Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Minuto Zero

A Semana Desportiva, minuto a minuto!

A Semana Desportiva, minuto a minuto!

Minuto Zero

15
Mai11

Área de Ensaio

Pedro Santos

 

A Participação de Portugal no Campeonato do Mundo de Rugby

 

 

               Numa altura em que nos aproximamos do Campeonato do Mundo de Rugby, que terá lugar na Nova Zelândia já a partir de Setembro, creio ser altura de reflectir sobre a participação de Portugal no último Mundial e quais os dividendos que daí retirámos.

               A Selecção Portuguesa de Rugby qualificou-se em Março de 2007, vencendo o Uruguai depois de uma série de repescagens. Logo a seguir à qualificação ficou a saber-se que os adversários no Mundial seriam de peso (Escócia, Itália ou os All Blacks). Foi logo estabelecido que a preparação dos jogadores seria de cariz profissional (apesar dos jogadores serem amadores) de forma a fazer a melhor prestação possível. E mesmo sem vencer qualquer partida, a postura dos jogadores dentro e fora do campo foi excepcional, defendendo sempre o nome de Portugal.

               Contudo não é isto que pretendo analisar, pois creio que os jogadores fizeram tudo o que podiam.

               Logo a seguir à qualificação, e durante todo o certame, “choveram” felicitações de vários quadrantes da sociedade. Felicitações e promessas.

               Tanto da parte da Secretaria de Estado do Desporto, como da Federação Portuguesa de Rugby ou mesmo do próprio IRB (International Rugby Board, o órgão que tutela o rugby mundial), foram feitas promessas de que o rugby português seria ajudado a crescer. Acreditou-se que iríamos “dar o salto” e conseguiríamos criar as bases para um desenvolvimento sustentado que nos permitisse assumirmo-nos como uma equipa de segunda linha europeia logo depois das crónicas participantes do Torneio das 6 Nações. Fizeram-nos crer que as ajudas chegariam, que se criariam infra-estruturas condignas e que se apostaria na formação tentando por esse caminho descobrir novos valores.

              Quatro anos passaram e o que é que mudou? Chegou o dinheiro para desenvolver os campos e as restantes infra-estruturas? O rugby em Portugal desenvolveu-se ao ponto de conseguirmos uma nova qualificação para outro Mundial? Conseguimos que os nossos clubes passassem a disputar alguma competição europeia de clubes? O nosso campeonato tornou-se mais competitivo? Criaram-se condições para que os nossos jogadores construíssem carreiras a nível europeu? Infelizmente a resposta a todas estas perguntas é não. Nada disto se conseguiu. Falhámos a qualificação para o Mundial deste ano, os nossos clubes não têm sequer hipótese de disputar uma qualificação para a Heineken Cup ou para a European Challenge Cup, aliás o nosso campeonato continua tão “competitivo” que quando começa já se sabe quais serão os 4 que se qualificarão para o play off do título. Salvo raras excepções, Direito, CDUL, Belenenses e Agronomia são os crónicos candidatos actualmente (e os restantes clubes não parecem importar-se muito). Em relação aos nossos jogadores, alguns houve que a seguir ao mundial conseguiram oportunidades em alguns clubes na França, Itália ou Espanha, mas a maioria regressou a Portugal passado pouco tempo.

                À luz de tudo isto, podemos concluir que a participação de Portugal no Campeonato do Mundo de Rugby na França em 2007, pouco ou nada trouxe de positivo ao rugby português uma vez que está praticamente tudo na mesma, pouco ou nada se aproveitou e desenvolveu e muitas das promessas que foram feitas ou nunca se chegaram a materializar ou foram certamente muito mal aproveitadas.

               Mas não podia concluir sem referir alguns aspectos positivos pois, apesar de poucos, também os houve. Reafirmo que não por culpa de quem prometeu e não cumpriu, mas sim por causa dos homens que dentro do campo deram tudo para honrar as camisolas que envergavam (sim porque no rugby, especialmente na selecção, ainda há “amor à camisola” pois só assim se explica que os jogadores façam os sacrifícios que fazem).

               É indiscutível que hoje se fala mais de rugby do que antes da nossa participação no mundial. Hoje em dia muito mais gente conhece o desporto e aprecia-o. Associado a isto, cresceu também o número de jovens que pratica a modalidade, algo que para mim é imprescindível para o sucesso e crescimento da modalidade.

               Creio que foi sobretudo isto que se aproveitou na nossa presença.

               Obviamente que as ajudas que nos prometeram teriam sido bem-vindas, contudo tem que partir das instituições que tutelam o nosso rugby o caminho a seguir. Caberá à federação, e aos clubes, definir se querem “dar o salto” que nos permita batermo-nos de igual para igual com qualquer outra selecção, ou se querem continuar neste paradigma em que os sucessos são espontâneos e fruto do trabalho e paixão de umas dezenas de jogadores.

 

By Pedro Santos

 

 

14
Mai11

A Guerra das Rosas

Pedro Salvador

 

O início do fim

 

 

 

 

 

 

               Ontem tive o prazer de me deslocar ao Dragão Caixa para ver o primeiro jogo das finais da Liga Portuguesa de Basquetebol, em que o Porto derrotou o Benfica por uns assombrosos 95 – 69. E, para além de sair do pavilhão com os tímpanos a tremer devido à atmosfera ensurdecedora no interior do recinto, devo ainda dizer que saí com uma sombra de dúvida acerca do meu conhecimento da equipa do Benfica em termos basquetebolísticos. É que eu pensava, até ontem à noite que o Benfica era Bicampeão Nacional, e ontem jogaram ao nível de uma equipa de meio de tabela, pelo que fiquei extremamente confuso.

               Os jogadores estavam completamente apáticos, as jogadas não saíam, os lançamentos eram horrivelmente selecionados, para não mencionar que pouco se fez no banco para alterar a mudança dos acontecimentos. Uma destas coisas pode acontecer às vezes a um candidato ao título, mas não todas em simultâneo, e muito menos contra o outro candidato ao título. Aliás, o Benfica ainda agora não deve saber o que é que o atingiu ontem no Dragão.

               Moncho Lopez, treinador dos azuis e brancos, disse ontem no final do jogo: "É bonito ganhar assim, mas o mais bonito é vencer no final. A diferença não tem valor para o 2.º jogo. Não ganha o campeonato quem marca mais, mas temos de estar satisfeitos porque estamos na frente, a vencer por 1-0". Eu, na minha modesta opinião de espectador, não estou de acordo.

               Em termos de classificação, o Porto ganhou ontem, adiantou-se na eliminatória, que ficou 1 – 0. Ponto. Mas em termos reais, o jogo de ontem deixou uma cicatriz de 26 pontos no Benfica que ninguém sabe se vai ser curada até ao jogo de amanhã, agravada ainda por uma má qualidade de jogo por parte dos benfiquistas desde o início das meias finais. O Benfica vence mas não convence, e agora encontrou pela frente uma equipa que vence e convence. Como resultado, creio que ontem só Greg Jenkins e, em certas alturas, Ben Reed e Sérgio Ramos jogaram bem pelo Benfica. De resto, foi um vazio de ideias na área ofensiva.

               O jogo de ontem trará uma de duas respostas por parte do Benfica para o próximo jogo: ou o Benfica se concentra e começa a jogar como equipa, de modo a apagar a má imagem deixada no primeiro jogo, ou então será outro jogo desigual, e o título (muito) mais próximo da cidade do Porto pela primeira vez desde o início da LPB.

               Pelo bem do basquetebol nacional, francamente espero que o Benfica se recomponha. Sei que o talento está lá, a experiência também, só faltam os resultados. Foi difícil ver os encarnados ontem com a equipa titular completa a jogar de forma equilibrada com Pedro Catarino, João Soares ou Diogo Correia na parte final do jogo, jogadores que, apesar de serem altamente talentosos e promissores, são ainda jovens e ainda não atingiram o pico do seu jogo.

               Esperemos que haja equilíbrio nos restantes encontros, e que se vejam excelentes jogos de basquetebol.

               Ainda a título informativo, as meias finais da Proliga perspectivam-se interessantes, e prestes a carimbar a subida para o escalão principal do basquetebol português, estão já o Terceira Basket e o Barcelos. Resta saber é quem é que vai ser o campeão...

 

 

 

14
Mai11

Liga Zon - destaques da época

Minuto Zero

1. Manuel Machado continua a demonstrar a sua competência ano após ano. Falta-lhe no entanto conseguir marcar posição firme na liga, para puder dar o "salto", tal como fez Jorge Jesus ao serviço do Braga.

Em Guimarães, com um projecto ambicioso nas mãos, e diga-se, com um dos melhores planteis do Vitória dos últimos anos, não mais conseguiu do que ficar imediatamente atrás do lote dos 4 candidatos ao título.

Em campo, longe da teoria que por vezes em nada resulta, o Vitória foi um verdadeiro camaleão táctico. Como é praxe em Manuel Machado, as variações estratégicas das suas equipas, alternam conforme a capacidade do adversário. Se é verdade que estes ajustes são naturais, não se justifica no entanto que estas alterações se tornem demasiado normais. Com um plantel da profundidade deste Guimarães, pedia-se, pelo menos, uma atitude diferente.

Contra os grandes, uma equipa de contra-ataque, baixa as linhas enormemente, e vive dos rasgos de Targino, João Ribeiro, ou Maranhão. Por vezes funcionou, como contra o Porto ou Benfica na primeira volta, mas a verdade é que a própria equipa se parece reduzir a uma condição de menoridade preocupante. Contra os "outros" do campeonato, do seu campeonato, Manuel Machado forma uma equipa altruísta, incisiva, mas sempre claro, com precauções evidentes. Um outro Guimarães, talvez nem sempre com os resultados desejados, mas onde deixava claramente perceber que estava ali uma equipa que poderia ir mais além.

Tamanha falta de consistência e rotinas, foi adulterando também a capacidade para assumir em jogos contra equipas, as quais, seriam factualmente mais fracas.

 

Ficam no entanto deste Guimarães um serie de jogadores que mostraram enorme capacidade. Em especial, 3 brasileiros, aquisições de grande nível.

Em primeiro lugar Bruno Teles, defesa lateral-esquerdo, ataca bem, mas, defende melhor. Estilo altivo, lateral dinâmico de boa capacidade. Marcelo Toscano, avançado brasileiro, chegou marcando 3 golos no seu primeiro encontro. Ao longo da época mostrou as credenciais afirmando-se como titular nos minhotos. Forte fisicamente, joga nas costas de um avançado mais fixo, procurando bem as faixas. Excelente remate e boa definição técnica, se continuar a evoluir será cada vez mais um caso sério.

Edson Sitta. Regressou a Portugal pela mão de Manuel Machado, tornando-te no inicio da temporada o jogador que garantia capacidade em ambas as transições. Era, juntamente com João Alves, o dínamo do meio-campo do 4x1x2x1x2 (4x4x2 losango) de Manuel Machado. Acabou por perder grande parte da temporada, sendo que motivou também alteração gradual do sistema para 4x2x3x1, face à sua ausência.

 

Ficamos à espera de que o próximo ano seja a confirmação de um ambisioso projecto, junto do grupo dos 4, e não dos restantes 11 do campeonato.

 

 

2. Em Paços de Ferreira mais uma boa temporada. Rui Vitória, assumiu rapidamente a responsabilidade de manter a tradição de bom futebol na capital do móvel.

Não mexeu no essencial, a cultura própria do Paços, sua imagem de marca: equipa agressiva a pressionar, sobretudo em casa, com forte aposta em extremos rápidos e um meio-campo forte.

Apesar de ter de se restruturar época após época, a equipa continua a anotar bons resultados, relendo alguns dos mais promissores jogadores do futebol nacional. Este ano, ficam as notas de destaque para o lançamento de David Simão, Caetano, Pizzi ou Nelsón Oliveira, que encontraram em Paços de Ferreira o habitat natural para o seu futebol, tecnicamente evoluído, mas sobretudo aventureiro e rebelde. Atrás, no meio-campo, Leonel Olimpio (de saída), Leão ou Anunciação garantem a competitividade da equipa. Uma bela mescla de experiencia e jovialidade que promete voltar na próxima temporada nos mesmos moldes.

 

3. Provavelmente a maior proeza da época, na fuga à despromoção. De ultimo classificado, o Rio Ave de Carlos Brito termina em 8(!). De praticamente despedido, Carlos Brito passa a treinador com contrato renovado.

No inicio do ano, apontei esta equipa como um dos melhores projectos no nosso campeonato, com um plantel capaz de fazer estragos. A falsa partida na primeira metade da temporada, pareceu claramente desadequada para a capacidade de jogadores como Braga, Vítor Gomes ou Bruno Gama, e claro, o eterno goleador João Tomas.

Acabam a temporada em grande forma, mostrando um bom futebol, com aposta clara em jogadores rápidos, que servem um posicional (porque a idade já mexe) João Tomás. Bruno Gama e Yazalde, dois bons exemplos de jogador tipo do futebol português, rápidos, repentistas, extremos ou segundos avançados de rasgos. O grande problema é quando as equipas não entendem os seus desequilíbrios, e não os servem convenientemente. Foi o problema do 4x3x3 do Rio Ave na primeira metade do campeonato, é a grande força do Paços de Ferreira, mas também é o principal problema da maioria dos emblemas da primeira divisão nacional.

Quando os rasgos se transformam em movimentos de um homem só, inconsequentes na maioria das vezes, jogam aos "repelões".

 

 

By Tiago Luís Santos

13
Mai11

Voleibol à Sexta

Sarah Saint-Maxent

Como passar o verão

 

               A maioria dos campeonatos nacionais já acabou. Começa o verão, o calor, o descalçar das meias e dos ténis, a troca de equipamentos pelos calções de banho: começa a época mais dura do voleibol.

               Esqueçamos por momentos as competições internacionais de voleibol indoor; trata-se aqui de dedicar umas palavras a esse desporto que é dos mais exigentes que já tive oportunidade de observar. O voleibol de praia é um desporto intensíssimo: é o reino do suprassumo dos atletas. Só os jogadores inteligentes, tecnicamente fortes e fisicamente resistentes conseguem vingar por aqui.

               Sabemos bem que qualquer desporto praticado na areia se torna muito mais duro que o seu congénere de pavilhão. Aqui, é mais do que isso: o voleibol indoor é um desporto do ataque, da eficiência. O voleibol de praia é o desporto da defesa.

 

 

vagueando.forumeiros.com

 

 

               Não se trata de ter um grande ataque. Para vingar no voleibol de praia, é necessário conseguir contrariar o side-out e fazer aqueles dois ou três pontos, que ditam o resultado do set, com uma defesa impossível ou um bloco esmagador. A defesa baixa complementa a defesa alta para criar um desporto em que a química da dupla dita o resultado.

               Deixemos para trás a equipa formada por seis elementos que se entrusam e se ajudam. Aquela equipa em que se um dos jogadores está menos bem, os outros cinco apoiam, protegem, contornam a questão. Este é o desporto da perfeição: apesar da dureza extrema, ambos os jogadores têm que estar no seu melhor. Não há forma de disfarçar um jogador claramente em baixo de forma. Será para ele que servimos, porque pode falhar a receção e porque, ainda que não falhe, o ataque será provavelmente mais acessível do que o do seu companheiro. Não pode haver «em baixo de forma».

               O voleibol de praia é uma cereja em cima do bolo - a oportunidade de ver em pormenor a capacidade dos jogadores individuais. E os torneios estão aí ao virar da esquina.

               E é também, claro, a única altura em que até é bem agradável ver voleibol feminino.

 

by Sarah Saint-Maxent

Esta crónica foi escrita ao abrigo do novo acordo ortográfico

12
Mai11

Pelo nosso futebol – Tardes de Sábado bem passadas

Minuto Zero

Quem disse que o futebol de Sabado à tarde se resume aos frenéticos jogos da Premier League? Certo é que são um belissímo espetáculo, mas a verdade é que existe uma variedade, maior do que o aparente, de opções para se passar uma boa tarde de futebol.

 

Duas semanas, 2 jogos de escalões inferiores do nosso futebol (porque o tempo não dá mesmo para mais), mas sobretudo, dois exemplos de bom futebol:

 

Padroense vs Boavista e Varzim vs Gil Vicente.

 

No caso do primeiro, o resultado foi provavelmente o que menos contou. Ver novamente as camisolas axadresadas deu a sensação que está ali, na 2 Divisão, parte importante do património futebolístico português. Mais estranho do que ver o Boavista jogar na 2ª, é a expectativa de ver o Boavista dos velhos tempos emergir repentinamente e, nada. Em 2011, restam as camisolas, mas sobretudo a fantástica massa associada que não se cansa de apoiar o clube mesmo nesta fase de desterro.

Em pleno estádio do rival pela subida, Padroense, milhares de adeptos axadrezados juntaram-se no terreno do rival, promovendo uma incrível mancha humana que lotou o estádio.

Em campo, a sensação estranha, de imaginar o que poderia jogar este Boavista, lembrando sobretudo equipas passadas… o nível dos antigos campeões nacionais está agora num outro patamar. Uma equipa até algo cinzenta, com bons valores é certo, sobretudo atendendo a que joga na 2ª Divisão, mas um jogo muito descaracterizado. Sobretudo procurando neste jogo fora um resultado positivo (empate ou vitória), cedo se percebeu que o respeito pelo adversário foi levado demasiado à letra. Olhando para a tabela, o agora 2º classificado da 2º Divisão Zona Centro, até vem marcando bastantes golos. Os destaques, talvez os “velhinhos” Rui Dolores (ex-Beira-Mar) e Renato Queiroz (ex-Paços) ou o campeão nacional Mário Loja, mas tudo em rotações muito baixas (todos com 33 anos).

Do quezilento 0-0 emegiu no entanto o principal motivo para continuar a assitir à partida transmitida pelo Porto Canal: Silva, avançado de 24 anos, nascido em São Tomé, mas de nacionalidade portuguesa. Avançado raçudo, embora não muito alto(1,75m) revela capacidade de resistir ao choque fora do comum. Com bola é vê-lo romper em potência… quase diria que é mais rápido com bola do que sem ela. Um diamante por lapidar, na próxima temporada será jogador do Paços de Ferreira.

 

 

Desta vez na Liga Oranjina, mais um belo espectáculo de futebol. Na Póvoa, o candidato à descida Varzim recebia o Gil Vicente, ainda com possibilidades de subida à primeira.

Mais do que o 1-3, para os naturalmente favoritos gilistas, ficam meia duzia de bons nomes para reter no contexto do futebol português.

Do lado do Varzim, clube que vai sobrevivendo com jogadores formados na cantera, muito por causa dos graves problemas financeiros que atravessa, sobressaem vários jogadores de bom potencial.

Neto, central de 22 anos, central com boa mobilidade, não tem uma estampa física impressionante, apesar de estar longe de ser fraco, mas compensa em capacidade para ler os lances e antecipação, quanto baste para jogar na Liga Zon em muitas equipas. Para além disso saí bem a jogar com bola, tem capacidade de passe e recupera rápido. Bem trabalhado está aqui um belo central sem dúvida. No meio-campo, com o 10, Tiago Terroso, esquerdino talentoso, de 23 anos, mostra-se a clubes de maior dimensão esta temporada com belíssimas exibições. Pode jogar ao cento ou na esquerda do meio-campo, tem um pé esquerdo de grande classe. Precisa, tal como Neto de dar o salto quanto antes.

Depois dois miúdos, Salvador Agra, extremo habilidoso, e o jovem ponta-de-lança Rafael Lopes, avançado de boa mobilidade e facilidade de remate. Ambos  jogadores da selecção sub-20, prometem mostrar o seu valor no mundial da Colômbia, depois uma boa época no Varzim.

Do lado do Gil dois belíssimos talentos. Zé Luis, Cabo-Verdiano de 20 anos, feitos já este ano. Ponta-de-lança com boa impulsão, alto, cabeceia bem e ainda joga bem com os pés. Bom finalizador, impressiona pela capacidade física. Penso que bem trabalhado será um dos melhores ponta-de-lanças a jogar em Portugal no futuro.

Entrado apenas para o último quarto de hora, Hugo Viera, avançado que faz todas as posições do ataque, tanto como extremo ou nas costas do avançado, virou literalmente o jogo de “pernas para o ar”. Vindo de lesão complicada, mostrou em vários lances uma rara capacidade técnica, esclarecido, ainda ofereceu um golo a Zé Luís. O lance que fica na memória merecia no entanto melhor sorte. À entrada da área do Varzim, tira dois adversários da frente com um golpe de rins incrível… infelizmente a bola ressaltou no calcanhar evitando que ficasse na cara do guarda-redes de negro.

Ambos são apontados ao Braga para a próxima época.

 

 

 

Nota do Director:

 

Face ao actual período de exames, e sendo a maioria da equipa estudante de Ciências da Comunicação na Universidade Nova de Lisboa, alguns artigos poderão sair com algum atraso. Por esse motivo fica o sincero pedido de desculpas da administração, esperando puder retomar a normalidade em breve.

 

 

 

By Tiago Luís Santos

10
Mai11

Steve Field

Steve Grácio

 

Uma sensação Bracarense

Ver este Braga jogar é ver inteligência pura. Ver este Braga jogar é ver a essência pura de um futebol Italiano que, quanto a mim, é do melhor que há. Pegando no jogo que decidiu a passagem à final contra o Benfica, o Braga foi a equipa que melhor entendeu o jogo durante os 90 minutos e, por consequência, garantiu justamente o passaporte para Dublin.

Com o seu habitual 4x2x3x1, Domingos, como excelente estratega que é, dos melhores a nível nacional, lança uma surpresa ao fazer alinhar Mossoró para impedir o início de construção encarnado pelo pivot defensivo. Com Mossoró em campo, Javi nunca conseguiu ter o tempo e espaço que necessita para iniciar a construção. Sabendo Domingos que Javi não é um trinco muito forte na construção, necessitando de algum espaço para pensar, colocar um jogador como Mossoró naquele espaço táctico foi fundamental para anular o Benfica.

No momento defensivo, o momento mais em foco na equipa Bracarense, todos os jogadores recuavam, com a excepção de Meyong que permanecia “encostado” aos centrais, para de seguida iniciar o ataque rápido, sobretudo a partir da largura que os médios ala/extremos davam à equipa. Ao partir para o ataque rápido, a equipa do Braga nunca fica descompensada, mantendo sempre 5/6 jogadores atrás da linha da bola.

Ora, se a equipa adora jogar em ataques rápidos, sempre com uma forte organização defensiva, como é óbvio estão “como peixe na água” em vantagem do marcador, ao contrário do Benfica que entende melhor o jogo quando necessita de o inverter, pela dificuldade que tem em gerir os momentos do encontro. Com contrastes evidentes, ganharia a equipa que melhor entendesse o jogo, ganharia o treinador que montasse a melhor estratégia. Domingos deu “um banho táctico” ao “mestre da táctica”, como muitos lhe chamam e não o entendo, sem querer lhe tirar algum mérito pelo que já alcançou.

Porém, apesar de toda a justiça no desfecho, não consigo não ficar desiludido com a derrota do Benfica. Fez melhor campanha que na edição anterior? Fez. É mais humilhante perder com o Braga do que com o Liverpool decepcionante da época transacta? Não, de todo. Então o que me faz ficar desapontado com o Benfica e com Jorge Jesus?

Como já referi, a dificuldade em gerir os momentos do jogo, sobretudo em vantagem do marcador. Uma equipa grande tem de o saber. Porto e Braga são exemplos do sucesso que se consegue alcançar com tal sabedoria. Milan é um exemplo no campo oposto pois, tal como o Benfica, tem sérias dificuldades nesse capítulo, como se viu na Champions.

Em segundo lugar, o mau planeamento do plantel. Uma equipa, sobretudo uma equipa grande, não pode depender de ninguém. A dependência de Salvio e do melhor Saviola é excessiva. Em terceiro lugar, tal como Luís Filipe Vieira afirmou, o plantel encarnado é insuficiente para as ambições do clube. Comparando com o rival Porto que tem 16/17 jogadores de elevado nível, o Benfica tem apenas 12/13, muito escasso para tantas frentes.

Por último, e a mais grave na minha óptica, a fraca gestão do plantel encarnado por parte do treinador. Jesus, como treinador “da velha guarda”, (não quer dizer que seja pior por isso, tem é noções diferentes) entende que deve gerir o esforço da equipa descansando todos os atletas, o que é totalmente errado. Vejamos dois exemplos: O Porto, presente em todas as frentes e com o campeonato ganho há bastante tempo, nunca tomou tais atitudes no campeonato, utilizando sempre o melhor onze. Com o decorrer do jogo sim, rodava o plantel da melhor maneira possível. Com isto, além de gerir o esforço dos mais utilizados, integrava os menos utilizados (veja-se no que deu Guarin e James com esta gestão e no que vai da Rodriguez), coisa que o Benfica nunca conseguiu fazer, mesmo com os seus menos utilizados com mais minutos de jogo. Curioso, não? Mourinho contra o Valência, em vésperas de encontro com o Barcelona para a Champions, lança Ronaldo na partida com 6-1 na partida. Jorge Jesus nunca o faria, poupava o jogador. Mourinho fez porque sabe que o jogador descansa mais em campo, por mais incrível que possa parecer. O relaxamento táctico com que Ronaldo entrou na partida, já com o encontro mais que decidido, só beneficiou o atleta.

Ora, com o campeonato já decidido, penso que esta teria sido a melhor opção de Jorge Jesus. Opção semelhante a Villas Boas e a Mourinho. Descansar os jogadores fazendo-os jogar, mas jogando sem quaisquer tipos de pressões, pois o campeonato só servia para cumprir calendário. O Benfica só teria ganho com uma melhor gestão do treinador. Mais que o descansar em termos físicos, o descansar mental é fundamental.

No entanto, não questiono Jesus. Penso que deve continuar no clube, mas com outro tipo de gestão. O Benfica necessita disso. Questiono apenas o rumo que deu ao Benfica desta época. Não me “preocupa” a ausência de títulos, (houve um super Porto…) a competência de um técnico não se mede apenas pelos títulos, preocupa-me sim a distância que o clube teve de os ter e os métodos que utilizou. Contudo, não quero retirar o mérito Bracarense. O Braga vai merecidamente a Dublin, fruto de toda a sua competência táctica.

Na final, curiosidade em ver a reacção da equipa ao anúncio oficial da saída do seu treinador, o grande responsável por todo o sucesso. Perspectiva-se um excelente jogo, com as duas melhores equipas portuguesas do momento. Porém, dificilmente o Porto não sairá vencedor. Penso que caso marque primeiro, fruto do que já referi, sairá vencedor. O Braga para vencer, na minha opinião, terá de marcar primeiro e gerir o encontro como bem sabe. Que a primeira final europeia entre equipas portuguesas fique marcada pelo espectáculo, mais que pela proeza alcançada.

 

10
Mai11

Buzzer - Beater

Óscar Morgado

O fim de uma dinastia

 

      É oficial. Os Los Angeles Lakers foram ‘varridos’ a 4-0 nas semi-finais da Conferência de Oeste pelos Dallas Mavericks. Ninguém esperava, mas aconteceu. A década que foi dos Lakers (5 dos 10 campeonatos foram por eles conquistados) está oficialmente terminada.

      Confesso que como amante da modalidade foi triste ver grandes jogadores como Lamar Odom ou Andrew Bynum desatarem em faltas flagrantes (que expulsam jogadores) desnecessárias, uma delas que podia ter tirado largos meses de competição ao pequeno base de Dallas, J.J. Barea. Por muito que a frustração tome conta dos jogadores, é impraticável descarregar a fúria em colegas de profissão. Também foi lamentável um jogador que há umas semanas aqui louvei (e defendi), Pau Gasol (e continuo a defender), não tenha estado nem sequer perto nem a meia distância do rendimento que pode dar a uma equipa como Los Angeles. Embora tenha sido um mal de toda a época, apesar de  a ter começado em grande forma, sentiu-se mais no playoff.

      E Phil Jackson, treinador mais condecorado da história da NBA (os seis títulos dos Chicago Bulls de Michael Jordan dos anos 90 foram ganhos sob a sua orientação como treinador principal), vai para a sua anunciada reforma (que tanto quanto se sabe pode ser temporária) sem que o queiram deixar sair pela porta grande, o que também é lamentável, dado o seu ilustre trabalho. Se esta época os Lakers não conseguiram alcançar mais a culpa não foi sua, parece-me.

      Mas obviamente não foram só os Lakers que perderam a eliminatória. Os Dallas Mavericks, principalmente, ganharam-na. E são eles que têm mais mérito que Los Angeles tem desmérito: execução sem falhas, 4 vitórias consecutivas, record de playoff para mais lançamentos de 3 pontos convertidos (20!) num jogo (jogo 4), e toda uma equipa equilibrada e bem orquestrada com o alemão Dirk Nowitzki à dianteira. Um veteraníssimo base em Jason Kidd que aos 37 anos ainda é uma das melhores visões de jogo da NBA. Jason Terry aos 34 anos é uma máquina de marcar pontos e de lançar do exterior, sendo apenas um jogador que começa do banco por questões tácticas, pois faz os mesmos minutos de um jogador do 5 inicial. No fundo, uma equipa veterana com uma execução veterana, que foi capaz de neutralizar os astros da Califórnia.


 

       E de entre os astros, o maior de todos eles nunca desistiu, nem no playoff nem em toda a época: Kobe Bryant, aquele que para mim ainda é o melhor no que faz, apesar de ligeiramente pior em termos estatísticos em relação a épocas anteriores, continuou no topo da discussão por MVP e manteve a sua equipa no topo da discussão pelo título. A idade começa a pesar-lhe mas, enquanto tiver uma palavra a dizer, os Lakers são a sua equipa e são capazes de tudo.

      E aí devemos levantar a questão: terá mesmo a dinastia Lakeriana acabado? Vejo que com a equipa actual as possibilidades de vencer dois ou três títulos seguidos nos próximos anos é relativamente diminuta. Na próxima época é ainda bastante plausível, pois também os Boston Celtics, de idade mais avançada, se vão aguentando com os ‘Super Friends’ dos Miami Heat. Eu vejo os Lakers neste momento como um animal ferido (Lakers e animal podem ser trocados na frase por Kobe Bryant e orgulho), que se não teve motivação esta época para fazer mais devido ao sucesso anterior, tem muitas críticas para silenciar na próxima época desportiva. A dinastia e o domínio incontestado podem ter acabado, mas os Lakers sempre voltaram das suas crises (veja-se há poucos anos quando Shaquille O’neal saiu da equipa e Kobe Bryant a carregou até à chegada de Pau Gasol) e voltaram a erguer-se. E voltarão. Mas com mais ajuda para Kobe, espero eu.

 

by Óscar Morgado

09
Mai11

Óscar Cardozo - o melhor avançado

Simão Santana

Tal como na semana passada, vou-em focar apenas num jogador do plantel de futebol do Sport Lisboa e Benfica e em jeito de balanço dos elementos mais criticados pelas hostes encarnadas.

Óscar Cardozo está longe de reunir o consenso dos adeptos.

Uns acham que ele é demasiado molengão, outros pensam que não tem categoria para vestir a camisola do Benfica por falhar muito e uma pequena minoria acham que é bom jogador. Enquadro-me claramente neste último grupo.

Cardozo tem números invejáveis, senão vejamos:

Na sua primeira época no Benfica marca: 13 golos em 29 jogos na Bwin Liga, 5 golos em 4 jogos na Taça de Portugal, 3 golos em 8 jogos na Liga dos Campeões e 1 golo em 3 jogos na Taça UEFA. Prefazendo um total de 22 golos em 45 jogos, uma média de 0,48 golos por jogo.

Na segunda época Cardozo marca: 17 golos em 26 jogos na Liga Sagres, não obtendo mais qualquer golo em nenhuma das outras 3 competições, com 35 jogos no total e com uma média de 0,48 golos por cada jogo.

À terceira época (2009/2010) o "Tacuara" marcou: 26 golos em 29 jogos na Liga Sagres, 9 golos em 13 jogos na Liga Europa (melhor marcador da prova) e 2 golos em 5 jogos na Carlsberg Cup, o que dá um total de 37 golos em 47 jogos, uma média de 0,78 golos por cada jogo.

Cardozo tem neste momento 100 golos em menos de 200 jogos no clube.

Este ano na Liga ZON Sagres deste ano Cardozo marcou até ao momento 11 golos em 21 jogos, 1 golo em 4 jogos na Liga dos Campeões, 5 golos em 5 jogos na Taça de Portugal, 1 golo em 2 jogos na Bwin Cup e 4 golos em 8 jogos na Liga Europa. 22 golos em 40 jogos, numa média de 0,55 por jogo.

Óscar Cardozo jogador do Benfica

Fonte: Associated Press

 

Se pensarmos que Cristiano Ronaldo tem 202 golos em toda a sua carreira, percebemos exactamente do calibre de jogador que estamos a falar. Cardozo não remata o mesmo número de vezes que Cristiano, não está nem tão pouco perto dos números do craque português e já é o melhor marcador estrangeiro dos mais de cem anos de história do Benfica.

Perante isto é só digo: Benfiquistas, têm a certeza que o querem vender?

 

by Simão Santana

08
Mai11

Fogo sem Fumo

Alexandre Poço

Do céu ao inferno

 

 

Várias vezes falei neste espaço de que o Benfica 2010/2011 era um fiasco comparado com o do ano transacto. As minhas análises e opiniões foram sempre comentadas como sendo as habituais vindas de um adepto do arqui-rival da 2ª Circular, porém, agora que tudo terminou – para as águias, é claro – posso reclamar o meu quinhão de razão. Normalmente, diz-se que ter razão antes do tempo não é lá muito bom, mas como de futebol se trata e as subjectividades são o “pão nosso de cada dia”, não surge daí grandes problemas.

É também verdade que várias foram as vezes que perante as minhas opiniões, outros mostravam factos, análises estatísticas, trabalhos meritórios e dignos de realce académico com o objectivo de provar o seguinte – este Benfica não era inferior ao do ano passado e (espantem-se os mais desprevenidos) até o suplantava em alguns indicadores. Pois bem, no futebol é muito interessante ter 80% de posse de bola, fazer 60 remates à baliza, enviar 8 bolas aos postes, mas no fim o que conta, o que sempre contou e – já agora – o que sempre contará é o resultado final, é a posição na tabela e a conquista ou não de troféus.

 

O Benfica deste ano começou a época como candidato a vencer a Liga dos Campeões, quase certo como bicampeão (eram favas contadas), candidato a vencer a Taça de Portugal, candidato a vencer a Supertaça Cândido Oliveira e por fim, candidato a vencer a Taça da Liga. Estes eram os objectivos dos encarnados para o ano que agora terminou. No campeonato, não tiveram a mínima hipótese. Na Champions, acabaram eliminados e com sorte lá caíram na Liga Europa (outro objectivo após Fevereiro/Março) e que terminou em Braga numa exibição muito fraca das águias. Na Taça de Portugal, não conseguiram aproveitar a vitória no Dragão e acabaram humilhados pelo Porto na Luz. A Supertaça foi a primeira das muitas desilusões, na altura vista como um mero acidente de percurso. E no fim de tudo, o que fica: a Taça da Liga. A equipa, que iria voltar a brilhar na Europa e afirmar-se como a imbatível em Portugal, termina a época com aquela vitória de Pirro em Coimbra perante o Paços de Ferreira.

 

Mais uma vez, tudo isto era previsível. Eu lá fui dizendo, sem estatísticas e com base em apreciações que não precisam de ser validadas pelo Luís Freitas Lobo ou pelo Rui Santos. Eram meros comentários de alguém leigo na matéria, como se costuma dizer – alguém da rua. Ao longo da época, várias vezes e várias pessoas me disseram que se o Benfica conquistasse a Liga Europa e a Taça de Portugal já seria uma grande época. Eu sorria ou melhor ria ironicamente. E no fim de tudo, o que fica é a Taça da Liga. Para o ano há mais e como já prometeu o Messias, com o campeonato na algibeira.

 

by Alexandre Poço

08
Mai11

Área de Ensaio

Pedro Santos

Introdução ao mundo do rugby II

 

 

 

 

               Dando seguimento à linha de raciocínio da crónica transacta, e por considerar que há ainda aspectos do jogo que merecem ser esclarecidos, esta semana vou continuar com a introdução e as explicações. Vou explicar as funções de cada jogador dentro de campo e ainda algumas regras e expressões próprias.

               Assim, e como já tinha explicado, cada equipa de rugby union é composta por 15 jogadores, 8 avançados e 7 defesas.

               O pack avançado é composto por 3 linhas de jogadores. Na primeira linha jogam 2 pilares, jogadores geralmente mais fortes e pesados, que têm por função empurrar e fazer força nas formações ordenadas (para o talonador poder disputar a bola mais à vontade) e levantar os saltadores nos alinhamentos. Há ainda um talonador, um jogador à imagem dos pilares, mas com tarefas mais específicas e mais liberdade dentro do campo. Ele é responsável pela introdução da bola nos alinhamentos, e, além disso, nas formações ordenadas é ele quem disputa a bola com o talonador contrário (utilizando o calcanhar, talon em francês). O talonador por vezes funciona como um 3º linha (Asa), por isso convém ter velocidade e ser um bom placador.

               A 2ª linha tem 2 jogadores. Dois saltadores, que são normalmente os jogadores mais altos da equipa pois passa por eles a conquista da bola nos alinhamentos. Além disso, são ainda importantes nas formações ordenadas, pois o facto de serem jogadores com força é importante para empurrar o adversário.

               A 3ª linha fecha o pack avançado. É composta por 2 asas e um nº8. Os Asas têm de ser grandes placadores, a sua principal função é correr o campo atrás da bola e tentar placar sempre o adversário que a possui. Nas formações ordenadas, colocam-se nos lados para impedir a saída rápida do adversário. Por vezes também saltam nos alinhamentos (em certas jogadas que pretendem criar surpresa). O nº 8 fecha a formação ordenada, e como a bola sai sempre no sítio onde ele está é o único avançado que a pode agarrar nas formações. Além disso convém entender-se bem com o Médio de Formação, pois do seu entendimento depende o sucesso de uma formação ordenada.

               Passando para os defesas ou “3/4”. O Médio de Formação é o jogador que faz a transição entre os avançados e os defesas, logo tem de ter grande capacidade de passe, visão de jogo e comunicação, é dele que saem as decisões das jogadas, portanto é de grande importância. O Médio de Abertura, é geralmente o chutador da equipa, por isso precisa de ter um bom pontapé. Mais, a capacidade de passe é também importante, pois um bom passe a entrar nos Centro, ou nos Alas pode ditar uma boa jogada.

               Os Médios – Centro têm uma dupla função. A defender, têm de ser bons placadores, ter sentido posicional e conseguir descair rapidamente nas alas, uma vez que nunca se sabe se o adversário vai “entrar” pelo meio ou pelas alas. A atacar, têm que decidir bem as jogadas e fazer a bola chegar rápido aos Alas para se poder criar superioridade.

               Os Alas têm de ser jogadores rápidos, com boa finta de corpo e força. É neles que se pretende que entre a bola, para correrem junto à linha lateral até ao fim do campo. Por fim, o nº15 ou Arriére, o defesa que se pretende que se incorpore nas jogadas ofensivas, causando surpresa e superioridade, e a defender que seja a última barreira antes da área de ensaio.

               Em termos de regras e expressões, um alinhamento, ou touche, ocorre quando a bola sai pela linha lateral. A reposição é feita pela equipa contrária à que meteu fora, a não ser que seja numa penalidade.

               Formação Ordenada, Mellée ou scrum é o confronto dos dois pack’s avançados pela disputa de bola. Ocorre quando a bola é jogada para a frente, fica injogável ou há toque de meta. Os jogadores empurram-se enquanto os talonadores disputam a bola com os calcanhares. Uma formação espontânea alta ou maul, ocorre quando os jogadores se aglomeram espontaneamente em pé a disputar a bola, a formação espontânea baixa ou ruck, é o mesmo mas no chão. Aqui apenas o jogador que tira a bola a pode jogar com as mãos.

 

By Pedro Santos