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Minuto Zero

A Semana Desportiva, minuto a minuto!

A Semana Desportiva, minuto a minuto!

Minuto Zero

13
Mar11

Porque ao Sábado se destaca...

Colaborador Minuto Zero
Projecto europeu



O Benfica neste momento em 4 modalidades luta para vencer uma competição europeia.
No futebol, os comandados de Jorge Jesus face ao previsível afastamento dos seus rivais ingleses (Liverpool e Manchester City) juntamente com o Futebol Clube do Porto e a par do Vilarreal são o principal candidato ao troféu. A estratégia mais defensiva e de contra-golpe jogada nesta temporada nalguns jogos frente a adversários poderosos é o indicador das reais possibilidades da equipa do Benfica passar da ilusão à conquista.
No hóquei em patins, na Taça CERS após eliminar os italianos do Lodi, depois duma galvanizadora vitória em casa por números expressivos 7-4, mesmo com a derrota forasteira 7-5 o Benfica demonstrou à Europa a sua capacidade concretizadora. Pela frente terão os espanhóis do Lloret equipa que o ano passado eliminou o Benfica da final da referida competição.
Mesmo sendo esta Taça CERS uma Liga Europa do hóquei, o é que é certo é que muito tem feito o Benfica este ano para obrigar o enacampeão FCPorto a mostrar toda a sua valia no Campeonato Nacional, ao invés de anos e anos de campeão anunciado à 5ª ou 6ª jornada. Sendo o FC Porto a segunda melhor equipa da Europa, a seguir ao todo-poderoso Barcelona o Benfica tem tudo para num futuro próximo ambicionar um inédito título europeu, algo surpreende visto que nem no tempo de Livramento consegui tal proeza.
No basquetebol conseguiu passar a primeira fase da EuroChallenge , perdendo na segunda face somente adversários francês, letões e suecos. Deu boa réplica e provou que com trabalho o basquetebol nacional mais cedo ou mais se internacionalizará de forma efectiva.
No Andebol o Benfica luta para suceder ao Sporting como vencedor da Taça Challenge. Com vitórias categóricas e boa solidez defensiva o Benfica consegue finalmente mostrar entrosamento entre a sua espinha dorsal. Finalmente a equipa deixou de ser apenas um conjunto aglomerado de talentos nacionais.
A cereja no topo deste bolo é o futsal. Com o segundo plantel mais experiente da Europa, com um colectivismo fortíssimo e a ambição inédita de ser a primeira equipa dos últimos 7 anos a ser bi-campeã europeia o Benfica tem sérias hipóteses de repetir o memorável triunfo da época transacta.
Sem o estigma psicológico de jogar perante o Interviú, com o ElPozo eliminado, o Benfica beneficia ainda da inexperiência do seu eterno rival Sporting e da má época interna do Montesilvano de Itália. Os anfitriões Kairat Almaty jogam durante todo o ano num campeonato só com 4 equipas, onde são campeões anunciados, a falta de ritmo pode ser determinante face à experiência e preparação do Benfica.
Sem participação no corrente ano, o Voleibol do Benfica tem dominado de forma inequívoca o panorama nacional. Um plantel bem melhor do que aquele que à uns anos foi eliminado nos quartos-de-final da Challenge Cup. Assim no próximo ano o Benfica poderá assumir-se rumo a um estatuto europeu semelhante ao do Sporting de Espinho em 2001, quando pela primeira vez conquistou uma competição europeia para Portugal.
Embora num futuro próximo só no hóquei e futsal lute pelo mais alto título europeu, no basquetebol, andebol e voleibol o Benfica tem tudo para ir aumentando o seu estatuto e numa realidade mais distante porque não pensar noutros patamares.
Um bom projecto rumo à desmistificação da ideia de que o Benfica e Portugal são só futebol.


By João Perfeito
11
Mar11

Voleibol à Sexta

Minuto Zero
Agradável surpresa açoriana

Ainda não tinha visto nenhum jogo da AJ Fonte Bastardo esta época; consegui, finalmente!, ver «o intruso» do top 6 em acção na meia-final da Taça de Portugal contra o SL Benfica. Fiquei agradavelmente surpreendida com esta equipa, e desagradavelmente consciente das barbaridades que por aí se dizem no que toca ao campeonato nacional de voleibol.
Sabia, antes de ver sequer a equipa – nem tinha, confesso, prestado grande atenção ao plantel – que estava no segundo lugar do campeonato e que foi a única equipa que fez o SL Benfica perder pontos nesta segunda fase do campeonato (levaram o jogo à negra). Não sabia, no entanto, de quem estávamos a falar.
Como poderemos, desde logo, dizer que é surpresa uma boa classificação da equipa que tem no seu plantel um Oton França em grande, um Eurico Peixoto, um Ruca, um Samuels? Este último, confesso, deixou-me boquiaberta (e nem estou a falar do meu amor por atacantes de saída em geral): grandes e pequenas diagonais, linhas, bolas por cima do bloco, através do bloco, em jeito, em força… um deleite. França foi outra agradável surpresa, com serviços fortíssimos – daqueles em que esticamos os braços e rezamos para que estejam no sítio certo – que dificultaram o jogo do Benfica e valeram alguns bons pontos à equipa açoriana. Enfim, um plantel com talento nos atacantes, sem dúvida.
Fonte: http://ajfontebastardo.blogspot.com/
Os distribuidores não ficam atrás. Impressionou-me a consistência de ambos: entre Perini e Coco (Angel Melean), difícil, se não impossível, saber quem é o titular e quem fica no banco. Não invejo o trabalho aos treinadores, Alexandre Afonso e Domingos Paulo. Foram ambos bons, foi um jogo bonito, sem dúvida. Passes limpos, agradáveis à vista e eficazes, na maioria das vezes. Pecam, por vezes, por excesso de previsibilidade: falta-lhes utilizar o ataque de segunda linha por zona 6; e é preciso não exagerar na distribuição para Samuels. É provavelmente esta previsibilidade que impede melhores resultados nalguns jogos – o último set contra a equipa da Luz mostrou isso: fraco em termos de resultado, apesar do bom espectáculo proporcionado na maioria dos pontos
Enfim, fiquei com vontade de ver mais – é uma pena que seja tão difícil fazê-lo. Mas é agradável ver uma equipa apostar forte no voleibol. É também agradável ver estes talentos (alguns dos quais marcaram presença na selecção nacional) juntos, a disputar o título. E é impensável que os media continuem a considerar uma surpresa a presença desta equipa na série dos melhores, que continuem a dizer que são os outsiders da competição.

Nota final, sobre outro assunto: é óptimo ver finalmente o jogador do Benfica, Reidel Toiran, preterido em favor de Tony Ching. Prova que afinal a inconsistência do jogador cubano é levada em conta, e que há opções no plantel encarnado.

by Sarah Saint-Maxent
10
Mar11

Steve Field

Minuto Zero
Formação portista

A academia de formação do Sporting é considerada por muitos como das melhores da Europa. Concordo, não só por ter saído das suas escolas os dois únicos portugueses congratulados como melhores do mundo, não só por ter formado jogadores como Nani e Simão, entre muitos outros, mas também porque garante todos os anos equipas competitivas nas equipas de formação, aliando títulos a bons jogadores formados todos os anos.
Ao invés, a academia do Benfica nos últimos tempos tem produzido pouca quantidade de grandes atletas. No entanto, julgo que a comunicação social faz disto um problema maior do que realmente é. Compreendo, porém, que se pensa desse modo face às exorbitantes quantias gastas pelo clube na contratação de estrangeiros, que impede que os jovens portugueses singrem.
Fonte: abola.pt
Só que, curiosamente (ou talvez não…), da academia portista ninguém fala. Tal como o Benfica, todos os anos são importados estrangeiros, sobretudo da América do Sul. Logo, portugueses no plantel escasseiam. Porém, o porto forma bastantes jogadores de qualidade, que devia de ser motivo para destacar ainda mais o clube como clube que pouco aproveita a sua formação. é certo que das escolas portistas não saiu nenhum Cristiano Ronaldo nem nenhum Figo, mas a qualidade é elevada.
Penso nisso ao ver em destaque mais um desperdício do Porto. Vieirinha, um extremo de qualidade, acaba de assinei pelo Zenit, campeão russo, que desembolsará ao PAOK cerca de 6 milhões de euros. Além de Vieirinha, Paulo Machado tem dado cartas no Toulouse, Ukra, Castro e Candeias têm tido sucessivos empréstimos apesar de já merecerem a definitiva afirmação, Hélder Barbosa e Bruno Gama desvincularam-se do clube por falta de oportunidades (…) e poderia continuar, pois há mais exemplo de talentos desperdiçados pelo Porto.
Quem sofre com tudo isto? Para além dos talentosos jogadores, que na sua maioria são extremos, sofre a selecção. Os clubes preferem apostar nos estrangeiros. O que tem Ukra a menos que Cristian Rodriguez? Ventura, por exemplo, apesar de não ser um guarda-redes que me encante, não é melhor que Kieszek?
É certo que neste último caso o objectivo é Ventura rodar. Não fazia bem ao jovem, como não faz a nenhum, não jogar. Os jovens precisam de jogar para evoluir.
A escola portista, para mim, também é das melhores. Porque não a aproveitam?  Os estrangeiros serão mesmo melhores?

by Steve Grácio
09
Mar11

Buzzer - Beater

Minuto Zero

Exercício astrológico

                Há quem diga que na NBA uma equipa precisa de 2 ou mais estrelas para ganhar um campeonato. Até pelos nossos lados sem perceberem bem todo o conteúdo polissémico da afirmação há quem diga que há campeonatos escritos nas estrelas. Eu cá não acredito muito, mas isso são contas de outro rosário.
                Mas então que se passa nos céus para que toda a gente acredite tanto no que lá está gravado? A História, basicamente. As duas equipas com mais campeonatos ganhos, Lakers e Celtics, têm uma tradição de grandes jogadores e grandes equipas. Nas décadas de (50…) 60, 70 e 80, o negócio da NBA não tinha a dimensão que tinha hoje, e os jogadores não trocavam tantas vezes de emblema. Naturalmente equipas tremendamente fortes foram-se formando em torno daquelas duas equipas.
                Claro, no fim dos anos 80 apareceu o Michael Jordan e tudo mudou. E mais uma vez, liderados por uma estrela , os Chicago Bulls tomaram os anos 90 de assalto. Mas só depois de Scottie Pippen ter aparecido ao lado de Jordan os Bulls conseguiram solidificar a sua dinastia.
                Portanto, até ver, duas ou mais estrelas certo? Basta olhar para os supostos candidatos ao título deste ano para começar a acreditar nesta astrologia: Los Angeles Lakers (Bryant e Gasol), Boston Celtics (Garnett, Allen, Pierce, Rondo, e de certa forma Shaquille O’neal, que tem a experiência do seu lado), Chicago Bulls (Derrick Rose e Carlos Boozer), Miami Heat (James, Wade e Bosh), Oklahoma City Thunder (Durant e Westbrook) e San Antonio Spurs (Ginobli, Parker, Duncan, Jefferson, Blair, Hill…esperem). Se calhar vocês perceberam o intruso aqui? Eu passo a explicar…
fonte: probasketballtalk.nbcsports.com
                Os Spurs têm neste momento o maior número de vitórias da NBA esta época. No entanto é consensual que só talvez Manu Ginobli entre na lista do Top 10 para MVP este ano, e vai quase a ferros, porque a equipa é tão homogénea e há outros jogadores melhores que ele por toda a liga.
                E no entanto, mesmo sendo a melhor equipa do momento, alguns parecem não os levar a sério em termos de campeonato. E eu não compreendo porquê. Estamos a falar da grande dinastia da década de 2000: 2 campeonatos e 5 presenças nas finais da Conferência de Oeste. E já vão nestes anos todos a ganhar todas as épocas regulares com mais de 50 vitórias (em 82 jogos), daí eu não escolher os Lakers para esta distinção, porque apesar de terem ganho campeonatos em 2000, 2001, 2002, 2009 e 2010, foram inconsistentes de 2003 a 2009, chegando por vezes ao playoff em último lugar, muito porque Kobe Bryant andava sozinho em campo.
                Um outro exemplo é o dos Detroit Pistons que ganharam um campeonato em 2004, e que de 2003 a 2008 foram sempre às finais da Conferência de Este. Afinal,  o que é que estas equipas tinham em comum? Equipas equilibradas. Detroit tinha 5 jogadores muito equilibrados: Ben Wallace como melhor defesa da liga, Rasheed Wallace como grande força nos ressaltos e no tiro exterior, Richard Hamilton, atirador de meia distância, Chauncey Billups, o patrão do ataque e lançador de longa distância nos momentos quentes do jogo, e Tayshaun Prince, extremo muito equilibrado em todos os campos. San Antonio teve, sim, um núcleo de 3 jogadores nesta década que lhe garantiu muita coisa: Tim Duncan,  “Grande Fundamental”, que é um jogador de fundamentos de jogo, à moda antiga, sem ser extremamente atlético como o atleta moderno, Tony Parker, grande base francês e provavelmente o melhor concretizador debaixo do cesto na sua posição e Manu Ginobli, base-extremo com um grande manancial de capacidades, marcando muitos pontos (e deixar a nota de Bruce Bowen, que agora não joga, mas foi múltiplas vezes o melhor defesa da liga).
                Portanto, 5s equilibrados resultaram em resultados constantes, e bastante altos, para estas duas equipas. Os Lakers podem ter tido o duo da década em O’neal e Bryant, mas tiraram uma das peças e foi tudo por água abaixo. Não me venham dizer que são sempre precisas múltiplas estrelas para fazer algo de relevante em campo, porque das vezes que a natureza do jogo – um jogo de equipa – foi bem aplicada, deu campeonatos ou bons resultados, por muito tempo.
 
by Óscar Morgado

08
Mar11

Da lesão olímpica a uma carreira sem fim: Obikwelu será eternamente português

Colaborador Minuto Zero

Jogos Olímpicos de 2000 em Sidney, Francis sai destroçado com uma lesão no joelho que o impede de alcançar a final dos 200 metros. Com apenas 20.71, bem longe dos 19.84 que um ano antes lhe deram o bronze nos Mundiais de Sevilha Obikwelu vive um sonho olímpico desfeito. Um sonho dum menino de apenas 22 anos que tanto queria dar a África uma inédita medalha de ouro olímpica na velocidade.
Obikwelu estava a ter uma carreira ímpar a nível internacional, semi-finalista olímpico em 1996, medalha de prata na estafeta dos 4x 100 com idade de Júnior em 1997 e bronze nos seus primeiros Mundiais ao ar livre em 1999.
Um fracasso olímpico, uma desilusão, um abandono. Assim foi a maneira como a delegação nigeriana tratou Francis. Sem lembrar os feitos da maior pérola africana de todos os tempos, sem lembrar a maneira como Francis fazia ouvir o nome da Nigéria, nos quatro cantos do Mundo, sem lembrar a maneira como Francis lutava praticamente só contra a hegemonia americana na velocidade.
No reverso da desilusão, do abandono e do fracasso milhares de quilómetros a norte, na entrada da Europa Francis recebe apoio, carinho e amizade.
Uma ajuda de um País que o recebeu em 1994 como menino-prodígio dos Mundiais de Juniores com apenas 16 anos. Com uma vida medíocre no seu país de origem, Obikwelu era mais um em busca dum sonho, mais um africano tentado a atravessar o mediterrâneo em busca duma vida melhor.
Foi com este sentimento que Obikwelu, encarou Portugal como a porta da sua vida, uma porta aberta mais tarde para a Europa e para o Mundo. Por isso talvez desse um passo atrás para dar dois à frente. Por isso Obikwelu foi em busca do topo do Mundo. Uma busca que começou a construir civilmente no Algarve com as mãos, os martelos e horas e horas de trabalho forçado… até a um topo, uma glória, uma bandeira. A bandeira de Portugal, o título de campeão europeu de pista coberta nos 60 metros coroado com a mais bela construção da humanidade no seu peito, a torre Eifel dourada em forma de medalha na cidade dos príncipes,Paris onde Obikwelu foi rei.
Talvez seja esta a medalha mais bonita, a medalha simbólica da construção, do esforço de Francis, tão audaz, tão corajoso, tão humano, tão possível e tão impossível. Numa realidade ambivalente da tristeza à eterna glória. Do sofrimento de milhares de homens na construção deste momento, do sofrimento de Francis com saudades da família, da cultura do seu pais, da eterna glória- da cidade mais bonita do Mundo, do monumento mais bonito do Mundo, na cidade dos príncipes… do melhor atleta do mundo, no atleta mais humano do Mundo, do rei do desporto.
Talvez por isso Paris e Obikwelu eternamente se entrelaçaram no recordar da tristeza e no soltar do ânimo da alegria. Mas antes desta glória, muito teve de sofrer Francis… muito tiveram que sofrer muitos homens para construir a Torre Eifel.
A primeira pedra nesta construção duma vida ímpar, duma vida duma personagem utópica que a ficção quis dar à realidade nasceu no Algarve.
No coração dum menino que só queria uma oportunidade, um emprego, um ajuda. Talvez a primeira pedra duma construção gloriosa tenha sido colocada no sapato de Francis. Um entrave, um sacrifício, um desafio duro e difícil. Um objectivo rumo a uma independência de si próprio que só podia ser patenteada com trabalho, nos muros, nas paredes, nos edifícios do Algarve.
Assim iniciou Francis a sua vida em Portugal, trabalhando na construção civil, de solo a solo, com saudades da família, sem amigos, mas com uma vontade, uma determinação, um objectivo. Talvez por isso desde cedo tenha mostrado ao país o ser fascinante que é. Talvez por isso as pessoas tenham entendido que ele merecia bem mais que um emprego nas obras. Por isso Ricardo e Isabel Ferreira adoptaram-lhe. A professora de atletismo encaminhou-o para o Belenenses, para Belém, onde à 496 anos Portugal descolou rumo ao topo do Mundo… onde Francis 496 anos depois iniciou viagem num barco rumo ao topo Mundo, uma viagem interminável onde as pistas ainda não se cansaram da sua rota.
Volvidos três anos ingressa num dos maiores clubes europeus de Atletismo, o Sporting Clube de Portugal, rapidamente se torna figura de proa na velocidade nacional. Apesar de tudo mantém o amor ao seu país de origem e continua a representar a Nigéria. Feitos inéditos, medalhas atrás de medalhas e um legado na velocidade africana que parece mais ficcional que real. Um legado africano construído e treinado em Portugal, desde os muros do Algarve, aos treinos no Sporting, à sua professora, à sua treinadora, aos seus pais adoptivos. Francis vivia num complexo. Um complexo que o interrogava e que mexia emocionalmente consigo. A sua vida estava-se a encaminhar rumo à glória, tinha num país, um apoio, um clube, uma professora que acreditarem em si que o impediram de ser mais uma pérola a rolar encosta abaixo como tantos talentos africanos que acabam submersos numa realidade pobre que todos tentam fugir. Essa mesma realidade que Obikwelu fugiu com as obras no Algarve, essa realidade cada vez mais longe, cada vez mais distante.
Assim a pedra no sapato de trabalhar nas obras rapidamente se transformou num sonho olímpico de glória. Por isso grandes eram as esperanças de Obikwelu de dar uma medalha inédita a África em Sidney. Uma lesão roubou-lhe o sonho construído. Uma lesão acabou com os seus complexos. Com a sua divisão, com os seus dois amores. Nigéria ou Portugal? País de Nascimento… ou país de sonhos? País de oportunistas… ou país de oportunidades? País de mágoa ou país de glória? Rapidamente a as lágrimas no rosto do Francis patenteava o fim da divisão do seu coração.
Portugal era o país onde tinha iniciado o seu caminho, Portugal foi o país que o fez fugir da miséria africana, o país do Tudo. A Nigéria era o país do Nada. O país do esquecimento, na ingratidão perante o seu esforço, do oportunismo perante o seu talento transcendental e invulgar.
Obikwelu chorou de tristeza por desilusão de um país que o viu nascer e que o rejeitou… por os médicos que o obrigaram a deslocar-se ao Canadá pelos seus próprios meios para resolver a sua lesão no joelho.
Mais a norte do Atlântico estava um país de mão estendida, preparado para o receber, preparado para lhe dar o que merece… conquista.
Assim neste trilho de caminhos, nesta opção de escolha o coração de Obikwelu deixou de ser africano e passou a ser português. Em 2001 torna-se cidadão nacional. Em 2002 nos europeus de Munique torna-se o primeiro português medalhado na velocidade. Ouro nos 100 metros, prata nos 200. Era esta a recompensa de Obikwelu a Portugal… Mas era tão pouco o que Obikwelu dava a Portugal comparado com a dívida que sentia. Por isso trabalhou arduamente de 2002 a 2004, agora trocando os muros e as paredes pelas pistas de atletismo. Com mais uma desilusão dos Mundiais de Paris em 2003 Obikwelu arranjou forças para se tornar imortal. Por levar a nossa bandeira, o nosso País, o nosso nome ao topo do Mundo. Uma dura e longa espera até ao dia 22 de Agosto de 2004. Jogos Olímpicos de Atenas, retirada de Maurice Greene, os olhos postos na possível tripla americana, ouro, prata e bronze. Do outro lado, um europeu apenas na Final, um português em busca no topo do Mundo. 21 horas e cinco minutos o país para, roem-se as unhas, as televisões interrompem as emissões… Obikwelu corre rumo ao recorde da Europa 9.86, um centésimo de segundo apenas e seria o 4º campeão olímpico português. Na prova do desporto mais vista em todo o Mundo, na cidade embrionária dos Jogos Olímpicos Obikwelu catapulta Portugal para um patamar de topo retirando a previsível total hegemonia americana. Em todo o Mundo, a sua humildade, o seu recorde e o seu feito foram divulgados, em todo o mundo Francis se tornou conhecido, em todo o Mundo Portugal se fez ouvir.
Obikwelu celebrava, tinha chegado ao cume da montanha, mas a alegria tinha sido todo o percurso doloroso até lá chegar. Ao topo que a pista 8 de Helsínquia um ano depois o fez descer outra vez, com um infeliz 4º lugar nos 100 metros.
Uma descida que nem o duplo ouro nos europeus de Gotemburgo em 2006 conseguiu travar.
A falsa partida dos Mundiais de Osaka em 2007, a nova desilusão Olímpica de Obikwelu em 2008…
Em Pequim, Obikwelu voltou a abrir telejornais, desta vez para anunciar a sua renúncia à selecção, à sua renúncia à alta competição.
Obikwelu sentia-se ingrato perante Portugal, queria-nos dar outra medalha, queria fazer ainda mais história e tornar-se mais imortal. Os portugueses partilhavam a tristeza de Francis e pediam para reconsiderar. Francis já tinha ganho tudo por Portugal, não queria dar mais tristezas ao nosso País.
Mas tal como em 1994 acolhemos Francis do nada, em 2009 fizemo-lo crer que precisamos dele e que ele precisa de nós. Precisamos dele para continuar a construir uma das mais belas páginas do desporto nacional, ele precisa de nós, porque merecia mais do que 3 títulos europeus e uma medalha olímpica.
Nesta conciliação Obikwelu regressa à selecção apenas em 2009 para a estafeta de 4x100 metros. Bate o recorde nacional e apura-nos para os mundiais de Berlim.
Estava dado mais uma vez a inversão de marcha na vida de Francis, o retomo a uma carreira que outrora foi de sucesso… mas que ainda tinha muito para dar.
Em 2010 regressa ao mais alto nível internacional, participa nos europeus ao ar livre nos 100 metros. Um pedaço de ombro, uma fotografia, um slide, impediu de ser o primeiro europeu a ganhar 3 medalhas seguidas nos 100 metros. O 4º lugar, dias mais tarde a presença histórica da estafeta 4 x 100 na final.
No término do ano, numa nova fase da carreira, num renascer das cinzas, no renascer da crença… sem a pressão de vitórias de quem já conquistou tudo… com o ressuscitar do divertimento do atletismo Obikwelu afirma que compete apenas para se divertir. E que retomará sem pausas a sua carreira ao mais alto nível.
Assim renasce em si a alegria, o dever de querer e crer dar uma medalha única a Portugal em Pista Coberta.
Por isso aproveita as novas instalações do Jamor e num trabalho único e irrepetível treina com Nélson Évora e o seu treinador, técnica de saltos - o segredo mais bem guardado da velocidade europeia.
Um trabalho que lhe permite explodir na partida. Domingo, 6 de Março de 2011 Obikwelu destrona na sua própria casa o primeiro caucasiano a baixar dos 10 segundos nos 100 metros e o actual campeão Mundial de pista coberta (Chambers), sagrando-se campeão europeus nos 60 metros planos.
Obikwelu uma vida dum ser humano extraordinário que mais parece um filme de Hollywood. Com alegrias e com tristezas, com Portugal subiu e desceu ao topo da montanha, com Portugal sorriu, com Portugal chorou, com Portugal sofreu desde os muros do Algarve à desilusão olímpica de Pequim, com Portugal celebrou desde o seu profissionalismo no Atletismo, à sua qualidade de vida, à glória olímpica, ao topo Europeu.
Porque só Francis nos emociona e nos torna humanos ao ponto de recuarmos a nossa história e esquecer o seu lado ficcional, porque só Portugal torna Francis no ser humano fantástico ao ponto de recuar na sua ambição de 16 anos e esquecer a ficção do seu sonho desportivo. Porque Portugal e Francis caminharam eternamente de mãos dadas, Portugal será eternamente o País de Francis e Francis será eternamente Português.

By João Perfeito
08
Mar11

Em Frente

Minuto Zero
Bruno de Carvalho  
       
                Começa a ser assunto recorrente no meu dia-a-dia as eleições leoninas. Normal, o futuro do clube, mais do que nunca, preocupa-me. Anseio por uma mudança no rumo seguido nos últimos anos, mesmo que isso seja pouco provável de acontecer. Só com um milagre, ou melhor, um conjunto de milagres é que vamos lá. Muitos começam a abrir os olhos, mas ainda falta um longo percurso a percorrer para que o Sporting dê o passo em frente.
Fonte: Blog Sporting-sempre
                Sou sincero, estou bastante inclinado a dar à candidatura de Bruno de Carvalho o meu voto. É o único candidato com um verdadeiro projecto, é um candidato sem grandes ligações ao passado do clube (é Vice-Presidente do Hóquei em Patins, modalidade autónoma da direcção). No entanto, a sua candidatura é olhada com bastante desconfiança. Augusto Inácio, último campeão português no clube, causa alguma polaridade de opiniões. A máquina comunicacional por detrás da candidatura não é das melhores. E, acima de tudo, a sua posição, para mim correctíssima diga-se, no que diz respeito a uma auditoria externa tem provocado de tal forma uma dor de cabeça à apelidada continuidade, que até já houve o avançar por parte do clube em si, de uma acção judicial contra o candidato.
                A candidatura “Por um Sporting sem complexos” necessitava portanto de um milagre para começar a circular como verdadeira hipótese a considerar nas próximas eleições de 26 de Março. E esse milagre começou a ganhar forma no debate eleitoral promovido pelo canal SIC Notícias. No meio de todos aqueles que combatem uma mudança no clube, foi esta a candidatura que conseguiu impor-se, assumindo assim a posição que Dias Ferreira tinha de grande candidato contra Godinho Lopes. Soube apresentar o seu projecto, e em momentos específicos soube atacar devidamente a candidatura da verdadeira continuidade.
                Mas essa seria só a primeira parte do milagre. A partir do debate começou a desenrolar-se um verdadeiro efeito de bola de neve. Bruno de Carvalho cresce dia-a-dia, surpreendentemente. Segunda-feira foi dia de Eduardo Barroso, confesso apoiante da continuidade até então assumir o seu apoio ao candidato, num movimento que poderá ter mais importância do que a aparente. Terça-feira, o candidato tem a sua primeira capa de jornal, mesmo que seja a par de Godinho Lopes. E, notícia das notícias, aparece como bem colocado na intenção de voto leonina.
                Amanhã será dia de apresentação da lista, por volta das 19 horas, em Alvaláxia, na sua sede de campanha. Ficaram prometidas grandes surpresas, nomeadamente no que a apoio notório diz respeito. Para outro dia ficará ainda a apresentação dos seus investidores, recordando que o candidato apresenta um fundo de 50 milhões de euros, e ainda a apresentação do seu treinador e eventuais reforços (uma medida populista, sem dúvida, mas infelizmente aí se pode ganhar uma eleição).
                Engraçado de ver, que desesperadamente, quem apoia a continuidade perde a cada dia que passa maior poder de contra-argumentação, restringindo-se neste momento à idade do candidato, à sua falta de experiência. Engraçado também que esse argumento é esquecido se quiserem recordar Pinto da Costa ou Joan Laporta, por exemplo. A mudança provoca de tal forma um temor tão grande que a tudo se agarram, começando aos poucos a cair na realidade. É triste, mas a realidade é que perante tamanha evidência, começa a construir-se uma luta geracional no clube e, seja qual for o vencedor, o período pós-eleitoral será bastante complicado de gerir, ou não se fosse viver uma paz precária. 

by Jorge Sousa
07
Mar11

Terceiro Anel

Minuto Zero
«O Benfica vai conquistar duas das três» competições possíveis

Perdemos. Ao fim de 18 triunfos consecutivos, mas gostaria de ter perdido om honra,
não com a pouca vergonha que se assistiu no estádio do satélite do clube de um vígaro.
O Benfica foi roubado até ao tutano pela equipa de arbitragem que dirigiu este encontro.
Jesus advinhou, o dexistroso do incompetente. Mais uma vez um jogador do Benfica foi expulso, mas não é um qualquer que se expulsa, são sempre jogadores da defensiva, senão vejamos:
Luisão (2 vermelhos), Fábio Coentrão (2), Sídnei (1) e Javi Garcia (1). Já não me lembrava de  ver tantos vermelhos na equipa do Benfica. Uma equipa que vence 12 jogos seguidos na liga e tem 17 vitórias em 22 jogos e nao consegue ser campeã é realmente estranho.
Pinto da Costa avisou que ia estar atento este ano e esteve, viu-se isso duas vezes no dia de hoje.
Primeiro com o Beira-Mar, sim porque Leonardo Jardim saiu do Beira-Mar que está(va) a realizar um excelente campeonato, sem razão aparente, isto para ir para o Braga e para o Portimonense, o outro satélite do clube do vígaro. O Beira-Mar também ele foi roubado descaradamente em Alvalade.
Em Braga foi o que se viu, primeiro um lance anulado a Saviola dentro da área quando este não fez falta, depois a expulsão do Javi num lance em que o Alan devia ter visto o amarelo-alaranjado no minimo, situações que, como é claro deitaram a baixo uma equipa que está exausta.
Verdade seja dita, e eu por muitas vezes ja defendi Roberto, mas o sucedido junta-se a outros 3
jogos em que deu pontos aos outros. Jesus afirmou a 25 de Maio do ano passado que queria um guarda-redes para dar pontos. Se é certo que já deu vitorias também a certo que deu golos que muito valeram aos adversários.
Este campeonato vai ser ganho pelo clube do vígaro, orquestrado por um grande Polvo... com mais de dois anos
Mas ninguém nos vai por a baixo, o Benfica é bem maior que isso tudo! Vamos continuar a fazer o nosso campeonato porque ainda temos 3 competições para vencer este ano! E se tudo correr  normalmente o Benfica vai conquistar pelo menos duas das três em disputa.
Força Benfica!
 
by Simão Santana
07
Mar11

Terceiro Anel

Simão Santana
«O Benfica vai conquistar duas das três» competições possíveis
 
Perdemos. Ao fim de 18 triunfos consecutivos, mas gostaria de ter perdido om honra,
não com a pouca vergonha que se assistiu no estádio do satélite do clube de um vígaro.
O Benfica foi roubado até ao tutano pela equipa de arbitragem que dirigiu este encontro.
Jesus advinhou, o dexistroso do incompetente. Mais uma vez um jogador do Benfica foi expulso, mas não é um qualquer que se expulsa, são sempre jogadores da defensiva, senão vejamos:
Luisão (2 vermelhos), Fábio Coentrão (2), Sídnei (1) e Javi Garcia (1). Já não me lembrava de  ver tantos vermelhos na equipa do Benfica. Uma equipa que vence 12 jogos seguidos na liga e tem 17 vitórias em 22 jogos e nao consegue ser campeã é realmente estranho.
Pinto da Costa avisou que ia estar atento este ano e esteve, viu-se isso duas vezes no dia de hoje.
Primeiro com o Beira-Mar, sim porque Leonardo Jardim saiu do Beira-Mar que está(va) a realizar um excelente campeonato, sem razão aparente, isto para ir para o Braga e para o Portimonense, o outro satélite do clube do vígaro. O Beira-Mar também ele foi roubado descaradamente em Alvalade.
Em Braga foi o que se viu, primeiro um lance anulado a Saviola dentro da área quando este não fez falta, depois a expulsão do Javi num lance em que o Alan devia ter visto o amarelo-alaranjado no minimo, situações que, como é claro deitaram a baixo uma equipa que está exausta.
Verdade seja dita, e eu por muitas vezes ja defendi Roberto, mas o sucedido junta-se a outros 3
jogos em que deu pontos aos outros. Jesus afirmou a 25 de Maio do ano passado que queria um guarda-redes para dar pontos. Se é certo que já deu vitorias também a certo que deu golos que muito valeram aos adversários.
Este campeonato vai ser ganho pelo clube do vígaro, orquestrado por um grande Polvo... com mais de dois anos
Mas ninguém nos vai por a baixo, o Benfica é bem maior que isso tudo! Vamos continuar a fazer o nosso campeonato porque ainda temos 3 competições para vencer este ano! E se tudo correr  normalmente o Benfica vai conquistar pelo menos duas das três em disputa.
Força Benfica!
 
by Simão Santana
06
Mar11

Fogo sem Fumo

Minuto Zero
Tomar partido

Sempre tive de Dias Ferreira, um homem sério e nomeadamente, um grande Sportinguista (com S grande). Habituei-me a ouvi-lo no programa semanal da SIC Notícias – O Dia Seguinte – onde sempre defendeu o Sporting com unhas e dentes. O seu amor ao clube leonino ficava patente sempre que se tratava de defender o bom nome da instituição, porém, por ser independente e uma pessoa de pensamento crítico e reflexivo, nunca se coibiu de apontar erros técnicos, financeiros e de gestão que ocorreram, nos últimos anos, em Alvalade.
Desde que acompanho a vida do Sporting, que me recordo de se falar de Dias Ferreira como um dos notáveis do clube e daqueles sportinguistas que, sempre que se disputam eleições para a presidência, se fala da sua eventual candidatura. Esperou-se uma, duas, três vezes até que, desta vez, Dias Ferreira avançou. O eterno candidato chegou-se à frente e disse: “Estou presente, contem comigo”. Terá sido pelo momento delicado do clube? Ou por uma estratégia pessoal? Sinceramente, quero acreditar que foi o primeiro motivo. Contudo, se foi o segundo, penso que todos nós temos a legitimidade para ter os nossos próprios projectos e ambições e escolhermos o melhor momento para avançar. Se foi o segundo, não me choca nada.
Daqui a umas semanas disputam-se uma das eleições mais importantes da história do Sporting, o momento actual, principalmente da equipa de futebol, é calamitoso. Não há sportinguista que ande feliz com o actual estado de situação. O Sporting bateu no fundo, é verdade. Mas tal como já referi inúmeras vezes, não morrerá nem desaparecerá enquanto grande referência do nosso futebol. Este é um momento de viragem: ou se inicia já a mudança ou se continua a viver na triste agonia que nos conduziu até aqui. Por tudo isto, o resultado do dia 26 de Março é fundamental para a resolução dos principais problemas do Sporting.
Do leque de candidatos (bastante alargado, diga-se), penso que o melhor e o que apresenta o melhor projecto é Dias Ferreira. As afirmações que faz relativamente ao que quer para o Sporting permitem ter esperança e os dois nomes que avançou, e que são a cara do seu projecto – Paulo Futre e Frank Rijkaard – auguram bons resultados para os lados de Alvalade. Futre é um homem do futebol, um homem com contactos que poderão ajudar a trazer bons jogadores para a equipa e Rijkaard é um grande treinador, com provas dadas de sucesso e títulos, mas também com uma estratégia para a formação, aliás, é um técnico muito ligado à formação, veja-se os casos do Ajax e do Barcelona, clube onde o treinador holandês esteve e deixou um bom trabalho. Esta tripla deixa-me esperançado em relação ao futuro do meu Sporting. É por isto que apoio e desejo que Dias Ferreira vença as eleições de dia 26 de Março.

By Alexandre Poço
05
Mar11

Porque ao Sábado se Destaca...

João Perfeito
Vergonha atletismo Nacional, Benfica sem surpresa e o preço da fama

Fonte:jpn.icicom.up.pt
1-Em primeiro lugar gostaria de falar de atletismo. É uma vergonha Sara Moreira ter ficado fora dos 3000 metros do europeu de Pista Coberta. Aos 25 anos depois do bronze nos 5000 no pretérito europeu, Sara Moreira mais do que nunca ambicionava chegar ao ceptro europeu. Um erro na inscrição impediu-a de participar na prova. Como é possível uma federação hipotecar desta forma a participação duma atleta, independente das probabilidades de “A portuguesa” ser ouvida ou não em plena Paris.
Grave é também o facto de a selecção nacional de corta-mato júnior ter ficado fora do mundial. O medalhado dos últimos europeus, Rui Pinto será o único elemento a representar as cores lusas em tão importante competição. Todos os outros 5 elementos da equipa nacional, classificados entre o 2º e o 6º no Campeonato Nacional podiam lutar para fazer Portugal estar entre as melhores 6 equipas do Mundo e ambicionar o topo europeu. Mas mais uma vez a falta de sensibilidade dos nossos responsáveis não seleccionou a equipa. Consequências? Sem este investimento como podemos obter os resultados de outrora?


2- O Benfica somou na passada quarta-feira a sua 18ª vitória consecutiva (novo marco histórico do clube). Ao longo do presente ano de 2011 várias são as pessoas que se mostram surpreendidas por este avolumar de resultados da turma de Jorge Jesus. Muitos até dizem que acham surpreendente todo este caudal e qualidade técnica ofensivos tendo em conta a performance desempenhada na fase embrionária da época. A mim só me dá vontade de rir… Aqueles que diziam que o Benfica este ano estava a milhas do ano passado… Uma boa maneira de soltar uma boa gargalhada. No fundo a equipa do Benfica apenas teve o azar dos 3 jogos que lhe correm mal na época terem-se verificado nas 4 primeiras jornadas. Sim porque perder com o Porto é normal e se perdesse 2-0 tinha as mesmas hipóteses de ser campeã, não venham com histórias dos 5-0… Esta equipa defensivamente em jogos com em Alvalade e no Dragão, revelou uma consistência defensiva que o ano passado era impossível, mesmo perdendo Ramires. Imagino a primeira volta do Benfica e este início de segunda volta se jogasse tantas vezes em superioridade numérica como na pretérita época, bem ai os números eram ainda mais incomparavelmente superiores. Acho estranho também certas pessoas acharem que só agora o Benfica está ao nível da época passada. Quando na verdade exibições com a de Coimbra, a de Setúbal e a caseira frente ao Nacional estarem longe dos padrões normais da equipa. Mas enfim existem pessoas que só por goleadas 8-1, 6-0, 5-0 acham que uma equipa está claramente melhor, curioso é o facto do Benfica na primeira volta este ano ter dado mais goleadas do que na época transacta em jogos com igualdade numérica.

Fonte:geracaobenfica.blogspot.com

3- Por fim vergonhoso é o preço da fama… O preço da fama de Fábio Coentrão. Que no jogo com o Marítimo obrigou Jardel a jogar a defesa-esquerdo e central ao mesmo tempo. Um Fábio Coentrão que recuperava na transição mais lentamente que Cardozo, um Fábio a andar enquanto a bola estava do lado esquerdo da defesa do Benfica. Um Fábio que só corria no seu meio-campo para recuar 20 metros para fazer um lançamento, porque os adversários podiam atacar que ele nem se quer estava lá. Mas um Fábio que faz uma assistência e marca um golo decisivo. Um Fábio que recebe nota 8 no jornal A Bola. Bem um lateral que não defende, que só ataca merece essa nota, então imagino se defendesse, teria o que? 11 ou 12? Ai não a escala é só até 10. Pois este é o preço da fama. O Preço de saber atacar, de saber conduzir a bola, de ter meio-mundo atrás dele, de ter um contrato milionário à sua espera… Outros tem de fazer o trabalho por dois e acabam vaiados, como Jardel. Este é o preço da fama. Um é idolatrado, outro acabou de chegar e é olhado com desconfiança pelos adeptos. E sim Coentrão não revelou atitude, a atitude não se mostra do meio-campo para a frente, ainda para mais sendo um lateral, mostrasse no campo todo, isto é a verdadeira entrega. Nesse campo muito tem que invejar do seu companheiro Maxi Pereira, para mim um dos melhores laterais do mundo no momento. Mas talvez também seja só eu que acho O’Shea um dos laterais da década. Talvez seja só eu que mesmo que Roberto Carlos não marcasse golos nem atacasse tão bem o achava o melhor defesa esquerdo da década. Mas talvez seja só eu, mas penso que o trabalho dum lateral é mais defender que atacar. Talvez seja só eu que tenha reparado nos buracos defensivos de Coentrão no Mundial. As pessoas vivem formatadas e uniformizadas pela comunicação social. Caro leitor, não concorda comigo. Argumente e explique porque? Porque na verdade estou farto de ouvir respostas padronizadas, similares e idênticas. Estou farto da falta que a maior parte das pessoas tem de construir opiniões por si próprias. Talvez por isso eu acabe por ter opiniões tão divergentes ao longo das semanas, porque construo a minha opinião. Mas só talvez.

by João Perfeito