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Minuto Zero

A Semana Desportiva, minuto a minuto!

A Semana Desportiva, minuto a minuto!

Minuto Zero

14
Jan11

Voleibol à Sexta

Minuto Zero
Três anos são… muitos anos.

Volto a falar do SL Benfica (bem sei que é uma quase constante, mas é o único clube que tem jogos a que posso assistir regularmente) para falar do campeonato inter-regional de Lisboa no escalão infantis/iniciados. E é precisamente este facto, o de ser uma mistura de escalões, que focarei aqui num pequeno apontamento.
Comecemos pelo básico: o escalão de iniciados tem os jogadores que, no início da época, têm 13 e 14 anos. Este ano, isso traduz-se em atletas nascidos em 1996 e 1997. Já nos infantis, por falta da existência de um escalão abaixo desse (a título de exemplo refiro aqui o escalão de minis, que jogam em duplas, no desporto escolar), estão todos os jogadores com menos de 13 anos. À partida, isso poderia não ser problemático; no entanto, acaba por ter resultados como o que assisti no passado fim-de-semana.
Equipa do SL Benfica, iniciados, em Novembro de 2010
No sábado decorreu a primeira jornada do campeonato referido acima. Entre outras, estão presentes nesta fase as equipas de SL Benfica (iniciados) e SC Caldas (infantis), que se defrontaram no primeiro jogo. Aparentemente, e segundo vários comentários «de bancada» que fui ouvindo, foi o primeiro jogo oficial da equipa de Caldas da Rainha (o SL Benfica participou, nos últimos meses do ano, no torneio regional da AVL). E qual não foi o meu espanto quando vejo aparecer uma equipa de... crianças. Não é com má intenção que o digo, é apenas a constatação de um facto: se a equipa de iniciados que estava perante nós era de perfeitos adolescentes, com os seus 1,80m ou mais, alguns maiores que o próprio treinador, a equipa de infantis tinha atletas que não chegavam a ter dez anos. Crianças, portanto.
Parece-me óbvio, mas mesmo assim vou referi-lo, que uma diferença de 4 anos (ou mais) nestas idades é grande. Enorme, diria eu. Sobretudo quando se trata de uma actividade desportiva que, por definição, envolve muito do físico dos jogadores: se uns são fisicamente adultos, os outros estão a anos-luz de o serem. As diferenças não se esgotam, ainda assim, no aspecto físico: a inteligência táctica de um jogador de 10 anos não se pode comparar à de um jogador de 14, por mais que nenhuma delas esteja no seu auge.
É claro que actualmente não há outra hipótese de fazer as equipas de infantis integrarem a competição (na zona de Lisboa e arredores, são apenas duas equipas federadas: o SL Benfica, que defrontará a sua equipa iniciada este fim-de-semana, e o SC Caldas). Ainda assim, não me parece que esta solução seja minimamente justa, tanto para um lado como para o outro - uns porque se sentirão impotentes, uns Davides contra Golias, e outros porque - e aí pesa a mentalidade infantil destas idades - não levarão a sério tais jogos. Mas, como li há uns dias, numa situação completamente diferente, o facto de eu não encontrar solução não quer dizer que o problema não exista. E, se existe, não devo deixar de o apontar.

by Sarah Pires Saint-Maxent
13
Jan11

Steve Field

Minuto Zero
Prémios FIFA e Taça da Liga

1 – Foi com enorme ansiedade que acompanhei a gala de atribuição dos prémios FIFA, já que José Mourinho era um dos candidatos. Felizmente, contra a maioria das previsões, inclusive da minha numa crónica de há umas semanas, José Mourinho, com toda a justiça, foi congratulado (oficialmente) como melhor treinador do mundo. É o melhor, sem dúvida, e não só por tudo o que já referi na crónica passada. Viram o discurso de Sneijder aquando da entrega do seu prémio por pertencer à equipa do ano? Viram a primeira reacção de Mourinho quando ouviu o seu nome como melhor do mundo? Viram o seu discurso que, apesar de curto, foi marcante? Bem se não viram vou dizer as respostas…Sneijder disse ‘Queria que Mourinho vencesse porque é o melhor treinador do mundo’. Quanto à primeira reacção de Mourinho foi abraçar o que ele julga ser a principal razão do seu sucesso, os seus jogadores. Foi magnífico! No entanto, mais bonito ainda foi o seu discurso: ‘Peço desculpa por falar em português mas sou um Portugal orgulhoso (…)’. É por tudo isto e muito mais que é o melhor. Sem margem para dúvida, Mourinho é o grande embaixador nacional no estrangeiro, é um fenómeno, um motivo de orgulho (ou se não é, devia) para todos os portugueses.
2 – Messi venceu o prémio de melhor jogador do mundo. Não se pode dizer que algum prémio que Messi vença seja injusto, porque é o melhor jogador de todos, mas se o prémio visa congratular o melhor de 2010 então esse, não estando Sneijder presente, deveria de ser entregue a Xavi. Vencedor da liga espanhola, campeão do mundo. Jogador essencial tanto no seu clube como na sua selecção, o verdadeiro cérebro. Sem ele, o jogo muda. Infelizmente, não se dá o devido valor a estes jogadores que raramente são protagonistas de um encontro mas que são peças fundamentais em qualquer êxito. Julgava que isso mudaria este ano, mas pelos visto apenas os que marcam golos são reconhecidos…quando Xavi não vence neste ano, dificilmente voltará a vencer. Porém, como já referi, Messi é um fenómeno e qualquer troféu lhe assenta que nem uma luva. Tem condições para ser o melhor de sempre. Mas toco num ponto essencial: O que seria de Messi sem jogadores como Xavi?
3 – Nota negativa para os organismos reguladores. Pelo primeiro ano, e penso que bem, atribui-se apenas um prémio, numa espécie de junção entre a bola de ouro e o prémio FIFA. No entanto, pelo que li, para o ano vai haver dois prémios, um para o melhor do mundo, outro para o melhor da Europa. Tanta indecisão que estes senhores têm. Todos sabemos que o melhor do mundo actua sempre na Europa, não faz sentido haver dois prémios que irá para o mesmo jogador.
4 – Nota negativa também para a taça da liga. O formato que esta apresenta é irrisório, que favorece os maiores clubes. Como diz Manuel Machado, ‘mais vale colocarem logo os quatro maiores nas meias-finais e discutir-se o troféu entre eles’. Ora nem mais, faço das palavras dele as minhas. O formato actual tem várias contrariedades: os oito primeiros classificados da época anterior (onde estão, obviamente, os grandes) apenas entram numa última fase com o sorteio a ser bastante favorável para que os quatro maiores se apurem para a meia-final, pois aliado ao seu maior potencial ainda jogam a maioria dos jogos em casa (é certo que foi sorteado, mas não tem nada de ser sorteado. Têm de ser favorecer os que mais necessitam!). Este facto ainda provoca outro pior, que se prende com a falta de receitas que os clubes de menos dimensão têm pois jogam a maioria dos jogos fora de portas, além que ainda têm despesas por se terem de deslocar. Quando não havia esta competição, dizia-se que deveria de ser criada para não sermos diferentes dos restantes. Agora que há, ninguém lhe dá credibilidade pela má gestão da mesma. Se é para isto, mais vale acabarem com ela. Ninguém gosta de ver jogos ‘a feijões’. Sugeria um formato idêntico à taça nacional (como se faz nos outros países) para poder haver a festa da taça. Robin dos Bosques roubava aos ricos para dar aos pobres, os organizadores desta competição preferem alargar o fosso entre os que mais necessitam e os que mais têm. Assim vai o nosso futebol.

by Steve Grácio

12
Jan11

Em Frente

Minuto Zero
Não há dia que não passe no universo leonino não se critique a direcção de José Eduardo Bettencourt. Criticam-se os negócios, as atitudes, a apatia, enfim chegasse até a colocar em causa o sportinguismo de alguns. São vários os que vão pedindo eleições antecipadas, mas infelizmente poucos os que vão dando a cara ou tomados pelos sócios como alternativas claras ao actual presidente. Hipóteses? Vamos cá fazer uma enumeração:
                Rogério Alves: O antigo Bastonário da Ordem dos Advogados e Presidente da Mesa da Assembleia Geral da Sporting SAD será sempre visto como o mais forte candidato a uma eventuais eleições. É certo que provém da mesma linha de fabrico de José Eduardo Bettencourt, mas pelo dom da palavra que possui, facilmente seria capaz de iludir mais uma vez um grande número de sócios (os tais que no passado votaram na actual direcção).
                Paulo Pereira Cristóvão: O candidato derrotado das últimas eleições leoninas apresenta uma margem de manobra que lhe pode conferir algum crédito junto dos sócios que se opõem à actual direcção. Apresentava um projecto ao contrário do seu opositor e os seus conhecimentos enquanto antigo membro da Polícia Judiciária poderiam ser um trunfo importante na Liga. No entanto, os meios de comunicação em plena campanha eleitoral acabaram por desvalorizar as suas pretensões, fazendo com a opinião em seu torno fosse desde possível salvador a pára-quedista da ordem do antigo presidente Jorge Gonçalves.
                João Rocha Jr: É filho de um dos presidentes mais acarinhados pela massa associativa. Foi um dos fundadores da claque Juventude Leonina. É um empresário de créditos firmados. É tido como um grande sportinguista e arrasta na sua figura o desejo de ver um Sporting tão grande como aquele que o seu pai construiu. No entanto, uma eventual candidatura não passe disso mesmo. Circula um movimento no Facebook que pretende o convencer a avançar. No entanto, por agora não existe um projecto, não existem ideias, apenas um sonho de um futuro verde, igual a um passado grandioso.
                José Eduardo Sampaio: Empresário conhecido do universo leonino, antigo atleta do clube. Apresenta-se como estando “desgostoso com o rumo do clube” e promete no dia 31 de Janeiro apresentar um projecto “para o clube, especificamente direccionado para o futebol”. É tido como apoiante da actual direcção, no entanto afirma colocar “o Sporting acima das individualidades”.
                Pedro Souto: Nas últimas eleições apresentava-se como candidato, no entanto acabou por recuar perante o avanço de Bettencourt. O então apelidado pelo jornal OJogo como sendo um “milionário do sector automóvel” acabou por voltar-se contra a actual direcção. É tido como um óptimo gestor, mas a verdade é que na vida activa do clube não lhe são conhecidos feitos.
                Isabel Trigo Mira: Uma das figuras mais apreciadas do universo leonino. Chegou ao clube em 1995 como Secretária da Mesa da Assembleia Geral. Foi vogal do Conselho Directivo, foi membro do Conselho Leonino. Recebeu o prémio Stromp (Dedicação do Ano), em 1997 e chegou a assumir a presidência dos Leões de Portugal (grupo de solidariedade sportinguista).
É reconhecida igualmente pelo seu envolvimento com os Núcleos do clube. No entanto, não se tem perfilado como eventual candidata, para desgosto de uma grande parte dos Sportinguistas.
                Dias Ferreira: O actual Presidente da Assembleia Geral do clube perfila-se sempre como candidato à presidência do Sporting. No entanto, parece mudar a sua opinião ao “sabor do vento”. O seu Sportinguismo é, no entanto, inquestionável e desde há muito que é uma presença habitual da vida do clube.

                Zeferino Boal: Sócio e antigo dirigente do clube (nos mandatos de Jorge Gonçalves e Sousa Cintra) pretende pedir eleições antecipadas. Crê que falta no clube uma forte liderança e falta de cultura desportiva. A sua imagem será sempre associada ao presidente Jorge Gonçalves (tido como um dos piores da história do clube), no entanto ao lançar um projecto viável, seguramente terá o apoio de um bom número de Sportinguistas.
                José Maria Ricciardi: Em Agosto de 2010, o jornal Expresso apresentava-o como o 24º mais poderoso da economia portuguesa. É o presidente da comissão executiva do BES e considerado o verdadeiro presidente do clube, pela influência que terá tido nesta direcção e nas últimas que ocuparam o clube. Apresenta uma imagem bastante negativa entre os adeptos, pelo facto de ser um dos grandes responsáveis pelo momento económico do clube.
                Certamente que outros nomes irão ser dados como eventuais candidatos à presidência do clube, no entanto estes são aqueles que de um modo, ou de outro se afiguram como mais fortes possibilidades a surgirem como tal.

fonte: abola.pt


Saudações Leoninas,
Jorge Sousa
11
Jan11

Buzzer - Beater

Minuto Zero

Dream Teams (mas só em sonhos)

         Esta semana lembrei-me de deixar aqui umas ideias para fazer pensar. Como é sabido quase todos os atletas de quase todas as modalidades têm um prime, um período áureo de rendimento desportivo, onde são os mais eficazes possíveis. Implica essencialmente a idade do jogador, mas também a sua resistência física a lesões, entre outros factores. Então pus-me a pensar nas Dream Teams que há por essa NBA, com jogadores para lá do seu prime, mas que já tiveram um invejável prime. Que impacto teriam algumas equipas se o seu plantel estivesse todo no auge da carreira (imaginem não estas hipóteses todas em conjunto, pois ainda seria mais improvável que o que já é, mas sim individualmente)? Vejamos…
Philadelphia 70sixers: Elton Brand no auge seria o suficiente para tornar esta equipa diferente. O ex homem forte dos Clippers ao lado de Iguodala seria um duo dinâmico na liga.
Milwaukee Bucks: Com o Michael Redd de há uns dois ou três anos ao lado de Jennings, esta equipa teria seguramente um dos alinhamentos exteriores mais competitivos na NBA.
Boston Celtics: Eu sei, eu sei, aqui as coisas têm um carácter mais ridículo que em qualquer outro exemplo. O Rondo (top 5 de bases da liga) e o Pierce (um dos melhores extremos de sempre dos Celtics) de hoje com o Ray Allen (dos melhores atiradores de sempre), Kevin Garnett (ex-MVP) e Shaquille O’neal (também ex-MVP e ex-força mais dominante das tabelas de meados dos anos 90 a meados dos anos 2000)? Ridículo de mais!
Atlanta Hawks: O Mike Bibby de Sacramento há uns 7 anos e esta equipa estaria completa.
Orlando Magic: Eles estão a lutar pelo título com o plantel actual. Mas e com um Arenas que resolve qualquer jogo para lá dos 3 pontos? E com o actual Dwight Howard que resolve muitos debaixo das tabelas? Ouch…
Dallas Mavericks: Com Dirk Nowitzki a fazer uma temporada do mesmo calibre der 2006 quando foi eleito MVP, a questão passa para…Jason Kidd. Durante muitos anos era o melhor da sua posição, e dentro do grupo dos veteranos, provavelmente ele e Steve Nash são os que não decaíram totalmente com a idade. Mas esperem, há mais: alguém se lembra do Matrix, Shawn Marion, quando jogava em Phoenix? É que eu lembro-me, e pagaria bem para o ver de novo…
Detroit Pistons: A equipa do meu coração estaria neste ano a dar-me muitas alegrias se Tracy Mcgrady não tivesse os seus problemas crónicos de joelho. Quando um jogador consegue marcar 13 pontos em 30 segundos, algo de muitíssimo bom se passa(va) com ele. Que saudades do T-Mac. Se ele voltasse à sua forma antiga entretanto, Detroit ainda ia a Playoff, e provavelmente não se ficava pela 1ª ronda.
Toronto Raptors: Não os tornaria uma equipa de elite, mas com o grande Peja Stojakovic ex-Sacramento Kings e ex-New Orleans Hornets, os resultados seriam muito diferentes.
Phoenix Suns: Steve Nash, duas vezes consecutivas MVP, Vincent Carter, a.k.a. Vinsanity (que na minha opinião teve o melhor afundanço de qualquer concurso destes de sempre), e Grant Hill dos tempos de Orlando? Wow…
Portland Trailblazers: Não se qualifica de forma alguma para a qualidade de veterano fora do seu prime, mas Greg Oden a ser o jogador que se adivinhava não fossem as suas gravíssimas lesões e Portland teria um Big 3 (Roy, que também está com muitos problemas de lesões, Aldridge e Oden) para desafiar a NBA inteira.
Fonte: astantin.com
Dá que pensar não é? Para aqueles que não conhecerem algum dos nomes tentem ir pesquisar e entenderão muito melhor o significado desta crónica. E alguns destes nomes podiam muito bem estar no prime de que falo (Redd, Brand, Arenas, Marion, Mcgrady, Carter). Que liga diferente (e melhor!) que teríamos.
         Destaques. A nível positivo destaco os Cleveland Cavaliers e Ted Williams. O mendigo que fez sensação na Internet com a sua espantosa voz de rádio conseguiu um emprego na Quicken Loans Arena (em Cleveland) onde provavelmente irá fazer trabalhos de voz-off. Muito boa decisão por parte da gestão da equipa. Mas esta parece a única boa notícia a vir daquela cidade nestes dias. A nível negativo a menção é para… os Cleveland Cavaliers. Nos últimos dez jogos perderam…dez. São actualmente a pior equipa da liga. E com a lesão de Anderson Varejão perdem alguma possibilidade de terem jogadores em forma para serem apetecíveis a trocar com outras equipas.

by Óscar Morgado

Nota: devido a questões pessoais dos colaboradores, as crónicas semanais Em Frente (de Jorge Sousa) e Buzzer - Beater (de Óscar Morgado) serão publicadas em ordem inversa, pelo que amanhã, dia 12 de Janeiro, será publicada a participação de Jorge Sousa.
09
Jan11

Fogo sem Fumo

Minuto Zero
O 31 que resolve
Fonte: Blog Embaixada de Portugal no Brasil
Chegou a Alvalade em 2003 pela mão de Fernando Santos. Os jornalistas que o esperavam na Portela não tardaram em caracterizá-lo como um avançado franzino e não muito alto. Os adeptos do Sporting, por natureza desconfiados e cépticos face a novas contratações, não viram, à partida, no jogador brasileiro o melhor substituto de Mário Jardel, que abandonara a equipa leonina nesse Verão. A situação parecia ser grave, pois desde meados dos anos 90 que em Alvalade o habitual era a equipa só ter um grande ponta-de-lança. Primeiro, foi o argentino Beto Acosta que ajudou na conquista do campeonato em 2000 e depois, o Super Mário que num só ano fez 42 golos no campeonato. Onde andava o goleador? Perguntavam os adeptos do Sporting. A célebre estreia em que o S do seu nome foi colocado ao contrário na camisola parecia indiciar um futuro caricato, nada estranho nas hostes leoninas. Porém, o camisola nº31 não demoraria muito a começar a encantar e a conquistar a massa associativa de Alvalade, a mesma que lhe colocou a alcunha de “Levezinho”. As claques responderam com uma tarja que ficou conhecida para quem vai ao Estádio José de Alvalade, “LIEDSON RESOLVE”. E estava encontrado o tal goleador de que tanto o Sporting precisou, precisa e continuará a precisar.
Na primeira época (2003-2004), marcou 19 golos em 36 partidas. A segunda época e a melhor de leão ao peito valeu-lhe a distinção como melhor marcador do campeonato português com 25 golos, tendo ao todo feito 35 nesse ano. O seu comportamento, por vezes, irregular e pautado por tensões com os treinadores e colegas foi também notícia, o que levava a que de vez em quando se sentasse no banco de suplentes. Por norma, é um avançado pelo qual não se dá conta, é capaz de passar dois ou três jogos sem marcar, mas quando menos se espera, lá está ele para resolver. E resolveu muitas vezes. É um grande 31 para as defesas contrárias. Tem um especial gosto por jogos contra o Benfica, equipa que já encaixou 10 golos do levezinho ao longo da sua passagem por Alvalade. Em 2008, marcou o seu centésimo golo e tornou-se o melhor marcador do Sporting em competições europeias com 19 golos (actualmente, já conta com 26). Em 2009, passou a ser o melhor marcador estrangeiro da história do Sporting e requisitou a nacionalidade portuguesa com o objectivo de poder actuar pela selecção das quinas. Na sua estreia por Portugal, marcou um golo decisivo contra a Dinamarca durante o apuramento para o Campeonato do Mundo de 2010. Ao longo da sua passagem pelo Sporting, a fasquia mais baixa foram os 17 golos em 2005-2006, o que demonstra a qualidade do jogador luso-brasileiro. Em Alvalade, ainda procura o primeiro título de campeão nacional, depois de já ter vencido a Taça de Portugal, a Supertaça e ter disputado a final da então Taça UEFA. É um jogador muito acarinhado pelos adeptos do Sporting, já faz parte da história do clube e sem margem para dúvidas, é justo dizer que LIEDSON RESOLVE.

by Alexandre Poço
08
Jan11

Porque ao Sábado se destaca...

Minuto Zero
Fórlan- O misto da finalização com a organização
Nota: O talento menos reconhecido da década (quer por adeptos quer por clubes)

Falar de Fórlan é falar de desperdício. Um talento, um jogador fora-de-série, um daqueles astros que de quando em vez aparece no futebol. Mas só agora mereceu confirmação. A grande pergunta que fica é porquê só agora?
A resposta é simples. Porque foi no Mundial que se capitalizou ao expoente máximo. Surpresa? Apenas para aqueles que não vem o futebol concentrados em perceber a sua essência e o seu fascínio.
Faltou sempre a Fórlan protagonismo, faltou oportunidades no Manchester United faltou-lhe uma grande equipa ao longo da carreira.
Esta mesma confirmação que surpreende os simples espectadores de futebol é mais que óbvia para os estudiosos de futebol.
Afinal de contas Fórlan é um astro, Fórlan é um diamante perdido numa mina que só agora se encontrou. Fórlan é um prodígio, Fórlan é um fascínio, Fórlan é um protótipo de número 10-avançado-ponta-de-lança absolutamente fantástico que se calhar como houve poucos na história do futebol.
Fonte:Nominuto.com
Temperamental, inteligente tacticamente, sabe receber bem e entender o espaço em que tem que cair para organizar, é a âncora da equipa, que lhe permite rodar e organizar como se fosse um dez puro. Mas a sua complexificação enquanto jogador caminha para passos amplamente mais largos e espaçosamente mais diversos.
Fórlan sabe receber de costas para a baliza, sabe conduzir a bola e criar desequilíbrios para os colegas finalizarem. Sabe entrar nos últimos 10/15 metros através de diagonais curtas ou movimentos em profundidade, Fórlan é um avançado.
Afinal Fórlan é um número dez ou um avançado? Não para mim ainda pode ser um ponta-de-lança. Algo que a ciência futebolística até então nos mostrou ser impossível, mas que Fórlan surge e rompe com este conhecimento até agora dogmático. Fórlan é ele o triunfo do protótipo de jogador completo que faz como ninguém as 3 posições mais avançadas.
Fórlan movimenta-se no espaço, em ataques rápidos em cruzamentos, tem um instinto para o golo, é letal. Aparece de fora para dentro, aparece para rematar fora-de-área ou para finalizar a primeiro toque na grande área. É um finalizador nato que só vê baliza.
Parece complexo mas no mundo do futebol, apenas Fórlan tem talento para organizar como um 10, criar e desequilibrar como um avançado e finalizar como um matador. Um misto de Sneijder, Rooney e  Ibrahimovic.
Fórlan é para mim o protótipo de jogador completo. Talvez tenha sido esta complementaridade que o tenha feito perder enquanto jogador. Talvez o facto de fazer tanta coisa ao mesmo tempo o tenha impedido de ser letal numa delas e o tenha impedido de ter uma carreira como Zidane, Eto’o ou Inzaghi.
Fórlan respira futebol dentro e fora de campo, trabalhador incansável, com um espírito colectivo acima da média, com um espírito de liderança carismático aos 31 anos ainda vai a tempo, devido à sua também assinalável capacidade física de integrar um tubarão do futebol Mundial.
Como nos diz o senso comum “Nunca é tarde” e Fórlan não merece ser um barco (jogador) que se perca no meio do mar (futebol).

by João Perfeito
07
Jan11

Voleibol à Sexta

Minuto Zero
Lamento de início do ano

Sempre me disseram que saber cruzar os assuntos que me chegam de diversas fontes é uma enorme mais-valia. Cá estou, novamente, a tentar fazer isso.
Algures nas aulas de Direito da Comunicação Social, lembro-me de se ter falado na lista de acontecimentos de interesse nacional (na sua maioria, eventos desportivos) que deviam, a não ser que tais canais não vissem qualquer vantagem, ou não quisessem, transmiti-los, ser emitidos em canais generalistas de sinal aberto (RTP, 2, SIC e TVI). No momento em que se falou nisso, apurei imediatamente o ouvido e, claro – rufar de tambores – não foi mencionado um único evento relacionado com o voleibol.
Lá estavam as finais de andebol e futsal, as participações portuguesas nas competições internacionais dos mesmos desportos, e também do basquetebol, da natação, do atletismo, do judo, etc etc. Nada, nadinha, se disse sobre voleibol.
Volto a insistir: a selecção portuguesa de seniores masculinos conseguiu, em 2010, vencer de maneira imprevisível a Liga Europeia e, assim, apurar-se directamente para o Campeonato Europeu 2011. Com essa vitória, conseguiu também aceder ao Play-off de acesso à Liga Mundial, onde perdeu com a sua congénere de Porto Rico. Este foi talvez o maior feito do último ano, mas também várias outras equipas e escalões surgiram no panorama internacional do voleibol. A equipa de juvenis do SL Benfica, por exemplo, disputou em Setembro passado a EuroCup Volley de Sub-18, em Itália; a equipa sénior da mesma equipa venceu no final do ano o Torneio Ermasport, decorrido na Holanda. Podia continuar, referir as selecções de seniores femininos, as de cadetes, etc, etc. Todas elas merecedoras, na minha opinião, de um público português – mesmo que através da televisão.
Não adianta de muito: creio que já todos percebemos onde quero chegar. Mas continua a ser para mim impensável que isto aconteça com aquela que é, como disse a semana passada, a segunda modalidade com mais praticantes federados no país, a seguir ao futebol.
Já passei a fase de me irritar por ficar limitada aos jogos que passam na BenficaTV (passe a publicidade) quando não posso ir ver jogos ao vivo. Recuso (okay, não recuso, mas não posso, para bem da minha sanidade mental e intelectual) ter os canais desportivos pagos em casa. Assim, o que resta? Um piratearzinho saudável para ver alguns grandes jogos na internet? Parece que sim, embora isso me arrepie.
Mas não posso deixar de expressar – mais uma vez, e acredito que comece a ser repetitivo – o meu desagrado em relação à subvalorização constante do voleibol. Ainda por cima… as jogadoras de voleibol são constantemente consideradas as atletas mais sexy do mundo desportivo. Não é uma boa razão para se passarem os jogos em canal aberto?
 «Girls Volleyball, I Know What College I’m Going To», em Brotha-Numpsey’s PhotoBucket


by Sarah Saint-Maxent
06
Jan11

Steve Field

Minuto Zero
Portugal

Aproveitando a última crónica do João, decidi avançar com um tema que já tinha pensado há algum tempo, os resultados desportivos do nosso país.
Vivo num país que vive mergulhado numa profunda crise socioeconómica que, apesar de ser comum na restante Europa, assume particular relevo no nosso país.
Além disso, vivo num país com elevados níveis de pessimismo. Para os portugueses, somos os piores em tudo, os outros são sempre melhores seja onde for.
Com toda a situação do país, aliada à fraca capacidade organizativa, os recursos disponíveis para os nossos atletas, como foi frisado pelo João, são escassos, sobretudo quando comparados com outros países, nomeadamente com os nossos vizinhos espanhóis.
No entanto, apesar de todas as premissas negativas que referi, as conclusões, para a maioria surpreendentes, são muito boas para as condições disponíveis. Vivo num país com o melhor treinador do mundo. Vivo num país onde três jogadores já foram considerados melhores do mundo. Vivo num país com treinadores com capacidades técnico-tácticas bastante evoluídas, muitos deles conquistando o mundo. Vivo num país onde a selecção nacional nos últimos anos foi vice-campeã europeia e conquistou um quarto lugar no mundial. Vivo num país com o melhor atleta de triplo salto do mundo, com a melhor atleta de salto em comprimento, um dos melhores velocistas, grandes nadadores, o melhor atleta de vela, o melhor piloto de ralis, os dois melhores atletas de judo nas suas categorias, um prodígio no motociclismo. Vivo num país que é uma grande potência em futsal, futebol praia e hóquei em patins, com um campeão europeu de futsal e onde uma selecção amadora de râguebi alcança o lugar num mundial. Vivo num país com algumas medalhas olímpicas.
Enfim, vivo num país com apenas cerca de 10 milhões de habitantes que conquista o mundo com as suas proezas, contra todas as adversidades. Será que somos assim tão pequenos como nos fazemos crer?

Nota: Peço desculpa por algum desportista ou algum desporto que ficou esquecido, tentei focar os mais fulcrais


by Steve Field
06
Jan11

Buzzer-Beater

Minuto Zero

 70(sixers?)

         Kukoc foi o Sexto Homem do Ano. Phil Jackson Treinador do Ano. Rodman fazia o trabalho sujo. Kerr era mortal dos 3 pontos. Pippen e Jordan foram provavelmente o melhor duo de sempre. Harper e Longley completavam o maravilhoso elenco.
         A época de 1995-1996 fez história: os Chicago Bulls passavam a marca das 70 vitórias na casa dos Milwaukee Bucks (acabaram a época com 72) e ainda iriam ganhar o seu 4º campeonato nesse ano (o trocadilho dos sixers é dos 6 campeonatos da equipa de Jordan). Segundo o próprio Pippen alguns anos depois, tratou-se da melhor equipa de sempre. Afirmação arriscada, mas não completamente infundada, a equipa é sem dúvida uma das mais sólidas de todos os tempos. Arrancando bem no início de época, ninguém imaginaria que iriam manter o ritmo durante tanto tempo.
         E tudo graças a um esplêndido trabalho de equipa, já que muitos dos jogadores não tinham ganho muita coisa nas suas anteriores equipas (Kerr salvo erro era recente, entre outros) e tinham fome de vitórias; a equipa conseguiu sincronizar-se maravilhosamente apesar de ter uma estrutura recente.
         E como não se pode esquecer, Michael Jordan veio do seu ano que decidiu jogar baseball, e a sua equipa foi eliminada do playoff pelos Orlando Magic nesse mesmo ano, portanto havia muita coisa a provar.
         E este ano, que há a provar? Muitas equipas na mira: Celtics querem vingança e uma última chance com este plantel, Lakers completar um último 3-peat para Jackson, Magic em força com Howard e um grupo recentemente renovado a tentar escalar ao prémio final, Heat e os seus 3 Reis Magos à procura do Menino Jesus, Dallas provavelmente melhor que 2006 quando chegou à final, Thunder com o grupo mais promissor da liga, e San Antonio a fazer uma surpreendente temporada, com Ginobli a afirmar-se cada vez mais como melhor jogador da equipa, e um Duncan e Parker sempre à altura.
         Mas 70 vitórias? Poucos dos referidos acima podem alvejar essa meta. Quiçá uns Celtics ou uns Spurs, estes últimos com um experiente treinador em Popovich. Têm o melhor record da liga: 29 vitórias e apenas 4 derrotas (ontem à noite antes do jogo com os Knicks acabar). Mas será que chega? Têm uma equipa completa no seu auge: Ginobli, Duncan, Parker, McDyess, Jefferson, George Hill, Splitter, Blair, entre outros. Ainda é cedo para prever, mas fica a dica.
         Destaque positivo desta semana vai para Tyreke Evans. Na passada quarta-feira, quando o jogo parecia ganho para os Memphis Grizzlies, eis que surge o jogador de 2º ano do meio do campo e a bola lhe sai das mãos com 0.1 segundos a faltar no marcador. Vejam o vídeo (sigam o link e procurem “Wild Finish” nas Editor’s Picks). Como destaque negativo quero deixar o ridículo de uma multa a Lebron James no jogo de ontem com os Bucks por jogar com uma fita na cabeça de cor azul, que não corresponde à indumentária da sua equipa de Miami, o que vai contra o regulamento da liga. O rapaz agora tem que estar na moda para jogar basket?

Fonte: sportsillustrated.cnn.com



by Óscar Morgado
04
Jan11

Em Frente

Minuto Zero
        Mundo Alternativo

             Ontem, em pleno Programa Minuto Zero foi abordada a cada vez mais evidente falta de militância que a maioria dos clubes de dimensão menor tem sido alvo. Quando me foi pedida a minha opinião sobre o assunto considerei importante destacar a transformação de que o futebol foi alvo nos anos 90.
                Devem ter passado dez anos – talvez um pouco mais – desde que eu assisti ao Bento Pessoa cheio para receber a Académica. Na altura, lembro-me perfeitamente de se poder sair ao intervalo do estádio para se ir comer algo ao café ou para se poder ir comprar o tremoço. Eram os mais velhos na bancada atentos ao jogo, enquanto ouviam o relato num pequeno rádio que traziam num bolso, eram os mais jovens em plena festa nas superiores. Mais ao menos, na mesma altura, fui a Alvalade ver um jogo com o Alverca – primeira vez que vi um jogo ao pé das claques do Sporting. Estava a bancada lotada e a maioria de pé a cantar. Eram as roulottes à entrada, eram as queijadas de Sintra a circular de um lado para o outro, eram grupos que se encontram só em dia de jogo, enfim toda a vivência de um dia de bola era diferente.
                Não fazia a mínima ideia na altura, mas então o futebol estava a transformar-se. Os clubes estavam a tornar-se empresas, os sócios a tornarem-se clientes e a ida à bola a aproximar-se cada vez mais do esperado quando se vê um jogo em casa no sofá. Antigamente, se tivesse que ser, as pessoas até à chuva viam os jogos. Se quisessem sentar-se, muitas vezes nem cadeiras havia. Era sentar em pedra, ou então ver de pé. No entanto, os estádios enchiam. E, tanto enchiam Alvalade, Dragão e Luz, como enchiam os restantes estádios em Portugal.
Fonte: sportingmemorias
                Agora, não há jogo que não passe na televisão (mesmo assim existe as tardes de Taça de Portugal, que não perco hipótese de acompanhar via rádio). Os clubes têm academias, centros de estágios longe dos estádios (antigamente, até os treinos tinham constante assistência, agora só quando se ganha). Entre ir ao estádio (“que chatice”) ou ver em casa, onde a experiência é quase igual, a escolha recai no conformismo. Enfim.
                Eu não gosto do futebol moderno, não gosto do futebol estatístico. Gosto do futebol enquanto paixão, enquanto gerador de amizades, enquanto momento único da minha semana. A ânsia em chegar o dia em que o meu clube jogue é sempre grande. Infelizmente, são cada vez menos os que pensam assim e, cada vez mais, parece que a própria massa que vai aos estádios é inerte. Vai por ir.
                A maioria, ao ler o que escrevi em cima acerca da melhoria de condições que a modalidade foi alvo, certamente pensará que sou parvo. Não me importo. Para haver essa melhoria, perdeu-se muita da alma inerente ao futebol. São raros os jogos ao domingo à tarde com os estádios cheios. São raros os momentos em que o futebol consegue fugir ao mundo empresarial. E mesmo que não concordem, os estádios vão estando cada vez mais vazios, havendo para mim uma parte essencial do desporto que morreu nestes últimos anos.
               
Saudações Leoninas,
by Jorge Sousa