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Minuto Zero

A Semana Desportiva, minuto a minuto!

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Minuto Zero

31
Dez10

Voleibol à Sexta - Semana Melhores do Ano (2010)

Minuto Zero
Flávio Cruz, uma figura do voleibol português

À semelhança do que fez o Jorge na passada terça-feira, escreverei esta semana, a Semana Melhores do Ano, sobre uma figura do panorama português. Para não fugir à regra, porque esta crónica dá pelo nome de Voleibol à Sexta e porque fiz minha a luta de levar um pouco mais longe uma modalidade que muitos praticam (é a segunda modalidade federada mais praticada, depois do futebol, em Portugal) mas que quase todos os outros desconhecem, decidi expor os meus argumentos sobre a figura do voleibol português do ano 2010.
Não é uma escolha fácil, essa de eleger um, em vez de uma equipa, já que o voleibol é provavelmente um dos desportos em que o colectivo pesa mais, em desprimor do indivíduo enquanto tal (talvez à semelhança do rugby, na minha opinião). Além disso, são vários os parâmetros que pesam nesta escolha: se fosse falar aqui da revelação do voleibol português falaria sem dúvida do distribuidor júnior Miguel Tavares, do SL Benfica; no voleibol feminino teria obrigatoriamente que referir as equipas da formação do Lusófona VC; como estrondosa «re-aparição» mencionaria Hugo Gaspar.
Apesar de todas estas opções, acabo por chegar à conclusão que a figura do ano 2010 foi o internacional português de 27 anos, Flávio Cruz, que, depois de ter conquistado o Campeonato Nacional 2009/10 com o SC Espinho, alinha nesta nova época pelo SL Benfica – e com óptimos resultados, há que dizê-lo.
Fonte: Jornal Record
Depois de uma época absolutamente irrepreensível dos tigres na temporada passada, Flávio Cruz veio, juntamente com Hugo Gaspar, Rafinha, Dustin Schneider, etc, reforçar este ano o plantel do SL Benfica, que precisava da mudança. O que faz então com este ponta, de 1,94m, seja atleta do ano 2010?
É um dos jogadores mais inteligentes a actuar no Campeonato Nacional; apesar de não ser uma «bomba» de força e de não ser explosivo como vários outros (vem-me rapidamente à memória Tomas Aldazabal, seu ex-companheiro no Sporting de Espinho), a sua eficácia em situações ofensivas é incrível: a rápida (e muitíssimo bem feita) leitura de jogo permite-lhe determinar em praticamente todas as jogadas qual é a melhor opção de ataque. Mais do que isso, é também capaz de pôr em prática da melhor forma a que considerou como tal. Assim, Cruz brinda-nos em cada novo jogo com situações de ataques estrondosos, colocações perfeitas e amorties notáveis nos momentos em que ninguém espera. Além disso, joga com o bloco adversário como muito poucos sabem fazer, transformando situações de clara desvantagem em pontos favoráveis à sua equipa.
Se tudo o que acima referi seria mais do que suficiente para pôr o atleta na lista dos melhores do ano, é sobretudo a sua capacidade defensiva que o distingue de todos os outros grandes jogadores. Voltando ao Benfica, porque é impossível falar de um jogador de voleibol sem falar da equipa em que se insere, não podemos deixar de notar que a grande diferença deste Benfica para o da época passada é a recepção e a defesa, que estão num nível muitíssimo mais elevado. Já aqui referi, noutra altura, que o primeiro passo para o bom ataque é uma óptima recepção, por dar ao distribuidor todas as opções que queira: é exactamente essa óptima recepção que Flávio Cruz traz para o Benfica deste ano, e é isso que permite aos encarnados ocuparem hoje o primeiro lugar da classificação (num campeonato em que nada está decidido, e onde há vários candidatos ao título, é verdade).
Também na defesa, sobretudo na defesa baixa, o jogador faz uma diferença monstruosa: é a capacidade de leitura que lhe permite saber onde colocar a bola no ataque e também antever muito bem para onde irá o próximo ataque adversário. Essa inteligência e leitura de jogo, associadas a uma grande rapidez (apesar de tudo, nem sequer é um jogador nada baixo, e não nos dá essa impressão quando o vemos jogar) fazem com que seja um deleite observar Cruz a pôr em jogo bolas que nos pareceriam indefensáveis.
Confesso que foi uma alegria imensa para mim saber, este Verão, que Flávio Cruz, como Hugo Gaspar, ia integrar o plantel do Benfica: não por qualquer fanatismo em relação ao clube (digo-me adepta de um clube que, infelizmente, acabou há vários anos com a sua equipa de voleibol – que tinha até grandes resultados –, o Sporting), mas porque é uma possibilidade de se verem, em Lisboa, grandes atletas. Trata-se de ir um bocadinho contra a onda da concentração dos grandes nomes no Norte…
Acabo com uma pequena anotação: não posso esquecer Wilfredo Leon. O jovem cubano de 17 anos que já referi anteriormente, merece sem dúvida ser mencionado como um dos melhores do ano. Depois da revelação em 2009, este ano observou-se um trabalho fantástico de consolidação técnica e táctica. Não nos esqueçamos que, no voleibol, o auge é geralmente atingido entre os 25 e os 28 anos: podemos apenas imaginar no que fará Leon ao longo dos 10 anos que lhe faltam para isso.

by Sarah Saint-Maxent

30
Dez10

Steve Field - Semana Melhores do Ano (2010)

Minuto Zero
José Mourinho: O rei

É com especial agrado que irei redigir esta crónica. Quem não gosta de escrever sobre o seu ídolo?
Tal como os meus colegas mencionaram, são várias as figuras deste ano de 2010, entre os quais, para espanto de alguns, se encontram alguns portugueses. No entanto, para além de um ídolo, nunca escreveria esta crónica se ele não fosse uma das grandes figuras do desporto e, certamente, a maior figura portuguesa do ano.
Mourinho por si só já é uma figura. Onde quer que esteja, provoca polémica, é o centro das atenções. Muito conhecido pelos seus ‘mind games’, começa as partidas na conferência de imprensa onde, propositadamente, chama para si toda a atenção para retirar pressão sobre os seus pupilos. Uma grande e inovadora estratégica de começar a vencer ainda antes de a partida começar.
Tal como o próprio disse recentemente, este foi o seu melhor ano na sua (ainda) curta carreira. Incrível como anos de repletos de sucesso são superados. Neste ano de 2010, venceu tudo o que podia vencer: campeonato e taça de Itália, Liga dos campeões, deixando pelo caminho a considerada melhor equipa do mundo, no seu próprio estádio. Não encantou pelo modo de jogar, mas venceu. Os resultados é que ficam para a história. Foi criticado constantemente, quer pelo seu jogo ‘feio’, quer pela sua maneira de estar no futebol, mas tudo lhe deu um suplemento de força para vencer. Nada lhe deu mais gozo do que vencer neste ano.
Na segunda metade do ano, esta em que nos encontramos, rumou a Madrid para tentar recolocar este ‘gigante adormecido’ no caminho das vitórias. Conseguiu? Ainda é cedo para avaliar mas, apesar do grande belisco de Camp Nou, tem a confiança dos dirigentes e da massa adepta bastante exigente, o que por si só já é difícil pois mesmo os que triunfam em Madrid, muitas vezes não conseguem tal proeza.
Em Madrid tem a feroz concorrência do Barcelona, a máquina de jogar bom futebol que todos conhecemos, como ficou evidente nos 5-0. No entanto, julgo que mais uma vez a força mental, a capacidade táctica invulgar, irá superar a técnica. A inteligência é a base do futebol, e essa está presente em todas as equipas de Mourinho. Xavi recentemente veio a público dizer que Mourinho não inventou nada ao futebol. Em parte concordo com ele. O futebol tem tudo praticamente inventado, não estamos em tempos onde alguém inovava, como o fez Sacchi no Milan ou Cruyff no Barcelona.  Porém, estamos num mundo onde a inteligência e a força mental dominam, e nesse campo, Mourinho é implacável. Ninguém o supera.
Com José Mourinho parece que estamos num conto de fadas ou num filme da Walt Disney, onde tudo é possível. Nunca esteve na melhor equipa do mundo, mas tornou-as as melhores. Equipas intransponíveis mentalmente. Certamente que será a maior figura portuguesa do desporto de sempre, um dos grande do desporto mundial e caminha a passos largos para ser o melhor treinador da história do futebol. Afinal, não somos assim tão pequenos como julgamos ser.

Fonte: Ofutebolfalado.blogspot.com


by Steve Grácio
29
Dez10

Buzzer - Beater - Semana Melhores do Ano (2010)

Minuto Zero

Oklamania

         Não, Hulk Hogan não é a minha personalidade desportiva de 2010, embora o nome o pudesse sugerir. Cingindo-me à minha modalidade de eleição, creio que num panorama global não posso deixar de destacar um fenómeno basquetebolístico.
Fonte: yougotdunkedon.com
         Ele foi o jogador que deu um salto tremendo na época 2009/2010 na NBA. Ele foi o melhor marcador da liga com 30.1 pontos de média por jogo. Ele continua esta época a ser o melhor marcador do campeonato com 28.1 pontos por jogo. Ele foi o 2º jogador mais votado para MVP do campeonato, atrás apenas de Lebron James. Ele é o miúdo de 22 anos mais promissor de se tornar uma estrela maior do que aquela que á é. E ele foi também a estrela que guiou os seus reis magos da selecção dos Estados Unidos ao Menino Jesus da vitória no Campeonato do Mundo. Estou obviamente a falar de Kevin Durant.
        Durant cada vez mais vai demonstrando que consegue por a bola no cesto de qualquer maneira. Lança bem debaixo do cesto, lança bem perto do cesto, lança muitíssimo bem a meia distância, e é também consistente para lá dos 3 pontos. Uma verdadeira máquina ofensiva. Sendo segunda escolha de draft em 2008 (atrás de Greg Oden) pelos Seattle Supersonics (que deram lugar aos actuais Oklahoma City Thunder), começou forte a sua carreira profissional sendo o melhor estreante da liga nesse ano. Numa segunda época em que consolidou ainda mais o seu jogo, a sua equipa não conseguiu sequer chegar aos playoffs apesar do seu enorme talento. Contudo, fruto do já referenciado “third year charm”, deu um gigantesco salto qualitativo bem como o seu colega Russell Westbrook, os quais orquestraram um suado oitavo lugar, que lhes deu uma série de Playoff contra os gigantescos Los Angeles Lakers, sendo derrotados nessa ronda mas dando imensas dores de cabeça a Kobe Bryant e companhia, os quais acabaram por ganhar o campeonato.
         No Campeonato do Mundo da Turquia, Durant foi o único jogador de 1ª linha de talento da NBA (na minha opinião Russell Westbrook e Derrick Rose não estavam ainda na altura ao nível a que estão agora) a jogar na selecção norte-americana, embora com um plantel recheado de qualidade (que se dá ao luxo de mal dar minutos a um Danny Granger imagine-se). E parecia que sobre ele nunca pairou aquele espírito que é comum nos Estados Unidos de se desvalorizar a competição internacional na modalidade – jogou cada partida a um nível altíssimo, tendo sido nomeado o melhor jogador do campeonato. Para aqueles que, como eu, acompanharam a competição da sua equipa, parecia que inevitavelmente a bola ia parar às suas mãos na hora de lançar e este nunca decepcionava.
         Claro que Durant tem ainda lacunas para preencher. Já tem vindo a melhorar, mas a sua consistência defensiva é substancialmente diferente da ofensiva. Também só nas últimas semanas conseguiu voltar ao seu ritmo diga-se habitual de jogo, tendo estado aquém das expectativas nos primeiros jogos da época, sendo o melhor marcador da liga até ao momento.
         No início da época referenciei este jogador como um de 3 fortes candidatos ao título de MVP, além de Kobe Bryant e Lebron James. O último parecia que com os seus super-amigos Dwayne Wade e Chris Bosh nunca iria ter o prestígio indiscutível nos Miami Heat, mas desde que estes têm vindo a assumir a sua supremacia na liga a par dos Celtics, é devido a performances magníficas de James. Quanto a Kobe, tem estado ligeiramente abaixo relativamente a anos anteriores. Durant, por sua vez, continua também na corrida mas tem sido suplantado por aquilo que até agora têm sido épocas fantásticas de Dirk Nowitzki, Amare Stoudemire e Derrick Rose.
         E esta semana deixo um destaque especial numa lógica anual, como tema desta semana no blog. O lado positivo creio que é óbvio no âmbito do tema deste post. Quanto ao destaque negativo, parece-me que os grande “fails” do ano foram o incidente entre Gilbert Arenas e Javaris Crittenton (onde houve uma disputa de balneário que envolveu armas de fogo, tendo sido os dois jogadores suspensos pela época 2009/2010) e o circo mediático armado à volta da saída de Lebron James dos Cleveland Cavaliers para os Miami Heat, que não só afectou gravemente a primeira equipa como a cidade em si, devido ao choque de só se saber até à última da hora os detalhes da transferência.
         E assim desejo aos leitores do blog do Programa Minuto Zero umas óptimas entradas em 2011, esperando um ano cheio de emoções desportivas. 

by Óscar Morgado

28
Dez10

Comunicado nº3/2010

Minuto Zero

A equipa Minuto Zero informa oficialmente a cessação dos serviços de João Vargas, responsável pela crónica Segunda é o Dia, com efeito imediato, no passado Sábado, 25 de Dezembro de 2010, tal como foi posteriormente adiantado pelo já referido colaborador na sua última intervenção.
Esta desvinculação deve-se a motivos de ordem pessoal/profissional do (ex)colaborador, deixando a equipa Minuto Zero' o mais sincero desejo de sucesso ao antigo colaborador.

A Equipa Minuto Zero' 
(Ricardo Campos de Sousa, Sílvia Santos e Tiago Luís Santos)



28
Dez10

Em Frente - Semana Melhores do Ano (2010)

Minuto Zero
            Uma figura da Figueira
 
              Nem sempre a resposta mais esperada é aquela que se obtém. Falando de uma figura do ano prefiro fugir às escolhas obvias. Podia escolher grandes nomes mundiais, mas não o faço. Podia louvar o excelente trabalho de um treinador de futebol aqui ou ali – Jesus voltou a dar um título aos benfiquistas, Mourinho alcançou novamente o topo da cadeia alimentar, Del Bosque apresentou a todos nós um novo campeão mundial – mas não o faço. Prefiro reconhecer outros que também contribuem para elevar a sua área de trabalho, sem sempre serem reconhecidos por isso. Mário Patrício merece ser louvado pelo excelente trabalho no Andebol e Futsal Leonino, João Silva pela sua rápida ascensão no Triatlo, Telma Monteiro foi vice-campeã mundial, João Pina foi campeão europeu, entre outros. No entanto, mesmo destes, de uma ou outra forma, vamos tendo notícias, reconhecimento do seu excelente trabalho, mesmo que nem assim seja feita total justiça aos seus feitos (o futebol consome muito do noticiário desportivo).
Fonte: InfoAssociados

                Para mim, a figura do ano não teve ao longo deste vida fácil. Aliás, pelo que vou conhecendo acerca do mesmo nunca o teve enquanto treinador de Basquetebol da equipa principal do Ginásio Clube Figueirense. Pois bem, para mim a figura do ano é Sérgio Salvador, o grande impulsionador da modalidade na Figueira da Foz.
                Phil Jackson é sinónimo de espectáculo nos Estados Unidos, Henrique Vieira em Portugal tem sido sinónimo de títulos. Muito bem, trabalho bem feito e se estão onde estão é porque merecem lá estar. Agora, e se não tivessem as condições de trabalho que têm? Se não tivessem a base financeira para construírem o plantel que têm? Se vivessem todos os dias sob o receio de ver o seu clube fechar portas? Se tivessem que apertar o cinto ano após ano? Pois, talvez não fosse tão fácil. Talvez não fossem capazes de aguentar o leme durante cinco anos de um clube como o Ginásio. Bem, a verdade é que Sérgio Salvador, nascido em São Paulo (Brasil), tem feito um excelente trabalho desde que assumiu o comando da equipa em 2005, conseguindo no seu primeiro ano um feito impensável: alcançou a final do campeonato, a qual perdeu para a Ovarense (após eliminar de forma categórica tanto o Futebol Clube do Porto como o Sport Lisboa e Benfica).
                O agora naturalizado português notabilizou-se em terras lusas inicialmente como jogador, actuando no Beira-Mar, no Sanjoanense, no Esgueira, no Illiabum, na Naval e no Ginásio. Posteriormente, prosseguiu a sua carreira como adjunto de Orlando Simões no clube figueirense. Nesse período, o melhor que o clube alcançou foi um sexto lugar, sendo que em metade das ocasiões (entre 1997 e 2005) nem aos playoffs conseguiu chegar. Quanto o treinador Orlando Simões abandonou o Ginásio para rumar à selecção nacional, chegou então a altura de Salvador assumir o cargo principal, sendo que nas quatro temporadas já realizadas ficou somente uma vez de fora da fase final (perdeu a vaga na última jornada do campeonato de 2009/2010), alcançado o já referido segundo lugar, para além de um sexto e quarto lugar.       Este ano, com nove jornadas disputadas, apresenta um saldo positivo (cinco vitórias em nove jogos), encontrando-se na sexta posição da liga. Infelizmente, o saldo não é ainda mais positivo, porque juntando ao estado financeiro do clube, os principais atletas do plantel têm sido alvo de lesões de elevado grau de gravidade.
                A Liga Portuguesa de Basquetebol já contou com a presença de vinte e seis clubes, sendo que, infelizmente, dezoito desses – na sua maioria – tiveram de abandonar devido a problemas financeiros. No caso figueirense, tem sido devido ao trabalho de alguns que o clube se tem mantido, sendo que entre esses, o treinador luso-brasileiro tem sido um exemplo de excelência. No passado, em entrevista ao site oficial do clube, Salvador disse que “os orçamentos às vezes facilitam a vida a muita gente, mas nunca serão garantia de vitórias”. Por todo o seu trabalho, por ter assumido uma postura vencedora num clube em claras dificuldades, Sérgio Salvador assume-se, para mim, como uma figura incontornável do desporto português, sendo que não poderia deixar passar esta hipótese de o homenagear.

by Jorge Sousa
27
Dez10

Equipa do Ano UEFA.com

Minuto Zero
Hoje deixo-vos uma proposta bem interessante: como habitual, o UEFA.com promove o XI do ano, um passatempo no qual os visitantes do site são convidados a escolher 11 jogadores e 1 treinador do ano no futebol europeu.
O passatempo tem algumas limitações, apenas pudemos escolher de entre uma lista previamente definida de jogadores, organizados por posição. Apesar de tudo é um exercício bem interessante.

Fica aqui o meu XI do Ano, passem pelo site UEFA.com e escolham o vosso! E já agora passem pelo nosso blog e deixem também as vossas impressões!

Iker Casillas (Real Madrid\Espanha)

Campeão do mundo pela Espanha na África do Sul. Talvez o melhor do mundo neste momento. Aos 29 anos parece cada vez mais seguro e refinado, com algumas exibições que valeram os 3 pontos à sua equipa de sempre o Real Madrid, onde de resto é capitão de equipa. Incrível pensar que este guarda-redes tem só 29 anos, quando já é o indiscutível 1 do clube de Chamartín à mais de 8 anos.
Confesso que durante muitos anos foi para mim o número 2 mundial, atrás do italiano Buffon, mas neste momento da carreira será provavelmente o guarda-redes que mais garantias oferece no futebol europeu.
Para além de ser campeão do mundo, fez ainda uma boa época na liga espanhola, onde o "seu" Real teria sido em circunstâncias normais campeão... só faltou bater o Barça.

Fica ainda o destaque para David de Gea, Jovem guarda-redes do Atlético de Madrid. Passou de guarda-redes da equipa B do Atlético a titular da equipa principal. Guarda-redes alto, mas com boa agilidade. Seguro, faz lembrar Van der Sar em alguns momentos, não só fisicamente, mas também na forma de defender. Fortíssimo entre os postes sobretudo.

Maicon (Inter\Brasil)

Tal como no caso de Casillas não só o melhor do ano mas o melhor do mundo. Peça chave no esquema do Inter campeão europeu, foi na minha óptica o jogador mais preponderante da Liga dos Campeões.
Fisicamente roça a perfeição, com um pulmão incrível, tem enorme propensão ofensiva, embora seja também fantástico a defender. Mais que tudo, domina os tempos de saída para o ataque como poucos, o que aliado as suas capacidades técnicas faz dele o melhor defesa-direito mundial. Foi ainda campeão do Mundo de clubes e deixou Daniel Alves no banco de suplentes da selecção brasileira no mundial. Impressionante!

Piqué (Barcelona\Espanha)

Campeão do mundo e campeão espanhol, o jovem central catalão é provavelmente nos dias que correm o melhor central do mundo. Junta a todas as propriedades defensivas refinadas uma incrível capacidade e passe longo e saída em posse, que fazem dele a bandeira dos centrais modernos, que juntam para além das competências habituais a capacidade para sair a jogar. Só faltou a Champions.

Lúcio (Inter\Espanha)

Coloco-o no XI em detrimento de Puyol. Raçudo (por vezes em excesso), o central brasileiro formou com Walter Samuel uma dupla de centrais de grande qualidade. Começou a época como dispensado do Bayern com Van Gaal (vá-se lá perceber porque), sendo aproveitado por José Mourinho no seu Inter, voltando não só as exibições de alto nível, mas também às grandes conquistas.

Coentrão (Benfica\Portugal)

Escolho-o confesso, muito na impossibilidade causada pelas escolhas da Uefa, de nomear um outro. De entre os nomeados acho no entanto que foi aquele que melhor rendimento obteve, não que seja o melhor, mas porque foi o melhor do ano.
"Inventado" como lateral por Jorge Jesus, deu ao Benfica campeão a capacidade ofensiva pela lateral-esquerda que lhe faltava desde a saída do brasileiro Léo. Cresceu como jogador, conciliando capacidade física, técnica, e sobretudo, competência táctica incrível para um jogador que fez formação como extremo.
2011 terá de ser o ano do salto, pode jogar em qualquer equipa do mundo. Será sempre um lateral ofensivo, mas cada vez mais cumpre melhor as missões ofensivas.

A minha escolha para melhor defesa esquerdo seria no entanto Garret Bale. A Uefa colocou-o como médio nesta votação.

Cristiano Ronaldo (Real Madrid\Portugal)

Apesar de não ter sido o seu melhor ano não poderia faltar nesta selecção. Está cada vez mais competente e a fazer mais golos. Com Mourinho, tem tido uma equipa mais ao seu nível. Fabuloso!


Xavi (Barcelona\Espanha)

Melhor jogador do Mundial, na minha humilde opinião, é o dínamo da selecção espanhola e do fantástico Barcelona de Guardiola. Está sempre onde está a bola... domina na perfeição uma das capacidades técnicas que mais brilhantismo ao desporto fantástico que é o futebol! O passe!
Provavelmente será premiado com o prémio de melhor do mundo este ano.

Sneijder (Inter\Holanda)

Campeão europeu e mundial com o Inter, finalista vencido na Africa do Sul. Génio baixinho, escondido no plantel do Real Madrid por demasiado tempo. Capacidade de passe, remate, playmaker de top. Joga e faz jogar. Um grande ano.

Iniesta (Barcelona\Espanha)

Mais um pequeno génio espanhol. Junta à capacidade de passe refinada uma incrível capacidade de 1x1. Pode ser médio-centro, médio-ofensivo, médio-ala ou mesmo mais próximo dos avançados. Candidato a bola de Ouro.

Messi (Barcelona\Argentina)

Genial. Melhor do mundo da época passada. Com Guardiola, o 10 blaugrana vem cada vez mais ocupando zonas centrais, alternando com a sua habitual posição mais à direita. Faltou-lhe um grande Mundial...
O melhor jogador do mundo... (que me perdoe Ronaldo)

Villa (Barcelona\Espanha)

Avançado titular da Espanha campeã do mundo, para além da eximia capacidade de remate, tem drible e inteligência de movimentos

Treinador:

José Mourinho (Inter Milão e Real Madrid)

Em 2 anos conquista 2 títulos italianos, 1 taça de Itália e mais importante que tudo, deu a Moratti o tão ansiado troféu de campeão europeu!
Reciclou o Inter, dando lhe personalidade e competência, numa época incrível.

By Tiago Luís Santos
27
Dez10

Segunda é o Dia - Semana Melhores do Ano (2010)

Minuto Zero
Jéssica Augusto

Em 2010, muitos portugueses brilharam por esse mundo fora. Assim, torna-se difícil seleccionar e eleger um como figura do ano. Ainda assim, decidi distinguir a atleta portuguesa Jéssica Augusto que, no último mês de Novembro, conquistou o título europeu de corta-mato. Jéssica Augusto, atleta nascida em Paris e formada no Sporting de Braga junta este título europeu à medalha de prata conseguida há dois anos, em Bruxelas, e ao bronze que em Julho deste ano conquistou em Barcelona, na prova dos 10000 metros dos europeus de atletismo.
Escolhi falar de Jéssica Augusto porque, este ano, foi a atleta portuguesa que mais alto triunfou. Contudo, muitos outros podiam ter sido referenciados (desde os já sobejamente conhecidos Naide Gomes e Nelson Évora até, por exemplo, Sara Moreira que em Barcelona conquistou também uma medalha de bronze). Com esta escolha, distingo não só a atleta mas toda uma modalidade. O atletismo já deu grandes alegrias a Portugal e, com maior ou menor regularidade, continua a trazer troféus para o nosso país.
No ano em que o “eterno” professor da modalidade, Moniz Pereira, sentiu o peso da idade, importa novamente destacar o atletismo como um desporto com muitas potencialidades em Portugal. Também no ano em que muito se falou da organização do Mundial de Futebol, importa chamar a atenção para a falta de infra-estruturas que os nossos atletas têm. Não é prioritário, na actual situação sócio-económica do país, construir complexos de treinos. Contudo, certamente será mais prioritário que tentar trazer para Portugal organizações de eventos que só darão mais despesa.
Mas o que importa agora, em jeito de balanço, é felicitar Jéssica Agusto pelo seu brilhante resultado. Saudar, também, todos os seus companheiros que levam mais altos as cores nacionais, bem como todos os profissionais que se empenham para que esta modalidade não fique votada ao amadorismo. E relembrar os governantes que há muito por onde investir, longe dos “suspeitos do costume”. Esperemos agora que, em 2011, tenhamos ainda mais atletas lusos a cortar a meta em primeiro lugar.

by João Vargas

PS – Esta crónica será, por motivos profissionais, a minha última contribuição para o projecto Minuto Zero. Contudo, gostaria, antes de largar o teclado, de agradecer a toda a equipa do Minuto Zero a oportunidade que me concederam para, durante estes meses, participar na coluna da segunda-feira. A eles, bem como a todos os cronistas, desejo o maior sucesso. Aos nossos leitores, agradeço a disponibilidade para lerem e comentarem. Certamente que, em breve, nos voltaremos a encontrar.

26
Dez10

Fogo sem Fumo - Semana Melhores do Ano (2010)

Minuto Zero
Sebastian Vettel - O mais jovem da F1

Fonte: guardian.co.uk
Tem 23 anos, é alemão e em 2010 confirmou-se que tem jeitinho ao utilizar as mãos. Chama-se Sebastian Vettel e o mais jovem campeão do mundo de Fórmula 1. Apesar de ser um jovem, já tem uma longa experiência no automobilismo: Aos 7 anos já participava em competições de Kart e aos 18 anos na competição de juniores (F-BMW) venceu 18 das 20 corridas da competição.
Nos anos seguintes, disputou o campeonato de Formula 3 na Europa e demorou muito a despertar o interesse da escudaria da BMW. E assim aos 19 anos, já era o 3º piloto da equipa BMW Sauber, tendo chegado a participar nos treinos livres para GP da Turquia, o que fez dele o mais jovem piloto a participar numa competição de F1. A sua estreia oficial ocorreu em 2007, no GP dos Estados Unidos da América, onde substituiu o piloto titular Robert Kubica. No fim da prova, terminou em oitavo lugar e conquistou os primeiros pontos da sua carreira. Ainda no ano de 2007, Vettel transferiu-se para a Scuderia Toro Rosso e foi ao serviço desta que, no dia 14 de Setembro de 2008 em Itália, conquistou o primeiro Grande Prémio da sua carreira na categoria – o que fez do automobilista alemão o mais jovem de sempre a conquistar um grande prémio. Já nesta altura, o futuro parecia risonho a Vettel.
Em 2009, transfere-se para a Red Bull, onde foi o ocupar o lugar que era do histórico David Coulthard, e na sua época de estreia consegue um orgulhoso segundo lugar, ficando apenas atrás do então campeão Jenson Button. O céu estava cada vez mais ao alcance do jovem alemão e na temporada de 2010, venceu 5 Grande Prémios (Malásia, Europa, Japão, Brasil e Emirados Árabes Unidos) tendo conquistado o campeonato do mundo de F1 com 256 pontos, quatro pontos a mais que o vice-campeão, Fernando Alonso da italiana Ferrari. A última corrida e que deu a vitória a Vettel ocorreu no dia 14 de Novembro na corrida de Abu Dhabi.
Assim, aos 23 anos, 4 meses e 11 dias, Sebastian Vettel tornou-se o campeão de F1 mais novo da história. O jovem alemão já tinha sido o piloto mais novo a participar numa corrida, bem como, a vencer um Grande Prémio. Sem dúvida, nasceu para vencer e ao que parece tem muita pressa. O ano de 2010 já lhe valeu o prémio de melhor desportista da Alemanha, distinção com a qual concordo plenamente. No desporto, o ano de 2010 e o campeão Vettel são indissociáveis.

by Alexandre Poço
25
Dez10

Porque ao Sábado se destaca - Semana Melhores do Ano (2010)

Minuto Zero
A técnica da força - Nadal

Sem jogos Olímpicos, com um mundial de basquetebol enfraquecido de estrelas, com Phelps e Bolt discretos tais como as modalidades que representam, com intermitência do desporto automóvel, e com uma invulgar incerteza no futebol penso que Nadal não tem concorrência a figura do Ano.
Nadal é um símbolo do desporto. Nadal ao contrário dos outros desportistas não compete com os outros, compete com ele próprio.
Nem Isinbayesa, Kelly Slater, Bolt ou Phelps tem este privilégio. O seu único adversário, é ele próprio, os seus joelhos, porque sem problemas físicos vence tudo e todos e nada o pode parar.
Nadal tem tanto de impulsivo como de calculista, de galvanizador como de paciente, Nadal é a mistura de todas as escolas do desporto.
Ao longo do ano de 2010 provou que é o melhor jogador da história da modalidade.
Com um serviço e um jogo de rede quase tão bom como os melhores de sempre neste capítulo, Nadal deixou de ter falhas. Nadal tornou-se um jogador completo na expoente máxima da palavra. Tornou-se um jogador de espectáculo e frio ao mesmo tempo. Nadal controla o jogo e deixa espelhar nele: a sua vontade, o seu desejo, mas fundamentalmente a sua forma de vida.
Uma forma de vida que tem tanto de talento como de trabalho, porque só assim o seu rendimento pode ser galáctico.
O seu spin de direita é mortífero, a cada bola que o adversário parece que vai fechar o ponto Nadal responde com um contra-ataque que levanta a plateia. Quanto melhor jogas contra Nadal mais hipóteses tens de ser surpreendido. Parece que a bola está perdida, mas existe um buraco, uma trajectória única para a bola passar, e com um deslizamento de pés quase perfeito, o suor escorre-lhe pela cara e a sua mão esquerda tem o condão de fazer milagres, fazer a bola passar por sítios inimagináveis e o ponto é de Nadal. Este foi o Nadal de 2010. Instrasponível, infalível e invencível.
Quando assisti à final do Open dos Estados Unidos, em que vi Djokovic, fazer um esforço sobre-humano, ter uma criatividade fantástica, uma completude não menos eficaz, uma segurança temível, mas não dava mais. Quanto mais abria o ângulo e desequilibrava Nadal, mais este o surpreendia com pancadas de contra-ataque fulminantes. Se estivesse na expectativa, Nadal fuzilava com uma direita paralela sem hipótese. Se quisesse cansar Nadal, este fazia-o percorrer duma ponta a outra do corte até ele falhar. Nadal controlava o ritmo perante um Djokovic arrebatador. Djokovic fez o melhor jogo da sua carreira, com pancadas duma precisão e força nunca antes vista, mas não chegou.
Nadal está para além dos outros jogadores. Nadal é monstruoso na forma como faz cair os adversários, mas um monstro inteligente.
Tem tanto de arrebatador como de paciente, de gladiador como de temperamental. Tanto de “ganas de vencer”, como concentração intrínseca de vitória. Tanto de mostrar ao mundo a sua alegria, como de guardar para si para posteriormente explodir. Não sabemos como ele vai executar, mas sabemos que quase sempre que ajeita o seu cabelo com a mão direita e serve faltam poucos segundo para levantar o seu pé esquerdo, cerrar o punho e olhar para o público e soltar o ânimo que lhe percorre a alma.
Nem Federer pode lutar de igual para igual com Nadal. Porque Federer é um jogador de ténis. Nadal é um desportista do ténis. Federer só podia mesmo ser jogador de ténis, a sua técnica, as suas pancadas são perfeitas.
Nadal não, não precisa de fazer pancadas perfeitas, Nadal paradoxalmente é prejudicado por ser muito bom.
Porque não sabemos se vem um amorti. Um spin cruzado em diagonal curta, ou uma bola fulminante ao longo, a sua completude é tão grande, que apesar de todas as adversidades, um ponto disputado é sempre um ponto para vencer, esteja a bola em que parte do campo e ele com muito ou pouco desequilíbrio. Federer apenas controla os seus movimentos, mas não possui capacidade de resposta, de percorrer o campo duma ponta a outra e levantar uma plateia. Federer é uma máquina a jogar. Nadal é uma máquina humana. Máquina quando recorre aos livros para mostrar o seu ténis. Humana como quando levanta o cotovelo e ataca uma bola como mais ninguém consegue fazer na história do ténis, porque só o seu talento trabalhado é que consegue chegar a patamar tão elevado, um patamar, para além dos outros. Ver Nadal fazer certos spins, é como ver certos livres de Cristiano Ronaldo, lançamentos em desequilibro de Kobe Bryant, saltos de Isinbayeva em que acena ao público e bate o recorde do Mundo, passadas de Bolt ou chegadas de Michael Phelps. Só eles o conseguem fazer, não vale a pena tentar imitar, é mais que humano, é sobrenatural.
Fonte: sraraquete.com
Talvez por isso, Nadal queira ficar na história, ser mais que o número um do Mundo, ele quer sobretudo fazer algo que pensa que nunca mais ninguém conseguirá repetir. Talvez por isso desgaste o seu corpo e acabe com os seus joelhos. Talvez por isso quando acabar a carreira, não vai poder fazer mais desporto, tão arrebentado que apenas ensinará os outros a jogar.
Por isso, por quer ser tão perfeito e eficaz Nadal não consegue ao longo dum ano manter este nível inatingível.
Porque mesmo quando joga mal, consegue ganhar ao contrário dos outros, mas quando o corpo não lhe permite não há nada a fazer.
Porque em termos técnicos, tácticos e físicos não tem concorrência. Porque quanto mais desequilibras o Nadal, maior ângulo lhe dás para ele te responder e tentar fazer o melhor ponto da história do ténis.
O melhor privilégio que como amante do desporto quero ter, é que ele seja tão monstruoso a vencer os adversários, como a manter o seu corpo num estado sem desgaste, porque se assim for, mais 10 ou 11 anos de passeios e glórias, bater um a um todos os recordes de Federer como quem bebe um copo de água. Porque quanto mais Federer joga, mais Nadal responde e se torna melhor.
Nadal vai até onde o seu corpo lhe deixar, porque falando só de Ténis, não vale a pena competir com ele.
Porque o talento do spin se entropia com a inteligência dum amorti e a força duma pancada ao longo e a colação dum serviço aliando ainda uma resistência física fora dos padrões do ténis, uma elasticidade ao nível dum ginasta, uma velocidade estonteante, uns reflexos quase automáticos, uma capacidade de defesa sobre-humana (buscar bolas que já estavam perdidas), uma mentalidade de um líder carismático, um trabalho de um sofredor, uma sacrifício dum mineiro e uma determinação dum revolucionário.
Nadal é o protótipo da perfeição, perfeito de mais, não precisava de tudo isto para poder ser o melhor, e é a sua frustração por nunca se sentir satisfeito, que o faz ir para além dos limites do seu corpo, daí que as suas lesões sejam o seu único adversário.
Até ao fim da carreira o duelo que teremos no Ténis será: inteligência de Naval vs vontade de deixar de ser humano de Nadal. Quando ele perceber que afinal é humano e que não vale a pena forçar tanto o seu corpo, porque não precisa disso para vencer, adeus concorrência, Nadal caminhará numa passadeira gloriosa sem precedentes e sem oposição rumo a um estatuto que quase de certeza jamais alguém poderá igualar.

by João Perfeito 

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