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Minuto Zero

A Semana Desportiva, minuto a minuto!

A Semana Desportiva, minuto a minuto!

Minuto Zero

30
Abr11

A Guerra das Rosas

Pedro Salvador

E tudo corre como era esperado...

 

 

                        Nas últimas 2 semanas desenrolaram-se, um pouco por todo o país, os playoffs da LPB, que, como seria de esperar, deram a passagem de Benfica, Porto, Académica e Vit. Guimarães às meias-finais, e a essas quatro equipas uma hipótese cada vez mais real de sonhar pelo título de campeão nacional.

            Pelo caminho ficaram o Penafiel, o Ginásio, a Ovarense e o CAB Madeira, também como seria de esperar, caindo todas sem dar grande réplica aos 4 primeiros classificados na fase regular, à excepção do Ginásio, que ainda e sempre resiste aos adversários na altura dos playoffs, e que desta vez ainda conseguiu vencer um jogo.

            Agora a título de retrospectiva, de louvar esta época o percurso do Porto e da Académica, e ainda do CB Penafiel, estreante na Liga de Basquetebol, que realizou uma época positiva e consistente, conseguindo ainda assegurar um 5º lugar, apesar de ter sido eliminada nos playoffs por um Vit. Guimarães desfalcado (sem Kevin Jr. e Kyle Austin), e também Matthew Shaw, o MVP da temporada, sendo que Almaad Jackson, o líder do ranking MVP, deixou o basquetebol português em Dezembro. Também é importante referir, agora pela negativa, a descida de “históricos” do basquetebol nacional como são o Illiabum e o Barreirense, e o (embaraçoso) 7º lugar da Ovarense. Má prestação das equipas profissionais de Aveiro, um dos distritos mais fortes em termos de formação e com uma das maiores tradições basquetebolísticas do país.

            Agora em relação às meias-finais, e ao cerne da questão a ser debatida na crónica: Tudo, até agora, está... a correr como esperado. O Benfica ganhou. O Porto ganhou. E até me posso dar ao luxo de prever como acaba esta segunda ronda dos playoffs da LPB: o Porto ganha 3-0 em jogos, sendo que o Vitória, apesar de mais unido, sem os seus dois jogadores mais influentes tem uma tarefa muito espinhosa pela frente. O Benfica passa, mas com alguma dificuldade, possivelmente a Académica pode até obrigar a uma “negra”, mas o Benfica, como plantel mais experiente que é, deve conseguir prosseguir para a final, sendo que o 5º jogo se faz na luz onde os encarnados jogam mais à vontade.

            Aliás, se formos bem a ver, a regularidade é a imagem de marca desta Liga Portuguesa de Basquetebol, se não contarmos com a confusão pegada que foi a LPB 08/09, com jogos entre equipas da Liga e da Proliga e desistências a meio do campeonato, etc... Todos sabem que a final, a não ser que algo de muito inesperado ocorra, se disputa entre Porto e Benfica, que a Ovarense e o Vitória se apuram sempre para os playoffs, que o Ben Reed faz sempre alguma coisa inesperada e cómica no meio de um jogo, que uma equipa fecha sempre as portas no final da época (essa por enquanto, é a única surpresa da nossa Liga, qual será).

            Enquanto não houver algum investimento (investimento já está a ser realizado, embora em número insuficiente, com bons projectos a aparecer) e credibilidade no basquetebol português, teremos finais “Porto-Benfica”, a Ovarense e o Vitória vão sempre aos playoffs, o Ben Reed faz sempre alguma coisa inesperada a meio de um jogo e vai sempre falir algum clube da LPB no final da época. Oxalá me engane...

30
Abr11

Quando um "estranho" se torna o protagonista

Minuto Zero

Um dos jogos mais aguardados da época, a primeira parte da mais esperada jornada europeia. Em campo, pela 3 vezes em pouco mais de 10 dias, Barcelona e Real Madrid voltam a repetir um duelo que vai muito para além do futebol.

 

Durante a semana, o pré-jogo habitual de José Mourinho levou Pep Guardiola a sair do seu habitual discurso cuidado, colocando o na área de conforto de José Mourinho, os chamados mindgames, desta vez muito focados na questão das arbitragens. 

 

Em campo, o Real entra no Santiago Barnabeu em 4x3x3, repetindo a formula que venceu a Copa do Rei dias atrás.

Sem Ricardo Carvalho e Sami Khedira, Mourinho optou pelo seguinte onze : Cassilhas; Arbeloa, Ramos, Albiol, Marcelo; Lass, Xabi, Pepe ; Ozil, Ronaldo e Di Maria, desenhando um 4x3x3, que em momento defensivo deixa apenas Ronaldo na zona central do ataque, formando um 4x1x4x1, que deixa ainda Xabi Alonso mais próximo do eixo-defensivo. Ronaldo é, mais uma vez, o solitário avançado, caindo exporadicamente na ala direita, deixando a esquerda para as rápidas incursões de Di Maria. Mesut Ozil, parece colocado à direita, mas sempre com o centro como referência nas suas movimentações.

A principal cambiante tática esta no entanto no meio-campo, onde Pepe se coloca como interior, espaço onde pode fazer uma marcação mais eficaz aos espaços onde Messi habitualmente aparece para receber a bola. Um marcação serrada, não ao homem (ou a pulga) mas sim ao seu espaço de influência. Ao seu lado o Trilha-milhas Lassana Diarra, médio de grande intensidade.

 

Do lado do Barça também um onze com várias baixas de vulto. Sem Iniesta, lesionado, Adriano e Maxwell , habituais laterais esquerdos, Guardiola coloca a equipa no seu habitual 4x3x3, com Valdés; Dani Alves, Mascherano, Piqué, Puyol; Busquets; Xavi , Keita; Pedro, Messi e Villa.

Inpedido de alinhar com os seus laterias esquerdos, Puyol entra no onze alinhando no lado esquerdo da defesa, posição que não lhe é de todo desconhecida, sendo que no entanto seria sempre bem mais comedido em termos ofensivos do que o habitual. Na outra lateral, Daniel Alves, com Marcelo e Di Maria pela frente estava avisado para ser bem mais cuidadoso nas subidas do que o normal. O brasileiro apenas se libertaria na fase final do encontro.

No eixo, Mascherano, baixinho, aparece como central, para jogar sobretudo na antecipação a Ronaldo, dobrando Piqué patrão do séctor. Esta opção liberta Busquets na posição de pivot, onde sem Iniesta por perto, Guardiola lhe pediu que assumisse muito mais vezes a condoção de bola do que o habitual, ficando Keita nas compensações.

 

Com 11 jogadores de cada lado, o jogo parecia correr de feição a José Mourinho, impedindo o Barça de criar situações de perigo, mantendo as linhas juntas e impedindo que o Barça troca-se a bola nas imediações da área de Cassilhas. O objectivo era conseguir a bola na sua primeira zona defensiva, bem baixa no terreno, possibilitando rápidos lances de contra-ataque.

 

Depois o arbitro decidiu tornar-se a figura do encontro, para mal do futebol. Mostrou o vermelho a Pepe, num lance em que o português tem uma  entrada pouco cuidadosa, que poderia de facto, se tivesse acertado no adversário, posto em causa a sua aptidão física. Não acertou, mas mais do que tudo, Wolfgang Stark, sempre com critério desequilibrado, assumiu o protagonismo e mostrou um vermelho que embora compreensível pela perigosa entrada, condicionou o jogo e a eliminatória de forma absoluta.

 

Já com Abebayor em campo, colocado ao intervalo no lugar do inconsequente Ozil, muito para aproveitar a incapacidade no jogo aéreo do Barça e segurar a bola de costas para a baliza, o Real vê-se reduzido a 10 e sobretudo, vê-se sem o principal guarda de Messi.

 

Não se deslumbrou no entanto a equipa de Guardiola, tendo o mérito de ter sabido aproveitar a superioridade numérica. 15 minutos após a expulsão de Pepe, os génios individuais de Afellay, recém entrado, e de  Lionel Messi averiam de virar o jogo de pernas para o ár. O segundo golo da pulga coloca-o numa dimensão estrato-esférica, para ver e rever.

Pena é que tenha sido Wolfgang Stark a chamar a si o protagonismo, quando em Madrid se viram verdadeiros hinos ao futebol.

 

Para a história: Real Madrid 0 - Barcelona 2 e Lionel Messi... o futebol encarregar-se-á de fazer esquecer o nome do arbitro da partida.

 

Na próxima quarta-feira, o Real Madrid visita a capital Condal, com uma enorme desvantagem no marcador, mas também sem Sergio Ramos (suspenso por acumulação de amarelos), Pepe (expulso) e José Mourinho, que para além de expulso do jogo arrisca ainda suspensão depois das suas palavras na conferência de imprensa.

 

2. Deixo ainda o destaque para a excelência do futebol demonstrada pelo Futebol Clube do Porto a meio da semana... um jogo para mais tarde recordar e a promessa de que este Porto puderá ainda dar muito que falar esta temporada.

 

 

 By Tiago Luís Santos

 

 


 

 

 

29
Abr11

Voleibol à Sexta

Sarah Saint-Maxent

Eu também falo de futebol, mas pouco

 

      Ontem fui ao futebol. Sim, o cliché: ver a meia-final da Liga Europa, entre o Benfica e o Sporting de Braga. Bem sei que é estranho estar a falar de futebol, mas tem uma razão de ser.

      Estava muito contente a ver bolas ao poste, faltas e afins quando olho para o lado e começo a vê-los: um a um, os «craques» da equipa sénior de voleibol do clube da luz desfilavam e sentavam-se ali, na minha bancada. Hugo Gaspar, Flávio Cruz, Zelão, Raidel Toiran, Olivier Facher, o capitão Pedro Fiúza e mais uns quantos, juntamente com treinadores e preparadores físicos, juntavam-se à multidão que assistia ao jogo da segunda maior competição europeia de clubes. O que é que isto interessa? Bem, serve como um pequeno apontamento - vou deixar o comentário sobre o primeiro jogo da final, contra a AJ Fonte Bastardo, para a próxima semana, quando já souber o resultado deste segundo jogo nos Açores - sobre o que faz uma grande equipa.

      A equipa encarnada voará, este fim-de-semana, para a ilha Terceira, onde terá o jogo que é, até ao momento, o mais importante da época: pode ser aqui que perde o título para a equipa açoriana. Ainda assim, ou mesmo por causa disso, muitos dos jogadores juntam-se e vão, em grupo, assistir a um jogo de futebol. Sim, como pessoa mais ligada ao voleibol, sinto-me ligeiramente ofendida: porque é que o futebol tem este poder para juntar grupos e o mesmo não acontece com o meu voleibolzinho? Ainda assim, não deixa de ser incrível que se utilize o desporto para formar uma equipa ainda mais coesa. Sim, não me suscita grandes dúvidas: uma equipa que partilha momentos fora de campo torna-se mais forte dentro dele. Aqueles que partilham situações, momentos de lazer, passam a conhecer-se melhor, e isso aumenta a produtividade da equipa como um todo.

      Vejo com ótimos olhos estas situações. E parecem-me ainda melhor quando estão ali mesmo ao meu lado - sim, tenho um bocadinho de voyeur. Vamos lá ver se a descontração em grupo dá resultado e conseguem sair da ilha com uma vitória que adiará a discussão do título. Pelo menos, acredito que com estes bocadinhos, passam a ser mais uma equipa. Que, às vezes, é o que ainda falta ao SL Benfica.

 

      No campeonato feminino, o CD Ribeirense venceu, como se esperava, o primeiro jogo contra o CA Trofa, ainda que apenas no quinto set. Não é de estranhar que, neste fim-de-semana, conquiste o título que, sem dúvida, merece.

 

by Sarah Saint-Maxent

Esta crónica foi escrita ao abrigo do novo acordo ortográfico.

28
Abr11

Final Four UEFA Futsal Cup

Minuto Zero

 

Um ano volvido à inédia conquista da Uefa Futsal Cup por parte do Benfica, Portugal volta a entrar na pole do melhor futsal europeu, desta feita com dois representantes, algo que é mais uma vez uma marca histórica nunca antes conseguida.


Benfica e Sporting, campeões europeu e  nacional respetivamente, entram na Final Four da competição, a relizar de sexta a domingo no Cazaquistão, como principais favoritos. Pela frente a equipa da casa o Fc Kairat Almaty e ainda o Montesilviano de Itália, país que se volta também a colocar na rota do melhor Futsal de clubes depois de já no ano passado ter sido representado pelo Luparence (eliminado nas meias finais pelo Benfica).

 

Mais uma vez, o sorteio ditou que o agora campeão em título Benfica enfrentasse na meia final a equipa italiana.

De à um ano atrás as diferenças na equipa Lisboeta  são de facto algumas: mudou de treinador, resgatando ao Sporting Paulo Fernandes, treinador campeão nacional e deixou sair o seu maior desequilibrador, Ricardinho, para o campeonato Japonês, algo que promoveu sobretudo alterações na sua dinâmica coletiva. O resultado até agora tem sido positivo, com uma época imaculada na liga portuguesa e presença assegurada na final da taça de Portugal (vs Sporting dia 8 de Maio).
Se o novo Benfica da Paulo Fernandes é hoje uma equipa menos dotada no 1x1 ofensivo, ponto onde Ricardinho era de facto preponderante, a verdade é que a equipa parece mais "oleada" tanto em termos ofensivos como defensivos, apoiando-se na experiencia de jogadores internacionais como Costinha, Arnaldo, Gonçalo Alves ou Joel Queirós. Será na experiencia e na maturidade dos seus jogadores que o Benfica se apoiará, partindo talvez pelo currículo recente como favorito à vitória, não só contra o Montesilviano mas também na competição. Quanto aos italianos fica a nota de não serem a nível interno uma potencia amplamente reconhecida, com esporádicos bons resultados, apesar da equipa repleta de internacionais italianos onde se destaca obviamente Adriano Fogglia estrela da seleção azzurra.

 

 

 

 

 

 

Quanto ao Sporting, e depois da épica exibição contra o El Pozo Múrcia, campeão espanhol, tudo passa a ser possível.

A perspetiva de uma final contra o Benfica, equipa que derrotou na final dos playoff do campeonato nacional do ano passado, coloca a turma de Alvalade numa situação de motivação máxima, até porque, sem equipas espanholas ou russas na prova, as duas equipas nacionais serão teoricamente as mais cotadas.
Orientados agora pelo ex-selecionador nacional Orlando Duarte, os leões apresentam uma equipa reforçada com novos valores os quais têm mostrado boas indicações. Para além dos reforços Marcelinho, Cary, Paulinho ou Leitão, jogadores de craveira internacional como João Benedito, Cardinal ou João Matos são garantia não só de um plantel robusto e com soluções, mas também de uma capacidade de jogar em várias variantes táticas.

Pesa contra a equipa do Sporting a menor experiencia e currículo do que as águias, e ainda o facto de esta temporada ainda não terem vencido nenhum derby.

Pela frente o Kairat, equipa da casa, que como habitual em equipas desta zona do globo "importou" uma quantidade quase obscena de jogadores brasileiros, os quais junta a alguns internacionais pelo Cazaquistão.

São por isso boas prespétivas, numa oportunidade única para uma inédita final portuguesa... por terras do Cazaquistão.

 

 

 

 

 

 

By Tiago Luís Santos

 

(artigo escrito à luz do novo acordo ortográfico)

27
Abr11

Porque a vida também é feita a correr...

João Perfeito

Maratonas amordaçadas

 

Ao longo do presente mês de Abril, Jéssica Augusto e Dulce Félix fizeram correspondentemente a segunda e quarta melhor marca portuguesa de todos os tempos na Maratona. Poderá ser esta uma aposta de futuro para duas das melhores fundistas lusas?

Num futuro próximo não me parece... Parece-me, sim, o segredo mais bem guardado do fundo feminino europeu. As portuguesas, há muito que estão só na hegemonia do cross europeu, na pista correspondem igualmente com medalhas. Contudo, parece que a nível mundial, face ao poderio africano a margem de manobra é escassa.

Por essa razão, restam apenas os 3000 obstáculos e sendo, Jéssica Augusto a melhor especialista europeia de corta-mato, não estará ela a desviar atenções, para aparecer nos Mundiais deste ano nos 10000 à procura duma grande marca e no ano seguinte na sua última oportunidade olímpica lutar por uma medalha tal como Sara Moreira. Sara Moreira não embarca já na Maratona devido à sua velocidade base e à sua tenra idade. Quanto a Dulce Félix, que tentou a Maratona antes dos Europeus para desviar atenções, tentará ela ganhar resistância para aparecer fulgurante nos 10000 em Londres. A portuguesa desistiu da Maratona em Novmenbro passado e depois foi brilhantemente 3ª classificada no europeu de cross transacto, espantando tudo e todos.

Numa açtura em que o fundo nacional e europeu estão em crise, não será está uma amardinha nacional para os olímpicos de Londres? Se Marta Dominguéz é campeã, porque não Portugal regressar ao estatuto gloriosamente alcançado por Rosa Mota e Fernanda Ribeiro. E, se Fernanda Ribeiro acabou com 10 anos de invencibilidade duma atleta chinesa, as africanas não teram um dia menos mau?

Esta é a crença. Esta é a luz ao fundo do túnel para tentar relançar o fundo nacional.

Agora resta treinar e sofrer, sofrer, sofrer.

 

By João Perfeito

27
Abr11

Em Frente

Jorge Sousa

Primeiro mês

 

                De dia 26 de Março até hoje, parece que só passou um dia. Mas, o que parecia ter sido iniciado então já condenado, tem vindo a sobreviver e a ganhar espaço. Godinho Lopes foi eleito sob um clima contraditório, por uma minoria de associados do clube, entre cenas lamentáveis na Praça do Centenário em Alvalade. Não houve direito a consagração do vencedor, nem tão pouco ao menor tipo de festejos frente aos associados que madrugada dentro esperaram pelos resultados.A eleição do novo presidente leonino ocorreu rodeada de enorme suspeita, com direito a providência cautelar (rejeitada), com acusações de ameaças, constituindo assim o argumento ideal para um bom policial norte-americano. As pessoas queriam – algumas ainda querem – sangue; queriam uma enorme revolução, queriam aquilo que a seu ver consideravam melhor para o clube…

 

 

                Eu, não tendo votado nem no vencedor, nem no segundo candidato mais votado, assumi desde muito cedo uma posição de neutralidade. Não queria que Godinho Lopes fosse o presidente do Sporting, no entanto, com o avançar das eleições, também passei a considerar que Bruno de Carvalho talvez não fosse a escolha acertada. Enfim, se fosse eu a escolher uma Pinto da Costa é que era, mas bem sabemos que personagens dessas não existem ao virar da esquina.

                A partir do momento que a Lista A foi eleita para a presidência do meu clube, passou a ser a minha lista. Godinho Lopes foi nesse dia eleito o meu presidente e até hoje continua a sê-lo. Todavia, por associá-lo a um passado directivo recente que condeno, assumo que terá uma fraca margem de manobra para mim. A pré-época ganha nesse aspecto uma força essencial para a actual direcção. O Sporting não é um daqueles clubes que se encontra totalmente focalizado no futebol, no entanto, obviamente que é este o desporto nuclear da instituição.

                O presidente apoiou-se muito no termo credibilidade. Prometeu ter os meios para alcançar uma equipa forte, capaz de lutar pelo título nacional desde o primeiro momento. A si foram sendo associados o nome de jogadores que aumentariam a competitividade do plantel, tal como um treinador com provas dadas no futebol nacional. Agora está a chegar a altura de provar que isso não foram falsos rumores criados somente para alcançar a vitória eleitoral.

                Até hoje, tem vindo a ser pacificado o ambiente entre os associados do clube, com medidas menores, mas igualmente saudáveis. Mas isso foi algo que Bettencourt também foi promovendo no início do seu mandato. A primeira prova de fogo segue-se nestes dois próximos meses e, sem resultados práticos, o trabalho desenvolvido nesta fase embrionária da presidência de Godinho Lopes terá valido praticamente nada para o difícil Tribunal de Alvalade.

 

Saudações Leoninas,

by Jorge Sousa

26
Abr11

Buzzer - Beater

Minuto Zero

O 'Upset'

 

         A primeira ronda dos playoffs da NBA tem-se revelado bastante interessante. Equipas das quais se esperava mais têm feito menos, e equipas das quais se esperava menos têm feito mais.

         Neste momento, as séries à melhor de sete estão assim: os Boston Celtics limparam o confronto contra os New York Knicks, ganhando os quatro primeiros jogos. Embora fosse esperada a passagem de Boston, os 4-0 foram algo que não se previa, devido às dúvidas do final da época em Boston. Miami vence neste momento Philadelphia por 3-1, um resultado esperado. Oklahoma City Thunder tem a mesma vantagem contra os Denver Nuggets, mostrando um basquetebol de uma qualidade surpreendente. Na mesma posição estão os Memphis Grizzlies, oitavos classificados de oeste que estão a enfrentar os grandes favoritos: os San Antonio Spurs, primeiros classificados. São neste momento a grande surpresa (a última vez que um oitavo destronou um primeiro foi em 2007, em que os Golden State Warriores surpreenderam os Dallas Mavericks, num dos maiores 'upsets' de sempre) do playoff. Chris Paul está também a dar grande trabalho a Kobe Bryant e companhia, com a série empatada a 2-2 entre os Hornets e os Lakers. Dallas e Portland têm lutado corajosamente, com os primeiros a terem a vantagem de 3-2 na série. Chicago está sem grandes dificuldades no caminho para vencer os Pacers, tendo a vantagem de 3-1, e Atlanta está na mesma posição com Orlando, embora seja possível uma reviravolta liderada pelo melhor poste da actualidade, Dwight Howard.

         O interessante aqui é analisar os números. Comecemos pelos mais surpreendentes. Zach Randolph tem sido a grande figura em Memphis, que, na ausência de Rudy Gay, tem liderado uma equipa motivada a causar estragos nos playoffs. Das 3 vitórias da equipa, Randolph teve mais de 40 minutos em campo e mais de 20 pontos em duas delas , tendo sido decisivo. Decisiva também é a sua defesa no ‘clutch’ (ou seja, os momentos quentes do final do jogo, especificamente os últimos 5 minutos em que a diferença pontual não excede os 6 pontos), ao contrário do seu ataque, que perde alguma consistência nestes momentos. Mas para isso está lá o resto da equipa.

 

 

 

         Já Chris Paul parece estar a voltar à sua forma antiga, onde era visto como o melhor base da NBA. Nas duas vitorias dos Hornets nesta série contra os Lakers, Paul marcou mais de 25 pontos. E parece também que o pequeno base subiu duas ou três mudanças deste o final da época regular: está a averbar 25 pontos por jogo, 11 assistências e meio e 7 ressaltos. Na fase regular os seus números eram, respectivamente, 12, 9.5 e 4. Ele é também o jogador que mais toca na bola no ‘clutch’: metade dos ataques passam por ele.

         Noutras séries menos equilibradas, o impacto das estrelas também se tem verificado: em Chicago, Derrick Rose faz com que os Indiana Pacers marquem menos 1.6 triplos quando está em campo. É também tremendo o seu impacto no saldo pontual de Indiana (relação entre pontos marcados e sofridos):em relação à sua média pontual, os Pacers marcam mais 23.28 pontos por jogo com Rose no banco, e -7.15 quando este joga. Em Miami, Lebron James tem intimidado os atiradores de longa distância dos Sixers: quando está em campo, fazem uma média de 17 tentativas de 3 pontos por jogo, e quando está no banco, fazem-no 25 vezes.

         Entre Dallas e Portland, a vantagem dos primeiros deve-se naturalmente a Dirk Nowitkzki (do qual falei a semana passada). O número que mais me tem impressionado é o impacto que ele tem nos ressaltos adversários (por ser uma capacidade pela qual não é muito conhecido), pelo que ele faz com que Portland ganhe menos ressaltos quando está em campo. E já que falamos dos grandes, Dwight Howard tem feito o que pode: em campo impede Atlanta de marcar mais 30 pontos por 100 posses de bola, o que justifica em larga medida ser o Melhor Defesa do Ano na NBA, pelo terceiro ano consecutivo.

         No meio de tanta matemática, que estou afinal a reiterar? Havendo bastantes surpresas nos confrontos (nomeadamente Memphis e New Orleans), as grandes figuras são aquelas que têm realizado essas surpresas, algo que todos os anos acontece nos playoffs. E noutros casos, mesmo elas não são suficientes, devido à falta de qualidade do resto da equipa, que é o que acontece entre Dwight Howard e os Orlando Magic. Noutros casos ainda, por exemplo o de Chicago, a vantagem é clara, mas muito frágil: Derrick Rose é a grande âncora que faz a equipa jogar como joga, e se este se lesiona gravemente (como podia ter acontecido no último jogo, pois caiu de muito alto e realizou uma ressonância magnética que felizmente para Chicago não revelou impedimento competitivo) as chances dos Bulls caem vertiginosamente. Os outros jogadores são bons, mas são-no muito mais com Rose em campo.

         Tudo isto me leva a crer que as surpresas têm sido justificadas por basquetebol de qualidade por parte dos vencedores, especialmente das suas grandes figuras em campo. E se quiserem ter uma boa perspectiva analítica de todas estas coisas, brinquem também um pouco com o StatsCube do NBA.com (isto não tem qualquer propósito publicitário), e comparem medidas.

 

by Óscar Morgado

26
Abr11

Comunicado nº4/2011

Minuto Zero

A Equipa Minuto Zero' informa oficialmente que se encontra em vigor a nova disposição das crónicas de todos os colaboradores:

DOMINGO: Alexandre Poço e Pedro Santos
SEGUNDA-FEIRA: Simão Santana
TERÇA-FEIRA: Steve Grácio e Óscar Morgado
QUARTA-FEIRA: Jorge Sousa e João Perfeito
QUINTA-FEIRA: Sílvia Santos e Tiago Luís Santos
SEXTA-FEIRA:  Sarah Saint-Maxent
SÁBADO: Tiago Luís Santos e Pedro Salvador

 

Brevemente mais novidades!

 

Equipa Minuto Zero'

26
Abr11

Steve Field

Steve Grácio

O peso da força

 

          João Tomás tem sido tema de análise nos últimos tempos por, injustamente, não ser opção não selecção. Muitos dizem que se encontra fora das opções por ter 35 anos. Outros dizem que é por ser do Rio Ave. Cá para mim é mesmo pelo BI. No futebol dos nossos dias, com excepção do campeonato Italiano, o BI conta muitos para os clubes, como se a qualidade se medisse pela idade de um jogador…

No entanto, do que poucos falam é dos que têm a infelicidade (será mesmo infelicidade?) de não ter uma estatura elevada e que por isso têm mais dificuldade em singrar. Quantos futebolistas não são excluídos por serem pequenos?

          Bem, esta resposta tem inúmeros exemplos que a comprovem. Tal como há muitos exemplos de jogadores que superam o seu físico e se tornam grandes jogadores. O melhor do mundo, Messi, até problemas de crescimento teve e tornou-se no mega jogador que é…Moutinho é actualmente o motor da grande equipa portista e é baixo...Ricardo Carvalho, não sendo propriamente um jogador baixo (1,83m) é considerado baixo para um central e no entanto é dos melhores centrais do mundo.

          A minha pergunta é: porquê considerar o físico um atributo para um futebolista?

          Vejamos o caso dos três artilheiros que iniciaram a época nos principais clubes portugueses: Cardozo – 1,93m, Falcão – 1,75m, Liedson – 1,75m.  Qual é o pior cabeceador dos três? O mais alto. Qual é o pior jogador dos três? O mais alto. Qual o que consegue menos segurar os centrais jogando de costas fazendo uso do corpo-a-corpo? Cardozo, o mais alto e mais forte. Curioso? Talvez não.

          Ainda no último Porto – Sporting, Falcão bem mais baixo que Torsigleri, chegou mais alto que este. Pelo físico seria impossível, mas consegui-o mais que uma vez. O timing de salto não se mede pelo físico. A impulsão não se mede pelo físico.

          Ou seja, aparentemente Torsigleri e Cardozo são os mais altos. No relvado, são mais baixos que Falcão ou Liedson. O futebol joga-se no relvado, não em centímetros. O poder da força não é superior ao poder do talento. Mudem as mentalidades, para bem do futebol.

 

24
Abr11

Fogo sem Fumo

Alexandre Poço

Da menoridade

 

 

A Taça da Liga é uma competição menor. Não tem competitividade nem rivalidades. Como se diz na gíria futebolística, é uma “taça do bairro”. Pensarão os leitores, “lá está o lagarto a desvalorizar o que o Benfica consegue ganhar” ou melhor “se não interessa a ninguém, porquê a escandaleira que o Sporting fez há dois anos devido ao célebre penalty do Lucílio Baptista?”. Quanto à primeira observação, faço o seguinte reparo – benfiquistas, sentem orgulho e alegria em conquistar a Taça da Liga? E no que toca à segunda – foi uma questão de verdade desportiva e de perder com o maior rival de sempre. A Taça ali era secundária, o importante era ganhar ao Benfica.

 

Tirando os argumentos e os contra-argumentos típicos das acesas rivalidades lisboetas, é mais plausível aceitar o argumento da falta de maturidade e expressão desta taça. É verdade, vai apenas na 4º edição. Mas reparem, os anos passam e esta competição serve somente para rodar jogadores e descansar os titulares. Se é necessário abdicar de algum troféu por calculismo, é a Taça da Liga a sacrificada. Esta atitude permanecerá com o tempo e os anos não alterarão em nada esta questão, que a meu ver é central. E não são só os ditos três grandes, as outras equipas também a utilizam com os mesmos fins. Para não falar do sistema de grupos que é um claro favor a Porto, Sporting e Benfica. Repensar este método também seria interessante. Porque não eliminatórias como na Taça de Portugal?

 

Admito que posso ser precipitado, mas entendo que esta não foi uma experiência muito feliz do futebol português. É um troféu sem interesse e que a sua existência ou não pouco traz ao desporto e aos adeptos. A Taça da Liga foi incluída no nosso calendário para tapar os buracos que a redução de equipas na primeira e segunda liga deixou. O seu surgimento não foi natural, mas sim, devido a uma alteração que esvaziava a época de futebol. Eu gosto de ver futebol a sério, competição, garra e paixão em campo, não perco tempo a ver jogos que se arrastam até ao fim. Não quero nem gosto de ver competições que não servem para outra coisa – e perdoem-me a expressão – senão para “encher chouriços”.   

 

by Alexandre Poço

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