e Aronica, ambos na casa dos 30 anos, como é típico em Itália.

 

O segredo do esquema reside no entanto nos verdadeiros box-to-box à frente da linha de 3 da defesa. Maggio e Zuniga, são mais do que laterais verdadeiros alas, destacando-se Maggio como verdeiro motor pelo lado direito, um fantástico jogador que deve ser o dono da lateral direita da squadra azzurra no Euro. Notável também o trabalho da dupla Inler/Gargano. O suíço é um herdeiro panzer a meio-campo, exímio recuperador de bolas e com folgo inesgotável, de área a área, quanto ao uruguaio é um lutador, rápido e inteligente, com bom sentido posicional e óptimo para quem joga com laterais/alas tão atrevidos ofensivamente.

 

Entre linhas surge Hamsik, médio esloveno de grande talento, poderia ser a estrela inquestionável da equipa, não sendo por desaparecer completamente em alguns jogos. Com mais regularidade, seria jogador para outros vôos, o seu lugar no 11 inicial está sempre garantido. No ataque talvez a melhor dupla do futebol transalpino: Lavezzi, avançado móvel, inteligente nas movimentações, cai muitas vezes nas faixas ou vem buscar bola atrás, em combinações com Hamsik e Edison Cavani, ponta-de-lança com grande capacidade de remate, mas que sabe recuar e trocar a bola.

 

Num banco repleto de internacionais por selecções de top, destacam-se Dzmali, internacional Suíço, Pandev (lesionado) ou Mascara, surgindo agora nesta orbita de estrelas a nova coqueluche do futebol chileno: Eduardo Vargas, vem da Universidade do Chile, vendedor do torneio clausura chileno e da Taça Sul Americana, avançado móvel que promete ser uma das grandes revelações do futebol internacional em 2012. Em principio partirá como alternativa a Lavezzi ou mesmo Hamsik (embora com funções diferentes), um joker de grande potencial para utilizar já contra o Bayern Munique na próxima eliminatória da Champions.

 

By Tiago Santos

05
Jan12

Buzzer Beater

Óscar Morgado

Estado de condensação

 

Uma das coisas que torna esta época da NBA tão sui generis é a forma como está estruturada. Devido ao lockout prolongado, houve necessidade de encurtar a quantidade de jogos para se gerir um calendário mais apertado. Em vez de 82 partidas para cada equipa como é normal, vão ser jogadas 66 (um pouco melhor que na última época vinda de lockout, em 1998/1999, onde cada equipa apenas realizou 50 jogos). Mas que implicações traz este novo calendário para a NBA?

Para começar, o facto de haver menos jogos não significa que eles estejam distribuídos da mesma maneira. Enquanto que numa época normal os grandes desafios de resistência para os jogadores são os chamados back-to-back, onde se jogam dois jogos em dois dias, este ano a fasquia sobre: surgem os back-to-back-to-back, três jogos em três dias. Esta realidade, embora não se aplique a todas as equipas, causa as suas mazelas nos atletas. Espera-se que, lá para Fevereiro, o número de lesões aumente em relação ao ano anterior. Até agora só os Lakers passaram por este sistema, tendo curiosamente perdido os dois primeiros jogos e vencendo o último. Mas este aspecto está a ser até reflectido nos sites de apostas desportivas, com factores maiores para equipas no 3º jogo consecutivo.

Ainda relacionado com as lesões, a previsão é que as equipas com jogadores mais jovens irão safar-se muito melhor com os menores tempos de repouso. Equipas como Dallas, San Antonio, Boston ou Lakers estão em maior risco de sofrer derrotas e baixas a um ritmo mais elevado que o costume. Até ao momento ainda não é possível correlacionar directamente as duas variáveis, por apenas se estar a jogar nem há duas semanas, mas a longo prazo é muito provável que aconteça. Até Gregg Popovich, treinador de San Antonio, tem repousado Tim Duncan (ao ponto de não jogar sequer 30 minutos por jogo) para o poupar para momentos mais importantes. Esta estratégia foi usada na época passada, porém Duncan esteve bastante apagado nos playoffs.

Uma outra consequência virá no final da época: as conquistas desportivas serão mais facilmente criticáveis. Phil Jackson, mítico treinador dos Bulls de Michael Jordan e dos Lakers de Shaq e Kobe, agora reformado, desvalorizou o título conquistado pela equipa de San Antonio na época 1998/1999 por se tratar de um calendário muito mais permissivo, bem como de playoffs desregulados para os padrões normais (os New York Knicks de Patrick Ewing foram os 8º classificados na conferência de Este e derrotaram o 1º classificado, a equipa de Miami, na altura liderada por Alounzo Mourning). Pelo que me parece dos resultados e dos jogos que já vi, este tipo de disparidades não será muito significativo nos 3 ou 4 primeiros lugares de cada conferência, mas poderão haver algumas equipas "fora do lugar" nas posições inferiores.

Uma última dura realidade desta época: cada vitória vale mais, em termos relativos, mas cada derrota é mais difícil de recuperar. Uma motivação interessante que espero que vá ser usada de treinadores para jogadores...

fonte: espnLA.com
fonte: espnLA.com
04
Jan12

Porque a vida também é feita a correr...

João Perfeito

 

                    

O advento tecnológico do futebol: da censura dos media à infinidade de dados à nossa espera

 

 

 

                      Nos tempos que correm, o novo e permanente inovador advento tecnológico que caracteriza a sociedade actual tem levado a um conjunto sério de problemáticas também inerentes ao fenómeno futebolístico.

                      O futebol, como maior fenómeno de massas do século XX, está para durar no século XXI e é hoje, mais que um jogo, uma religião, uma crença onde os fiéis semana a semana substituem as igrejas pelo Olimpo dos estádios.

                     Tentar perceber o que é uma religião e fundamente porque razão o ser humano precisa dela é uma questão essencial… Uma vez que explica, mesmo não clarificando, a acção humana e toda a sua complexidade inerente.

                     Numa sociedade onde a mediatização endeusada dum indivíduo e a singularidade de opinião se intersectam de forma permanente, regular ou até instantânea penso que é obrigatório questionarmo-nos se é este o caminho que queremos percorrer…

                      O refeudalismo, chamo-lhe  assim, de toda a comunicação mediática contemporânea leva-nos para uma unidireccionalidade cada vez mais perigosa e ameaçadora.  Ideias feitas e partilhadas por um sistema que joga no lucro a sua continuidade. Por isso é eficaz e previsível que toda a novidade esteja nutrida de emoção, transcendência e divindade.

                       É necessário apelar aos mais baixos instintos do homem, envolvê-lo emocionalmente, numa sociedade onde a rapidez e mutuação parecem emergir e por isso à que prender o público a essas ideias, mas não existe tempo para as aprofundar, questionar e problematizar… Tempo e vontade, porque todo o caminho que cada ser humano possa fazer isoladamente para tentar descobrir o conteúdo dessas ideias é um duro revés na possibilidade de a religião ter mais um crente.

                       Por isso, ouvimos falar “em melhor equipa da história”, “ em melhor jogador do Mundo”, em “melhor futebol”, mas sempre somos tentados a enunciar as respostas e não a responde-las e mais grave reconhecer que elas não têm resposta.

No fundo esta é a emancipação da relatividade absoluta do fenómeno futebolístico contemporâneo. Tudo é relativo, comparado e competitivo, mas muito pouco é questionado, esmiuçado e trabalhado. Porque toda esta comparação, nada é mais que uma forma e não conteúdo de elevar essa tal ideia à sua aceitação total…

                           Por isso, todos discutem e todos percebem de futebol, mas todos falam do mesmo. Todos falam de Barcelona e de Real Madrid, de Ronaldo e de Messi. Como se fala de Deus e de Jesus Cristo, de Alá e Maomé. São estes 4 nomes que agitam o universo futebolístico mundial e são estas 4 nomes que dão lucro, dinheiro e nos colocam ou não como entendedores ou não da matéria.

Por isso toda esta falta de profundidade não é mais do que a constatação da opinião replicada patente no Mundo actual. Não temos opinião, não temos ideias apenas reflectimos e expressamos ideias e ideais manipulados pelo poder dominante, sem nos apercebermos da constante perca de inteligibilidade que estamos a ganhar aos substituir a (nossa) experiência concreta, o nosso olhar, com a experiência mediática, não o nosso olhar, mas o olhar - concreto e indiscutível recusado de problematização.

                           Paradoxalmente, no reverso da medalha, toda a instantaneidade da informação leva-nos, no caso de fazermos esta escolha, a uma infinidade de dados que carecia nas pretéritas décadas.  Hoje, podemos falar de Barcelona e Real sem os ver jogar, replicando a nossa opinião na tal opinião dominante, mas ao mesmo tempo, podemos escolher ser diferente. Podemos escolher ver os jogos destas duas equipas, analisá-las e interpretá-las, compará-las com as equipas de outrora que só com a tecnologia dos DVD’s podemos recuar no tempo e sermos nós próprios construtores da nossa concepção histórica do futebol. Num caminho onde as mensagens de rodapé ou as palavras do teleponto vão sendo substituídas por surpresas, por novidades, mas mais importante revelações… Revelações que mais que nos mostrarem de que não existem deuses, mostram-nos que existem outras personagens que desconhecíamos, ou não queríamos conhecer, que contribuíram ou contribuem para o fenómeno que queremos saber…

                            Porque queremos saber, não queremos mostrar… Não quero ver os highlights só para mostrar que sei… Quero ver o jogo, quero analisá-lo quero enquadrá-lo numa problemática para aprofundar o meu conhecimento. Quero exacerbar-me a mim próprio como entendedor, num caminho onde as respostas apenas orientam e não o crucificam ou mudam a rota. Porque podemos passar da ideia à ideologia, porque podemos observar, anotar, comparar e reflectir… Com milhares de dados estatísticos, com milhares de DVD’S… Podemos descobrir e revelar sem ser réplicas, podemos trazer algo de novo ao nosso discurso sem estar vinculado ao discurso mediático. Porque devemos ouvir com a nossa perspectiva e falar com ela, sem duplicidade, relacionando-a com plataformas até aí inatingíveis ou divulgadas.  

                                  Por tudo isto, a banalidade de Neymar é mascarada por uma transcendência que pode mudar o futebol, sejamos coerentes e paremos para pensar. Não estará o Brasil a perder o seu fulgor futebolístico e precisa de um novo Deus para alimentar a sua crença esfomeada? Não precisa o Brasil, dum talento, dum génio para deixar de ser ofuscado pela inteligibilidade do futebol europeu? Precisa e Neymar é a resposta mais cabal, que mesmo sendo banal tem de ser mediatizada para que o Brasil não perca mais uma batalha, duma guerra que será irremediavelmente perdida para a Europa. Mas enquanto ansiar por deuses, génios e perpetuar mitos continuará no campo da mística, quando perceber o novo paradigma do futebol moderno acolherá Hulk como o seu maior porta-estandarte. A transformação da genialidade na eficácia... Um caminho difícil, mas seremos capazes de deixar de guiarmo-nos pelos instintos? Seremos capazes de produzir uma emocionalidade inteligível? Talvez, mas só se tivermos para isso…

04
Jan12

Lado B

Bruno Carvalho


 

Tacuara mais uma vez decisivo

 

 

O Benfica, vencedor das últimas três edições da Taça da Liga, começou ontem a defesa do troféu com uma goleada no terreno do Vitória de Guimarães, por 4-1, na primeira jornada do grupo B da terceira fase. No Estádio D. Afonso Henriques, Witsel colocou o Benfica em vantagem aos 11 minutos, mas João Paulo empatou no início da segunda parte, antes de os vimaranenses ficarem reduzidos a dez jogadores, por expulsão de Pedro Mendes, o pior jogador em campo, na minha opinião.

Depois disso, Oscar Cardozo bisou aos 65 e 78 minutos, sendo mais uma vez decisivo depois de o já ter sido na vitória do Benfica sobre o Marítimo por 1-0 em jogo a contar para o campeonato, no Estádio dos Barreiros, apesar de ter tido um falhanço clamoroso. Rodrigo completou o resultado aos 88 minutos.

O Benfica entrou bem num jogo muito vivo, principalmente na primeira parte.

Ainda não estavam completos os primeiros 11 minutos e já Witsel lançava o Benfica para a frente do marcador.

Apesar de estar a perder, o V. Guimarães nunca baixou os braços e teve uma recta final da primeira parte a bom nível que culminou com o golo da igualdade no início do segundo tempo.

Na primeira parte ainda, N’Diaye, Nuno Assis, Paulo Sérgio e Edgar podiam ter empatado mais cedo o jogo.

Contudo, só aos 47 minutos João Paulo decidiu fazer de ponta-de-lança. Anderson Santana marcou um livre para a área encarnada com Bruno César a falhar a intercepção e, no meio dos centrais do Benfica, surgiu o central vimaranense para emendar. A defesa do Benfica ficou a dormir neste lance.

O jogo e o resultado pareciam em aberto mas tudo mudou aos 60 minutos com a expulsão de Pedro Mendes num erro infantil que resultou no segundo cartão amarelo ao médio.

Depois disso tudo mudou, sobretudo graças a Cardozo. O avançado paraguaio que tinha entrado ao intervalo para substituir Saviola, bisou aos 65 e aos 78 minutos. O primeiro golo é, de resto, fantástico.

Só deu Benfica até final com Douglas a ser figura do encontro e negando às águias um resultado mais ampliado. O estreante da noite só não conseguiu segurar o cabeceamento de Rodrigo a dois minutos do fim mas, mesmo nesse lance, fez primeiro uma grande defesa.

O último golo da noite, apontado pelo hispano-brasileiro, surge depois de Maxi Pereira oferecer a Cardozo que cabeceou para uma enorme defesa de Douglas mas de forma incompleta e que permitiu, sem marcação junto ao poste, a Rodrigo fazer o quarto do Benfica.

No meu ponto de vista, o árbitro Bruno Paixão teve uma péssima actuação, mostrando cartões amarelos a mais, apesar de Pedro Mendes ter sido bem expulso.

Com este resultado, o Benfica junta-se ao Marítimo na liderança do Grupo B, ambos com três pontos, depois de os madeirenses terem derrotado o Santa Clara na segunda-feira, por 2-0.

 

por Bruno Carvalho

04
Jan12

Steve Field

Steve Grácio

 Special Too

Já aqui o expressei, sou fã de Villas Boas. No entanto, a época do Chelsea tem sido para esquecer: 4º lugar na liga a 11 pontos do 1º; eliminação na Taça da Liga. Na Liga dos Campeões cumpriu os mínimos - com muita dificuldade é certo - o apuramento para a próxima fase. Será que, afinal, o "Special Too" já não é bom? Ou será o seu plantel muito inferior aos seus rivais?

Bem, não me parece nenhuma das hipóteses. De facto, o City é a melhor equipa da prova e uma das melhores da Europa mas o Chelsea tem equipa para lutar "taco-a-taco" com os Blues de Manchester, 11 pontos é um exagero. Mas, no entanto, isso não reflete a qualidade de Villas Boas.

Os equilíbrios defensivos têm sido o calcanhar de Aquiles da equipa. A equipa não defende mal como dizem, apenas se descompensa em momentos chaves do jogo. Não, não perde a concentração como por aí dizem. Afinal, o que é a concentração no futebol? A concentração refere-se ao posicionamento táctico da equipa. Podemos, então, dizer que a equipa perde a noção táctica do jogo em certos momentos, ao invés de dizer que os jogadores se desconcentram e perdem bolas, como o senso comum tende a dizer.

David Luiz e Terry não formam uma dupla temível como o jogador Inglês formava com Ricardo Carvalho. Aliás, é evidente a falta de coordenação entre os dois. Oriol Romeu, um dos melhores pivot defensivos do mundo, tem tido dificuldades em equilibrar a equipa nos momentos de transição, e este talvez seja o grande problema. A equipa cria muitas e boas oportunidades de golo - grande dinâmica ofensiva, com grande profundidade nas alas, sobretudo por parte dos extremos - mas quando perde em bola tem dificuldades em recuperá-la. A zona de pressão tem falhado. Ramires tem sido fundamental em atenuar estas fragilidades, mas tanto Lampard (onde anda o melhor jogador do mundo de há uns anos?) como Romeu não a recuperam, por exemplo, como Moutinho e Guarin o faziam de modo tão eficaz.

Assim, este Chelsea melhor trabalhado (sem grandes necessidades de reforços, estas desculpas é atirar areia para os olhos) poderá competir com os seus rivais. Reafirmo a qualidade deste treinador. Não é melhor que o mestre Mourinho, mas é um caso sério. Ou já se esqueceram da época anterior?

03
Jan12

Futmania: Mourinho vs Barcelona

nunotexas

 

 

 Estamos de final de 2011, depois de um ano e meio em Madrid Mourinho comanda a melhor equipa desde que é treinador. É uma miragem ver este Real perder pontos, as goleadas têm-se tornado rotina semanal, e a equipa pratica um excelente futebol. Há no entanto um pequeno senão, para os lados de Barcelona existe um equipa de extraterrestres que atropela qualquer adversário, é daqueles conjuntos que já marcou o seu lugar na história, secundarizando completamente o emblema da capital (tanto em títulos como em confrontos directos).

 O Real Madrid ganha a todos e perde com o Barcelona, não há meio do "special one" inverter a tendência negativa. O último confronto foi um grande exemplo deste "complexo" de Mourinho contra os Blaugrana, depois de uma série imparável de 15 vitórias consecutivas e um golo marcado aos 30 segundos de jogo, o Real saiu vergando do Barnabéu por 1-3. Este jogo foi a confirmação de algo sobre o qual o português terá de reflectir: a táctica a utilizar nos jogos contra o grande rival.

 Exceptuando as partidas da Supertaça (que por serem no inicio da época são partidas diferentes) o técnico efectuou pelos madrilenos 6 encontros contra o rival histórico- 4 derrotas, 1 empate e 1 vitória é este o saldo. Vejamos agora qual forma como Mourinho optou por jogar nestes 6 jogos.


-Nos 5-0 o técnico ainda estava "verde" (era o seu primeiro grande clássico espanhol), decidiu jogar da mesma forma que vinha jogando contra as outras equipas, 4 homens de ataque e 2 centro-campistas a "aguentar" o jogo. Foram os 90 minutos mais penosos da carreira do português.

-Na segunda volta Mourinho reservou uma surpresa, tirou o criativo (Ozil) e subiu Pepe para trinco, com mais um homem de pressão no meio campo os Blancos estiveram mais seguros e realizaram uma boa partida (1-1).

-No encontro seguinte jogava-se a final da Taça do Rei, a estratégia foi a mesma da partida anterior, deu outra vez resultado e o Real ganhou o troféu (1-0).

-4º confronto, 1º mão da meia final da Champions no Barnabéu, o meio campo continuou composto por 3 homens e os madrilenos iam tranquilamente no terceiro clássico sem perder, até que o senhor Wolfgang Stark decidiu expulsar Pepe num lance inexistente. Com mais um os catalães não perdoaram e ganharam por 2 golos na casa do adversário.

-Para a 2º mão com Pepe castigado e a precisar da vitória o técnico voltou a apostar num criativo em vez do trinco, a partida esteve dividida mas o 1-1 final afastou os Merengues da final.

-Há 3 semanas veio o balde de água fria, vindo da série histórica de vitórias consecutivas o Real apresentou-se no Barnabéu como grande favorito, tal como na partida de há um ano a equipa entrou em campo bastante ofensiva com os 4 suspeitos do costume no ataque, não conseguiu controlar o meio campo catalão e acabou derrotada em casa.


 Moral da história, Mourinho tem de perceber que montou uma estratégia que funciona com 99.99% das equipas do globo, mas não funciona contra o Barcelona. Contra os Blaugrana toda a táctica e identidade de jogo têm de ser radicalmente alteradas, para conseguirem um encontro equilibrado os Merengues têm de jogar em contra-ataque (seja em casa ou fora), pois essa é a única maneira de controlar minimamente a posse de bola adversária e diminuir os espaços entre linhas da defesa e do meio campo.

 Os 3 jogos no qual Pepe foi utilizado a trinco, foram de longe os mais conseguidos. Com 3 homens no centro do campo Mourinho dá maior capacidade de pressão a esta zona, o luso-brasileiro preocupa-se exclusivamente em pressionar o portador da bola dando à equipa uma maior capacidade de recuperação da posse- apesar dos níveis de posse do Real continuarem bastante baixos, Pepe torna a posse de bola do Barcelona mais inconsequente. Alonso ganha liberdade para funções um pouco mais atacantes e é responsável por servir os 3 da frente, que com a velocidade e capacidade técnica conseguem decidir a partida de um momento para o outro.

 É feio jogar defensivo, é complicado subordinar-se ao maior rival, e é estranho um clube desta dimensão ter 8 jogadores atrás da linha do meio campo. mas só desta forma é possivel maximizar as possibilidades de sucesso contra uma equipa extratosférica.

02
Jan12

Livre Directo

Cláudio Guerreiro

Progresso de um campeão

 


 

Christophe Lemaitre, atleta francês de apenas 21 anos, pode ser considerado um dos melhores atletas europeus da actualidade e uma das esperanças dos franceses na conquista de medalhas em grandes provas.

 

É certo que ser especialista em provas de velocidade (100 e 200m, neste caso) dá muito mais destaque a um atleta do que se for em provas de saltos, lançamentos, ou até de distâncias mais longas. Lemaitre poderia ser apenas mais um a passar pelas disciplinas de velocidade, mas desde novo começou a demonstrar que não seria um simples atleta que participaria em grandes competições apenas com o objectivo de marcar presença. Em 2009, com apenas 19 anos, tornou-se recordista europeu dos 100m com o tempo de 10,04s, tornando-se campeão de juniores, título que juntou ao que já tinha ganho, no ano anterior, mas nos 200m.

 

No ano de 2010, atingiu os melhores resultados da sua carreira. Para além de ter baixado o seu recordo pessoal para 9,98s, tempo que lhe permitiu ser o primeiro atleta branco a baixar dos 10s, e de se ter tornado recordista francês (superando Ronald Pognon), Lemaitre sagrou-se campeão europeu nos 100m, 200m e 4x100m.

 

Já em 2011, conseguiu baixar o seu recorde para os 9,92s poucos meses antes dos tão aguardados campeonatos mundiais. Em Daegu, esperava-lhe uma tarefa muito mais complicada do que nos Europeus, devido aos sempre temíveis velocistas jamaicanos e norte-americanos. Contudo, conseguiu chegar ao bronze nos 200m e à prata nos 4x100m.

 

Para 2012, Lemaitre terá mais hipóteses de confirmar o seu valor. Certamente que se apresentará pronto para revalidar os seus títulos europeus, e quem sabe, tornar-se o novo recordista europeu, destronando Francis Obikwelu. Mais complicada será a conquista de medalhas nos Jogos Olímpicos de Londres. No entanto, nada é impossível para este jovem atleta que dispõe de todas as características para se tornar ainda melhor.  

 

Basicamente, Lemaitre é um dos poucos velocistas europeus que se apresenta capaz de lutar contra a hegemonia dos velocistas jamaicanos e norte-americanos. É certo que já fez história no atletismo, mas certamente que não ficará por aqui e a sua juventude permitir-lhe-á sonhar com isso.

 

por Cláudio Guerreiro


02
Jan12

Bloco Triplo

Ricardo Norton

NOTAS SOLTAS I

 

Com as festas terminadas e com o campeonato nacional em stand-by até ao próximo dia 7, deixo aqui alguns tópicos relevantes que marcaram o 2011 voleibolístico e terão influência para o resto do campeonato que se espera tão competitivo como a sua primeira metade.

 

Tiago Violas está de malas feitas com destino à Polónia e quem o diz é a Federação Portuguesa de Voleibol. A FPV avança, em primeira mão, na página de Facebook que, segundo o site do Esmoriz GC (que se encontra temporariamente indisponível), o jovem distribuidor terá chegado a acordo com um clube polaco. Apesar de não se saber qual é a equipa e não ser possível ter acesso a mais dados, é uma notícia extremamente positiva. O valor do jogador português foi finalmente reconhecido. O internacional português há muito tempo que vinha dando provas do seu valor e, ao que parece, teve a sua recompensa. Depois de Maia ter experimentado Itália e Nuno Pinheiro se ter instalado por França, Violas dá continuidade ao bom nome dos distribuidores portugueses com uma transferência para a Polónia. Será um desafio exigente e um salto qualitativo enorme. Resta a Violas provar se está à altura desta nova etapa que, recorde-se, será a sua primeira aventura no estrangeiro.

 

 

O voleibol português está de parabéns. Benfica e Fonte do Bastardo elevaram um pouco mais o nome de Portugal com importantes vitórias nas competições europeias onde participaram. Os campeões nacionais eliminaram a formação alemã do Evivo Duran e estão agora nos 16avos da Challenge Cup, conseguindo um apuramento histórico. Uma dupla vitória (3-0 nos Açores e 3-2 na Alemanha) permitiu aos insulares seguir em frente na prova. Por sua vez, o SL Benfica obteve o 3º lugar no conceituado torneio Ermasport, ao vencer o clube espanhol do CMA de Soria Numancia por 3-1. Foi um torneio que reuniu formações de topo no contexto europeu e apenas prova o elevadíssimo valor do plantel do Benfica para esta época. Com a adição de caras como Kibinho e Roberto Reis, este Benfica certamente estará na luta pelo título. Estão na calha intensos duelos com a AJFB para a desforra da final do ano passado.

 

 

Com o campeonato senior praticamente a meio e analisando as estatísticas, é possível destacar alguns factos que considero relevantes. Nas habituais seis ações de jogo analisadas pela estatística da FPV, três jogadores portugueses aparecem no primeiro lugar. Filipe Pinto é o melhor pontuador, Marcel Gil é o melhor blocador e Alexandre Ferreira é o melhor servidor. Isto apenas mostra o bom trabalho que se tem feito ao nível da formação e mostra também que o voleibol ensinado em Portugal pode equiparar-se ao trabalho que se faz no estrangeiro. Estes três jogadores comprovam que o nível das seleções portuguesas tem tudo para ser alto nos próximos anos.

 

 

Ricardo Lima está de saída do Leixões SC. Quem o diz é o próprio jogador, numa nota deixada na página de Facebook do clube. Para os verdadeiros apreciadores desta modalidade, é triste ver um jogador deste calibre sair por ordenados em atraso. É apenas mais um exemplo da gestão precária que tem sido o "pão nosso de cada dia" no clube matosinhense, o que tem resultado numa instabilidade constante e em épocas completamente díspares entre si, o que leva a uma falta de consistência nas equipas seniores.

 

 

Uma nota extremamente positiva para o jornal Record que, ao sair das habituais crónicas de jogos que abundam nos media portugueses, decidiu inovar e, na minha opinião, acertou na mouche. O jornal entrevistou Miguel Maia, o melhor jogador português da atualidade. É uma entrevista extensa, onde são abordados vários aspetos, desde a biografia à carreira do atleta. Espero que se mantenha a tendência para aumentar a divulgação que o voleibol tanto merece.

 

 

Por fim, deixo uma nota extremamente positiva ao I Viana Volley Cup, torneio de formação organizado pelo Viana VC e apadrinhado por Miguel Maia. Na minha condição de treinador de formação, considero extremamente positiva a iniciativa. Por feedbacks recebidos, soube que foi um evento que correu bem e espero que perdure, para que os jovens tenham cada vez mais oportunidades de aliar a competição ao convívio, como vem sendo hábito na já “veterana” Lousã Summer Cup ou o TIVE. Na ótica dos treinadores/clubes, um torneio nesta altura é importante, uma vez que permite afinar e corrigir estratégias para preparar a segunda e a mais importante etapa do campeonato. Parabéns aos vencedores e desejos de bons campeonatos!

 

01
Jan12

Área de Ensaio

Pedro Santos

O Adeus das Estrelas

 

 

 

 

     O ano que 2011 que ainda agora acabou, trouxe infelizmente o final de carreira de alguns dos mais marcantes jogadores da última década.

     Regularmente os jogadores aproveitam o final das grandes competições para se retirarem da vida internacional, e o Campeonato do Mundo de 2011 não foi excepção.

     O adeus mais sentido é sem dúvida o de Jonny Wilkinson. O médio de abertura inglês, que é neste momento o segundo melhor marcador de pontos a nivel internacional, decidiu deixar a "selecção da rosa" e dedicar-se exclusivamente ao seu clube.

Wilkinson, um dos maiores responsáveis pelo título mundial que a Inglaterra conquistou em 2003, graças a um fantástico pontapé na final contra a Austrália, não resistiu às inúmeras lesões. Na memória dos adeptos da modalidade ficarão para sempre os pontapés de Wilkinson, fosse na selecção, nos Newcastle Falcons ou no Toulon. Depois de 91 jogos pela sua selecção, um dos mais míticos jogadores de sempre decidiu abandonar.

     Outra lenda que decidiu por um ponto final à sua carreira internacional foi o ponta galês Shane Williams. Williams foi sem dúvida um dos maiores finalizadores de sempre, vindo na senda dos grandes defesas galeses, Williams distinguia-se mais pela apetência a atacar, onde as suas fintas de corpo desconcertavam os adversários, do que a defender. Na festa de despedida a Williams, a Austrália deslocou-se a Gales, e Shane Williams aproveitou para até no seu último jogo pela selecção deixar a sua marca com mais um ensaio.

     Ainda a nivel europeu merecem destaque a despedida dos palcos internacionais de homens como o defesa escocês Chris Paterson (109 internacionalizações e 809 pontos), o pilar irlandês John Hayes (que não foi convocado para o RWC).

     As selecções do Hemisfério Sul também ficaram "orfãs" de alguns jogadores emblemáticos.

     A África do Sul perdeu recentemente dois dos mais famosos jogadores do país, vencedores do Campeonato do Mundo de 2007. O talonador John Smit e o segunda-linha Victor Matfield. Smit já há algum tempo que vinha perdendo espaço para Bismarck du Plessis, e nos últimos tempos foi, por diversas vezes obrigado a jogar a pilar, face às exibições de du Plessis a talonador. De qualquer forma Smit acaba a sua carreira com 111 jogos pelos Springboks.

     O caso de Matfield é diferente, pois a titularidade nunca foi um problema. Durante o RWC 2011, Matfield foi um dos que mais jogou, mas os 34 anos já não permitem a Matfield apresentar a mesma forma de antigamente. Ficarão na memória as grandes exibições, onde juntamente com Bakkies Botha formou uma das melhores segundas-linhas do mundo.

     A Nova Zelândia também viu partir alguns dos seus jogadores. Mills Muliaina decidiu abandonar os campeões do mundo. Durante a competição, uma lesão no ombro, retirou-lhe espaço na equipa, e Mills optou o abandono definitivo. Para a história ficam as 100 internacionalizaões de Mills.

     Também Brad Thorn, aos 36 anos optou pela retirada, embora esta já estivesse anunciada desde o inicío do Campeonato do Mundo.

     Outros jogadores decidiram este ano que o melhor seria deixar as novas gerações tomar os lugares nas suas selecções. O facto de grandes jogadores optarem por se retirar não retira qualquer brilhantismo ao desporto, pois os seus lugares parecem estar assegurados a curto/médio prazo por jovens de imensa qualidade.

 


By Pedro Santos

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