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Minuto Zero

A Semana Desportiva, minuto a minuto!

A Semana Desportiva, minuto a minuto!

Minuto Zero

16
Jan12

Livre Directo

Cláudio Guerreiro

Athletic de Bilbao na luta

 

 

Apesar de parecer que o campeonato espanhol se resume à luta Real Madrid vs Barcelona, essa não é verdade. Os dois grandes de Espanha são, sem dúvida, os crónicos candidatos ao título espanhol, deixando os restantes adversários para outras lutas. Actualmente o principal grupo perseguidor destas duas equipas é composto por Valência, que já vem sendo o 3º classificado desde 2009/2010, Levante, Athletic de Bilbao, Osasuna, Sevilla, Málaga, Espanhol e Atlético de Madrid. O Valência parece ser o mais sério candidato ao 3º lugar, deixando a luta por a vaga restante na Liga dos Campeões para as outras equipas mencionadas. A diferença pontual entre o 4º (Levante) e o 10º (Atlético de Madrid) é de apenas 7 pontos (desta posição para baixo a luta será outra), o que significa que faltando pouco mais do que uma volta para o fim do campeonato a luta pelos lugares que dão acesso às competições europeias adivinha-se intensa e bastante interessante. O natural é que, mais tarde ou mais cedo, algumas delas quebrem, visto que algumas poderão não lidar bem com a pressão de estarem nos lugares cimeiros ou por não apresentarem um plantel suficientemente bom em termos quantitativos e qualitativos para fazer face ao restante campeonato. Uma das equipas que mais destaco no grupo que referi é o Athletic de Bilbao.

A equipa basca tem apresentado um futebol que vai de encontro à boa qualidade dos jogadores que apresenta nas suas fileiras. Os jogadores que constituem o onze-base são na sua maioria bastante jovens, havendo lugar para dois jogadores mais experiente: o guarda-redes Gorka Iraizoz (30 anos) e o defesa-direito Andoni Iraola (29 anos).

O guarda-redes Iraizoz destaca-se pela segurança que dá ao sector defensivo. Nas laterais temos um misto de experiência e juventude: Iraola na direita e Aurtenetxe, de apenas 20 anos, na esquerda. Ambos os laterais são bastante participativos no processo atacante, mas destaco Aurtenetxe por ter uma boa capacidade de recuperação da sua posição na defesa quando a equipa perde a bola e por conseguir fazer bons cruzamentos com o seu pé esquerdo para a área. Já a zona central tem sido preferencialmente ocupado por Amorebieta e por Javi Martinez, médio defensivo de origem, que tem relegado Mikel San José para o banco de suplentes. Esta adaptação também surgiu devido a algumas lesões no centro defensivo, mas a realidade é que tem resultado. Amorebieta e Martinez completam-se um ao outro, pois o primeiro, sendo um pouco mais lento em relação ao seu companheiro, apresenta como principais armas o seu bom posicionamento e capacidade de fazer passes longos para o jogador mais avançado, enquanto o segundo apresenta como principais características o desarme, a antecipação e a capacidade de subir com a bola, colocando-a jogável para os seus companheiros.

O meio campo composto por Markel Susaeta, Ander Herrera, Ander Iturraspe e Óscar de Marcos é também um dos pontos fundamentais para o equilíbrio da equipa basca. Iturraspe é o jogador que joga mais recuado, mas não deixa de participar no processo de ataque. Susaeta é aquele que apresenta maiores características ofensivas, sendo pois o dono da ala direita do meio campo. O jogador que mais descai para a esquerda é Ander Herrera, mas com tarefas diferentes de Susaeta. A grande revelação no que toca a médios tem sido Óscar de Marcos, jogador de 22 anos, que actua como média mais ofensivo, trocando, por vezes, de posição com Ander Herrera.

Já na frente temos Iker Muniain, o mais recente craque do futebol basco, que joga livre na frente à procura de ajudar Fernando Llorente, o máximo goleador da equipa, na concretização. Llorente, apesar da sua compleição física, não fica à espera da bola para facturar. Muitas vezes é ele que desce até posições mais recuadas, trazendo consigo os centrais adversários, abrindo espaço para a entrada dos médios na grande área.

Esta é uma equipa que usa o jogo aéreo como uma das suas principais armas, pois possui jogadores capazes de fazer a diferença neste capítulo. É normal ver os centrais marcarem golos em cantos ou livres indirectos, assim como Llorente em cruzamentos dos seus companheiros. Exemplo disso é o jogo da última jornada em que na vitória por 3-0 face ao Levante os 3 golos foram marcados de cabeça por Llorente, San José e Amorebieta.

Esta é, sem dúvida, uma equipa que se avista como uma das principais candidatas à luta pelo 4º lugar da Liga Espanhola deste ano.

 

 

Por Cláudio Guerreiro

15
Jan12

Área de Ensaio

Pedro Santos

A Realidade do Rugby Nacional

 

 

     A fase regular do nosso principal campeonato, a Divisão de Honra (ou Campeonato SuperBock), chegou este fim de semana ao fim, e apesar da alguns resultados já serem esperados, outros vieram apenas demonstrar as desigualdades que existem no principal escalão do rugby português.

    Um dos jogos mais esperados da jornada decorreu no sábado, na Tapada, a casa da Agronomia. O jogo já pouca importância teria na tabela classificativa, uma vez que a Agronomia já tinha garantido o primeiro lugar na fase regular, mas de qualquer forma este jogo é sempre um "derby" do nosso rugby. O CDUL, também já apurado para a próxima fase, tentava garantir o segundo lugar. O resultado cifrou-se numa vitória do CDUL por 24-14, vitória essa que não foi suficiente para aguentar o 2º lugar, uma vez que o CDUL não garantiu o ponto bónus ofensivo (apenas marcou 3 ensaios). A Agronomia por sua vez, enfrentou o jogo com a natural descontracção de quem sabe que nada tem a perder ou ganhar neste tipo de jogos, resguardando-se para os jogos que decidirão o titulo.

    Em Monsanto, o Direito recebeu o Benfica e levou o jogo de vencido por esclarecedores 57-3. O Direito com os 5 pontos desta vitória (4 da vitória, mais um ponto bónus ofensivo) ultrapassou o CDUL na tabela e acaba a fase regular em 2º lugar. Já o Benfica que ainda tinha esperança de ultrapassar o CDUP na tabela, viu essas expectativas goradas e acaba assim a fase regular em 7º lugar. Este resultado mostra a diferença de qualidade das duas metades da tabela, mas pior que isso, mostra como o rugby do Benfica passa por dificuldades, o que num clube histórica não indica nada de bom. Aliás ao longo de toda a época ficou patente as dificuldades que o Benfica ultrapassa, dificuldades essas que em grande medida vêm do facto do Benfica não ter escolas de formação nem condições condignas de um clube desta dimensão. Apesar desta ser uma secção autónoma, a direcção do clube deveria dar mais apoio, no mínimo para honrar o passado do rugby do Benfica que tantas conquistas deu ao clube, e para reforçar a ideia de ecletismo.

    Num outro jogo, a Académica deslocou-se até às Olaias para defrontar o Técnico e regressou a Coimbra com uma vitória por 73-24. Este resultado apenas demonstra que o Técnico não é mesmo equipa deste campeonato e que o nível competitivo da equipa lisboeta não é o adequado para esta divisão. O Técnico, sofreu 50 ou mais pontos em 8 dos 14 jogos disputados, sofrendo mais de 700 pontos em 14 jogos. Perante factos não há mesmo argumentos. A Académica demonstrou mais uma vez a boa época que vem fazendo, e apesar de ter poucas hipóteses de lutar pelo titulo, já garantiu o seu lugar nos 4 melhores deste ano.

    Outro resultado volumoso foi aquele com que o Belenenses "brindou" o CDUP (77-8). Num jogo entre duas equipas que irão disputar para não descer, fica mais uma vez expresso as discrepâncias que existem nesta divisão.

 

    Estes resultados apenas demonstram as desigualdades que existem. Temos 5 equipas de bom nível e 3 que estão num patamar abaixo, o que implica uma diminuição da competitividade do campeonato. Numa altura em que se discute o aumento da Divisão de Honra, não será altura de se discutir questões concretas para aumentar a competitividade? Será porventura benéfico para o nosso rugby existirem jogos com resultados de mais de 50 pontos de diferença? Poderemos ter uma selecção forte e a lutar com os melhores, quando o nosso campeonato apresenta tantas desigualdades? São estas questões que a Federação Portuguesa de Rugby terá de solucionar se queremos ter um campeonato de bom nível e uma selecção capaz de lutar pelo apuramento para o Mundial de 2015.

 

    Segue-se agora um período de 11 semanas sem jogos até ao regresso do campeonato, que será disputado em duas seríes, os que jogarão para definir o titulo e os que jogarão para definir qual a equipa que desce. Neste período jogar-se-ão alguns jogos da selecção nacional no Torneio Europeu das Nações, e o campeonato de sevens que englobará equipas da Divisão de Honra e equipas da 1ª Divisão.

 

By Pedro Santos

13
Jan12

3x4x3: Mercados

Minuto Zero

 

Com pouco dinheiro a circular no mercado europeu, e sobretudo pouca vontade de arriscar com grandes contratações, são equipas de médio-plano que vão brilhando no mercado do futebol do velho continente.

 

Das equipas ainda em competição na Liga Dos Campeões, destaque para a actividade do CSKA de Moscovo, com as contratações de Musa (ex-Venlo) e Wernbloom (ex-AZ). Jogadores jovens e com potencial, que vêm da Holanda para procurar um lugar como titular no plantel da equipa moscovita. Do que conheço, Musa poderá ser um jogador para explodir nesta boa equipa, que se habituou a fazer crescer bons alas, como foram casos de Zhirkov, Honda ou Krasic.

 

Também para Moscovo, mas desta feita para o rival Dynamo, segue Duzcdezsac, jovem extremo ex-Anzhi, onde de resto era uma das estrelas e titular na ala direita. Saí por quase 20 Milhões de euros, num negócio que põe em dúvida a amplitude do projecto do "novos ricos" do Anzhi.

 

Da Alemanha vem outra das equipas mais activas no mercado e que parece ter se voltado para jogadores portugueses ou do nosso campeonato. Vieirinha é o cabeça de cartaz, de uma renovação da equipa que foi à pouco tempo campeã alemão, mas que se vê hoje longe dos lugares cimeiros da Bundesliga. Com o extremo, seguem Filipe Lopes (ex-Nacional), Sissoko (ex-Académica), Ricardo Rodriguéz (ex-Zurich), Pieter Jirasék (ex-Pizen) e Sio (ex-Sion), tudo jogadores contratados por valores razoavelmente altos, todos eles jovens e com potencial de crescimento. Estou especialmente curioso para ver qual a evolução de Vieirinha agora num campeonato mais exigênte, mas também de Sissoko, jovem formado na Académica de Coimbra que explodiu esta temporada.

 

Nas equipas de top vai se falando em regressos. Foi o caso das "lendas vivas" Henry e Scholes, míticos jogadores de Arsenal e Manchester United que regressão às respectivas equipas.

De Henry, esperasse o mundo. Com um Arsenal com falta de referências (e de opções), sobretudo do meio-campo para a frente, o regresso de um dos melhores jogadores da sua história é mais do que a contratação de um jogador, um regresso a um passado de memórias. No relvado não poderia ter estreia melhor, apontando um golo decisivo no jogo de "estreia". Será sobretudo uma opção para gerir com cuidado, não digo que não vá conquistar um lugar no onze, resta saber se na esquerda ou ao centro. Seja como for, vale a pena ver o Arsenal e ficar à espera do velhinho Thiery. Mais lento, menos ágil, com menos ritmo competitivo, é um jogador bem diferente daquele que saiu do Arsenal.

Quanto a Scholes regressa após 6 meses da sua retirada. Menos mediático, poderá ser importante para colmatar as baixas de Anderson e Cleverley no eixo do meio-campo dos Red Devils. Embora sem o ritmo de outros tempos, Scholes passeia classe pelo campo. Longe vão os tempos em que jogava próximo dos pontas-de-lança. Hoje será um médio de saida para o ataque e apoio ao médio mais contido (Carrick ou Fletcher).

 

PSG, Chelsea e Anzhi eram as equipas de quem se esperava mais investimento. Para já apenas o PSG se reforça em peso, mas no caso para o banco. Ancellotti é treinador de top, para uma equipa que parece querer fazer do campeonato francês apenas um ponto de partida. Quem não chegou foi David Beckham, o que do ponto de vista futebolístico não será uma grande perca (com todo o respeito pela carreira do jogador), mas do ponto de vista do crescimento da marca PSG, ai sim, poderia ser uma mais valia incrível.

No Chelsea de Vilas Boas, Gary Cahill é grande aposta de mercado, central de bom nível que provavelmente irá deixar D.Luiz para o banco de suplentes, pelo menos enquanto for comentando os erros do costume. Tem de controlar o seu futebol para se confirmar como jogador de top.

 

Por Portugal, o Sporting vai mexendo com o mercado. Ribas vem do Génova como boa solução para o ataque, avançado mais móvel mas com veia goleadora, creio poder ser uma mais-valia. Renato Neto regressa como uma das promessas que o Sporting sempre teve de baixo de olho. É forte fisicamente, mas contra o Porto mostrou alguma imaturidade. Quanto a Xandão deixa-me algumas reticencias. Central alto, com pouca mobilidade, parece uma solução para o banco, jogador para equipas habituadas a defender mais atraz.

Quanto ao Benfica permanece sem resolver os casos Capdevilla, Amorim e Peréz. Dos dois últimos espero que fiquem e rendam aquilo que sabem, são de facto mais valias se quiserem estar de alma e coração no clube. O espanhol é caso serio, precisa de ser colocado para aliviar a folha salarial dos encarnados. De chegada, anunciam-se Djaniny e Soriano para a próxima temporada. Do Cabo Verdiano confesso não esperar mais do que minutos na equipa B, quanto ao segundo estou curioso para ver qual o impacto, no Barça B viram-se bons pormenores, resta saber o que vale numa equipa mais exigente.

 

A norte, o F.C. Porto reforçou a ala direita com um promissor lateral. Como já disse antes só estranho os valores do negócio, um autentico atentado de gestão tendo em conta que falamos de um lateral. Um estranho caso do qual duvido dos contornos negociais. Parece me que os 17 milhões de que se fala são pouco reais. Em campo, não tenho grandes dúvidas que acabará por se impor como titular.

Continua a faltar o ponta-de-lança, sobretudo depois da saída de Walter para o Cruzeiro.

 

Em Braga Luís Alberto (ex-Nacional) é elemento chave para o resto da temporada. Depois da saída de Vandinho que falta um jogador que "agarre" as rédeas como "6". Parece ser a escolha ideal no contexto do mercado nacional, não tenho dúvidas do seu sucesso imediato. Chegam também Samuel (ex-Anderlecht) e Miguel Lopes (ex-Porto), duas soluções para pegar destaque na equipa de bracarense.

Reforços de peso também serão Ukra e Zé Luís. Do primeiro continuo à espera que expluda definitivamente como jogador de grande qualidade. Quanto ao ponta-de-lança penso que vai deixar uma marca ainda este ano. Qualidade não lhe falta, é uma das minhas apostas para a segunda metade de Liga Zon.

 

By Tiago Luís Santos

 
13
Jan12

3x4x3: Liverpool de Kenny Dalgish

Minuto Zero

 

 

Os míticos portões de Anfield Road, marcam a entrada e saída de um mundo futebolístico à parte, mesmo no contexto do apaixonado futebol inglês. O "You Will Never Walk Alone" inscrito na entrada do lendário estádio, relembram um passado cada vez mais distante, onde os Reds do Merseyside se destacavam como crónicos favoritos ao título inglês, numa época onde os gigantes do futebol britânico tinham nomes bem diferentes dos de hoje.

Eram os tempos de um pequeno génio em forma de avançado, Kenny Dalgish, fígura mítica do mais bem sucedido clube inglês. Hoje os tempos são bem diferentes. As casas de apostas esquecem ano após ano o nome do Liverpool, olhando Man.Utd, Chelsea e Arsenal como favoritos à conquista da Premier League.

Agora no banco, Kenny Dalgish mantêm a mesma postura de dasafio perante o jogo e o adversário. Dá quase a impressão que quer saltar para o relvado e voltar a ser ele a figura do ataque da equipa da cidade dos Beatles.

Do ponto de vista táctico a chegada de Kenny pouco significou para este Liverpool. Desde Rafa Benitez que a equipa mantêm um padrão de jogo semelhante, baseado num sistema com 2 linhas de 4 bem definidas no meio-campo/defesa. Na base de toda a dinâmica do clássico 4x4x2 ou 4x4x1x1, está um duplo-pivôt clássico, com um 6 (médio-defensivo) e um 8 (médio com maior capacidade de saída e condução).

As referências dos tempos do Liverpool finalista da Champions com Benitez parecem no entanto adormecidas. O mítico Steven Gerrard vai lidando com lesões atrás de lesões. Com ele o Liverpool fica pelo menos nos 4 melhores da Premier League, sem ele a época é um descalabro. Quanto a Carragher está claramente menos jogador, mais lento à medida que os anos vão passando. No meio-campo deixaram à muito de morar Xabi Alonso e Mascherno. Hoje, os lugares são de Lucas (até à sua lesão) e Charlie Adam, jogador de estranho morfologia mas de enorme talento.

A lesão de Lucas Leiva no inicio da temporada seria assim a pior das notícias para Kenny Dalgish. Dificilmente se escolheria outro jogador (que não Gerrard é claro), que fizesse tanta diferença na equipa. Como pêndulo do meio-campo, o jovem brasileiro parecia ter agarrado as rédeas da equipa em termos de equilíbrio defensivo, mas também um "lugar ao sol" na selecção de Mano Menezes.

Apesar das boas aquisições, como Downwing (ex-Aston Villa), José Henrique (ex-Newcastle), Henderson (ex-Sunderland) ou Charlie Adam (ex-Blackpool), a temporada está mais uma vez a ser bem abaixo das expectativas, mas sobretudo, bem abaixo do nível que os Reds historicamente habituaram os seus fervorosos adeptos.

Olhando para o 11 inicial, a principal razão para sorrir é mesmo Suárez. Apesar da suspensão, é claramente o jogador capaz de marcar a diferença na equipa. Desde o primeiro jogo com a camisola "7" do Liverpool se percebeu que Fernando Torres seria rapidamente esquecido em detrimento do uruguaio. Em sentido inverso, o senhor 40 milhões Andy Carrol (contratado ao Newcastle), percorre as ruas da amargura, longe dos golos, longe do coração dos adeptos, e sobretudo, cada vez mais longe das contas de Fabbio Cappelo para o Euro 2012.

Seja qual for o desfecho da temporada para o Liverpool, a verdade é que continuará a ouvir-se antes de cada jogo, os seus fervorosos adeptos que todos os fins-de-semana esgotam o "velhinho" Anfield, entoando o mítico "You Will Never Walk Alone".

 

By Tiago Luís Santos

12
Jan12

Buzzer Beater

Óscar Morgado

Crise de bases? Nem por sombras

 

Ainda é estranho estarmos em Janeiro e a época da NBA estar muito precoce, com pouco mais de 10 jogos realizados por equipa. Contudo uma tendência que já apontei a época passada está mais afincada este ano: a posição de base tem um vasto mercado de talento e qualidade já demonstrada, e quase todas as equipas têm um ou mais jogadores  nessa posição com qualidade suficiente para levar uma equipa a vitórias.

Daquilo que posso constatar nas 30 equipas, há apenas no máximo 4 ou 5 que não têm alguém minimamente competente na posição 1. Na Conferência de Este há estrelas, com Rose em Chicago, Williams em New Jersey e Rondo em Boston, atiradores ou bases focalizados em marcar pontos, com Chalmers e Cole (o impressionante rookie que Miami foi buscar ao draft) em Miami, Calderon em Toronto, Jennings em Milwaukee e outro rookie, Kemba Walker, em Charlotte. Há ainda passadores competentes e bases polivalentes, como Holiday e Lou Williams em Philadelphia, Teague em Atlanta, Collison em Indiana, Nelson em Orlando, Irving em Cleveland, Stuckey e Knight em Detroit, e John Wall em Washington.

E quando chegamos à Conferência de Oeste o padrão mantém-se: as estrelas são Westbrook em Oklahoma City, Chris Paul nos Clippers e Stephen Curry em Golden State (na minha opinião só as lesões o impedem de produzir mais, sendo um dos melhores atiradores da liga). Há outro estrato de jogadores que já foram estrelas, mas estão no declínio da sua carreira, contudo, produzem melhor que a maioria, como Nash em Phoenix e Kidd em Dallas. Seguem-se os restantes bases de qualidade ou com muito potencial: Felton em Portland, Parker em San Antonio, Harris em Utah, Lawson em Denver, Conley em Memphis, Lowry em Houston, Ricky Rubio em Minnesota (e que ano de estreia que o espanhol está a ter na NBA) e Fredette em Sacramento (porque eu cá não acredito em Tyreke Evans como um base, e que este é desaproveitado naquela posição: Evans é, a meu ver, um protótipo precoce de um Dwayne Wade).

Portanto isto deixa apenas 3 equipas de fora: Nova Iorque, que apenas com Toney Douglas e o rookie Iman Shumpert (que no futuro pode almejar a algo mas é muito cedo para o prever) estão desfalcados apenas na posição de base, Los Angeles Lakers, onde Derek Fisher já não é a peça complementar de outros tempos, e New Orleans, onde Jarret Jack não chega para as encomendas de uma equipa que agora já não tem Chris Paul.

E enquanto alguns destes nomes que referi ainda não estão a produzir a níveis aceitáveis, todos têm pelo menos um fundo plausível de potencial que, a ser explorado pelas equipas, pode-lhes assegurar a posição por alguns anos. O draft que se espera neste ano de 2012 foca-se mais em jogadores de estatura e para as posições mais interiores, onde a NBA tem muito mais escassez de talento de qualidade do que a base, e portanto estas equipas poderão colmatar esse tipo de falhas. E isto faz-me acreditar cada vez mais na preponderância da posição de base em relação às restantes, por fazer o jogo funcionar mais fluidamente e criar oportunidades para os restantes jogadores. É claro que uma equipa desfalcada de qualquer uma das posições terá dificuldades em partes fulcrais do jogo, mas mesmo que não tenha um base competente, pelo menos algum jogador que consiga impor um ritmo e ordem ao jogo é essencial.

fonte: Boston.com
11
Jan12

Porque a vida também é feita a correr...

João Perfeito

A qualidade não tem idade... (Scholes-Henry)

 

 

                          Na semana passada regressaram aos relvados ingleses dois, dos maiores extraordinários futebolísticas da pretérita década. Cada vez que um grande jogador se retira dos relvados a saudade invade a alma de todos os amantes mesmo antes do término do jogo. Estamos perante uma peça onde o actor principal vai deixar-nos, deixando o elenco e a história mais pobres, sem tanta razão de existir. Uma nostalgia que transcende qualquer clubite ou preferência. Porque independente dos estilos de jogo, um adepto de futebol quer é ver os melhores executantes em campo. Aqueles que se destacam, aqueles que nos surpreendem, aqueles que são diferentes... Aqueles em que um leigo vê jogar e diz que é diferente, mesmo sem explicar porquê... Porque no toque, criatividade, movimento, posicionamento, coordenação são mais rápidos e inteligentes que os outros, dão uma dinâmica ao jogo acelerada, mas fundamentalmente dão critério e razoabilidade ao jogo, transportando-o para uma tónica lógica proporcionando aos colegas um maior enraizamento táctico. Em situações diferentes, em contextos diferentes, em especificidades técnicas diferentes Scholes e Henry deixaram um enorme vazio nos relvados do Mundo do futebol. O primeiro porque pendurou as chuteiras aos 36 anos o segundo porque trocou o protagonismo dos relvados pelo hollywoodesco futebol americano, numa nova concepção de estrela...

                      Ambos deixaram um enorme legado... Ambos possuem a tal transcendência que motoriza toda a esquematização duma equipa, ambos mesmo querendo descer a passadeira de glória imortalizada ao longo de anos e anos a fio de mediatismo Mundial, mesmo querendo descansar da pressão a que estão sujeitos, veem-se obrigados a regressar ao seu palácio de conquistas...

                        Num futebol cada vez mais exigente e competitivo, onde a técnica e a capacidade física se intersectam de forma permanente, dando uma velocidade e agilidade ao jogo nunca antes problematizada, enraizando-a ainda num novo complexo e rigoroso esquema táctico parece que não à espaço para aqueles que estão fora da idade padrão futebolística. A completude que se exige pretende aliar um conjunto de características físicas, técnicas e psicológicas que devido a toda esta imperativa aglutinação tende a encurtar a carreira dum jogador...

Contudo a genialidade, a inteligência, a imprevisibilidade, a frieza são características inatas, que mesmo que desaliadas num protótipo físico de outrora conseguem face ao catapultar da experiência superir todas as fragilidades enunciadas.

Por isso talvez com um pouco mais de esforço físico, com um pouco mais de suor e cansaço Henry e Scholes regressem agora ao climáx das suas carreiras...

                      Mas a qualidade, essa se associada a uma mentalidade ganhadora não se perde com a imediatez que o futebol moderno pretende, essa continua lá por isso Henry me deu a analepse dos meus 12/13 anos em que o via no Highbury Park fazer aqueles remates em desvio... Por isso o controlo, gestão e organização de Scholes contribuiram de forma decisiva para a desforra duma batalha citadina que ainda está longe de terminar... Os génios não envelhecem... Mas mais importante é perceber que a sua mentalidade rejuvenescida ainda nos vai dar novos actos de peças que julgávamos já encerradas...

 

 

11
Jan12

Lado B

Bruno Carvalho

                        Renato Neto, o mais recente produto da Academia

 

Foi no passado sábado que Renato Neto se estreou como titular na equipa sénior de futebol do Sporting Clube de Portugal, no Estádio José de Alvalade, e logo contra o Futebol Clube do Porto. Estreou-se como titular, porque já tinha jogado alguns minutos na última jornada da época 2009/2010 contra o Leixões, quando Carlos Carvalhal era o treinador do Sporting.
Depois de Luís Figo, Simão Sabrosa, Ricardo Quaresma, Cristiano Ronaldo, Nani, Miguel Veloso, Rui Patrício e muitos outros, Renato Neto é o mais recente jogador formado na Academia do Sporting Clube de Portugal a entrar na equipa principal do clube de Alvalade.
Renato Neto tem a particularidade de ser brasileiro, facto que o diferencia de todos os outros que mencionei, no sentido em que os restantes jogadores formados pelo Sporting são na sua maioria portugueses. Este facto acaba por ir um pouco ao encontro do que disse Jorge Jesus há uns dias atrás, quando afirmou que os clubes portugueses são formadores de jogadores portugueses e… de jogadores estrangeiros.
Renato Neto ainda é um jovem, com apenas 20 anos, mas que ganhou muita experiência no campeonato belga ao serviço do Cercle Brugge, actuando em 16 jogos pela equipa belga em 18 possíveis.
As características fundamentais de Renato Neto são sobretudo a sua compleição física (mede cerca de 1,90 metros), a sua capacidade de passe e é um jogador que guarda muito bem a bola.
No jogo contra o FC Porto, Renato Neto denotou ainda algum nervosismo nos minutos iniciais, o que é normal para um jovem que se estreia como titular e logo num clássico da Liga Portuguesa, mas, com o desenrolar do encontro, acusou menos o nervosismo e envolveu-se mais no jogo.
Apesar de não ter jogado todo o encontro (foi substituído por volta dos 60 minutos de jogo), Renato Neto mostrou que pode ser um jogador a ter em conta e em atenção para o resto da presente temporada.
A aposta em Renato Neto só mostra que o Sporting continua a formar jogadores de grande qualidade, garantindo a sustentabilidade da Academia e do plantel principal sportinguista.
Na minha opinião, em todo o mundo, apenas o Barcelona e o Ajax conseguem formar jogadores de um nível de qualidade superior à do Sporting. Com isto quero dizer que, em Portugal, o Sporting é claramente o clube que forma mais jogadores tanto em quantidade como em qualidade.
Termino com a ideia de que Renato Neto tem tudo para ser um dos melhores jogadores do Sporting num período a médio/longo prazo.

09
Jan12

Steve Field

Steve Grácio

          City 2-3 Manchester

Quem assistiu, no passado Domingo, ao derby de Manchester para a taça de Inglaterra certamente que ficou deliciado. Frente-a-frente as duas melhores equipas inglesas e duas das melhores equipas do mundo, além de serem clubes rivais. Que mais se pode desejar?

Contrariando a expectativa inicial de domínio dos blues, o Manchester pressionou os rivais desde sempre, com um bloco muito alto que sufocou a saída de bola dos pupilos de Mancini. Assim, o City não conseguiu sair a jogar na sua linha defensiva, como bem gosta e necessita, devido à pressão alta de Rooney, Welbeck, Nani e Valencia, sobretudo. Foi, então, com naturalidade que o Manchester se colocou em vantagem com um grande golo de Rooney, depois de uma jogada do mesmo, que fez o que bem sabe: recuar e pegar no jogo.

Com a expulsão 2 minutos depois do 1-0, a vida complicou-se ainda mais para o City. Ao intervalo, 3-0 para o United, e muitos mais podiam ter sido. Os blues de Manchester estavam não se encontravam. Foi, então, que entrou em cena a genialidade de Mancini: leu o jogo, modificou as peças e entrou uma equipa bem diferente no segundo tempo. Mesmo a jogar com 10, o City soube organizar-se na perfeição. As entradas de Zabaleta e Zavic resultaram em cheio e, a partir de então, a equipa nunca mais tremeu. A filosofia passou a ser defender num bloco muito baixo, encurtando espaços em relação à bola para depois lançar em profundidade o talento de Aguero que, sozinho, destruiu a defensiva do Manchester.

Mancini provou que a escola dos treinadores latinos é a melhor do mundo. A noção táctica que teve do encontro foi ao nível dos melhores, e nunca fui seu grande fã. A escola Anglo-Saxónica, pelo contrário, ainda tem uma percepção táctica do jogo insuficiente, sobretudo para encontros deste grau de importância. Mancini perdeu, é certo, mas ganhou um plantel e ganhou definitivamente a confiança dos adeptos. Fazer o que o City fez no segundo tempo, com 10 e a perder 3-0 com o grande rival, está ao nível dos melhores.

No final, vitória do Manchester United mas o City provou que já não é só bons jogadores. O City já é uma grande equipa. Se Tem capacidade para ser melhor? tem, é tudo uma questão de tempo.

09
Jan12

Bloco Triplo

Ricardo Norton

Por motivos de estar em período de exames universitários, vejo-me forçado a adiar a crónica desta semana para amanhã.

 

O cronista,

Ricardo Norton

09
Jan12

...

Cláudio Guerreiro

O fenómeno Neymar

 

 

Neymar da Silva Júnior é o nome da maior promessa do futebol brasileiro dos dias de hoje. Quando se estreou aos 17 anos na equipa do Santos, num jogo a contar para o campeonato paulista, os adeptos santistas perceberam que aquele jogador lhes poderia vir a dar muitas alegrias.

 

Neymar e Paulo Henrique Ganso são os principais destaques da equipa brasileira que alia a juventude destes 2 jogadores com a experiência de jogadores mais veteranos, entre eles Elano, Léo, Edu Dracena e Durval. Este aliança de irreverência e experiência foi um dos principais factores que contribuiu para que o Santos voltasse a vencer a Taça Libertadores em 2011. Esta foi apenas a terceira vez que a equipa brasileira conquistou o mais importante título continental da América do Sul, pois a última vitória datava de 1963. Tal vitória permitiu que a equipa participasse no Mundial de Clubes, ocorrido no passado mês de Dezembro.

 

 Estamos perante um excelente jogador que alia uma grande velocidade a um extraordinário drible. No entanto, apesar das suas qualidades que são inegáveis, ainda não apresenta a capacidade de carregar a equipa às costas como lhe foi exigido na final do Mundial de Clubes. É verdade que a final foi contra a fortíssima equipa do Barcelona, mas a pressão colocada pela imprensa brasileira, e também alguma internacional, contribui para que brilhasse menos.

 

Para que se torne ainda melhor jogador, Neymar precisa de emigrar para a Europa, pois só assim será possível lapidar todas as suas qualidades. Contundo, também precisa de mudar algo a nível psicológico. O futebol está cheio de jogadores que possuem um feitio algo complicado e que graças a isso não ganharam os títulos, tanto a nível pessoal como colectivo, que lhes pareciam destinados no inicio das suas carreiras. Caso não mude esta tendência para entrar em conflitos, dificilmente Neymar conseguirá superar-se enquanto jogador.

 

É conhecido o grande interesse de grandes equipas como o Real Madrid, Barcelona e Chelsea. No entanto, a equipa inglesa parece partir em desvantagem, uma vez que Neymar não parece interessado em mudar-se para um campeonato em que o físico impera, muitas das vezes, sobre o técnico. Por isso, o campeonato espanhol parece ser o destino mais provável da nova estrela brasileira, a não ser que haja outra grande equipa a intrometer-se na corrida pela sua transferência.