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Minuto Zero

A Semana Desportiva, minuto a minuto!

A Semana Desportiva, minuto a minuto!

Minuto Zero

25
Dez10

Voleibol à Sexta

Minuto Zero
Brenha: treinador do Sporting Clube de Espinho

Tenho que admitir: é embaraçoso que o tema desta crónica me tenha sido sugerido pela minha mãe, a pessoa que menos gosta de desporto do mundo inteiro (passe o exagero). Ainda assim, parece-me pertinente falar aqui de João Brenha como o treinador do SC Espinho desta época.
Claro que, à partida, o facto de Brenha treinar o Espinho não nos diz grande coisa: o caso muda de figura (embora apenas ligeiramente, na minha opinião) quando nos lembramos que um dos – quem quero enganar? –, o melhor jogador do plantel é o distribuidor Miguel Maia. Para os mais distraídos, relembro aqui que Brenha e Maia foram durante vários anos uma dupla inseparável do voleibol de praia internacional, a melhor dupla portuguesa de sempre (actualmente, Maia emparelha com Rosas no campeonato internacional).
Trata-se então de pensar um bocadinho nos efeitos que essa tão grande cumplicidade entre antigos colegas, agora treinador-atleta, terá nos treinos, no rendimento e no «balneário» da equipa do Sporting de Espinho. Eu defendo que os efeitos são mínimos e que aqueles que existem são benéficos, mas mantenho uma mente aberta ao debate.
Miguel Maia é o melhor distribuidor português de sempre, e continua a sê-lo, mesmo aos 39 anos. Não se trata de um jogador mediano que ora é titular ora fica no banco: é um «must» em qualquer plantel que tenha o privilégio de ter contrato com ele. Assim, e já que nunca se poderá dizer que Brenha beneficia Maia em detrimento de outro qualquer distribuidor melhor do que ele, temos que apontar para outras questões.
Não será a cumplicidade entre ambos um factor de maior aproveitamento das capacidades do distribuidor? Não me parece que haja outro qualquer com tanto conhecimento do potencial de Maia como Brenha – além de estarem constantemente juntos na praia, também em pavilhão alinharam durante muito tempo no mesmo plantel, precisamente o Espinho, onde o agora treinador ocupava a posição de central. Assim, e porque o objectivo último de um treinador é saber exactamente o que pode ou não pedir a um atleta e fazê-lo superar-se, na minha opinião, toda a equipa ganha com o conhecimento prévio que Brenha tem do seu distribuidor.
Duvido que haja qualquer ressentimento no balneário em relação à história entre estes dois «grandes» do voleibol português; por isso mesmo, acredito que se manterá um plantel unido – o SC Espinho está actualmente no 2º lugar da classificação, atrás do SL Benfica – que mantém a esperança de chegar ao fim do campeonato na luta pelo título.

Fonte: GCST Voleibol


by Sarah Saint-Maxent
23
Dez10

Mercados

Minuto Zero
Ainda nem chegamos ao novo ano mas a especulação essa já à muito começou. Os resultados de Braga, Benfica e Sporting, deixam a imprensa (e alguns empresários) sedentos de novidades.
Cada vez mais precisamos de um "filtro" para ler um jornal desportivo. Não é fácil perceber aquilo que é ou não é verdade.
Para quem quiser filtrar essa informação basta um exercício mental simples (os resultados não são garantidos!): ao navegarem nos sites de Record, a Bola e o Jogo (não vos aconselho outros sites, a generalidade deles tira as informações dos jornais... e como quem conta um conto acrescenta-lhe um ponto...), atentem as noticias. Não leiam apenas os Headlines, leiam o corpo das noticias.
Expressões como "está a ser seguido por X" ou "está referenciado por X", são apenas normalmente meros exercícios de adivinhação. Quando falam de agentes, há que ter em conta quem são. Na generalidade, aqueles que são mais conhecidos (Jorge Mendes, Kia, Paulo Barbosa....), quando referenciados, apontam para fortes possibilidades de a transferência se afectiva. Mera especulação apenas interessa aos "novos" empresários.
Depois, pensem em quais são as necessidades das equipas: se o plantel tiver 2 laterais direitos, é natural que uma notícia sobre um outro ou envolve venda de um activo, ou é especulação.
Outro dado a atentar é o valor envolvido. Nunca, um clube português poderá pagar uma soma superior a 15 Milhões de euros, a não ser, por jogadores de valor inquestionável (lembro-me de Moutinho, Simão e talvés nenhum mais), mas mesmo nesse caso dificilmente passaram os 15 milhões.
Normalmente, jogadores ligados contratualmente, são vendidos por um valor sempre superior ao seu passe (para saber estes valores basta consultar www.transfermarkt.com). Caso estejam em momento de destaque, o valor pode ser o dobro do valor do passe (por exemplo o caso de Garett Bale neste momento, ou mesmo de David Luiz ou Hulk).
Atenção também as chamadas "revoluções". Os jornais adoram saídas e entradas massivas de jogadores. Mas na realidade, estas muitas vezes não passam de especulação.
Ao lerem uma notícia, vejam quantas são as referências a fontes utilizadas. As mais comuns são agentes, familiares dos jogadores (de carácter duvidoso), afirmações dos próprios jogadores (trabalhadas editorialmente na generalidade, não lhes devemos dar demasiada importância), os próprios dirigentes dos clubes (atenção aqui os ,sul-americanos sobretudo, são de carácter muito duvidoso, pois normalmente querem apenas aumentar o valor dos passes com especulação de concorrência), ou outros jornais estrangeiros (lá por fora como cá existem os mais fiáveis e outros menos). Quantas mais forem as fontes mais provável a veracidade da notícia.
Neste mundo louco só existe normalmente uma fonte a qual deve ser (quase) sempre levada em conta: comunicados Oficiais dos clubes, normalmente colocados no próprio site. Em Portugal existe ainda outro dado que garante o consumar da transferência, que consiste no comunicado à CMVM, pois como SAD's cotadas na bolsa de valores os nossos clubes têm de comunicar à entidade reguladora a aquisição de activos.

O meu concelho é lerem se possível os 3 jornais do mesmo dia. Informações comuns a todos são normalmente verdadeiras, seja interesse de um clube no jogador X, seja a contratação do mesmo. Este hábito cria no leitor uma espécie de filtro que lhe permite pensar um pouco melhor o que realmente se passa.
De qualquer modo estas constantes guerras de informação são bem empolgantes, e deixam qualquer adepto de água na boca para ver a sua equipa jogar novamente!

By Tiago Luís Santos
23
Dez10

Steve Field

Minuto Zero

Rivais têm de ser inimigos?

Como fã incondicional de Ténis, não pude deixar de assistir aos embates entre os dois melhores jogadores da modalidade, Federer e Nadal. É certo que eram jogos amigáveis, mas o espectáculo era garantido. E as expectativas não foram em vão, assistiu-se a dois grandes jogos, com uma vitória para cada lado.
Estes jogos amigáveis foram marcados com o propósito de angariar fundos para as fundações de ambos que provou que os desportistas mais conceituados têm vindo a ser cada vez mais solidários, sentindo que lhes cabe grande parte das ajudas possíveis. No entanto, o que mais tenho a realçar nestes embates, ainda mais que o acto solidário, foi a constatação de que os dois maiores rivais são amigos. Para mim isto é algo anormal atendendo à realidade com que cresci a ver e fazer desporto: clubes rivais (é certo que neste caso não se trata de clubes, mas podemos fazer uma analogia) nutrem ódio mútuo, não olhando a fins para atingir os meios que pretendem, que muitas vezes origina cenas lamentáveis de violência entre os seus apoiantes.
Pegando como exemplo o futebol, podemos constatar este ódio entre os três grandes do campeonato português, sobretudo quando se trata do Benfica. Quantas cenas de violência já tivemos conhecimento entre claques? Quantas trocas de palavras menos bonitas já vimos entre presidentes? Até já houve mortes de adeptos, como aconteceu com um adepto do Sporting numa final da taça, no Jamor, contra o Benfica.
No entanto, como já referi, é com o Benfica que estes sentimentos impróprios se fazem sentir em maior evidência, especialmente pelo Porto. Na última final europeia que o Benfica esteve presente, os adeptos do Porto fizeram questão de ir esperar a equipa adversária ao aeroporto para lhes desejar boa sorte…para além de que cada vez que o Sporting, Porto e agora até Braga e Guimarães estejam a jogar, certamente que há cânticos contra o Benfica.
É questão para perguntar…porquê tanto ódio? Não podem simplesmente centrar atenções no seu próprio clube? É claro que tem de haver rivalidade para bem do desporto, mas com respeito, com desportivismo!
O desporto seria tão mais bonito sem esta rivalidade extrema. Como é algo que, infelizmente, já pouco se vê, fiquei agradado e surpreendido com esta rivalidade saudável entre Federer e Nadal. Provaram ser grandes homens. Provaram que ser rival não significa ser inimigo. O desporto assim era tão melhor!

by Steve Grácio
22
Dez10

Buzzer - Beater

Minuto Zero

Bases
         Esta semana lembrei-me de dar mais uma chave de leitura para quem não está muito familiarizado com o basquetebol. Especificamente, posições. De vez em quando hei-de falar das restantes, mas hoje interessa-me abordar o base. Sendo que a modalidade se joga com 5, é complicado dizer que algum desses é pouco importante no ataque ou na defesa, mas se me pedirem para destacar aquele que é mais essencial nos dois lados do campo, seguramente é o base que irei destacar.
         Mas então que faz afinal um base? Pensem nele como o general da equipa. Tipicamente é ele que transporta a bola da defesa para o ataque, onde é ele que também dá início às jogadas ofensivas. A sua zona preferencial do campo é atrás da linha de 3 pontos (mais ou menos no todo do campo, em linha com o cesto, embora deva ser móvel), onde deve ser capaz de ver todos os seus colegas de equipa e também toda a defesa adversária. É ele que toma a maioria das decisões da equipa.
Cabe-lhe também uma série de opções individuais. Deve ser ele o melhor manejador de bola da equipa, aquele com melhor qualidade de passe (são geralmente líderes de assistências), melhor visão de jogo: no fundo melhor liderança. Contudo, há uma série de capacidades adicionais que podem dar grande diversidade ao seu jogo. Porque deve estar sempre pronto a atirar de longa distância quando está sem defesa, um lançamento consistente é uma arma poderosa. A velocidade é também essencial para as penetrações em direcção ao cesto e para neutralizar os seus defesas directos.

Fonte: sports.espn.go.com
         Mas como no basquetebol 5 atacam e 5 defendem, também um importante papel defensivo recai sobre esta posição. Não se exige a um base que seja o melhor defensor da sua equipa, mas como é o jogador mais afastado do cesto no ataque é ele o primeiro a recuar para a defesa quando a outra equipa ganha posse de bola, e numa situação de contra-ataque é essencial que parta dele a recuperação defensiva da equipa. Não sendo muito correcto, creio que para dar uma imagem mental das funções de um base posso fazer uma analogia futebolística: pensem nele como uma espécie de ‘dez’ no ataque e como um defesa-central na defesa.
         E que grandes tem o mundo visto nesta posição? Desde o mais recuado Bob Cousy, passando por um Walt Frazier, um Jerry West, Oscar Robertson, John Stockton, Isiah Thomas e claro, o ilustre Magic Johnson. Mais recentemente (digo, anos 90 e inícios de 2000) dois grandes nomes devo destacar, nomeadamente Gary “The Glove” Payton e Jason Kidd, este ainda em actividade mas já longe do seu auge.
         No que toca à actualidade creio que há 6 bases na NBA que se encontram num nível diferente dos restantes, embora outros lhes rivalizem. Chris Paul (um verdadeiro base em todo o sentido do termo, num clássico estilo de prioridade dada ao passe), Deron Williams (com uma vocação mais ofensiva, marcando muitos pontos), Rajon Rondo (inicialmente um defesa exímio, agora tem também uma qualidade de passe fortíssima), Steve Nash (MVP duas épocas seguidas, embora fora do prime é uma delícia vê-lo a construir jogadas e a despejar assistências), Derrick Rose (tremendo domínio de bola e capacidade atlética, tem também fortes vocações ofensivas a nível de pontos) e Russell Westbrook (ainda mais capacidade atlética, provavelmente o melhor base que afunda em toda a NBA, e tem melhorado imenso o seu jogo nesta época).
         Vamos aos destaques. Para o positivo destaco esta semana a super troca que teve lugar entre os Orlando Magic, os Phoenix Suns e os Washigton Wizards: Vince Carter, Mikael Pietrus e Marcin Gortat vão de Orlando para Phoenix (juntamente com mais uma escolha de draft), e destes últimos regressa Hedo Turkoglu, que vem ainda com Earl Clarke e Jason Richardson. Sai também de Orlando Rashard Lewis, que passa a jogar pelos Washington Wizards, os quais enviam a sua ex-estrela Gilbert Arenas para Orlando. Parece-me a mim que Orlando conseguiu livrar-se do fardo financeiro de Lewis, embora Arenas tenha mais um ano de contracto e também com um salário considerável, mas tem a vantagem de ser um jogador provavelmente mais rentável. Orlando ganha a grande fragilidade de ficar sem grandes alternativas a Dwight Howard. Quanto a Phoenix, ganha uma alternativa a Brook Lopez e um Vince Carter, que apenas causará estragos se houver alguma magia por parte de Steve Nash. Já os Wizards assumem finalmente que o controlo da sua equipa é para o rookie John Wall, estando a troca de Arenas já implícita desde o draft.
         A nível negativo destaco a lesão de 8 a 10 semanas do poste dos Chicago Bulls Joakim Noah, que não irá afastar a equipa de uma corrida aos playoffs, mas que certamente os deixará numa posição menos favorável no que toca às equipas que irão apanhar, perdendo mais jogos do que o que seria de esperar.

by Óscar Morgado

21
Dez10

Em Frente

Minuto Zero
                Natal na Liga

                 A Liga portuguesa chega agora à paragem natalícia. A primeira volta ainda não terminou, mas neste momento só falta uma jornada para tal. O campeão nacional define-se a passos largos. Sem nenhuma derrota e somente dois empates, muito dificilmente a turma de André Villas Boas não irá conquistar novo título nacional. No Porto, festeja-se, nem que por agora seja somente, um Feliz Natal.
                Já mais a sul, em Lisboa, os dois clubes da segunda circular têm vindo a realizar campeonatos banais. Jorge Jesus não conseguiu cumprir a promessa de ir longe na liga milionária e acabou traído no seu desejo de contratar um guarda-redes que ganhasse pontos. Roberto vacilou contra a Académica, Nacional e Vitória de Guimarães e ajudou a cavar o fosso entre os encarnados e os azuis-e-brancos. Com um campeonato cheio de oscilações, destaque imediato para a derrota humilhante no Dragão. Esperança e expectativas na Luz? Ganhar Liga Europa, Taça de Portugal e Taça da Liga. São esses os desejos na consoada encarnada.
                Em Alvalade vive-se mal, mas por culpa própria. Na Taça de Portugal, Manuel Fernandes deu uma lição ao seu clube e levou o Vitória de Setúbal à próxima fase da competição. No campeonato, mal em casa, razoável fora, eis o Sporting. Paulo Sérgio pedia um pinheiro (será que agora no Natal o terá?), mas em vez disso, recebeu um desconhecido na altura e agora, Tales de Souza. De um pinheiro a um jovem de 1.68m vai uma grande diferença, mas tal não justifica a distância pontual para o primeiro classificado. Com uma primeira volta fácil, melhor figura deveria ter sido feita pelos leões. Agora, segue-se uma segunda parte de campeonato com deslocações ao Dragão, a Guimarães, a Braga e, por duas vezes, à Madeira. Vida difícil para os leões, com mais um Natal igual a tantos outros: Uma despedida ao título nacional.
                Segue-se o batalhão pela Europa atrás dos grandes. União de Leiria, Vitória de Guimarães, Braga e Nacional assumem-se como legítimos pretendentes a um lugar na Liga Europa no próximo ano. No entanto, claro está que Braga e Guimarães devem e podem fazer melhor que os outros. Apresentam melhor plantel, apresentam melhores condições de trabalho e apresentam treinadores de bom nível nacional. Domingos Paciência lida com um grupo que o ano passado surpreendeu e, ou por cansaço ou por falta de experiência, este ano tem andado uns furos abaixo do esperado. Já os seus rivais minhotos têm a sorte de contar com Manuel Machado, o experiente treinador que já no Nacional tinha feito um bom trabalho e que facilmente fez esquecer Paulo Sérgio entre os adeptos vimaranenses. Uns mais satisfeitos, outros menos, a verdade é que entre estes se vive uma boa época natalícia.
Fonte: Kraftiz.co.uk

                Depois seguem-se os que não estão bem, mas também não estão mal. Académica, Marítimo, Olhanense, Paços de Ferreira, Rio Ave e Vitória de Setúbal, que apesar no lugar que ocupa na tabela (mesmo por cima da linha de água), tem uma vantagem de quatro pontos sobre o Portimonense, o que nessa zona da tabela é sempre bastante aceitável. Um Natal acima de tudo atento, não vá ocorrer algo de mal.
                A turma de Portimão junta-se à cada vez mais lanterna vermelha Naval e… ao Beira-Mar como potenciais condenados. No entanto, por razões em tudo diferentes. Portimonense pontualmente está mal. A Naval a juntar a isso, encontra-se constantemente com salários em atraso, podendo uma descida de divisão significar o fim do clube. O Beira-Mar, que até vai resolvendo dentro das quatro linhas, a nível financeiro parece estar a soro, antecipando-se o seu futuro idêntico ao do Farense, do Salgueiros e do Campomaiorense, com quem há onze anos atrás disputou uma final da Taça de Portugal. Entre estes, o Natal está caro e vai ser mais cinzento que o normal.
                 
Feliz Natal,
Saudações Leoninas,
Jorge Sousa
20
Dez10

Verdadeiro Campeão de Inverno

Minuto Zero
Um dos grandes destaques da época: depois de vários anos a um nível longe do habitual, parece estar de volta o gigante de Dortmund. Rosicky's, Koller's Metzelder's, ou os mais distantes Sammer ou Muller fazem parte do passado, esta é a hora de outros heróis.
Apoiados por uma das mais efervescentes massas associativas da Europa, o gigante de Dortmundo renasce das cinzas, depois de vários quezilentos anos longe do topo da tabela da Bundesliga, um novo aupicio de vitoria surge esta época, num contexto de um estranho campeonato.
Com Estugarda, Shalke 04, Bayern, Bayer ou Werder Bremen em baixa de forma, Mainz (numa primeira fase) e Dortmund destacam-se no topo da tabela.
Orientado por Jurgen Klopp, este é um Borussia personalizado para aquela que é a realidade da Bundesliga. O futebol físico e rápido, sem grande capacidade por parte da maior parte das equipas para se reequilibrarem após o momento ofensivo (o que proporciona grandes espiráculos mas que ao nível das competições europeias faz as equipas alemãs ressentirem-se), tem mostrado que nesta temporada as equipas mais equilibradas nos momentos de transição (sobretudo defensiva) estão um passo à frente dos rivais. 
Em 4x2x3x1, sistema que se revelou no Mundial da África do Sul como verdadeiro sistema da "moda", este Borussia marca a diferença pela capacidade com que através dos seus talentosos médios ofensivos (Kagawa, Gotze, Kevin Gorkreutz e Kuba), consegue partir rapidamente para o ataque, em posse. Sem bola o bloco baixa, organizado em torno dos pivô-defensivos, Bender e o talentoso Nuri Sahin, procurando o erro do adversário para iniciar saída com bola. Sob a batuta do turco Sahin, a equipa sai ora em velocidade pelos médios mais ofensivos, ora em passe longo, aproveitando o brilhante pé esquerdo do camisola 8. No ataque um dos mais interessantes avançados da liga alemã: Barrios, Argentino naturalizado paraguaio, móvel e inteligente, joga bem de costas para a baliza ou em diagonais constantes, ideal para a forma de jogar do Borussia. 
No 4 da defesa destaque para outra estrela emergente: Subotic, defesa-centro de grande poder físico, rápido nas dobras ao mais "duro-de-rins" colega de sector, Hummels. O seu futuro deve passar por um grande do futebol europeu, afigura-se como um grande central. Nas laterais Owomoyela e Shelmelzer garantem capacidade defensiva, deixando o momento ofensivo para os alas Kevin Gorkreutz, Kuba, ou o pequeno Gotze.
No centro do meio-campo, surge mais um pequeno-grande médio Japonês, Kagawa. Surge na posição 10, mas é na realidade um 8 e meio. Parte da zona do meio-campo em posse carregando a bola até aos companheiros de ataque. Gotze, pequeno "pibe" alemão, surge adaptado a uma das faixas, explorando a sua capacidade técnica. Kevin Gorkreutz e Kuba são puros médios-ala, que carregam a bola em velocidade pela linha lateral, ou explorando diagonais interiores. 
Falta claramente alguma experiência competitiva a esta equipa, sobretudo a nível internacional (eliminado pelo Sevilla no ultimo jogo da fase de grupos da Liga Europa), mas aparece em grande na liga alemã, aproveitando o facto de ser forte exactamente naquele que muitos identificam como o ponto fraco das equipas alemãs, os momentos de transição, sobretudo defensiva.

fonte: site oficial Borussia Dortmund

By Tiago Luís Santos
19
Dez10

Fogo sem Fumo

Minuto Zero
O Messias da Luz

O futebol é um jogo amoral, não vive de grandes raciocínios, só contam as consequências. O seu tribunal apenas decide em função do último resultado. É esse o grande drama de Jorge Jesus na Luz. Ele nunca será julgado ou condenado pelas suas brilhantes e inconsequentes frases que, normalmente, contradizem o que foi dito no minuto anterior, na semana anterior ou no mês anterior. Jorge Jesus é a contradição em pessoa porque não tem ideias formadas. Hipnotizado por um ano de sucesso julgou que não precisava de crescer intelectualmente. Prometeu a Champions League e agora está na Liga Europa por sorte. Disse que ia revalidar o título de campeão e este ano acabou vexado no Dragão. Agora o céu caiu-lhe em cima da cabeça. Não havia limites aos sonhos de Jorge Jesus e dos fiéis adeptos benfiquistas.

O problema de Jorge Jesus foi que se no primeiro ano como treinador do Benfica pode adoçar o seu ego como queria, porque ia ganhando e os jogadores aceitavam a sua liderança, este ano essa arquitectura desmoronou-se. O Benfica deixou de ganhar e aí começou o calvário de Jorge Jesus. E a bola de neve foi aumentando: os novos reforços não convenceram, as suas frases de auto-elogio esquecendo os jogadores tornaram-se patéticas, as exibições tornaram-se depressões contínuas. Sabe-se como é no futebol. Uma vitória vale a unanimidade. Várias derrotas transformam o herói de ontem no vilão de hoje. De bestial passa-se, num abrir e fechar de olhos, a besta. O treinador Jorge Jesus deixou de ser o Super-homem. O que vale para ele vale para os jogadores: quando alguém usa o drible e sai bem é um génio. Se sai mal é uma galinha. Na época passada, Jorge Jesus era um mestre: transformara o Di Maria num mago. Esta época é um asno: onde toca faz asneira. Veja-se a equipa que fez alinhar no jogo contra o FC Porto. Na época transacta cada substituição era um toque de génio. Esta cada vez que faz uma substituição afunda a equipa.

Os adeptos de futebol não têm paciência para grandes discursos. Querem resultados. Ou ganham ou pedem a cabeça de treinador e jogadores. No futebol não há tempo. Há liderança, vontade de vencer e vitórias. Tudo o resto é irrelevante. As declarações bem-intencionadas valem zero. As desculpas em conferências de imprensa idem aspas. O discurso do futebol não muda, por mais estatísticas, SAD e projectos a prazo que se inventem. É um desporto básico que causa alegrias e frustrações com facilidade. Quem o encarar de outra maneira está errado. Levá-lo a sério, como tenta fazer o sr. Jorge Jesus, sai caro. Ao próprio, é claro. Como o verdadeiro Messias, Jorge Jesus estará provavelmente na sua quaresma, não tarda muito e é crucificado.

fonte: futebol mundial

by Alexandre Poço

19
Dez10

Porque ao Sábado se destaca

Minuto Zero
Porque todos nós temos o direito de sonhar-Kalai

O sonho comanda a vida… Esta é uma das maiores máximas de vida que sabemos, mas que raramente interiorizamos. Acomodámos com o pouco que temos e não lutámos pelo muito que nos falta. Não damos valor às coisas porque elas aparecem feitas, temos um tecto para viver, temos comida e temos oportunidade de estudar. Mas existem pessoas que não têm essa oportunidade e que pela sua perseverança hoje são muito melhores do que qualquer um de nós e hoje tocam com as pontas dos dedos no topo do Mundo.
Um desses exemplos é Youssef  El Kalai, o português naturalizado, de origem marroquina que conquistou no passado domingo a medalha de bronze nos europeus de corta-mato.
Com apenas 20 anos El Kalai foi uma de 70 pessoas que num de muitos barcos tentou fugir à mediocridade da vida em Marrocos. Fugiu num barco clandestino rumo a Espanha. Ficou três dias sem comer no mato à espera que o fossem buscar. Depois com medo que a polícia espanhola o fizesse regressar a Marrocos veio com mais dois amigos para Portugal. Trabalhou desde restaurantes a empresas de cortiça ou reciclagem de papel. Os primeiros tempos foram difíceis não tinha condições de ser atleta a tempo inteiro. Apenas em 2007 chegou a um clube de top, o Benfica e um ano depois transferiu-se para o FC Porto. Em 2009 naturalizou-se português e assinou pela Conforlimpa, que juntamente com o Maratona são duas equipas portuguesas de gabarito europeu no atletismo.
Esta cronologia da sua vida espelha que Kalai sempre foi melhorando a sua vida, mas desde os seus 20 anos em que fugiu com medo de ser apanhado até ao presente onde foi medalha de bronze no europeu, o caminho esteve longe de ser fácil.
Mas Kalai com uma perseverança e um espírito de vitória inigualável lutou, treinou, mas sobretudo sonhou. Sonhou, como que a cada momento que as lágrimas lhe escorriam pela face com saudades da família, seriam substituídas por lágrimas de glória, lágrimas de consagração. Kalai para além de ser um grande atleta é sobretudo um grande homem.
Não me esqueço de certos Sábados que o vejo a treinar no Estádio Jamor com os seus colegas, sempre com um sorriso nos lábios, sempre motivado para treinar, sempre predisposto a aprender. Tem uma relação quase de pai e filho com o seu Treinador Eduardo Henriques. Às vezes apercebo-me que enquanto outros atletas acenam coma cabeça, Kalai, ouve primeiro e acena depois, respeita o seu líder para ser respeitado. Talvez por isso num mundo do atletismo, em que falo por experiência própria, os boatos e os comentários menos positivos sobre os outros sejam uma constante, para Kalai, não.
O lema de Kalai é respeitar, para ser respeitado. Talvez por isso seja ele um dos líderes da equipa, talvez por isso todas as pessoas gostem de falar com ele.
Por isso Kalai afirmou que se tivesse que partilhar a sua medalha com todos os que o ajudaram, ficava com uma pequena parte para si. Sim, porque apesar do mundo egoísta em que vivemos, seres humanos como Kalai são raros e ninguém consegue ficar indiferença à sua luta e ao seu esforço e neste momento à sua glória.
Kalai saiu de Marrocos em busca dum sonho, ganhar uma medalha internacional, conseguiu, agora depois de 4 anos sem ver a família pode regressar a casa e mostrar a toda a sua gente que valeu a pena. Valeu a pena, as lágrimas, os tempos de solidão, os trabalhos forçados porque hoje cresceu como atleta e cresceu como homem. Hoje é uma das referências do fundo europeu. Hoje? Sim, hoje, ontem era uma miragem. Kalai sem condições tornou o desumano no humano, o impossível no possível, o sonho na realidade. Porquê? Porque lutou, acreditou e trabalhou. Agora tem a Europa nas mãos dele.
Kalai deixa uma mensagem a mim, a ti, a nós. Estamos à espera do que para lutarmos pelos nossos objectivos e de nos tornarmos como Kalai transcendentais?
Simplesmente de nada, porque na verdade como se costuma dizer tudo vale a pena quando a alma não é pequena.

fonte: Rádio Renascença 


By João Perfeito 
17
Dez10

Notas do futebol mundial

Minuto Zero
1. Surpresa das surpresas: o Internacional, representante da América do Sul no campeonato do Mundo de clubes da Fifa é eliminado nas meias-finas por um clube da África... negra!
Mais do que o "sapo" que Blatter e Havelange devem ter engolido por ver um parente pobre a Fifa ganhar a um clube de grande nomeada, esta vitória é um sinal positivo para o mundo do futebol.
Uma vitória com um nome para muitos desconhecido: Mazembe. Não se trata no entanto de uma equipa do "europeizado" futebol do norte de África, uma África em tons de pele claros, embrenhada no sol escaldante do Magreb, inundado com influências do futebol Europeu a um mar de distancia...
Este fenómeno chamado Mazembe, vêem das profundezas paradigmáticas do continente africano, inundados na essência guerreira com perfume muito próprio. As danças do seu louco guarda-redes Kidiaba, os golos magníficos de Kaluyituka (dois ao Internacional, qual deles o melhor)... futebol em estado puro.. despreocupado, rápido, um diamante por lapidar... como é ainda toda a África do Futebol, incomoda, inconveniente...ingénua.

2. A quase um ano de distancia, começam-se a desenhar esboços daquilo que será o mundial de sub-20 Colômbia 2011. Notícia da semana convocatórias de Argentina e Brasil para o Sudamericano sub-20. Em destaque do lado do Brasil os génios de Neymar e Coutinho, dois miúdos prodígio abençoados por um talento em bruto fantástico... depois uma série de jogadores para descobrir, alguns deles já a jogar na Europa. Quanto ao país das pampas surge uma geração made in mar de plata, com uma verdadeira armada de jogadores do River: Pereyra, médio-ala que corre o campo inteiro com uma alma infindável; Lanzini, o mais jovem dono de um pé esquerdo iluminado, joga como médio-ofensivo ou segundo-avançado; Villaba, jogador de futebol que mais parece um "mosquito" como lhe chamam na argentina, uma miniatura de avançado, sempre na procura da bola em velocidade; Funes Mori, avançado possante e inteligente, que o Benfica tem de olho; Erik Lamela, médio-ofensivo elegante, com técnica refinada; ou o pequeno pibe Diaz . Do Boca, vem Sérgio Araújo, um segundo-avançado tecnicista. Destaque ainda para o elegante central Galeano (Independiente) e para o driblador Hoyos do campeão Estudiantes.
Enquanto isto, do outro lado do atlântico Portugal segue preparação, procurando o entrosamento ideal para uma geração que parece ser ainda uma incógnita, com muitos jogadores ainda num estádio diria.. demasiado junior.

3. Uma ultima nota para um facto pouco relevante, mas que mostra em muito a banalização da opinião sobre futebol: em Pontapé de Saída, programa de referência (muito sinceramente o ÚNICO programa de comentário desportivo o qual se pode ver sem a preocupação de perceber as segundas intenções do que é dito, e já agora, dos poucos que fala de futebol.. ao nível da relva), da Rtp N, um telespectador enviou mensagem dizendo que na Coreia do Sul ou no Egipto qualquer treinador português ganha... sinal de que os nossos media transmitem uma imagem do futebol ridícula... o futebol é um mero entertainer, e os seus intervenientes são julgados em praça pública sem qualquer tipo de critério.
Outro dado preocupante e que merece reflexão: qual é o interesse de uma televisão ou jornal concederem ao facto de um jogador não ter treinado notícia? Citando o póstumo Carlos Pinto Coelho "não é esse o seu trabalho? Se eu faltar ao trabalho uma manhã também é notícia?"... da que pensar.. os pêsames à família e amigos do Senhor Acontece.

By Tiago Luís Santos
17
Dez10

Voleibol à Sexta

Minuto Zero
Na Selecção

Volto à formação, nesta semana. Não para falar de um aspecto específico, mas sim porque me pareceu a altura apropriada para partilhar aqui um testemunho que me foi enviado, no início de Novembro, por uma rapariga, a Neusa, que foi este ano chamada a estagiar permanentemente com a Selecção Nacional de Cadetes Femininos.
Selecção Cadetes
Fonte: Federação Portuguesa de Voleibol
No passado dia 8, essa mesma Selecção participou e ganhou o Torneio de Voleibol Feminino de Voleibol do Sporting Clube das Caldas, tendo vencido à equipa sénior desse clube e à equipa júnior do Lusófona Voleibol Clube (apesar de ser ainda juvenil, é esta equipa que a Neusa representa ao fim-de-semana, quando volta a Lisboa para o treino de clubes e jogos do campeonato nacional). Parece um bom presságio, numa altura em que se continua a fazer a preparação para a Fase de Qualificação para o Campeonato da Europa, que se realizará em Janeiro de 2011, na Sérvia.
Por ser um testemunho muito pessoal que mostra uma dimensão que extravasa em muito as fronteiras do desporto, e que pode ser aplicado a todos os outros, segue o texto da Neusa Neto: 
«Agradeço também a oportunidade de poder partilhar as minhas (poucas) vivências neste desporto. Sou uma jogadora ainda muito "verde", só tenho 2 épocas completas, não tenho muita competição ou experiência, mas posso dizer que estou comprometida com o voleibol.
Este ano tive a oportunidade de ser convocada para estágio permanente com a Selecção Nacional de Cadetes Femininos.
Os treinos são em Vila Nova de Gaia, pelo que, sendo eu de Lisboa, tive que passar a estudar nos Carvalhos e residir no colégio onde outras atletas da Selecção também estão instaladas.
Estou há 2 meses no norte, mas já sinto muitas diferenças. O trabalho é mais sério, é preciso mais dedicação, mais esforço e, com isto tudo, tem-se em maior consideração tudo e todos os envolvidos no trabalho diário.
Tenho vivido um voleibol mais puro.
"Saí de casa" para jogar voleibol, e penso que só isto me tem dado outra forma de viver o desporto. E não só! Mudou a minha vida, o dia-a-dia. Tenho aprendido muitas lições que não só me servem em campo como fora dele. "Nunca desistir", "Lutar por cada ponto como se fosse o único", "Todas as acções dependem de toda a equipa"... Coisas simples que, de uma forma ou de outra, já todos ouvimos e dizemos cumprir, mas quando chega o momento, acabamos por falhar na aplicação da tão repetida fórmula para o sucesso, porque, na verdade, a lição não está aprendida. E todos estes conselhos confluem numa só demanda: Vencer. E isto, para mim, tem grande significado. Quero vencer acima de tudo; quero vencer os meus obstáculos e aprender com os meus erros, quero vencer os meus defeitos, limitações e inseguranças, quero ganhar experiência e confiança, quero ganhar o melhor que há em mim. Mas não basta querer, há que ambicionar e inspirar-se nos desafios diários. É essencial respirar, comer e viver voleibol. A competição tornou-se mais real e parece surgir em todo o lado. Começo a identificar-me mais como atleta do que indivíduo, o que me tem feito crescer, em todos os aspectos, como pessoa.
Tirando o torneio bilateral com Espanha no mês de Outubro, não participei em mais nenhuma competição oficial como Cadete.
Não é possível comparar um torneio bilateral com outra Selecção com o campeonato regional de Juvenis da AVL ou o campeonato nacional. A experiência deixou-me sequiosa.  Não só por competir como Cadete. Fiquei com ainda mais vontade de aproveitar todas as pequenas oportunidades que me fossem dadas e de procurar cada vez mais desafios.
Conheço muito pouco de voleibol, mas acredito estar no caminho certo para aprender.
Jogar voleibol fez-me acreditar mais em mim, fez-me querer mudar. Melhor será dizer que fez-me querer potenciar as minhas qualidades, restringir os meus defeitos e assumir uma atitude mais própria.
Tornou-se tudo muito diferente desde que fui para Gaia. Não foi a mudança de cidade que alterou a minha vida, foi a decisão de querer transformá-la. Tal como o jogo não é definido pelo campo em que se joga, mas sim pelos jogadores.
(…)
Neusa Neto»

by Sarah Saint-Maxent