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Minuto Zero

A Semana Desportiva, minuto a minuto!

A Semana Desportiva, minuto a minuto!

Minuto Zero

16
Dez10

Steve Field

Minuto Zero
Formação: ganhar ou formar?

Nos nossos dias, com a crescente crise económica mundial, os clubes (sejam eles de que desporto sejam) têm vindo a ter uma aposta cada vez mais frequente nos escalões de formação: tentam, apesar dos recursos financeiros escassos, garantir melhores condições aos atletas, apostam cada vez mais sem medo em jogadores jovens nos seniores…Porém, qual será a política mais eficaz de um clube? Apostar na sua maioria em formar bons jogadores ou privilegiar a conquista de vitórias?
Obviamente, o ideal seria conciliar as duas variáveis, ou seja, aliar os bons resultados desportivos à formação de grandes jogadores. Mas, tendo de optar por uma delas (isto porque, na minha óptica, existe um ‘trade-off’ evidente pois, ao privilegiar uma delas, a outra vai sofrer uma recessão), quanto a mim, os resultados devem de ter prioridade. Sei que o leitor, ao ler isto, vai discordar comigo e aceito porque entendo o outro lado, mas irei tentar fundamentar esta opinião que me parece invulgar.
Deste modo, porquê apontar maioritariamente para a obtenção de resultados?
1 – As vitórias são o principal factor motivacional de qualquer desportista e, consequentemente, estando motivados mais jogadas lhe irão sair bem, o que é óptimo para a sua formação, para a sua aprendizagem. (este factor baseia-se num principio motivacional, ou seja, a motivação é o factor mais preponderante para obter êxito)
2 - Se a política de um clube passar por o lema de ‘não interessa o resultado, o que conta é jogarmos bem’, pode dar resultado em certos jogos pois alivia a pressão, mas prejudica a mentalidade do desportista.
3 – É obvio que todos os jogadores gostam de jogar bem, mas de que é que isso serve se no final do jogo estivermos no balneário a chorar por uma derrota? Além de que, por experiência própria, um jogador, nos escalões de formação em Portugal, se não andar numa equipa que ande nos lugares cimeiros não é visto, por melhor que seja. (como é evidente, se esse jogador for um Messi, será visto. Estou a referir casos ‘normais’)
4 – Alguns leitores poderão ainda dizer que não concordam com esta minha visão pois um jogador pode chegar aos seniores bastante bem mentalmente, pelos troféus adquiridos, mas não estar no auge das suas potencialidades. Até pode ser verdade, mas mais uma vez refiro que o psicológico é fundamental, neste caso pela exigência do futebol sénior (por exemplo, para o desportista não se perder nas ‘más vidas’). Quantos casos já viram de jogadores com elevado talento mas que, por este ou aquele motivo, não têm sucesso? Pelo contrário, refiro o João Paulo, jogador actualmente no Guimarães, formado na União de Leiria, que aparentava ser um jogador ‘normal’, mas que é profissional e fez uma carreira interessante. Muitos colegas seus de elevado potencial certamente nem um jogo sénior fizeram.
Julgo que um jogador que seja razoável/bom se não tiver palmarés em termos de formação (que o prepara psicologicamente), por norma, não atinge o escalão profissional. (estou a ter como exemplo o futebol, desporto que estou mais a par, mas certamente que não deve de variar muito nos outros desportos colectivos)
Para complementar esta minha perspectiva, tenho ainda a referir que, há poucos anos, fui um jogador razoável que, não querendo armar-me em bom, podia ter sido jogador de uma segunda divisão, era dos melhores na minha posição no distrito. No entanto, (lá está, não era um Ricardo Carvalho, se fosse teria sido irrelevante) talvez por falta de ambição continuei no clube onde me sentia bem…era capitão, tinha amigos excelentes. Porém, todos os anos lutávamos para não descer de divisão. Formei-me como Homem, joguei (que é essencial na formação), aprendi muito, mas…não ganhei! Resultado? Vim estudar para Lisboa e futebol, nada. No futebol, forma-se ganhando.
Concluindo, é importante apostar nas potencialidades dos atletas, é importante rodar o plantel e fazer alinhar todos os jogadores mas…só se houver vitórias!

by Steve Grácio

15
Dez10

Buzzer - Beater

Minuto Zero
       Streak
         Peço desculpa se esta semana o tema parecer algo forçado, mas condicionamentos académicos privam-me de mais tempo para investigar e de laivos de originalidade mais frequentes. Esta semana decidi abordar outro termo americano na modalidade: streak. Traduzido à letra não faz muito sentido e significa faixa, mas aplicado à modalidade denota uma série de vitórias consecutivas de uma dada equipa.
         E esta semana tem-se verificado de uma forma luxuosamente abusada diria eu: Boston Celtics neste momento (até às 11h de ontem, altura em que isto foi escrito pelo menos) com dez, Miami Heat que reacendeu a expectativa criada no verão com 9, New York Knicks que finalmente vêm Stoudemire e o seu gigante contracto gerar 8 consecutivas, e claro, os espantosos Dallas Mavericks que apenas na segunda-feira quebraram a sua marca de 12 vitórias seguidas.
Fonte: thealrocksalotexperiment.blogspot.com
         Foi uma semana, portanto, de encher o olho, e o cesto já agora. O record de “streak” para alguma equipa a jogar na NBA é de 33 vitórias, e foi conseguido pela equipa dos Los Angeles Lakers na época 1971-1972, no final da carreira dos ilustres Wilt Chamberlain e Jerry West. O primeiro já não fazia nesta altura aqueles monstruosos 40 pontos e 20 ressaltos por jogo, mas ainda era uma força dominante nas tabelas, enquanto que o segundo, embora também já no fim da sua carreira, averbou 9.7 assistências (melhor da carreira) e uns sólidos 25.8 pontos por jogo.
         Portanto, cabe à equipa campeã por 17 vezes (melhor de sempre) o record de vitórias consecutivas actual na NBA. Boston que este ano se reforçou, literalmente, em peso. Como se já não bastasse a ascensão meteórica de Rajon Rondo para o top  3, 4, ou 5 da liga em bases e um Paul Pierce que mantém o seu rendimento apesar da idade, a equipa foi buscar a Cleveland Delonte West, para dar solidez ao banco atrás dos 3 pontos, Jermaine O’neal e o homem das mil alcunhas, Shaquille O’neal. Claro que os últimos dois já estão longe do seu prime atlético. Ray Allen e Kevin Garnett já não são os jogadores de há duas ou três épocas atrás. Mas a verdade é que em Boston reside aquela que é, na minha opinião, a equipa com melhor estrutura em termos de plantel para desafiar toda a liga. Não se trata de uma equipa com uma ou duas estrelas, nem com um 5 forte, nem sequer com alguma profundidade de banco, mas sim de uma equipa com pelo menos 10 jogadores fortes em diferentes sentidos.
         Para o interior melhor combinação certamente não existe na liga: dois O’neals, Glen Davis, Perkins (lesionado ainda por cima, imagine-se quando voltar), Garnett; Pierce garante talvez a posição com menos profundidade, no extremo; Allen e West preenchem as fileiras ao lado dos bases, Rondo e Robinson. Há então todo um conjunto de possibilidades de rotação numa equipa que já tem muitos anos em cima dos seus jogadores, e cuja maior dúvida reside precisamente nesta possibilidade de ao fim de uma época extenuante a equipa estar à altura dos desafios do playoff.
         Como destaque positivo desta semana quero de facto salientar todas estas vitórias consecutivas das equipas que já referi, mas destacar a de Dallas, que, a par dos Knicks, foi provavelmente a equipa que fez mais com menos, não tendo um plantel à altura do de Boston por exemplo. Negativamente nunca esperei reconhecer isto, vindo da minha equipa de eleição, mas a nota má vai para os Detroit Pistons, que no passado sábado, jogando com uma equipa em lençóis tão maus como os seus, conseguiu não gerir uma folgadíssima vantagem ao intervalo para ir perder por 4 pontos no final contra os Toronto Raptors. E mais triste do que esta desgraça para mim é ver o meu jogador favorito, Ben Wallace (quem souber os seus feitos no último período áureo dos Pistons entenderá a minha predilecção) fazer um record de carreira de 23 pontos nesta partida.
Enfim, mal por mal espero que consigam o pior record da liga de forma a terem mais chances de ter uma boa posição de draft e ir buscar algum Lebron James ou Michael Jordan.

by Óscar Morgado

14
Dez10

Em Frente

Minuto Zero
 Liderança e Complexidade por António Conceição Junior

Peço imensa desculpa por esta semana não conseguir um artigo, no entanto, ao fazê-lo certamente teria de me remeter para actual crise leonina, nomeadamente para a falta de liderança gritante com a qual o clube se depara. Assim, deixo uma crónica publicada já esta semana no site Sporting Apoio, da autoria do presidente do Sporting Clube de Macau, António Conceição Júnior, intitulada “Liderança e Complexidade

“Esta reflexão foi suscitada pelo afastamento do Sporting Clube de Portugal da Taça de Portugal. Não é, nem será, uma fixação obsessiva, nem importa o facto em si, mas sim o que ele revela em relação aos seus desempenhos e dos outros candidatos tradicionais, a que há a juntar um Sporting de Braga que vem crescendo de modo impressionante.
Edgar Morin, na sua formulação de Complexidade, toma como premissas primeiras os conceitos de ordem e desordem. O conceito de ordem extrapola as ideias de estabilidade, rigidez, repetição e regularidade, unindo-se à ideia de interacção, e imprescinde, recursivamente, da desordem, que comporta dois pólos: um objectivo e outro subjectivo. O objectivo é o pólo das agitações, dispersões, colisões, irregularidades e instabilidades, em suma, os ruídos e os erros.
O pólo subjectivo é “o da impredictibilidade ou da relativa indeterminabilidade. A desordem, para o espírito, traduz-se pela incerteza”; traz consigo o acaso, ingrediente inevitável de tudo que nos surge como desordem. E neste raciocínio onde a ordem e a desordem dialogam com a interacção e a organização, somos remetidos a uma ideia de organização situada num plano em que a organização possui elementos influenciadores, tanto internos, quanto externos. Ela deve ser entendida em termos da disposição de relações entre componentes ou indivíduos, produzindo uma unidade complexa, garantindo tanto solidariedade relativa a estas ligações, como a possibilidade de duração, apesar de perturbações aleatórias. Daí fazer-se entender através do macroconceito “trinitário”, sistema-interacções -organização, em que temos:
1. o sistema que exprime a unidade complexa e fenomenal do todo, bem como o complexo das relações entre o todo e as partes.
2. as interacções que expressam as relações, acções e retroacções realizadas num sistema.
3. a organização que representa “o carácter constitutivo destas interacções – aquilo que forma, mantém, protege, regula, rege e se regenera”.
De toda esta complexidade que emula o Universo, constata-se que toda a visão parcial, unidimensional é pobre, porque está isolada de outras dimensões (económica, social, biológica, psicológica, cultural, etc.), por não reconhecer também que somos seres simultaneamente físicos, biológicos, culturais, sociais e psíquicos, ou seja, seres complexos.
Ora a liderança é a resultante de uma visão holística, de uma compreensão da complexidade que é instaurar uma ordem objectiva num terreno subjectivo, consonante aos objectivos a atingir e que, no campo desportivo, determinam que seja o líder – enquanto chefe da tribo clubística – a determinar, a aunar, no dizer de Almada, a orientar, a consolidar. É o homem do timão, aquele que assegura a estabilidade, que compreende a essência dos anseios, que nutre a nação Sportinguista do afecto e da crença que importa ter e que, concomitantemente, arma os jogadores com o espírito de luta necessário, a união em alternativa à dissensão, e lhes confere a estabilidade de que precisam para um balneário forte, coeso, transparente e aguerrido, e uma nação Sportinguista unida em torno de uma estabilidade vencedora, objectivo primeiro da sua existência.
O líder não se nomeia, não se candidata sequer. Emerge, à maneira de Alexandre Magno, Afonso Henriques, Afonso de Albuquerque e todos aqueles que, por feitos valorosos…
O líder sabe encontrar, em cada momento, quem saiba fazer do que há, uma formação estável, coerente, consistente, encorajada e determinada.
O líder, à semelhança dos Pretorianos, não se rende nem se torna refém. Muito menos de si mesmo.
O líder une, não divide. O líder é inevitavelmente consensual, inquestionável. Essa inevitabilidade resume a sua condição de líder, de condutor de homens.
Mahatma Ghandi e Nelson Mandela foram/são líderes cuja força residiu sempre na sua abnegação, coerência e superioridade moral, a que aliaram a profunda solidez da sua razão.
Enquanto não surgir quem torne o nosso Sporting num clube financeiramente viável, apaziguado e vencedor, dificilmente deixaremos de continuar como titubeantes candidatos esperançosos. Por muito que a verdade doa e o sol se não coe por detrás de uma peneira.”

Fonte: Sporing Apoio
Saudações Leoninas,
by Jorge Sousa


13
Dez10

Segunda é o dia

Minuto Zero
Foi no Brasil, mas podia ser cá

Esta semana assistimos, através da televisão brasileira ou de vídeos no Youtube, ao espancamento até à morte de um adepto brasileiro. Não interessa qual o clube do adepto, nem qual o clube dos agressores, já que são meros detalhes numa história que se conta em poucas palavras. O jovem, de 19 anos, foi agredido em plena via pública com tábuas das obras e sinais de trânsito até jazer inanimado no meio da rua. Depois de tamanha tareia, chegou ao hospital já sem vida.
Este episódio, que ocorreu no Brasil, é sintomático do pior que o futebol tem. E o mais caricato é que ambas as claques nem se encontravam num contexto um jogo de futebol. Simplesmente, a vítima envergava uma camisola diferente da que os homicidas defendiam. E apesar de se ter verificado com adeptos de futebol, este tipo de violência não é seu exclusivo nem, tão pouco, do Brasil. Seja como for, estes actos são inqualificáveis e, por isso mesmo, não só enquanto adeptos mas, sobretudo enquanto cidadãos, não os podemos deixar passar em claro.
O que aconteceu esta semana no Brasil tem acontecido em muitos outros lugares do mundo, mas nem sempre com um final tão trágico. Até em Portugal assistimos a cenas de violência incríveis em determinados jogos. É frequente naqueles opõem Porto a Benfica ou Braga e Guimarães, mas até em jogos dos campeonatos distritais de juniores são prática comum. E quem fala em futebol pode, também, falar de muitos outros desportos. Mas tudo isso são detalhes, meros acessórios, para um problema objectivo e generalizado. E não podemos permitir que em pleno século XXI, em países que se dizem desenvolvidos, estas cenas de violência continuem. E não podemos, sobretudo, continuar a gastar dinheiro em efectivos policiais para dar cobertura a estas cenas de violência sem que depois os culpados não sejam severamente punidos.
Vivemos actualmente num Estado de Direito e em liberdade e considera-se, por isso, que a) se pode fazer tudo o que se quer sem qualquer coacção e b) não se pode ser punido de modos que atentem contra a integridade física. Porém, como já está mais que comprovado, este pacifismo (ou deverei dizer, “passivismo”?) não é a solução. Enquanto se continuar apenas a “identificar” os adeptos violentos mas não se aplicar o correctivo adequado, na hora e sem contemplações, não serve de nada vivermos num Estado de Direito. Porque, no fundo, de que serve uma eventual indemnização que os familiares deste jovem são receber? Se a educação cívica e o respeito pela ordem fossem incutidos desde o início da formação enquanto pessoa a cada um de nós, não seria sequer necessária a existência de polícia. Mas, já que assim não acontece, usemos de facto a força que a polícia tem para castigar os infractores, ao invés de continuarmos a gastar milhares de euros em policiamentos em que a polícia não é mais que meros fantoches gozados pela multidão. Um pouco à laia dos primórdios do Direito, devíamos começar a aplica a velha máxima do “olho por olho, dente por dente”. Estou certo que, assim, assistiríamos a cada vez menos cenas de violência. De que serve estar num Estado do Direito se esse “Direito” protege mais os criminosos que as vítimas?



by João Vargas
12
Dez10

Fogo sem Fumo

Minuto Zero
2ª Divisão Europeia

Penso que é inédito, mas aconteceu. Porto, Sporting, Benfica e Braga juntos na Liga Europa. Desde que vejo futebol, nunca tinha assistido a tal situação. Mesmo antes, quando esta competição se chamava Taça UEFA, este facto nunca se consumou. Ora era o Porto, ora era o Sporting ou o Benfica (quanto ao Braga, é relativamente novo nestas “andanças”), quase sempre isolados ou quanto muito dois deles. Assim foi, em 2003 quando o Porto venceu o troféu (na altura, acompanhado até às meias pelo Boavista) e depois em 2005 quando o Sporting foi finalista vencido. 

Este ano, a história é outra. Porto e Sporting passearam pelos grupos, distribuindo golos e tareias a quem vinha. Para dragões e leões, a fase de grupos assemelhou-se a um treino. Da Liga dos Campeões, veio o campeão Benfica – aos trambolhões e com sorte – e o Braga, de cabeça erguida após a primeira prestação na grande competição europeia de clubes. Daqui resulta que as quarto melhores equipas marcarão presença no sorteio dos 16 avos de final da Liga Europa, a ter lugar em Nyon (Suíça) no próximo dia 17 de Dezembro. Sporting, Porto e Braga serão cabeças de série nesta fase, evitando um ou outro tubarão que por lá também anda. Quanto ao famigerado Benfica, salvo pelo Lyon a escassos minutos do fim, não terá a mesma sorte e segue para o segundo pote do sorteio. Não obstante, será aliciante assistir ao desenrolar desta competição e mais ainda, caso as equipas portuguesas aguentem até aos oitavos ou quartos de final. Quem sabe se não poderemos vir a ter jogos entre as equipas portuguesas. Um jogo dos quartos ou quem sabe, uma final. 

Destaco ainda outro pormenor, esta presença em poker das equipas portuguesas na Liga Europa, apesar de rara, não deverá constituir uma grande surpresa, pois fazendo uma análise séria e sem facciosismos, quer clubistas quer nacionais, as equipas portuguesas – fazendo a devida excepção ao Porto desta época – não têm estatuto para disputar (com ambições e com alta competitividade) a Champions League. A verdade é esta. Então Sporting, Benfica e Braga é certinho. Quanto ao FC Porto, há épocas em que consegue andar no meio dos gigantes. Este Porto de Villas Boas merecia estar na Liga dos Campeões. Ou seja, tirando ou outro ano mágico dos dragões, a Euro Liga é – por excelência - a divisão europeia dos clubes portugueses. É lá que se aceitam discursos de treinadores e presidentes em que se pede e se sonha com a taça. A mim não me choca e quanto ao meu Sporting, encaro sempre com bons olhos a presença nesta competição. Pena é perder os “milhões” da Champions. A realidade não desmente, os nossos melhores clubes pertencem – sem preconceitos e com a coluna erguida – à 2ª divisão europeia de futebol. É mau? Poderia ser pior. Pensei na Polónia ou na República Checa, nem isso conseguem. 

by Alexandre Poço
11
Dez10

Porque ao Sábado se destaca...

Minuto Zero
 A antevisão do 17º Campeonato da Europa de Corta-Mato

No próximo Domingo vai decorrer em Albufeira o 17º Campeonato Da Europa de Corta-mato.
Numa antevisão à competição penso que esta competição tem tudo para relançar o atletismo nacional.
Do lado feminino encabeçadas por Jéssica Augusto e Ana Dulce Félix sem esquecer a fantástica atleta de Pista Sara Moreira, bem como as experientes Ana Dias, Anália Rosa e Marisa Barros só uma catástrofe impedirá Portugal de se sagrar tri-campeão da Europa. Mesmo privado de Inês Monteiro (3º e 5º lugar nos dois últimos europeus) e 2ª melhor marca europeia do ano nos 10000 metros estas senhoras estão num patamar sem precedentes na Europa, o que é motivo de orgulho para todos os Portugueses.
 Sem a vice-campeã europeia Morató, a campeão europeia de 2009 (Hilda Kibet) , as turcas Elvan Abeylegesse (campeão europeia 10000 e vice-campeã europeia 5000) e Amelitu Bekele (campeã europeia 5000) e as russas Sokolova, Abitova e Konovalova a concorrência diminuí drasticamente. Apenas a Holandesa Hergoz (3ª no último europeu) e a campeã europeia,a britânica Yelling poderão fazer frente a Jéssica Augusto. Na minha opinião, a portuguesa é a mais forte candidata ao título europeu. Contudo em caso de triunfo o título não deve ser menosprezado devido às ausências referidas, porque na verdade apenas a turca Abeylegesse é melhor que Jéssica.
Do lado masculino liderados pelo medalhista Olímpico Rui Silva e pelo marroquino naturalizado El Kalai esta equipa tem tudo para nos dar uma medalha colectivamente.
Portugal com os seus atletas na máxima força poderá aspirar posições cimeiras. Individualmente nada poderá fazer para parar os super-espanhóis. A Espanha mesmo privada do vice-campeão mundial dos 3000 pista coberta (Sérgio Sanchéz), com Bezabeth (actual campeão europeu e 3ª melhor marca europeia de sempre 5000 metros) e Ayad Lamdassem (4º do último europeu),e outros elementos como o fantástico atleta de pista Jesus España está num patamar sem concorrência. O contingente britânico privado de Thompson (2º europeu 10000) e Mo Farah (vice-campeão europeu e campeão europeu 5000 e 10000) fica individualmente enfraquecido e sem estas duas pedras fundamentais lutará de igual para igual com Portugal colectivamente. No plano individual destaque ainda, como não poderia deixar de ser para a presença do octo-campeão europeu de cross, o ucraniano Lebid.A Itália com Meucci (3º europeu 10000), mas apenas 9º no europeu de Corta-mato luta também pelas medalhas, mas individualmente nenhum atleta está num patamar claramente acima dos portugueses. Franceses são outra equipa que embora individualmente não seja forte, colectivamente lutará por uma medalha.
Deste modo colectivamente tudo em aberto para a prata (ouro quase impossível devido aos espanhóis).Se tivermos o Rui Silva dos grandes momentos, se Kalai mostrar que é uma atleta que fecha o primeiro pelotão europeu, Rui Pedro Silva e Licínio Pimental mostrarem a mesma qualidade que apresentam nas provas de estradas e evidentemente sem esquecer os surpreendentes Mgenbani (7º) e José Rocha (6º) que o ano passado surpreenderam tudo e todos ao figurarem entre os 10 magníficos do velho continente, podemos sonhar.
As nossas camadas jovens infelizmente não poderão estar no mesmo diapasão, o pouco investimento na estrutura da federação é a premissa que nos leva a esta triste realidade. Contudo apesar de poucas condições nomes como Rui Pinto, Daniela Cunha e Bruno Albuquerque tem tentado contrariar este preocupante cenário do atletismo luso.
A nível colectivo se Rui Pinto e Nuno Santos tiverem um rendimento similar ao europeu transacto e José Costa mostrar toda a sua qualidade que ficou submersa nesse mesmo europeu, Portugal tem 3 elementos para os 30 primeiros. Fábio Rebelo se mostrar a sua qualidade enquanto iniciado ou juvenil, se Emanuel Rolim mostrar o porque de ser o recordista Nacional juvenil dos 1500 metros e Diogo Lourenço mostrar a sua regularidade, teremos de certeza um quarto elemento que feche a equipa com esperanças para uma medalha. No lado individual Rui Pino terá pela frente o contingente britânico e o norueguês Sondre Nordstad Moen (que com apenas 19 anos participou no europeu sénior) na luta por uma medalha. Com um aumento progressivo do seu rendimento nas provas de cross, o sexto classificado do último europeu e campeão europeu juvenil dos 1500 metros tem tudo para nos dar uma medalha neste escalão que já nos foge à muitos, muitos anos.
A nossa equipa de Juniores femininas não deverá alcançar resultados de relevo tanto individualmente coo colectivamente. Face ao valor das atletas, uma posição acima do meio da tabela era já uma vitória.
Fonte: Cartaz Oficial 17º Campeonato da Europa de Corta-Mato
Os sub-23 femininos possuem alguns valores como Daniela Cunha e Carla Salomé, mas só estas duas não chegam para nos dar esperança de medalhas colectivamente. Individualmente o objectivo passará por entrarem nas 15 primeiras.
Os sub-23 masculinos apresentam apenas Jorge Santa Cruz como referência. As ausências de João Silva (5º classificado mundial sénior de triatlo) e de Bruno Alburquerque diminuem claramente o rendimento colectivo da equipa. Sem Albuquerque medalhas são uma miragem. Colectivamente espectável uma classificação um pouco acima do meio da tabela.
Boa sorte aos portugueses. Se os seniores masculinos e femininos e os juniores masculinos demonstrarem o seu nível, em 3 das 6 provas teremos representantes no pódio e só por isso já seria um motivo de orgulho. Mas sobretudo um motivo para a federação cair em si mesma e reflectir noutras maneiras de fazer evoluir o atletismo nacional rumo a um patamar de topo mundial que outrora foi nosso e que eu com apenas 19 anos nunca tive o privilégio de presenciar. 

Lista representantes nacionais:
Seniores Masculinos:
Eduardo Mbengani (GDR Conforlimpa)
José Rocha (Maratona Clube Portugal)
Licínio Pimentel (GDR Conforlimpa)
Rui Pedro Silva (Maratona Clube Portugal)
Rui Silva (SC Portugal)
Youssef el Kalai (GDR Conforlimpa)
 
Seniores Femininos:

Ana Dias (Casa Benfica Faro)
Ana Dulce Félix (Maratona Clube Portugal)
Anália Rosa (Maratona Clube Portugal)
Jessica Augusto (Individual)
Marisa Barros (SL Benfica)
Sara Moreira (Maratona Clube Portugal)
 
Sub23 Masculinos:

Jorge Santa Cruz (SL Benfica)
Luís Mendes (Cyclones)
Paulo Lopes (União Desportiva Várzea)
Ricardo Mateus (SC Portugal)
Ricardo Vale (SC Braga)
Tiago Costa (Sporting Clube Braga)
 
Sub23 Femininos:

Ana Ferreira (Grupo Desportivo Estreito)
Carla Salomé Rocha (JOMA)
Daniela Cunha (Maratona Clube Portugal)
Sara Carvalho (ADERCUS)
Sónia Catarina Lima (União Desportiva Várzea)
Tânia Silva (Liberdade Futebol Clube - Famalicão)
 
Juniores Masculinos:

Diogo Lourenço (Olímpico Vianense)
Emanuel Rolim (SL Benfica)
Fábio Rebelo (AA Pego Longo)
José Costa (Cyclones)
Nuno Santos (SL Benfica)
Rui Pinto (SL Benfica)
 
Juniores Femininos:

Bárbara Ferreira (SC Braga)
Catarina Carvalho (UDR Zona Alta)
Catarina Gonçalves (UD Várzea)
Débora Santos (SL Benfica)
Marta Martins (Juventude Vidigalense)
Susana Godinho (SL Benfica)

by João Perfeito
10
Dez10

Voleibol à Sexta

Minuto Zero
O que não pode acontecer

                Andava para falar sobre isto há uns dias, calhou agora. Trata-se de um pequeno apontamento à equipa do SLBenfica, nomeadamente no que diz respeito aos distribuidores do seu plantel.
                E porquê falar disto? Muito simples: no domingo, dia 28 de Novembro, o SLB foi ao pavilhão do SCEspinho perder por 3-2. Nada de extraordinário, são boas equipas, equilibradas e com hipóteses de competir directamente pelos lugares do topo da classificação. Não é, portanto, o resultado que merece o meu espanto. É, em vez disso, a presença do distribuidor júnior (de 1º ano) André Tavares durante os 5 sets da partida.
                A minha primeira reacção foi, devo confessá-lo, «o rapaz é bom, sem dúvida, mas isso não é razão para chamarem um júnior para jogar contra o Espinho, estão loucos». Achei eu que se tratava de uma espécie de promoção do seu atleta – que é sem dúvida um dos melhores distribuidores que tenho visto jogar nos escalões de formação, se não o melhor.
Mas não, eu estava muito enganada. Não se tratou de uma escolha surpreendente por parte de José Jardim, nem sequer de uma tentativa de aumentar a auto-estima do rapaz (podia ser, eu sei lá!). Foi necessidade.
Como assim? – perguntei na altura e perguntam vocês agora. O meu espanto não podia ser maior quando oiço, em entrevista, o treinador da equipa que está em primeiro lugar da classificação do campeonato nacional, com boas possibilidades de conquistar o título, dizer que não tinha distribuidores disponíveis no plantel. Teve, portanto, que chamar um júnior. Será possível? Sim, é possível. Aparentemente, Paulo Renan não pôde comparecer no jogo e Dustin Schneider, o reforço que chegou este ano, estava lesionado.
André Tavares em jogo contra o CVO – 1º Torneio do CVL
É caricato que uma equipa deste calibre só tenha dois distribuidores. Mas, quando observamos o plantel, torna-se óbvio: o SLBenfica tem apenas 12 jogadores… Até as equipas de formação têm mais escolha que a equipa sénior (os juniores da mesma equipa, por exemplo, têm 19 atletas inscritos).
É necessária uma reestruturação desta forma de ver o jogo – é impensável que situações destas aconteçam numa das melhores equipas do nosso campeonato e não se pode estar à espera até que os que agora estão na formação cheguem a seniores (até porque, se se mantiver a tradição até agora, muito poucos ficam no clube)…
Entretanto, o CF «Os Belenenses», no sector feminino, obteve a sua primeira vitória (3-2) da época, frente ao Leixões SC, na primeira eliminatória da Taça de Portugal, que teve lugar esta quarta-feira. Um grande feito, sobretudo tendo em conta que, no início da época, tinham perdido 3-1 com este mesmo Leixões, com parciais muito desequilibrados.

by Sarah Pires Saint-Maxent

09
Dez10

Notas da semana

Minuto Zero
1.Já se tornou recorrente falar de Barcelona nos dias que correm, até mesmo aqui no nosso humilde Blog. A verdade é que, por estes dias, o futebol mundial encontrou um novo refúgio, como Beautiful Game, nas botas de três génios baixinhos, inseridos num quadro futebolístico de eleição: o Barcelona de Guardiola.
Para reforçar o estatuto, esta semana a FIFA divulgou os 3 finalistas para o prémio Bola de Ouro (representa o prémio da France Football e o prémio FIFA para melhor jogador do ano, pela primeira vez juntos), nomeando Messi, Xavi e Iniesta...
Sobre o prémio não me alongo até porque já é tema recorrente esta semana. Nunca foi algo ao qual desse muito crédito, sobretudo porque por vezes a FIFA o utiliza como mera campanha de merchandising da própria federação, aproveitando sobretudo a personagem por trás do jogador, como meio para promover as suas competições, nomeadamente o campeonato do mundo. Basta pensar no título de Cannavarro em 2006, naquela que foi a melhor época de sempre de Ronaldinho no Barcelona. O pobre mundial do brasileiro, desgastado pela longa época, levou a que este fosse preterido em favor de um grande central , é certo, mas que estaria longe de merecer o prémio... até porque as grandes figuras do mundial, o genial mas menos carismático Pilro e o génio de Zidane.. que ficou mal na fotografia com a agressão a Materazzi.
Pensem por exemplo na Vergonhosa decisão da FIFA, que, lançado neste inicio de século o prémio de melhor jogador do século XX, através de uma votação online (claro que arcando com todas as responsabilidades a este facto inerentes) descontente com o resultado, que consagraria Maradona (na época à beira da morte devido aos recorrentes problemas com as drogas) como o melhor de todos os tempos, resolveu então entregar o prémio a Pelé (não que não mereça... entre os dois escolheria ... os dois) alegando que os resultados aviam sido adulterados porque os jovens na Argentina tinham votado em massa em Maradona, pelo que a votação não deveria ser tomada em consideração... curioso não?
Quanto aos três deste ano concordo com a nomeação. Só não se percebe muito bem é se este prémio consagra o melhor do mundo na actualidade (seria Messi, Ronaldo e Xavi ou Inista, mas sempre com os dois primeiros... talvés até porque estes nem parecem deste mundo) ou o melhor do ano desportivo (Ai talvés Iniesta não devesse estar, visto a serie de lesões e o mundial até um pouco tremido, pelo menos no inicio)... não deixem por isso de deixar as vossas opiniões serem influenciadas por estes prémios.

2. Falava eu do Barcelona de Guardiola, quando o arquitecto do genial Barça congeminava uma alteração táctica, por enquanto apenas esporádica, que poderá mudar a face da sua equipa. Em jogo para a Champions, com tudo resolvido, Guardiola arrisca o 3x4x3, com uma mescla de Barça A com Barça B (4º na 2º divisão espanhola). Será que Guardiola planeia uma alteração para aquele que será talvés o mais paradigmático símbolo táctico do bom futebol: 3x4x3.
Guardiola busca muita da sua inspiração no Dream Team do qual fez parte, orientado na época por Cruijff, em 3x4x3. Num simples exercício mental, faz até sentido pensar a própria constituição do plantel nesta lógica: com uma defesa a 3, Puyol jogaria sobre a direita, deixando Piqué como um "novo líbero" liberto ao centro, Abidal, encaixaria que nem uma luva sobre a esquerda. No banco, Milito seria escolha para o lugar de Piqué, enquanto os canteranos Fontás e Bartra vão ganhando espaço; no meio-campo, Mascherano e Busquets são opções para posição 6; sobre a direita, Daniel Alves percorreria toda a faixa direita, enquanto Xavi (pelo centro) e Iniesta (pela esquerda ou até mesmo no ataque) fariam as restantes posições, com Keita e os jovens Thiago e Jonatham como Backups para médio de zona central, na faixa esquerda Maxwell e Adriano podem fazer toda a faixa esquerda; nesta lógica, não existia no entanto um 10, que pudesse pelo menos em algumas situações estabelecer ligação entre o meio-campo e ataque... Afellay, ex-Psv, chega em Janeiro por 3 Milhões de euros, aproveitando o facto de estar perto do fim do contrato; No ataque a mesma lógica de sempre com Pedro, Messi, Villa, Bojan, Jeffren a serem garantia de qualidade e golos...
Será este o plano de Guardiola? Esperemos para ver...a verdade é que o risco de jogar desta forma é enorme e apenas uma equipa que pressione logo após a perca de bola e que no momento ofensivo consiga altas percentagens de posse de bola poderá "tentar" operar desta forma...

By Tiago Luís Santos
09
Dez10

Steve Field

Minuto Zero

Melhores do mundo?
Esta segunda feira, foram revelados os três jogadores e os três treinadores que vão competir pelo prémio de melhor do mundo na sua categoria. É uma lista, tanto de jogadores como de treinadores, repleta de grandes talentos. No entanto, terá sido esta eleição justa?
Comecemos pelos jogadores: previsivelmente, os nomeados foram Iniesta, Messi e Xavi. Se quanto a Messi que, apesar do mundial apagado (apesar de, parecer o único critério de avaliação, a participação de qualidade no mundial), foi bota de ouro e é o génio que se conhece, claramente um jogador invulgar, Xavi é, na minha opinião, o melhor do mundo e, inevitavelmente, sendo este facto aliado ao facto de ter sido campeão do mundo, torna esta nomeação uma obrigatoriedade. Porém, a nomeação de Iniesta é ridícula. Será o facto de ter sido campeão do mundo e ter marcado o importante golo que decidiu o mundial suficiente para estar nomeado e ser o favorito à vitória? Por incrível que pareça, é suficiente. Iniesta, para além do mundial, fez uma época miserável, repleta de lesões, onde foram mais os jogos em que não participou do que os que jogou. E mesmo pondo isto, deverá ser o melhor jogador do mundo. Não está em questão a sua qualidade, que é imensa, mas os eleitos têm de ser os melhores do ano… na minha modesta opinião, Sneijder devia de ter sido nomeado no lugar de Iniesta e, inclusive, apesar de considerar Xavi e Messi os melhores dos melhores, devia de ser ele o melhor do mundo pela época perfeita que fez: campeonato de Itália, taça de Itália, vencedor da liga dos campeões, finalista vencido e melhor marcador do mundial. Que mais é preciso para ser o melhor do mundo?
Desnecessário será comentar os nomes indicados na lista inicial onde, incrivelmente, se encontrava, por exemplo, Cristiano Ronaldo e não se encontra Pique que, tal como Iniesta, foi campeão do mundo. Mas é central…
Quanto aos treinadores, apesar de também ser previsível como nos jogadores, neste caso considero justa. José Mourinho, que ganhou os mesmos três títulos de Sneijder, o melhor do mundo, goste quem gostar, Vicente Del Bosque, seleccionador campeão do mundo e Guardiola, pelo futebol apresentado pelo Barcelona. No entanto, quanto às previsões de quem irá vencer, mais uma vez o melhor deve ficar relegado: Del Bosque, por ser campeão do mundo (mais uma vez, mostra ser o único critério de escolha) deverá ser o vencedor. Ora, comparar um mês de trabalho com um ano que o Mourinho teve no Inter, é mais uma decisão bastante controversa. Tal como disse Mourinho, se não vencer este ano nunca mais vencerá. Guardiola, por não ter ganho nada de tão importante quanto Mourinho ou Del Bosque, deverá ter de se contentar com o terceiro lugar. Espero que pelo menos neste não haja dúvidas.
Porém, tem de se realçar que esta nomeação foi, maioritariamente, da responsabilidade dos capitães e seleccionadores nacionais, que muitas vezes de futebol percebem pouco, talvez votando no prestígio e, no caso de Mourinho, os treinadores odeiam-no, o que fará certamente Del Bosque o vencedor.
No entanto, talvez por coincidência (ou não…), 5 dos 6 nomeados são espanhóis, um país com cada vez mais preponderância ‘fora do campo’.
A fama e o poder são tudo, são capazes de levar Cristiano Ronaldo (não sei bem como) ao nível que tem hoje, por exemplo. Enfim, é o futebol dos nossos dias.


fonte: revistafutebolista.blogspot.com

by Steve Grácio


08
Dez10

Buzzer - Beater

Minuto Zero
Lockout

         Já tinha saudades de falar de economia e basquetebol em conjunto, e portanto vou voltar a fazê-lo. A questão que esta semana me causa especial preocupação já está no ar há vários meses, mas tem andado algo latente e não se fala nela senão esporadicamente. Como fã incansável de basquetebol, creio que todos os que se identifiquem com essa condição deviam prestar atenção ao tema. Estou a falar da possibilidade de lockout da NBA no final da época 2010-2011.
         Já aconteceu em 1998: as regras dos salários pagos pelos proprietários das equipas viram os seus prazos expirar e um forte duelo entre estes e jogadores prolongou-se até Fevereiro de 1999, tendo gerado uma paragem da época 1998-1999 até essa data.
Fonte: theonion.com
         Como já referi num outro post, as equipas da NBA (mais conhecidas por “franchises”) são tuteladas por um ou mais proprietários que exploram todo o negócio à volta da equipa, financiando-a e tomando parte nos lucros que ela gera (bilhetes, direitos televisivos, publicidade, merchandising, etc). Uma parte da gestão passa obviamente pelos astronómicos salários dos jogadores. De um modo grosseiro, estes salários estão escalonados entre rookie, minimum, mid-level exception e maximum (de notar que o valor do contrato de um rookie não é necessariamente mais baixo que o minimum, apenas é mais rígido nos anos de contracto salvo erro).
         Ora, acontece que nesta época acaba o acordo em que ambas as partes chegaram no fim do último lockout. O base dos Lakers, Derek Fisher, representa o sindicado dos jogadores e afirma que é muito possível a existência de um novo lockout, caso as negociações não se resolvam até ao fim do verão.
         Este assunto é sempre muito delicado. Ainda para mais em tempos de crise. Tanto quanto sei o principal problema é a falta de liquidez ou de lucro significativo de receitas em algumas equipas para pagar enormes salários de jogadores. Nalgumas, como os Orlando Magic, há lucros que baixam devido a grandes salários desproporcionados (Rashard Lewis, cof cof), noutras, como nos Sacramento Kings, há uma base de fãs pouco significativa que não faz casa cheia muitas vezes (apesar de eles terem o melhor rookie, Tyreke Evans, do ano passado). Então os donos propõem limites salariais neste novo acordo, bem como menos garantias de estabilidade contratual aos atletas. Estes últimos obviamente não estão de acordo, e já foram avisados para fazerem poupanças dos seus vencimentos esta época (o que vá, não seria assim tão complicado não é?)
         Portanto, com a eventualidade de os proprietários congelarem os contratos dos jogadores e pararem a actividade até se chegar a um novo acordo, fãs como eu e muitos de vocês podem não começar a ver o basquetebol mais espectacular do mundo a meados de Outubro, como todos os anos acontece. Creio que é motivo de preocupação geral.
         Para os destaques desta semana, decidi apenas esta vez não os marcar como positivos ou negativos, visto que tive alguma dificuldade. O primeiro destaque vai para a entrada de Lebron James no jogo de quinta-feira passada dos Miami Heat contra os Cleveland Cavaliers, a sua antiga equipa. Vejam neste vídeo a música de fundo que acompanha a entrada deste jogador, bem como o tom cavernoso com que é anunciado. Isto à primeira vista seria um destaque negativo, mas achei tão hilariante que deixarei ao critério de todos. Como segundo destaque escolhi a compra dos New Orleans Hornets pela própria NBA. A compra deu-se na sequência de o antigo dono não conseguir suportar a equipa (que desde o furacão Katrina não é das mais lucrativas do campeonato, apesar do sucesso relativo que tem tido desde então) e o potencial comprador desejar mover a equipa para outra cidade. A NBA comprou então a equipa de forma a segurá-la até que um novo comprador surja sem intenções de a mover. A minha dúvida surge então: é isto mais positivo pelo facto de se estar a fazer um esforço pela comunidade de Nova Orleães e pela equipa, ou negativo por se estar a utilizar dinheiro da liga para assuntos que normalmente são tratados por investidores?

Nota: não pretendo com a imagem ser faccioso nalguma posição do lockout, mas sim destacar o seu alto teor humorístico
 
by Óscar Morgado