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Minuto Zero

A Semana Desportiva, minuto a minuto!

A Semana Desportiva, minuto a minuto!

Minuto Zero

19
Jun11

Comunicado nº5/2011

Minuto Zero
A equipa Minuto Zero informa oficialmente a cessação dos serviços de Alexandre Poço, responsável pela crónica Fogo sem Fumo, com efeito imediato, no passado Domingo, 12 de Junho de 2011, tal como foi posteriormente adiantado pelo já referido colaborador na sua última intervenção.
Esta desvinculação deve-se a motivos de ordem pessoal/profissional do (ex)colaborador, deixando a equipa Minuto Zero' o mais sincero desejo de sucesso ao antigo colaborador.
A Equipa Minuto Zero' 

19
Jun11

Área de Ensaio

Pedro Santos

 

IRB Nations Cup, Grand Prix Series 2011 e IRB Junior World Championship

 

      

         O período entre o fim das competições de clubes e o regresso às grandes competições, é normalmente, em vários desportos, um período “morto”. No rugby isso não se verifica, e esta semana que agora acaba foi um exemplo disso mesmo. Várias competições internacionais, algumas onde a nossa selecção esteve presente.

 

       IRB Nations Cup. A competição promovida pelo órgão máximo do rugby mundial, decorreu durante esta semana em Bucareste e brilhantemente viu a Selecção Nacional Portuguesa triunfar sobre a Argentina Jaguares (25-21) e perder com a Namíbia (23-29) e os South Afrikan Kings (12-39), derrotas que não envergonham ninguém certamente. A falta de jogadores importantes como Gonçalo Uva, José Pinto ou Joe Gardener, impediu que a prestação fosse ainda melhor. Houve momentos muito bons no jogo português, mas também fases em que a desconcentração defensiva permitiu aos adversários pontuar de forma fácil. Embora para a história fiquem os resultados, para quem assistiu aos jogos ficará sobretudo a evolução que se tem verificado com o Neo-Zelandês Erol Brain.

 

       O Circuito Europeu de Sevens (ou Grand Prix Series) também já arrancou e com a participação da Selecção Portuguesa. Depois de anos e anos de hegemonia portuguesa que resultaram em sete títulos (em nove anos, Portugal venceu por 7 vezes e a Rússia por 2 vezes), a edição deste ano não começou bem, e na etapa deste fim-de-semana, realizada em Lyon, Portugal acabou em 4º lugar, perdendo precisamente com a selecção da casa no jogo de atribuição do terceiro lugar, por 7-0. Com a Selecção de XV a jogar em Bucareste, o IRB Nations Cup, o Seleccionador Nacional de Sevens, foi obrigado a recorrer a jogadores mais jovens e inexperientes. Na lista de convocados poucos eram os nomes habituais e certamente também isso contribuiu para a prestação menos conseguida da Selecção Portuguesa.

       A final foi disputada entre a Selecção Inglesa e a Selecção Espanhola, com os ingleses a triunfarem por 28-14.

       Em termos competitivos, esta competição ainda deixa muito a desejar, por dois motivos. Primeiro a presença de equipas bastante fracas como a Holanda ou a Moldávia, e segundo porque selecções como a Inglaterra, a França ou a Itália, ou seja as melhores selecções europeias, não atribuem grande importância a este circuito e portanto apresentam sempre equipas sem os seus melhores jogadores.

       A próxima etapa é já no próximo fim-de-semana, em Moscovo e espera-se que ai a Selecção Portuguesa já se apresente em melhor forma.

 

       Ainda em termos internacionais, os jovens valores das melhores selecções do mundo, disputam o Campeonato do Mundo de Sub-20 (Junior World Championship, uma prova também ela organizada pelo IRB), em Itália. Também aqui, a Nova Zelândia se posiciona como a favorita à vitória final especialmente depois de “cilindrar” a Itália por 64-7,o País de Gales por 92-0, e a Argentina por 48-15, em demonstrações fabulosas do valor dos jovens All-Blacks. Finalizada esta semana a fase de grupos, seguem-se os jogos a eliminar, mais precisamente as meias-finais, com os jogos Inglaterra – França e Nova Zelândia – Austrália, já no próximo dia 22.

 

       Por fim, gostaria ainda de referir uma situação caricata. No Campeonato Nacional da 2ª Divisão, o Técnico e a UTAD, garantiram dentro do campo a subida à 1ª Divisão Nacional (2º escalão do rugby português). Contudo, não demonstraram interesse na subida, levando a Federação Portuguesa de Rugby a convidar o Caldas Rugby Clube e o Rugby Clube de Santarém (as equipas que se classificaram logo atrás do Técnico e da UTAD) a ocupar as vagas deixadasem aberto. Cumpre-seassim, por parte da equipa de Caldas da Rainha o desejado regresso a este escalão, depois de vários anos a competir na 2ª Divisão Nacional.

 

By Pedro Santos

18
Jun11

Olhando em frente

Minuto Zero

O "estado de graça" em que o Porto terminou a temporada 2010/2011, parece ser de facto a grande preocupação do Benfica. O gigante de Lisboa, procura, com mais ou menos mexidas, tentar garantir uma base competitiva capaz de se debater com os rivais do norte na próxima época.

 

Provavelmente este será o ultimo defeso antes de a UEFA avançar com as novas imposições sobre as finanças dos seus associados. Assim sendo, um pouco por toda a Europa, a palavra de ordem parece ser gastar enquanto é tempo. Este será um defeso importante para os próximos 3, 4 anos, nos quais o supremo organismo do futebol europeu, deverá apertar o cerco aos clubes com elevados passivos.

 

Pelos lados da Luz, não se percebe bem qual será a constituição do plantel para a temporada que se avizinha. Entre os contratualmente ligados ao clube, passando pelos "supostamente" também ligados, é possível contar cerca de 40 (!!!) jogadores. Tendo em conta que apenas 30 poderão de facto ser inscritos na Liga de Clubes, parece que este Verão as férias da administração e equipa técnica serão de facto mais curtas.

 

O Benfica parece estar a procurar garantir jogadores para valorizar no futuro, procurando alguns jovens já com créditos demonstrados, tanto a nível nacional, como a nível internacional, no seu espectro de observação. O futuro da maior parte destes, deverá passar por um empréstimo, não estando afastada a possibilidade de venda a curto prazo. São os casos de André Almeida (ex-Belenenses), Tiago Terroso (ex-Varzim), Nuno Coelho (ex-Académica), mas também de Wass (ex-Brondbly), Rodrigo Mora (ex-Defensor Sporting), Nolito (ex-Barcelona) ou mesmo Matic, sérvio incluído no negocio de David Luiz, que esteve a ultima época na Holanda.

Para além destes nomes, David Simão, Miguel Rosa, Nélson Oliveira, Rodrigo, Oblak e Urreta, regressam de empréstimo, podendo ter hipótese de fazer parte da equipa principal.

 

De entre os que fizeram parte do plantel na última temporada, Sidnei sai para o Besiktas por empréstimo, Coentrão está de malas feitas para o Real Madrid, enquanto jogadores como Weldon, Nuno Gomes, Luís Filipe ou Júlio César, não mais devem envergar a camisola do Benfica.

Quanto a Filipe Menezes, Kardec, José Luís Fernandez, ou mesmo Roberto, devem ser emprestados ou vendidos, sendo que facilmente devem ter colocação fácil. São jogadores com valor, mas que parecem estar longe de garantir o rendimento desejado por Jorge Jesus.

 

Óscar Cardozo e Carlos Martins mantém-se na expectativa, estando na primeira linha de saída, em caso de necessidade de venda.

Para substituir o avançado paraguaio o Benfica teria seguramente de avançar para o mercado, procurando um jogador de créditos firmados ou potencial inquestionável, um busca que se poderá revelar muito complexa.

 

Mas mais do que a infinita lista de nomes ligados ao Benfica, a questão que mais dores de cabeça poderá dar a Jorge Jesus, será, a questão da manutenção do seu estilo de jogo. O 4x1x3x2, pode ter os dias contados, muito por culpa da falta de um box-to-box, que garanta eficácia nas duas transições, jogando próximo de Javi Garcia. Outra das bases do sistema, a capacidade de Saviola jogar nas costas de um avançado mais fixo, está também fortemente em questão, depois da paupérrima época do argentino.

De chegada, Enzo Pérez e Bruno César, colocam-se como possíveis titulares. O argentino, viveu as ultimas épocas como grande figura do ataque do Estudiantes La Plata, equipa melhor sucedida no futebol argentino dos últimos anos, mas também dominadora na Copa Libertadores. Trata-se de um jogador no momento mais forte da sua carreira. Com 25 anos, tem enorme rodagem no futebol sul-americano, mas mantêm as suas qualidades a um nível enorme, sendo mesmo um dos jogadores da preferência de Sérgio Batista, seleccionador argentino, que o coloca num grupo de jogadores de enorme nível, como Messi, Tévez, Aguero, Milito, Higuain ou Lavezzi. Preferencialmente joga como médio-ala direito, mas pode também jogar mais ao centro (como fazia ultimamente no 3x5x1 do Estudiantes), aproveitando a sua enorme capacidade para perceber o jogo, aliada é claro a um definição técnica de enorme nível. Numa primeira analise, assenta que nem uma luva nas funções  que foram na ultima época de Salvio (assenta até melhor do que jovem argentino).

Já Bruno César, deve lutar por um lugar no onze com Aimar, sendo um jogador com grande capacidade de passe, capaz de assumir a posse de bola, para além de ter uma boa meia distancia. No Corinthians caia muitas vezes do centro para o lado esquerdo, o que seria de aproveitar, tendo em conta as características de Gaitan, habitualmente ala-esquerdo.

 

Penso que seria altura de rever o modelo de jogo, procurando um cultura mais baseada na posse de bola, sem se perder no entanto a capacidade de saída rápida para o ataque. Com jogadores como Aimair, Saviola, Gaitan, Enzo Pérez, Martins ou Amorim, uma dinâmica ofensiva mais pausa da atacar, poderia dar um novo volume de jogo aos encarnados. A utilização de Amorim, Martins ou mesmo Matic, próximo de Javi Garcia, poderá ser o upgrade táctico essencial para redimensionar o futebol da equipa de Jorge Jesus.

 

Na defesa, fala-se em Déde, gigante do Vasco da Gama. Fico com a sensação de que não seria este o estilo ideal para o eixo da equipa encarnada. O Vasco, tendencialmente, apresenta um bloco defensivo mais recuado, ao contrário do Benfica. Déde é forte no jogo aéreo, mas a verdade é que faria mais sentido um jogador com maior mobilidade, mas também capacidade para sair com bola.

 

Pessoalmente, gostaria de ver Rodrigo e Nelsón Oliveira na equipa principal como Backup de Cardozo. No mundial de sub-20 que se avizinha, certamente serão dois dos jogadores sobre os quais vale a pena atentar. Tenho também altas expectativas em relação a Matic e Nolito, jogadores com enorme potencial, mas com características que fogem um pouco ao modelo utilizado pelo Benfica.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Na próxima semana irei atentar sobre a preparação da próxima temporada do Sporting.

 

By Tiago Luís Santos

 

17
Jun11

Voleibol à Sexta

Sarah Saint-Maxent

Descoberta a careca


                Pronto, agora é que ficou mesmo visível. Afinal sempre temos um probleminha na nossa seleção masculina de voleibol, e até se chama Tiago Violas. Disse aqui há uns dias que o rapaz até estava a dar conta da situação, mas o último fim-de-semana mostrou – finalmente – a grande fragilidade do distribuidor titular da equipa das quinas.

 

 

                A grande exibição da seleção no primeiro jogo com a Sérvia – uma vitória na negra, mas que poderia facilmente ter ficado 3-1 para os portugueses – deveu-se, em grande parte, ao desempenho de Valdir: 31 pontos de ataque, dois serviços e um bloco fizeram dele o mais pontuador do jogo, ao mesmo tempo que o (finalmente) formidável Carlos Teixeira defendeu de forma quase perfeita. Voltemos a Valdir por um segundo: não seria possível conquistar 31 pontos de ataque sem uma distribuição fantástica para a saída de rede. E é verdade, Violas tem um passe para o oposto que é irrepreensível, na maioria das vezes.

                Aliás, a confiança do jovem distribuidor no seu passe para a saída é notória: basta observar alguns pontos para notar uma preferência nessa distribuição. O problema não reside aí, portanto. E também não está, pelo menos de forma notória, no passe do meio. O serviço é bom, apesar de não muito forte – consegue causar problemas na receção.

                A grande questão – que se pôde observar tão bem no segundo jogo com a mesma Sérvia, perdido por 3-0 – é a distribuição para a entrada. Neste jogo, de domingo, Valdir não estava ao nível do dia anterior, o que quis dizer que Violas teve que tentar jogar muitíssimo mais com os pontas da sua equipa. E, credo!, que distribuição tão fraca para este nível de voleibol.

                A bola é normalmente distribuída para muito perto da rede, impossibilitando ao seu jogador de entradas uma ataque em força ou extremamente colocado. As suas opções passam a ser o amortie ou uma jogada com o bloco adversário – que é forte, sem dúvida. Para Flávio Cruz, dos jogadores mais experientes (e inteligentes) da seleção, a coisa é problemática mas não completamente incapacitante. Já para André Lopes, é um assunto diferente.

                Em última análise, e usando a gíria do voleibol, Tiago Violas «queima» constantemente o ataque de entrada, retirando, a olhos vistos, eficácia ao ataque. É uma pena, dado todo o seu restante jogo – a que só poderíamos apontar uma ligeira falta de entrega na defesa baixa… – e um problema que tem que ser trabalhado, sob pena de condenar a equipa nacional à não-evolução. Carlos Fidalgo não me parece opção: tem entrado nervoso e não muito entrosado com os companheiros. Só nos resta ver o futuro… e que outras opções tem Juan Diaz.

 

                Entretanto, e depois de muitas voltas causadas pelo vulcão chileno, a seleção portuguesa defrontará a congénere argentina - que passou pelos mesmos problemas para chegar ao seu destino - este fim-de-semana em Catamarca, Argentina. Esperam-se duas vitórias para a equipa da casa, ainda que uma boa exibição portuguesa esteja sempre no horizonte.

 

by Sarah Saint-Maxent

Esta crónica foi escrita ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

15
Jun11

Em Frente

Minuto Zero

O nosso destino é descer…

 

     … E em boa parte dos casos acabar. Pois bem, como Figueirense uma das coisas que sempre se comentou quanto à Naval foi que após subir de divisão, uma eventual descida, representaria o provável fim do clube centenário. E creio eu que este pensamento não será só próprio dos adeptos do clube local, havendo inúmeros casos idênticos por esse país fora.

 

     A Naval não é um clube dos seus associados. Há muito que não é. A Naval é um ponto central tendo em conta a busca de interesses complexos por parte de quem a dirige. Toda a gente sabe que no clube quem manda, investe e controla é Aprígio Santos. É este que sem nunca contratar grandes estrelas foi usando o clube para se elevar, não se preocupando com a contracção de dívidas fatais por parte do emblema. Agora, bem, agora já são salários em atraso, dificuldades em construir uma equipa a tempo de inscrever na Liga, etc…

 

     Em Portugal, facilmente se constata que existem três grandes clubes que aconteça o que acontecer têm o seu lugar demasiado bem definido no panorama nacional de forma que, mesmo nas ruas da amargura a nível financeiro, se mantêm activos, tal o seu tamanho, poderio e apoiantes. Depois existem determinados clubes que aparentemente alcançaram um estatudo privilegiado – Braga e Guimarães – mas que não têm esse como certeza (veja-se o Belenenses e o Boavista). Existem ainda clubes que têm vindo a alcançar uma certa tranquilidade financeira – Rio Ave e Nacional – e, claro, todos os restantes clubes que lutam num permanente mata-mata financeiro. O próprio Marítimo, clube com quota-parte de importância alcançada, atravessa dificuldades. Leiria, Académica, Beira-Mar, históricos do futebol nacional, choram a maldita hora em que sonharam ter um estádio no Europeu. Vitória de Setúbal não passa de um clube moribundo que ano após ano vai sobrevivendo e os restantes – clubes como a Naval, Olhanense – vivem o presente, sendo que a exemplos passados, o mais certo é depois de alcançarem a primeira divisão, descerem a pico endividados e sem que ninguém lhes pegue.

 

     O Futebol Português necessita de uma forte reestruturação. Se constantemente aparece um Varzim, um Leça, um Alverca, um Salgueiros, um Campomaiorense, porque não tentar de uma vez por todas congelar a situação. Estádios vazios, subsídios utilizados para no futuro caírem por terra. Enfim, não sou eu que tenho de formular resoluções. Está na hora de quem de devido direito torne o nosso futebol, a nossa liga de onde saem Cristiano Ronaldo, Figo, Mourinho, etc. … algo vantajoso a todos e não só a meia dúzia de empresários.

 

Saudações Leoninas,

by Jorge Sousa

14
Jun11

Steve Field

Steve Grácio

Baby Boom português

 

      2003 foi o ano da mudança de mentalidades no panorama português, ano em que Mourinho venceu a Taça Uefa ao serviço do Porto. A partir dessa data, o treinador português passou a ser visto de outro modo, passou a ter o respeito dos dirigentes portugueses, que começaram a apostar mais “na prata da casa”, e dos clubes estrangeiros que fomentaram a emigração dos mesmos, que se acentuou com os sucessos da selecção e, novamente, com o sucesso de Mourinho no estrangeiro.

      No entanto, nunca como hoje o treinador português esteve tão bem conceituado. Se Mourinho foi o impulsionador, diria que estes últimos dois anos confirmaram esta nova tendência de considerar os treinadores portugueses do melhor que há. A “máquina trituradora” do Benfica de Jesus da época passada, os milagres de Domingos Paciência no Braga e a época de ouro do Porto de Villas Boas cimentaram o nome de Portugal no panorama do futebol.

      Hoje, muito devido à sua inteligência como estratega, quase como um camaleão que se adapta a todas as circunstâncias com o seu apurado sentido táctico, o treinador português consolidou o seu nome e opera nos grandes palcos europeus. Além disso, ao contrário de outrora, nos últimos anos todos os clubes da primeira divisão têm treinadores portugueses, que mostra a crescente importância que lhes é dada.

      Porém, os denominados treinadores da velha vaga perderam o seu espaço. Nomes como Jaime Pacheco, Augusto Inácio, Neca ou Jesualdo Ferreira são colocados de parte. Desta época, apenas Manuel Machado e Jorge Jesus ainda trabalham em Portugal. Quanto a mim, os clubes estão a fazer o correcto. A nova vaga trabalha de modo mais adaptado ao futebol moderno. Longe vão os tempos em que para atingir um bom nível físico se punha os jogadores a correr, como se andassem no atletismo. Hoje, o treinador trabalha o aspecto físico sempre com bola, sempre a aperfeiçoar o seu modelo de jogo. Treinadores como Domingos, Villas Boas ou Leonardo Jardim, quanto a mim, dominam muito melhor o futebol actual do que os treinadores mais antigos.

      Esperemos que esta aposta no que é nacional seja para manter. O treinador português é, de facto, um dos melhores, senão mesmo o melhor. Que pena que o jogador não seja visto como os mesmos olhos, assim evitava-se a quantidade de estrangeiros fraquíssimos que chegam aos montes ao nosso futebol e não se desperdiçava tão bons valores.

 

by Steve Grácio

14
Jun11

Buzzer - Beater

Óscar Morgado

Impróprio para apostas

 

         Bolas pá! Vim para aqui apostar que a série ia a sete jogos e afinal foi só a seis. Quem apostou alguma coisa nestes playoffs provavelmente não teve muita sorte e deve até ter perdido dinheiro.

         A previsão dos especialistas era que Miami ganhava em seis, 4-2 contra Dallas portanto. Inverteu-se, e Dallas ganhou em seis a Miami. Não eram favoritos, mas a disparidade não era mais que 60%/40%. Tendo acompanhado em pleno apenas 4 dos seis jogos (nomeadamente o 1º, 3º, 5º e 6º), vi (muitas horas de sono perdidas depois) duas vitórias para cada lado. De resto, apenas vi resumos. E creio que posso então dar-vos uma ideia imparcial daquilo que foi…

         A série fez-se da inconsistência. Tendo-se tratado sempre de jogos equilibrados, o certo é que os resultados foram construídos de parciais gigantescos: ora uma equipa marcava 15 pontos sem resposta, ora a outra respondia com 17. Não chegam duas mãos para contar os momentos de diferença pontual significativa.

         Outro reparo que faço é o do tipo de jogo: não descurando o efeito que as defesas tiveram nas finais (até porque se vê pelos resultados relativamente baixos), o lançamento de 3 pontos foi absolutamente decisivo. Nestas finais Dallas manteve 41,1% de eficácia para lá da linha de 3 contra Miami, mais 10% do que a média nas outras rondas dos playoffs. Miami também lançou 10% mais dessa distância que em rondas anteriores (não tendo convertido esse excesso).

         De resto, já fui por aqui mostrando a minha perspectiva dos playoffs 2010/2011: surpresa. Memphis, em 8º lugar da época regular, eliminou San Antonio, super-favorito em 1º lugar. Dallas “varreu” os até então campeões em título Lakers num espantoso 4-0 que deixou todo o mundo de boca aberta. E mesmo Miami apenas permitiu a Boston uma vitória nas semi-finais da Conferência de Este.

         E depois temos os dramas: Boston que tentou por uma última (espera-se) vez com o actual plantel disputar o título; Dallas que fez (e conseguiu) o mesmo com um grupo de veteranos; Tim Duncan que não voltou a ser o mesmo para resgatar os Spurs do desaire contra Memphis; Memphis que por sua vez jogou endiabradamente atrás de Zach Randolph; Kobe Bryant que não teve grande ajuda do resto da equipa (alô, Pau Gasol?) para suplantar Dallas; Miami que tentou silenciar as críticas que choveram qual granizo durante toda a época, sendo Lebron James a principal figura da crítica, que se mostrou implacável face à falta de produção do MVP de 2009 e 2010 (o que talvez não aconteceria se Miami tivesse uma equipa equilibrada que não o fizesse mudar constantemente de posição para tapar buracos).

fonte: the startingfive.net

         E assim Dallas ganhou o primeiro título da sua história como equipa da NBA. A paciência e a equipa construída durante uma década prevaleceram sobre o “alinhamento estelar” de Wade, James e Bosh e o conceito de “equipa pronta a ganhar”. De uma perspectiva dos media que deram cobertura ao evento, ganharam os “bons” e perderam os “maus”. Eu diria que ganharam os melhores e perderam os que não o conseguiram ser. E os Dallas Mavericks são neste momento os melhores. Se conseguem repetir a façanha para o ano? A idade é implacável, só talvez com uma revigoração do plantel (Kidd, Terry, Nowitzki e Marion, do 5 inicial, têm todos mais de 30 anos). Miami não me parece que se tenha que preocupar demasiado em querer dominar os próximos anos, porque vai estar na melhor posição para tal. Mas com os contratos a aumentarem o seu peso nos próximos 5 anos, e com um acordo salarial que tarda em chegar (com um possível adiamento de meses do início da próxima época), o próximo ano é fulcral para Miami adicionar as peças que faltam enquanto os tectos salariais o permitem.

         A época pode ter terminado, mas as minhas crónicas vão continuando. Acreditem que há muito para se falar…

 

by Óscar Morgado

12
Jun11

Fogo sem Fumo

Alexandre Poço

 

Andar por aí

 

   Caros leitores, colegas e amigos, após a conversa que tive com os responsáveis pelo projecto Minuto Zero onde lhes comuniquei os motivos da minha ausência e a minha vontade de, por agora, sair do projecto que abraçei há cerca de um ano, queria deixar as minhas últimas palavras para todos vós. Ao longo de muitas semanas, gastei um pouco do meu tempo a escrever sobre uma das actividades humanas mais nobres - o desporto. Todos nós temos preferências e o meu desporto preferido como deram conta é o futebol. A meu ver, é um desporto apaixonante e viciante, embora cheio de males, vícios e comportamentos lamentáveis - resultantes da lógica comercial e altamente competitiva que o rodeia. Muitas vezes, assiste-se à vontade de ganhar, sejam quais forem os meios. Sei do que falo, pois fui jogador federado de futebol durante 8 anos e assisti (bem como, participei) em algumas "maroscas" para vencer o jogo ou a competição. Só quando nos afastamos do quente do jogo e da disputa pela vitória é que nos apercebmos que estamos a "vencer" com ajudas. Porém, ninguém disse quando se fundou o futebol que este seria um desporto perfeito, daí que se consiga entender algumas imperfeições. Recorrente nas minhas crónicas foi a preocupação e a reflexão sobre o meu clube de sempre, o Sporting Clube de Portugal. Tentei pintar de verde um blog onde me apercebi, desde cedo, que o maioritário era o vermelho. Apesar dos tempos não serem os melhores, nunca deixei de exibir na escrita a "garra" do Leão, o orgulho em ser sportinguista,  e a vontade de cumprir o sonho dos nossos fundadores - esforço, dedicação, devoção e glória. Sendo sportinguista ferranho, verde e branco por natureza, tenho esperança em melhores dias e quem sabe, já nesta próxima época seja possível voltar a ser Grande! Mudando de lado da auto-estrada, para mim ser sportinguista é inerente a ser anti-benfiquista (bem como, anti-portista, se bem que a distância regional acalme os ânimos), daí que tenha criticado muitas vezes o Benfica e exposto os seus "podres". Admito aqui perante todos: Gosto de ver o Benfica perder em todos os desportos, até em Xadrez ou a jogar à Sueca, fico contente com a derrota daqueles que são os maiores rivais do meu grande clube. Nunca se esqueçam do seguinte - o Sporting não é um clube de bairro ou cidade, mas sim, de Portugal! Por fim, agradeço a todos os que acompanhavam semanalmente as minhas crónicas, deixando uma palavra especial aos coordenadores deste projecto que tem pernas para andar. Não saio triste nem ressentido com ninguém, saio apenas porque começou a ser difícil conciliar a minha presença neste projecto com outras actividades em que estou envolvido. Desejo a todos os colaboradores e leitores do Minuto Zero, as maiores felicidades. A todos um Muito Obrigado e como dizia o outro, "não vou estar por aqui, mas vou andar por aí"!

 

by Alexandre Poço

12
Jun11

Área de Ensaio

Pedro Santos

O “Parente Pobre” do Desporto Nacional

 

 

     

       Na passada sexta–feira, 10 de Junho às 19:00 horas, mudei de canal para a RTP 2 e nada. Coloquei na Sport TV e nada (em nenhum dos 3 canais), tentei na Eurosport mesmo sabendo que teria pouco sucesso. O resultado foi o mesmo dos outros canais.

       Perante este desinteresse, ninguém diria que uma Selecção Nacional estava a defender o nome do país numa prestigiada competição internacional.

Mas estava. A esta hora, a Selecção Portuguesa de Rugby defrontava, em Bucareste, a equipa Argentina Jaguares, na primeira jornada do IRB Nations Cup deste ano.

       Mas, primeiro, o que é o IRB Nations Cup? È uma competição sob a chancela do IRB (Internationa Rugby Board), que visa desenvolver e fomentar a competitividade em selecções que têm menos oportunidades de o fazer. Ao contrário das equipas que disputam o Torneio das 6 Nações ou o Tri Nations Cup, existem selecções que não entram em competição frequentemente e esta estratégia passa por dar experiência de competição a selecções mais fracas. Na Europa existe o IRB Nations Cup, na Ásia/Pacifico o Pacific Nations Cup e na América, o Americas Rugby Championship.

       O IRB Nations Cup disputa-se anualmente desde 2006, e esta é a segunda vez que a Selecção Portuguesa é convidada a participar. Na edição deste ano estão também presentes a Geórgia, a anfitriã Roménia, a Namíbia e duas equipas convidadas, os Argentina Jaguares (a selecção “B” da Argentina) e também os South African Kings, uma equipa sul-africana.

      Esta edição tem um interesse especial: em ano de Mundial, poderemos assistir a três equipas que estarão em Setembro na Nova Zelândia, Geórgia, Roménia e Namíbia. E também nos argentinos Jaguares existem jogadores que poderão vir a garantir um lugar na principal equipa argentina.

 

       Passemos agora ao segundo ponto: não é dever da televisão pública fazer um acompanhamento das selecções nacionais? Não deveriam eles também ter um papel de levar o desporto às pessoas e desenvolver nelas o gosto pela actividade física? Em última analise, a Sport TV, televisão que tanto tem feito pela modalidades amadoras, como pôde passar ao lado deste jogo e do torneio?

       A partir do momento em que a televisão pública não transmitiu o Rugby World Cup 2007, onde participou a Selecção Portuguesa, tudo é possível. Longe vão os tempos em que a RTP transmitia aos fins-de-semana de manhã, jogos do então Torneio das 5 Nações. Mas há muito que a televisão pública se desinteressou do rugby, pois também há muito que a televisão pública perdeu o seu sentido de dever público. Apenas interessa o que proporciona patrocínios e receitas.

       Nos últimos tempos tem valido a Sport TV, que, apesar de ser um canal privado, tem-se interessado bastante pelas modalidades. Mas nem eles transmitiram o jogo.

       E o argumento de que o jogo era na Roménia não é válido pois, à mesma hora, a Sport TV 2, transmitia um jogo entre a Sérvia e Portugal a contar para a Liga Mundial de Voleibol, em directo de Belgrado. Neste caso pura e simplesmente não houve interesse.

      Acabei por assistir ao jogo de qualquer forma. Contudo garanto que não é agradável seguir o jogo com os comentáriosem romeno. Nunca chegamos a perceber se estão a comentar uma jogada ou simplesmente a insultar-nos.

      Portugal venceu o jogo por 25-21, e apesar de algumas falhas defensivas, esteve bastante bem no jogo, mesmo sendo esta uma selecção “B” da Argentina, o seu valor é inquestionável. Além disso, Portugal não pôde contar com muitos dos seus habituais titulares.

       Na próxima quinta–feira, a Selecção Portuguesa volta a entrar em acção para defrontar a Selecção da Namíbia. Mais uma vez, o jogo não será transmitido por nenhuma estação televisiva portuguesa.

 

By Pedro Santos

11
Jun11

Notas de Fim-de-semana

Minuto Zero

     1. Nos últimos dias Fabio Coentrão tem estado no centro das atenções, dentro e fora de Portugal, depois das polémicas declarações acerca da sua saída para o Real Madrid.

     Como resultado, jogador conseguiu apenas prejudicar a sua carreira, bem como o clube ao qual está contratualmente ligado, afastando possíveis interessados, mas também prejudicando a sua relação com a direcção encarnada.

     Para o Benfica, face à necessidade de receitas provenientes da venda de jogadores, o negócio de Fábio Coentrão seria, em princípio a principal fonte de rendimento esta temporada. Os 30 milhões fixados como clausula de rescisão, permitiriam por exemplo manter no plantel jogadores como Óscar Cardozo ou mesmo Carlos Martins, por ora segundas escolhas para gerar receitas, sendo que a venda dos seus passes não deveria passar dos 20 milhões (no caso do primeiro) e 6 (caso do segundo), soma que não chegaria para aos números de Coentrão.

     As declarações de Coentrão, frisando que somente sairia para o Real Madrid, afastam a possibilidade de concorrência de outros colossos europeus, deixando caminho aberto para uma negociação mais favorável aos merengues. Estas declarações, podem custar ao Benfica mais de 5 Milhões de euros... o próprio agente do jogador, Jorge Mendes, sai prejudicado do negócio.

     Com esta situação, criada pelo próprio jogador, a sua permanência na luz torna-se incomportável, sendo o processo levantado inteiramente justo. Ao contrário do que foi dito por Joaquim Evangelista (Presidente do Sindicato dos Jogadores Profissionais), em mais uma das suas desnecessárias e infundadas declarações, o comportamento de Fabio Coentrão, não corresponde de modo algum à defesa dos seus próprios interesses pessoais, enquanto jogador, visto que agora, não só irá prejudicar o Benfica, que continua a ser o clube ao qual está ligado, mas também fecha as portas a outros clubes que não os madrilenos.

     Do lado do Real a situação é totalmente favorável: Coentrão não é sequer, principal alvo de mercado neste momento, estando as atenções viradas para a contratação de um avançado. Para além disso, existe Marcelo, boa opção para a lateral-esquerda, secundado pelo polivalente Arbeloa. Os meregues estaram dispostos a avançar com cerca de 23, 24 milhões, bem aquém dos 30 fixados contratualmente como clausula de rescisão.

     O resultado de toda esta novela de Verão será, por fim, a saída de Fábio rumo a Espanha, por valores bem mais interessantes para o Real Madrid do que para o Benfica, sendo que os encarnados terão depois de encontrar solução para substituir Coentrão, previsivelmente pela contratação de um jogador com valor de mercado entre 3 a 6 Milhões de euros... curiosamente a diferença entre o que o Real oferece e os tão falados 30 Milhões de euros.

     Olhando todo este raciocinio, não terá sido do interesse do Real Madrid todas estas declarações? O próximo passo do Benfica deve ser claramente, investigação dos factos, apresentando posteriormente, uma queixa bem fundada, nas instituições responsáveis, nomeadamente na FIFA.

 

 

 

 

 

 

     2. Começa este Sábado mais uma edição do Europeu de Sub-21, na Dinamarca. Mais uma vez sem presença da selecção nacional, entram em campo 8 equipas na busca de um troféu, o qual tem perdido claramente nos últimos anos, alguma reputação e crédito.

Cada vez mais se fala em torneios sub-20 e sub-17, como locais ideais para prospecção de grandes valores, colocando o torneio sub-21, mas também o torneio Olímpico de sub-23, não como torneio de esperanças, mas como provas nas quais, jogadores com carreiras iniciadas à 3,4 temporadas mostram o seu valor aos seleccionadores AA. Já nenhum clube de top espera por estas idades para avançar para a aposta num jogador, esta, é feita logo à passagem para a idade adulta.

 

     Em destaque, na edição 2011, antes mesmo de entrar em campo, Inglaterra e Espanha surgem como grandes favoritas, na teoria, à conquista do troféu.

     Mais uma vez, Espanha apresenta-se com uma equipa recheada de grandes valores, a maior parte já verdadeiramente confirmados como jogadores de grande nível, outros, tentando ainda lançar em definitivo as suas carreiras.

     Nomes como Javi Matinez (Bilbao), Mata (Valência) ou Diego Capel, são, desde à algum tempo, membros do lote de escolhas da selecção AA espanhola. Outros, como De Gea (Atlético Madrid), Parejo (Getafe), Aspilicueta (Marselha), Ander (Bilbao) ou mesmo Bojan (Barcelona), puderam também a esse nível a curto prazo.

     Para além destes, surgem ainda jogadores à procura de rotação internacional, com valor indiscutível, caso dos catalães Thiago, Jefren, Montoya ou do agora jogador do Atlético de Madrid Adrian.

     Do lado dos ingleses, uma seleção também ela recheada de valores já confirmados, como Smalling (Manchester), Hendersen (Liverpool), Rodwell (Everton), Welbeck (Manchester), Albringthon (Aston Villa) ou Sturrige (Chelsea).

     Para alem destes, surgem ainda jogadores como Phil Jones (recém chegado ao Manchester United), Delfoneso, Cleverley ou Kyle Walker.

 

     Resta agora ver o que valem, ao nível do relvado estas duas constelações, num torneio que reune ainda Dinamarca, Bielorrússia, Islândia, Rep.Checa, Suíça e Ucrânia.

 

By Tiago Luís Santos