25
Dez10
Voleibol à Sexta
Minuto Zero
Brenha: treinador do Sporting Clube de Espinho
Tenho que admitir: é embaraçoso que o tema desta crónica me tenha sido sugerido pela minha mãe, a pessoa que menos gosta de desporto do mundo inteiro (passe o exagero). Ainda assim, parece-me pertinente falar aqui de João Brenha como o treinador do SC Espinho desta época.
Claro que, à partida, o facto de Brenha treinar o Espinho não nos diz grande coisa: o caso muda de figura (embora apenas ligeiramente, na minha opinião) quando nos lembramos que um dos – quem quero enganar? –, o melhor jogador do plantel é o distribuidor Miguel Maia. Para os mais distraídos, relembro aqui que Brenha e Maia foram durante vários anos uma dupla inseparável do voleibol de praia internacional, a melhor dupla portuguesa de sempre (actualmente, Maia emparelha com Rosas no campeonato internacional).
Trata-se então de pensar um bocadinho nos efeitos que essa tão grande cumplicidade entre antigos colegas, agora treinador-atleta, terá nos treinos, no rendimento e no «balneário» da equipa do Sporting de Espinho. Eu defendo que os efeitos são mínimos e que aqueles que existem são benéficos, mas mantenho uma mente aberta ao debate.
Miguel Maia é o melhor distribuidor português de sempre, e continua a sê-lo, mesmo aos 39 anos. Não se trata de um jogador mediano que ora é titular ora fica no banco: é um «must» em qualquer plantel que tenha o privilégio de ter contrato com ele. Assim, e já que nunca se poderá dizer que Brenha beneficia Maia em detrimento de outro qualquer distribuidor melhor do que ele, temos que apontar para outras questões.
Não será a cumplicidade entre ambos um factor de maior aproveitamento das capacidades do distribuidor? Não me parece que haja outro qualquer com tanto conhecimento do potencial de Maia como Brenha – além de estarem constantemente juntos na praia, também em pavilhão alinharam durante muito tempo no mesmo plantel, precisamente o Espinho, onde o agora treinador ocupava a posição de central. Assim, e porque o objectivo último de um treinador é saber exactamente o que pode ou não pedir a um atleta e fazê-lo superar-se, na minha opinião, toda a equipa ganha com o conhecimento prévio que Brenha tem do seu distribuidor.
Duvido que haja qualquer ressentimento no balneário em relação à história entre estes dois «grandes» do voleibol português; por isso mesmo, acredito que se manterá um plantel unido – o SC Espinho está actualmente no 2º lugar da classificação, atrás do SL Benfica – que mantém a esperança de chegar ao fim do campeonato na luta pelo título.
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Fonte: GCST Voleibol |
by Sarah Saint-Maxent