Federer, The Best
Esta semana quis fugir ao meu habitual habitat. Deste modo, optei por falar no meu segundo desporto, o Ténis, a propósito do primeiro Grand Slam do ano. Apesar de ter jogado poucas vezes, Ténis é de facto uma paixão. Tantos os serões que me colo à TV e só descolo já de manhã, quando terminou a jornada. Este amor pode parecer um pouco anormal para quem me conhece, pois sabe que sou fã de desportos colectivos e que valorizo muito mais o todo do que um jogador, por melhor que ele seja. Mas é assim, ténis é fabuloso!
E para tratar deste desporto nada melhor do que escrever sobre um dos desportistas que mais me fascina: Roger Federer.
Para mim, Federer é um dos melhores desportistas do mundo e o melhor jogador de ténis da actualidade, o melhor desde que me lembro de acompanhar a modalidade. Pode não ter a garra, o espírito de sacrifício e a força mental do seu maior rival (apesar de amigo) Nadal. No entanto, possui talvez a fatia mais importante, o talento. Talento é o que não falta a este Suíço. A sua criatividade, o seu reportório de jogadas interminável fazem levantar multidões que se curvam perante tal maravilha.
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Fonte: Samaw.com |
Aliado a isto, Federer é um verdadeiro gentleman, sempre com elevado fair-play. Parece ser uma excelente pessoa. A prova disso foi na sua última vitória contra o seu compatriota suíço Wawrinka. No final do jogo justificou a derrota do amigo por este não estar habituado a jogar no horário diurno, pois nas outras eliminatórias jogou sempre de noite. Obviamente, isto não justifica uma derrota. O que quis evidenciar foi o seu elevado companheirismo. Além de que quando perde, reconhece sempre a superioridade do adversário.
Porém, possui algumas fraquezas como qualquer um. No seu caso, essas debilidades custaram-lhe alguns títulos, debilidades que se expõem mais quando defronta Rafael Nadal. E porquê? Porque Nadal não dá uma bola por perdida. Porque Nadal luta contra as adversidades. Federer parece que bloqueia quando se encontra em desvantagem, sobretudo em desvantagem perante Nadal. Além disso, praticamente que se entrega, não lutando para recuperar. No entanto, há destacar que tem evoluído muito neste campo. Um jornalista conceituado de um jornal Francês disse mesmo que Federer mudou o seu jogo para recuperar o trono que lhe pertence por qualidade.
Para mim, Federer é melhor que Nadal (a ‘eterna’ questão), apesar de ser legítimo considerar o contrário. Mas, pelo que tenho analisado, a maioria concorda comigo (o que não significa que seja verdade, claro. É apenas o que acho). São os dois melhores e cada um avalia de acordo com os seus parâmetros. Acho mesmo que um jogador perfeito seria a junção dos dois: o talento quase sobrenatural de Federer, e a entrega e raça do Espanhol. Porém, tendo de optar pelo melhor, para mim esse é Federer pois considero o talento que tem muito mais difícil de ser atingido do que a força mental e a capacidade de entrega ao jogo. Na minha opinião, isso é mais facilmente trabalhado. O talento não, o talento nasce com a pessoa e talento Federer tem para dar e vender. Mais uma vez sublinho: com a força de Nadal, Federer seria mais consistente e era quase imbatível.
Estabelecendo uma analogia, podemos considerar Federer o Messi do ténis e Nadal o Ronaldo (não podia deixar de vir o futebol…). Nadal (ou Ronaldo) tem de trabalhar muito mais que Federer (ou Messi) para estarem ao mesmo nível. Federer e Messi nasceram com o dom, com o talento (que o têm de potencia, claro). Nadal e Ronaldo são o que são fruto do intenso trabalho que desenvolvem. Não querendo tirar mérito nem a um nem a outro (porque são, respectivamente, o segundo melhor tenista e um dos melhores futebolista), valorizo mais jogadores como Federer ou Messi, pois o que fazem, fazem praticamente natural, por magia. E ‘é disso que o meu povo gosta’.
Esta minha ideia pode parecer um pouco contraditória com os meus valores. Eu prezo muito o trabalho. Sou de opinião que mesmo jogadores como o Messi se não se esforçarem, não devem de jogar. O lugar é de quem trabalha. No entanto, tanto Federer como Messi são verdadeiros monstros no que fazem.
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Fonte: Mirror.co.uk |
Para concluir que já me excedi um pouco pelo agrado do que estou a escrever: Considero Federer o melhor tenista do mundo. É um fenómeno, só comparando a Bolt, Phelps ou Messi na actualidade desportiva (peço desculpa se me esqueci de algum relevante). Se der o passo em frente, o de ficar tão forte como Nadal naqueles critérios ‘extra ténis’, irá desfazer as duvidas quando ao melhor. Penso ainda que esse passo, se acontecer, permitirá em definitivo ser considerado unanimemente como o melhor de sempre. Ele já o é nos títulos, mas não é só de títulos que se faz um ‘deus’. É esse passo que falta para encantar mais como encanta a mim. Federer para mim é um deus do ténis, um desportista que me faria pagar muito só para o ver e que me delicia sempre que o posso acompanhar. O mundo do desporto precisa de mais como ele, para maravilhar as multidões.