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Minuto Zero

A Semana Desportiva, minuto a minuto!

A Semana Desportiva, minuto a minuto!

Minuto Zero

05
Nov10

Voleibol à Sexta

Minuto Zero
Sobre o campeonato do SC Vitória

                Foi um choque o resultado do jogo SL Benfica – SC Vitória, disputado este fim-de-semana. A vitória do SL Benfica por 3-0, embora não tão linear como um resultado destes pode, à partida, demonstrar, foi surpreendente.
Porquê esta surpresa? Bem, começarei por dizer que a equipa do Vitória chegou a esta quinta jornada do campeonato nacional apenas com vitórias: sobre o SC Espinho, campeão nacional, por 3-2 e sobre o AD Machico, CS Marítimo e GC Vilacondense por 3-0. Chegou a esta fase com a promessa de muito, claro.
E, como não pode deixar de ser, refiro também os reforços desta época: Kibinho (central), Tomas Aldazabal (oposto) e Roberto Reis (ponta), que foram parte fundamental do esqueleto da formação do SC Espinho na época passada – sim, a tal que conquistou o campeonato nacional –, decidiram trocar os “Tigres” pelo emblema do Vitória. A eles se juntaram também Evandro, Gustavo e Joan Dias, formando uma equipa forte, onde Nelson Brizida e Gilson França já trabalhavam.
Sim, não há como negá-lo, os vimaranenses apresentaram-se desde o início desta época como fortíssimos candidatos ao título; chegaram a esta jornada no topo da classificação e antevia-se já um confronto de dimensões épicas, ou pelo menos com momentos altos de parte a parte. No final, no entanto, aquilo que se viu foi um belíssimo jogo de voleibol com uma supremacia evidente do SL Benfica, que acabou numa derrota justa.
Falhei bastante na antevisão do jogo, que fiz para mim mesma. Por um lado, confesso-o, pensei num SL Benfica muito menos regular, mais parecido ao que foi na época passada: com um enorme poder de ataque e bastante mais abaixo no capítulo da defesa. No fundo, não contei com os reforços deste ano, Hugo Gaspar, Flávio Cruz e Rafinha, que elevam (e muito!) a qualidade defensiva desta equipa. Por outro lado, o grande, gigante, Tomas Aldazabal deixou-me inconformada: habituou-me(nos) a um jogo perfeito, imparável e sem falhas, a um poderio técnico e físico que deixava todos os adversários sem resposta, e acabou por jogar apenas muito bem, o que não foi suficiente.
Esta vitória é importante para a moral de uns e de outros, é verdade, mas o campeonato ainda está no início e nada está muito claro: SC Vitória, SL Benfica, Castêlo da Maia GC e mesmo, apesar da derrota com o Leixões SC, a AJ Fonte do Bastardo são, na minha opinião, as equipas a seguir com muita atenção.

By Sarah Pires Saint-Maxent
04
Nov10

Steve Field

Minuto Zero
Empresários no mundo do Futebol

Nesta minha crónica semanal irei expor mais um tema controverso, tal como a crónica de há duas semanas, do nosso futebol: o poder dos empresários neste mundo de negócios que é o futebol.
Longe vão os tempos em que se jogava por ‘amor à camisola’, longe vão os tempos em que as equipas eram compostas por jogadores maioritariamente nacionais, longe vão os tempos em que se contratavam poucos mas bons jogadores.
Hoje em dia, o futebol transformou-se num autêntico negócio que só tira o brilho ao melhor dos desportos. Em muitos casos, o dinheiro pode colocar um jogador num patamar elevado, por mais banal que este seja. Este facto assume particular evidência nas camadas jovens, onde muitos jogadores fracos voam mais alto que muitos bons, só por terem mais ‘padrinhos’. Mais uma vez, a selecção nacional sofre com esta falta de profissionalismo.
No futebol sénior profissional o poder do dinheiro é visível nos empresários. Estes vieram empobrecer o futebol. Tomando como exemplo o futebol português, o que nos interessa mais, vemos as equipas repletas de jogadores estrangeiros de valor duvidoso, muitas vezes em detrimento de valores nacionais que são excluídos. Este facto assume particular importância nas equipas de menor dimensão do nosso futebol que, com menor capacidade financeira, optam por adquirir o mais barato oferecido pelos empresários de todo o mundo.
Porém, o caso mais grave vem de um senhor chamado Jorge Mendes. Este empresário é a pessoa com mais poder no futebol nacional, que consegue fazer o que quer com os jogadores que representa. E, em muitos casos, jogadores que não representa são excluídos em detrimento de outros. Veja-se o caso do Sporting onde Caneira treina à parte e onde Vukcevic e Izmailov, claramente os jogadores de maior valor da equipa, são frequentemente dados como fora do Sporting.
Para além do Sporting, se formos a analisar os jogadores convocados para o último campeonato do mundo constata-se o que a maioria tem em comum: são representados por Jorge Mendes. E muitos deles com qualidade bem duvidosa…
E assim vai o futebol: cheio de jogadores de valor duvidoso que se afirmam por terem empresário; cheio de contratações analisadas por vídeo enviados por empresários, que depois se vêm a revelar contratações falhadas; cheio de ‘máfia’, onde o dinheiro compra tudo, até o talento. Tragam o futebol de volta!


By Steve Grácio
03
Nov10

Buzzer - Beater

Minuto Zero
Medidas de austeridade

            Não, não estou a fazer mais um post sobre economia e NBA (para já). O que quero abordar na crónica de hoje são de facto medidas de austeridade impostas pela NBA relativamente às sanções disciplinares aos jogadores.
            Alguns dizem que estas novas regras vêm tarde, mas como alguém disse, mais vale tarde do que nunca: acaba-se o “tratamento especial” a determinados jogadores (estrelas, mas não quero mencionar nomes) por parte dos árbitros. Dentro das novas imposições na “respect for the game policy” incluem-se um jogador correr na direcção de um árbitro para discutir uma decisão, realizar gestos agressivos (como socos ao ar) em tom de desaprovação por uma decisão, levantar de braços excessivo, em tom incrédulo, e mesmo discussão excessiva com um árbitro acerca de uma decisão ainda que feito de forma civilizada. Alguns dos melhores jogadores, como Lebron James, queixaram-se destas novas regras devido a uma alegada diminuição da emoção do espectáculo desportivo, pelo que isso tiraria interesse à modalidade por parte dos fãs. Mas será que é mesmo isso que vai acontecer?
            Sendo eu defensor da ideia que o basquetebol é um dos desportos mais civilizados do mundo, quer pela lógica do contacto inteligente entre atletas, quer pelas próprias regras que mesmo em termos disciplinares já serem bastante evoluídas (nem vale a pena dissertar aqui aquilo que um árbitro de futebol tem de aturar), creio que mesmo assim este reforço é bem-vindo, “pondo na linha” alguns engraçadinhos (como é o caso de James, que já levou uma técnica esta época devido às novas regras impostas, ou mesmo Kevin Garnett, cuja tendência para disparatar com as decisões da equipa de arbitragem também é conhecida). Estou completamente em desacordo com Lebron (e com um comentário que ouvi num certo canal com a esperança que este reforço seja apenas “uma moda que passe”) quando este afirma que o jogo perde a sua emoção. Não me parece que nenhum verdadeiro fã que fosse ver esse fatídico jogo entre os Pistons e os Pacers há meia dúzia de anos tenha ficado radiante com o facto de Bem Wallace e Ron Artest terem desatado à pancada um com o outro e até com algum público que se envolveu, nem tão pouco que fiquem com uma imagem positiva de uma estrela que é expulsa de um jogo por simplesmente se portar como um míudo de 8 anos a reclamar porque alguém lhe bateu ou porque quis bater a alguém. Este tipo de atitudes só prejudica o decorrer da partida e também os resultados das equipas. Todos devemos aceitar que o erro é humano e que a autoridade de um árbitro em campo é soberana. Obviamente já estive na presença de muitos incompetentes e de senhores “caseiros” que conseguem estragar o sentido de uma partida, mas isso são questões para ser resolvidas “na secretaria” e nunca em campo. E só mesmo esses menos capazes alguma vez voltarão atrás numa decisão em campo só porque algum jogador ou treinador os alertou para isso (e na NBA é utilizado o replay vídeo para situações mais controversas, portanto a margem para reclamar parece-me mínima), esse tipo de situações só presenciei uma ou duas vezes de entre centenas de jogos que já vi (integralmente, se contarem resumos podem acrescentar mais um algarismo).
            Resumindo, vejo com bons olhos este reforço da autoridade, e só vejo um melhoramento nas regras americanas relativamente à tolerância que é dada à regra dos passos em favor do espectáculo do afundanço: atletas daquela capacidade conseguem fazer a mesma coisa que fazem todas as noites cumprindo as regras escrupulosamente. Viva a austeridade, tenho dito.

By Óscar Morgado
02
Nov10

Em Frente

Minuto Zero
Não há necessidade
                
Este ano tenho tido a sorte de ter vindo a acompanhar o meu clube nas deslocações aos terrenos de outros clubes da primeira divisão. Entre outros, estive no Estádio Municipal de Aveiro e no Estádio Dr. Magalhães Pessoa (estádio municipal de Leiria). E, se tudo correr bem, dentro de duas semanas estarei em Coimbra, no Estádio Municipal local. São três estádios novos, nos quais estive (estarei), juntando assim ao Estádio José Alvalade, Estádio do Dragão e Estádio da Luz, o grupo de estádios da “geração euro’04” onde já marquei presença. E, como certamente todos sabemos, destes seis, três não têm razão de existir. Leiria, Coimbra e Aveiro, são três das câmaras que chegada a possibilidade de receberem dois (!) jogos de uma grande competição europeia tiveram mais olhos que outra coisa, partindo para projectos inviáveis para o futuro dos clubes locais (que vêm assim dívidas aprofundadas) e da própria câmara, sendo que nesta última, os orçamentos têm sempre uma parcela superior a 5% somente destinada à manutenção destes elefantes brancos.
                E, da mesma forma que refiro estes três, ainda poderia referir o monstruoso e inútil Estádio do Algarve, que, por acaso, agora está em utilidade (enquanto o seu estádio se encontra em obras, o Sporting Clube Portimonense tem utilizado este recinto desportivo), mas que, posteriormente ao Europeu, tem passado grande parte do tempo abandonado, mais uma vez, dando prejuízo aos municípios de Faro e Loulé. Impressionante e chocante…
                Impressionante se tivermos em conta a grandeza do evento que levou à construção destes estádios, ainda mais notório se tivermos em conta o tamanho de Portugal. Chocante se tivermos em conta que o erro cometido no passado, com o gasto de milhões numa competição que nem um mês teve de duração, possa vir a ser cometido brevemente, com a candidatura Ibérica ao Mundial de 2018. Desta feita, somente três estádios entrarão em cena, é certo, no entanto, a remodelação de determinadas infra-estruturas (relembro que, por exemplo, o Estádio do Restelo apesar de não ter sido um dos estádios do Europeu de Portugal, foi remodelado somente para receber o estágio da selecção italiana) mais uma vez irá trazer um prejuízo que poderia perfeitamente ser evitável. E, como bem sabemos, depois quem terá de pagar por isso serão os nossos bolsos.
Fonte: gilvicente.pt 
              A existência dos estádios dos três grandes não é aqui colocada em causa. São estádios correspondentes à dimensão dos clubes (apesar, de terem, no caso do Sporting Clube de Portugal criado um buraco financeiro enorme, que por falta de dados, não sei se nos outros dois grandes se verifica igualmente). Creio igualmente que o Estádio Axa (em Braga) e o Estádio D. Afonso Henriques (Guimarães), tão proporcionais ao crescimento notório dos seus clubes locais. De resto, nota negativa para os denominados Elefantes Brancos, que mais cedo ou mais tarde, terão de ser demolidos a fim de colocar um fim ao prejuízo crescente que estes têm vindo a concretizar. Espero assim, que sejam no futuro seguidos os exemplos dos estádios da Madeira (do Nacional local), dos Barreiros (onde actua o Club Sport Marítimo) e do Cidade de Barcelos (casa do Gil Vicente Futebol Clube), os quais não sendo grandes, são modernos e proporcionais ao tamanho dos clubes.
                Assim, de uma vez por todas, os portugueses têm de saber ver que o futebol praticado no nosso país é de segunda divisão europeia e que entrar em gigantismos provoca quedas desnecessárias.

By Jorge Sousa
01
Nov10

Segunda é o dia

Minuto Zero
Mais do mesmo

1. Aos poucos, o Sporting parece que começa a tornar-se uma equipa. Ainda que com muitos pormenores por afinar e que, provavelmente, já não serão resolvidos a tempo de vencer o campeonato, a equipa de Paulo Sérgio começa a ser isso mesmo: uma equipa.
Depois dos bons resultados para a Liga Europa, o Sporting apresentou um bom futebol na semana passada, no jogo contra o Rio Ave e novamente esta semana, contra a União de Leiria. Em ambos os casos, os resultados não demonstram fielmente o que foram os jogos. Ainda que não fazendo uma exibição de encher o olho, pelo menos a equipa leonina conseguiu estar por cima do adversário.
Contudo, será já tarde de mais para que o Sporting ainda vá a tempo de ser campeão. O Porto já leva um grande avanço e, mesmo depois da vitória de ontem, penso que é uma vantagem já irrecuperável. Não obstante, o Sporting continua ainda envolvido em todas as provas (Taça de Portugal, Taça da Liga e Liga Europa, além do campeonato) e tenho a esperança que, de facto, triunfe em pelo menos uma delas.

2. Entretanto, em Madrid, Cristiano Ronaldo, um produto dos leões, tem dado cartas no Real Madrid de José Mourinho. Já sabíamos que Mourinho era, de facto, o melhor, e que Ronaldo era um dos melhores, mas não basta sê-lo, é necessário parecê-lo. Para os críticos que de tempos a tempos se lembram de atacar o jogador, eis a reposta. Uma série de jogos a marcar golos importantes (como os dois que deram a vitória ao Real sobre o Hércules, já nos últimos cinco minutos) e a fazer assistências decisivas.
Na Selecção Nacional, Ronaldo tem também voltado à boa forma e aos golos. Continua a haver muitos pseudo-críticos que insistem em manter uma opinião desfavorável sobre o jogador. Porém, penso que não faz sentido, perante os últimos meses, dizer que Ronaldo não é o melhor jogador português. Espero vivamente que Ronaldo mantenha a boa forma, não só para ajudar a equipa nacional no apuramento, mas também para silenciar aqueles que continuam a criticá-lo.

3. Nos últimos tempos têm surgido também notícias de eventuais fraudes na escolha dos países para organizar os Mundiais de 2018 e 2022. Dois membros do comité de eleição já foram suspensos e acusados e algumas candidaturas estão a ser investigadas, entre as quais a de Portugal. Já sabemos que no futebol, como em quase todos os desportos, os tráficos de influências são um hábito comum. Todavia, não podemos deixar de nos indignar com tantos casos de corrupção no desporto a que recorrentemente assistimos.

4. Motivo de celeuma em Portugal continua a ser as arbitragens. Os grandes insistem, de tempos a tempos, a criticá-las. Neste momento, a iniciativa pertence ao Benfica. Não adianta criticarmos este ou aquele clube porque, no fundo, a certo momento, todos fazem o mesmo. Mas é preciso fazer alguma coisa no desporto, em especial no futebol, para acabar com as suspeições crónicas. O problema não é só português, mas pelo menos a nossa parte podemos resolvê-la.

by João Vargas

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