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Minuto Zero

A Semana Desportiva, minuto a minuto!

A Semana Desportiva, minuto a minuto!

Minuto Zero

31
Out10

Fogo sem Fumo

Minuto Zero

Coração de Leão

O leitor ao ler o título poderá pensar que ao dar a conhecer ao mundo o meu grande amor pelo Sporting, que irei enaltecer os seus feitos e acabar com um apelo à esperança dos sportinguistas para a presente época. Não se enganará totalmente se, ao ler apenas o título, descer no blogue e começar a ler outro texto, visto que este será dedicado a falar do Reino do Leão. Para terminar o suspense, vou falar de Ricardo Sá Pinto. Este domingo, o antigo jogador do Sporting estará precisamente do outro lado da barricada, sentado no banco do União de Leiria como técnico-adjunto para defrontar a equipa de Alvalade. A sua carreira e a sua atitude merecem uma reflexão.
“Há momentos na história em que nascem homens destinados a serem líderes. Homens com garra e coração, que com esforço e dedicação, com amor e paixão se tornam símbolos imortais.” É desta forma que um adepto leonino define Sá Pinto num tributo publicado na Internet. Ricardo Sá Pinto é daqueles jogadores que deixam saudades, a garra e a força de vontade que demonstrava em campo eram inspiradoras para qualquer sportinguista, a forma com que erguia os braços para as bancadas e por último, o modo como festejava os golos do Sporting. Nunca me hei-de esquecer de uma célebre exortação que fez à Juventude Leonina durante um jogo no Estádio da Luz (imagem do texto). E se ele puxava pela Juve Leo, ela retribuía com cânticos e tarjas, tendo apelidado Sá Pinto de Ricardo “Coração de Leão”. Hoje já não  há“amores” destes por um clube de futebol, Sá Pinto era do verde, mas do verde do emblema, não do verde das notas. Tinha amor pelo clube. Para classificar a sua atitude ao longo dos anos nada melhor que o lema do Sporting: “Esforço, Dedicação, Devoção e Glória”. Jogadores como este não aparecem todos os anos, são raros, pois a entrega ao clube há muito foi ultrapassada pela vontade de progredir na carreira. Hoje, os clubes são vistos como trampolins quer para grandes colossos europeus quer para presenças na selecção.
O temperamento e a impulsividade de Sá Pinto podem ter-lhe causado alguns problemas na carreira, quem sabe se não o afastarem mesmo de uma grande carreira ao nível europeu. Contudo, são estas duas características que o tornam inigualável e eternamente louvado nas hostes leoninas. O Sporting e os seus adeptos sabem recompensar aqueles que têm uma atitude de grandeza para com o clube. Um dia ,sei que regressará. Alvalade é a sua casa. Dessa vez, ficará por muito tempo e ao contrário das duas últimas situações, sairá pela porta grande. É o meu desejo. Sá Pinto merece. Não há sportinguista (daqueles verdadeiramente Leões) que não partilhe o mesmo sentimento que eu quanto a este grande senhor. Para terminar, fica apenas um Muito Obrigado por tudo o que Ricardo Sá Pinto fez pelo Sporting!
Fonte: Blogue A Firma Forte 76

by Alexandre Poço
30
Out10

Porque ao Sábado se destaca...

Minuto Zero
Cardozo- O útil tem de ser belo ou o belo tem de ser útil?
O futebol como um pedaço de cultura

Nota prévia: Este artigo surge a propósito da ineficácia ofensiva do Benfica após a lesão de Óscar Cardozo contra o Schalke 04. O artigo foi escrito antes do Benfica-Paços de Ferreira

No nosso quotidiano é comum discutirmos se o jogador a é melhor que o b, falando puramente em “futebolês”, contudo muitas vezes essas conversas são intermináveis e não nos levam a lado nenhum.
Mais do que definir a nossa preferência, a nossa identificação pessoal é necessário entender o futebol como um pedaço da nossa cultura, o futebol como um todo organizado onde aplicamos os nossos valores.
Daí que as preferências dependam de valores e não de jogadores. Valores da vida e não valores futebolísticos.
Ser fã de Óscar Cardozo ou detestá-lo é uma dessas escolhas. Mas afinal o útil tem de ser belo ou o belo tem de ser útil?
É neste paradigma que se situa o ser humano, e nestes dois caminhos apenas temos de escolher um.
Historicamente há mais de 2000 anos, onde o futebol nem se quer estava em fase embrionária esta problematização nasceu no confronto dos ideais gregos e romanos. Para os gregos a técnica, a originalidade, a arte tinha um funcionalismo religioso. O belo era por definição Bom. Daí que para eles o útil tivesse que ser belo, daí que eles tentassem encontrar o modelo do mundo natural, fugindo ao retrato humano. Para os romanos tudo tinha que ter um cunho utilitário, eficácia e organização. Todas as construções tinham uma função inerente à facilidade de vida das pessoas. O realismo abundava e o retrato era o expoente máximo da ideologia de mostrar os humanos tal como eles são.
Avançado 2000 anos adaptando para o futebol, percebemos através deste exemplo o porquê de Cardozo ser um jogador controverso de opiniões.
Para aqueles que tem os valores dos gregos, a sua falta de técnica, a sua falta de criatividade e a sua falta de proporcionar espectáculo (função religiosa, comparando com os gregos) é um jogador banal. Não existe beleza nas suas execuções, por isso não é bom. Para os gregos o belo era bom por definição. Mas tal como os gregos tentassem na escultura fugir ao retrato humano, os críticos de Cardozo fogem á essência do futebol, fogem ao mais importante.
O mais importante é que a execução tenha um cunho utilitário, seja eficaz e permita enquadrar-se num sistema organizado. Se para os romanos as construções tinham uma função utilitária, para Cardozo as execuções têm igualmente uma função utilitária: golos. O retrato, o realismo é este. Cardozo é o que demonstra, sem magias sem originalidades sem fuga ao essencial, sem mistificar o seu valor. O retrato de Cardozo mostra aquilo que ele é e não o endeusa. Daí que tenha uma utilidade mais pragmática, mais decisiva e mais eficaz. Porque ele dá-nos a essência do futebol. Golos, vitórias, assistências e campeonatos. Seja em cima da linha de golo, seja a 30 metros da baliza os seus golos são sempre úteis mesmo que raramente sejam belos. Mas os golos é que dão campeonatos e prestigio, as assistências é que permitem aos colegas brilharem. Cardozo é o pragmatismo na sua expoente máxima: elevada capacidade para marcar e assistir para dar aquilo que todos queremos: golos- pouco nos interessando na forma como os alcança. Porque o que interessa são vitória e não ilusões, golos e não espectáculo, remates e não fintas, campeonatos e não títulos de equipa mais empolgante.
Então e agora o útil tem de ser belo ou o belo tem de ser útil?
Talvez seja por o belo ter de ser útil que o Império Romano conseguiu disfarçar as suas heterogeneidades num longo período de tempo enquanto o grego caiu em menos tempo. Talvez seja por isso que Cardozo irá ser o maior estrangeiro de sempre do Benfica. Talvez seja por isso que Miccoli, Valdo, Magnunsoon, Suazo, Cannigia e Van Hooidjonk nunca brilharam tanto no Benfica.
Mas para aqueles em que o útil tem de ser belo, Cardozo eternamente será um jogador banal. Não há nada a fazer, são valores de vida, não são valores futebolísticos.

by João Perfeito
29
Out10

Voleibol à Sexta

Minuto Zero

Ter a coragem de não ganhar

Estamos no aquecimento, prepara-se o jogo, referente ao campeonato regional de iniciados masculinos, entre o SL Benfica e o CN Ginástica. Os comentários são expressivos, adivinha-se uma vitória fácil para o Benfica, apesar da discrepância de qualidade técnica entre jogadores desta formação. O facto é facilmente explicado: estamos perante uma equipa em que alguns atletas já têm formação e onde outros estão a dar os primeiros passos no mundo do voleibol (alguns começaram a treinar apenas no início desta época, em Setembro).
No primeiro set, que começa equilibrado, surgem as dúvidas. O treinador põe em campo um seis que não é, à partida, o mais forte. Trata-se, claro, de dar tempo de jogo aos jogadores novos, construir um espírito de equipa forte, impedir aqueles que têm, para já, menos técnica ou experiência de ficarem associados à imagem do “jogador de banco”. O set acaba a pender para o lado do CNG, tal como o jogo, 1-3, depois de quase duas horas.
E a questão põe-se: sabendo o treinador do Benfica que tem uma equipa capaz de vencer o CNG facilmente, até que ponto é uma mais-valia deixar de vencer para que todos os jogadores entrem em campo? Até quando pode um treinador escolher a pedagogia em prol da vitória e da competitividade?
Numa equipa de juniores, uma escolha destas – a não ser em casos muito específicos relacionados com questões internas ao clube, sobretudo quando dizem respeito ao comportamento de atletas – seria um erro crasso. Mas onde se deve, então, estabelecer o limite?
Na minha opinião, acima do escalão iniciado não deve favorecer-se a questão pedagógica acima da competitividade, até porque pode acabar por ser contraproducente. Ao sujeitarmos uma equipa esforçada a uma derrota que poderia ser evitada pode dar-se o caso dos melhores jogadores, aqueles que poderão ser excelentes jogadores – porque, convenhamos, nem toda a gente tem o mesmo talento para “a coisa” e nem toda a gente se esforça o mesmo, como em tudo – perderem o estímulo que os fará ser melhores. Pode acabar-se com a vontade, o entusiasmo e a força de vários jogadores de uma equipa ao escolher a derrota sistemática para benefício de um ou dois jogadores.
Este limite, no entanto, não pode ser inflexível e invariável: há que ter em conta o estado geral da equipa. Os exemplos que demonstram uma variação, para cima e para baixo, são fáceis de encontrar: relembremos a equipa de iniciados do Benfica de há 3 anos, que vencia jogos contra juvenis e juniores e tinha uma qualidade praticamente ímpar; ou, no sentido inverso, uma equipa de juniores em que castigos a atletas (normalmente por questões disciplinares) levam à escolha de um seis mais “fraco”, por parte do treinador.
No fim de contas, há que dizer que a decisão do treinador, neste jogo particular, foi, para mim, acertada: no seguimento do que disse aqui a semana passada, dá-se mais um passo para pôr novos miúdos a jogar. Porque, claro, treinar várias horas por semana e chegar ao fim-de-semana para ficar no banco não faz bem à auto-estima de ninguém e pode acabar com a motivação inicial muito rápido.

by Sarah Pires Saint-Maxent
28
Out10

Steve Field

Minuto Zero
O jogo de Vieira

Há umas semanas atrás ouvi o presidente do meu clube pedir aos seus fantásticos adeptos que não comparecessem aos jogos fora da equipa como forma de protesto contra as arbitragens sofridas pelo Benfica. Algo que me deu vontade de rir.
Este boicote é, no mínimo, ridículo. E é ridículo fundamentalmente porque serve para tentar encobrir o fraco início de época do Benfica, muito aquém do que se previa e do que deveria de ser pelo maior investimento de sempre pois, tirando o jogo de Guimarães, o Benfica não tem razões de queixa da arbitragem. O causador dos maus resultados do início de época deve-se, em exclusivo, ao Benfica.
Fonte: Lusa
 Depois de ouvir o pedido de Vieira, questionei-me: não será mais vezes o Benfica beneficiado do que prejudicado? Não serão os clubes grandes maioritariamente favorecidos em comparação com os restantes? As respostas são claramente positivas. Quando há razões de queixa da arbitragem, não são da parte dos três grandes certamente.
Portanto, Vieira está a jogar com o poderio do Benfica. Sabendo que é o clube que leva mais adeptos aos estádios, sabendo que quando o Benfica joga os outros clubes encaixam sempre boas receitas, ele está a tentar, indirectamente, que a liga dê razão ao Benfica, ficando então o clube isento de culpas pelos maus resultados. É sempre mais fácil culpar os outros do que assumir responsabilidades. Este é um problema crónico do ser Humano.
Quanto aos adeptos, espero que continuem apoiar o seu clube nas deslocações fora. Apesar de ter visto poucos adeptos em Portimão, quero acreditar que não se deveu ao pedido de boicote do presidente. Os adeptos do Benfica são dos melhores essencialmente por nunca abandonar o clube. Quanto a Luís Filipe Vieira, gostava de o ver preocupar-se mais com futebol e com o sucesso encarnado do que em tentar tramar os outros e do que tentar encobrir fracassos. Se isso acontecesse, dificilmente o Benfica oscilava tanto de época para época. O Benfica precisava de um presidente para o futebol, não de um presidente para jogos de bastidores.

by Steve Grácio
27
Out10

Buzzer - Beater

Minuto Zero
  Bola ao ar

Quando este post vos chegar já terá começado, ontem portanto. A época 2010-2011 da NBA. Que coisa maravilhosa. Pareço ansioso? Deve ser só impressão…
Apesar de realmente eu ter que escrever o post ligeiramente antes da época começar, visto que quando o lerem já terão alguns jogos para contrapor dados. Mas parece-me uma altura propícia para deixar algumas previsões, para fazer correr tinta e tal.
Comecemos pelo mais importante: campeão da época 2010-2011? Los Angeles Lakers. O “three peat” parece-me o mais provável a acontecer, apesar de com o fim da pré-época Kobe Bryant estar a recuperar de uma cirurgia no joelho. Têm aqueles que são considerados por muitos o melhor treinador e melhor jogador de toda a NBA, e todo o ímpeto da época passada parece estar no sítio, com todos os jogadores esperando-se que rendam mais e melhor (apenas tenho dúvidas quanto ao Derek Fisher mas a equipa tem banco).
Em seguida, a questão mais pendente logo a seguir: o MVP. Qual será então o mais valioso desta época a iniciar-se? O “King”, Kobe ou Kevin (peço desculpa algum eventual trocadilho com grupos racistas)? Kevin Durant parece-me o jogador com mais condições para assumir o cargo. Primeiro porque parece-me a mim que é o jogador que não só teve uma estrondosa afirmação na época passada, mas que terá outra semelhante a seguir-lhe. Tem apenas 22 anos feitos no mês passado, Russell Westbrook, da mesma idade, a ser o seu braço direito, e com semelhantes promessas de evolução. Mais argumentos? Discutivelmente, em Oklahoma City está o público mais entusiástico do momento da NBA, o que pode ser um factor motivacional nos jogos em casa. E quanto aos restantes candidatos? Kobe Bryant certamente o seguirá de perto, se não o chegar a ultrapassar, visto que é dos poucos jogadores que de facto melhorou com a idade. Já no caso de Lebron James, tendo em conta que tem na sua equipa tanto Dwayne Wade como Chris Bosh, parece-me algo improvável que se afirme como o melhor jogador do campeonato, muito menos como “estrela” dos Heat. O mesmo se aplica a Wade, visto que também ele tem sido nos últimos anos concorrente ao troféu. Quanto a outros jogadores de topo, como Dwight Howard, Chris Paul (que sofre muito pelo mau desempenho dos seus colegas) ou Dirk Nowitzki estarão certamente na corrida. Destaco o primeiro pela força defensiva, mas também ofensiva, que se tem mostrado nos últimos anos.
Em outras previsões, quais serão para mim as equipas mais competitivas em cada conferência? Do lado Este, Orlando Magic, Miami Heat e Boston Celtics são os candidatos a campeões. E sim, coloquei Orlando antes de Miami por uma simples razão: dominaram a pré-época com marcas perfeitas, de 7 vitórias em 7 jogos, massacrando equipas como os Hornets por 50 pontos. Além do mais, não estão em posição de ser tão prejudicados por lesões como os rivais do seu estado da Florida, os Heat: Dwayne Wade falhou a pré-época inteira e Mike Miller, atirador de serviço da equipa, só se espera que regresse em Janeiro. Portanto vantagem para Orlando. Quanto a Boston espera-se uma última tentativa ao título, pelo menos com esta base de plantel, com vedetas como Kevin Garnett e Ray Allen a ver os anos começar a pesar, e outros como Paul Pierce a manter o nível competitivo, mas principalmente Rajon Rondo, o jovem base que não parece parar a sua evolução como jogador, que provavelmente se afirmará como melhor jogador da equipa. A única incógnita surge na posição de poste, em que Kendrick Perkins está ainda a recuperar de uma lesão contraída nas finais da época passada, mas com Glen Davis, Shaquille O’neal e Jermaine O’neal, o lugar parece para já assegurado. Do lado Oeste o domínio dos Lakers é óbvio, mas atenção à equipa que tantas dores de cabeça lhes deu na primeira ronda dos playoffs, os Oklahoma City Thunder, que certamente desafiarão um segundo ou até primeiro lugar na época regular, pouco provavelmente o mesmo 8º da época passada. Quanto às restantes equipas, esta conferência continua a ser aquela com maior profundidade competitiva, em equipas como os Denver Nuggets (cujo futuro depende da possibilidade de manterem a sua estrela Carmelo Anthony no plantel), os San Antonio Spurs, Portland Trailblazers, Dallas Mavericks e…Los Angeles Clippers. Ok talvez seja arriscado referir os últimos, mas o facto é que com o experiente Baron Davis e o talentoso Eric Gordon no exterior, o promissor rookie Al-Farouq Aminou e o recuperado Blake Griffin nas alas, mais Chris Kaman no interior, o resultado será um 5 muito equilibrado com um banco de alguma profundidade, ainda que sem grandes estrelas, pronto a desafiar um lugar nos playoffs.
Fonte: NBA.com
 As minhas 2 últimas previsões serão dedicadas às revelações: Rookie do Ano e as equipas-sensação (quanto ao sexto homem do ano não tenho grande posição). Começando pelo primeiro troféu, parece-me mais provável que John Wall dos Washington Wizards leve as honras: vai começar a sua carreira profissional precisamente liderando uma equipa que com ele tem um novo alento, num base com nível de alguns dos melhores da liga, extremamente atlético e com grande visão de jogo, que apenas peca no tiro exterior (mas que por tradição os jogadores a entrarem na NBA melhoram, como foi o caso de Michael Jordan). Portanto, pelas capacidades e pela responsabilidade parece-me que será ele o melhor entre os estreantes. Questiono-me apenas na quantidade de minutos por jogo que o poderá sobrecarregar na sua primeira época de 82 jogos (porém se a equipa manter Arenas e Hinrich no alinhamento, dar descanso ao jovem base não será um problema). De perto o seguirão certamente Griffin, dos Clippers, já referido, e DeMarcus Cousins dos Sacramento Kings, promissor poste no qual muitos vêm um humor ao estilo de Shaquille O’neal. Já quanto às equipas-sensação, uma creio que já deixei mais que explícita nas linhas acima: Oklahoma City Thunder da conferência de Oeste. A outra é da conferência de Este, os Chicago Bulls. Com a aquisição de Carlos Boozer aos Jazz e o extraordinário progresso do seu jovem base Derrick Rose e do seu emotivo poste Joakhim Noah, a ex-equipa do lendário Jordan parece finalmente ter reencontrado de novo o seu lugar entre os poderes do Este, a par das equipas que já referi.
E assim esta época promete, com muitas mais noites da minha parte a gramar o fuso horário norte-americano para poder ver toda a emoção em directo, da magia do basquetebol. E assim me despeço.

by Óscar Morgado
26
Out10

Em Frente

Minuto Zero
Adepto Leonino

Uns têm a fama e o proveito, outros nem uma coisa, nem outra. Uns têm a fama de colocar multidões no estádio, outros vão ganhando a fama de ter os adeptos afastados dos diferentes estádios. E eu, bem, eu estou aqui para desmitificar que os adeptos leoninos, no seguimento de piores resultados desportivos, têm por hábito afastar-se da equipa.

O raciocínio até podia ser bastante breve relembrando que ainda no ano passado, o Sporting Clube de Portugal, a meio de uma época desastrosa, levou mais de cinco mil adeptos a Madrid para o jogo da Liga Europa contra o Atlético local. Foi a segunda maior deslocação da massa adepta de um clube português ao estrangeiro, a contar para uma eliminatória de uma competição europeia. Curiosamente a primeira foi igualmente a Madrid, novamente pelos adeptos do mesmo clube e, novamente num período negro da história do clube: O jejum dos dezoito anos sem vencer o campeonato nacional. Foi na época de 1994/1995, num jogo contra o Real Madrid (que acabaria por vencer por 1-0), sendo que na altura mais de dez mil adeptos marcaram presença no Santiago Bernabéu.

Mas, mesmo em território nacional, o Sporting sempre foi alvo de grandes deslocações, como, por exemplo, a ida de vinte mil adeptos ao antigo Estádio da Luz, em 1999/2000, em jogo a contar para a Taça de Portugal (vitória leonina por 1-3). Foi a época do título nacional conquistado por Acosta e companhia, é certo, mas recorde-se que toda essa caminhada teve um início atribulado, com maus resultados e consequente demissão do treinador. E, somente devido ao apoio constante da massa adepta - infelizmente nesse período habituada a ficar arredada da corrida pelo título no Natal – conseguiu-se criar um ambiente em redor da equipa, que assim conseguiu ultrapassar esse mau inicio de época. E, diga-se, por alguma coisa a Juventude Leonina à época, era considerada uma das grandes da Europa, devido a inúmeros jovens que aprenderam a ser Sportinguistas durante o pior período do clube e que tudo faziam para marcar presença no estádio.

“Ah, mas isso foi no passado. E agora?” Agora, o Sporting continua a ser a par do Benfica o clube que coloca mais adeptos nos estádios. Em Paços de Ferreira, como o presidente do clube local fez questão de referir, tratou-se da maior assistência num espaço temporal de cinco anos. Na Figueira da Foz (onde na época 2002/2003, no jogo que opôs Académica e Sporting, se teve que fechar os portões, devido à enchente notada nas bancadas antes do encontro, ficando um grande número de Sportinguistas com bilhete pago no exterior), a zona destinada aos adeptos leoninos estava cheia, tal como em Aveiro e tal como no Estádio do Estoril, este último totalmente lotado por adeptos Sportinguistas. 

Fonte: Adepto Leonino
Em casa as assistências não têm sido nada por aí além? Não, mas sendo o Sporting um clube de Portugal e não de Lisboa, é normal que os jogos realizados às segundas-feiras e às quintas-feiras, como tem acontecido na maioria dos encontros tenham piores assistências. Assim só me resta afirmar que falar de um eventual afastamento dos adeptos ao clube é totalmente especulativo, tratando-se dos adeptos Sportinguistas dos mais fiéis que existem, capazes de suportar maus momentos, festejando em caso de vitória, mas sempre presentes.

(Uma última nota relativa ao Professor Moniz Pereira, que entretanto já teve alta. Uma saúde notável para quem tem oitenta e nove anos)

Saudações Leoninas,

by Jorge Sousa
25
Out10

Segunda é o dia

Minuto Zero
Por amor à camisola

Numa semana em que o futebol monopolizou a atenção de grande parte dos amantes de desporto em Portugal, com os jogos das equipas portuguesas nas competições europeias, alguns acontecimentos acabaram por passar despercebidos. Mas são essas conquistas de atletas portuguesas que, na verdade, dão outra alma ao desporto e de que importa falar.


Esta semana ficou a saber-se que Bruno Pires, antigo campeão nacional de ciclismo de estrada, vai juntar-se aos irmãos Frank e Andy Schleck na nova equipa de ambos, com base no Luxemburgo. Mais uma boa notícia para o ciclismo português que vê, assim, mais um atleta a internacionalizar-se. Se, em Portugal, o investimento na modalidade tem sido cada vez menor, no estrangeiro continuam a existir grandes patrocinadores a financiar grandes equipas e alguns ciclistas portugueses têm conseguido aproveitar para melhorarem as suas performances.

No ténis de mesa, Tiago Apolónia conquistou esta semana o Open da Áustria, ao derrotar Timo Boll, que é considerado o melhor do mundo na modalidade. O jovem atleta formado no Estrela da Amadora e que se tornou profissional na Alemanha, conseguiu recuperar de uma desvantagem de 3-1 para acabar por vencer por 3-4. Apesar da vitória, que deveria encher de orgulho todos os portugueses, é importante realçar que o ténis de mesa é uma das modalidades com menos apoio em Portugal e que, para este torneio, Tiago Apolónia não contou sequer com a companhia de qualquer treinador da selecção nacional.

Estes dois exemplos provam como o desporto vai muito mais além do futebol. As grandes vitórias, no fundo, não são só aquelas que dão maior visibilidade a um país ou clube, mas principalmente aquelas que, pela sua dificuldade, levam ao rubro os adeptos. Por exemplo, no campo do futebol, terá muito valor o Inter de Milão ter vencido a Liga dos Campeões no ano passado. Mas não terá Mourinho sentido muito mais prazer e uma alegria muito maior quando conseguiu a conquista com o Porto, um clube muito mais pequeno e com muito menos recursos?

A vitória de Tiago Apolónia, por exemplo, parece-me ainda mais meritória na medida em que teve que contar quase só consigo mesmo para o conseguir. Tal como as vitórias de Sérgio Paulinho, Tiago Machado, Manuel Cardoso e Rui Costa, no ciclismo, são consequência apenas do seu mérito próprio e/ou do investimento que equipas estrangeiras fizeram nos atletas. Tanto no caso destes quatro ciclistas, como no caso de Tiago Apolónia, João Monteiro e Marcos Freitas (que actualmente jogam ténis de mesa na Alemanha), o sucesso é reflexo do trabalho realizado fora de Portugal e, muitas vezes, com elevado esforço pessoal.

Eu sei que estamos fartos de textos que apelem a uma maior defesa das pequenas modalidades. Mas cada pequena vitória que um atleta luso consegue numa grande competição é, para mim, mais um motivo para continuar a apelar. Se há pequenos países que conseguem ter grande expressão em diversos desportos, por que é que Portugal não consegue?

Em tempos de crise económica, não é altura de pedir mais dinheiro para o desporto nem de exigir a construção de infra-estruturas. Mas, para memória futura, fica o apelo para que, quando possível, se comecem a redireccionar fundos para longe do futebol e a aplicá-los nos atletas que realmente se esforçam por amor à camisola e à modalidade.

By João Vargas
24
Out10

Fogo sem Fumo

Minuto Zero
Outras Crises

A palavra “crise” corre o sério risco de se tornar a palavra mais familiar na vida dos portugueses. Ora vejamos, a comunicação social faz questão de nos recordar todos os dias que estamos em crise social, crise económica, crise política, enfim, uma panóplia de crises. Há para todos os gostos, cabe ao freguês escolher. Diria mais, aquilo a que os teóricos chamam de período de transição para reformulação do panorama vigente, tornou-se num estilo de vida.
No mundo onde os portugueses afogam (mas por vezes, também aumentam) as suas tristezas, no mundo onde se alienam da realidade e entram de pés e cabeça, também estamos assistir ao dito cujo fenómeno - a crise financeira do mundo do Futebol. Salvo alguns afortunados que tiveram a sorte de preencher as medidas de um qualquer magnata do petróleo ou de um sheik árabe, os clubes de futebol vivem permanentemente com a corda na garganta. Estes têm de conciliar a consolidação financeira com a boa performance desportiva. Tarefa difícil nos dias que correm. As receitas de bilheteira, as vendas de produtos oficiais, os patrocínios e as transmissões televisivas não chegam, em muitos casos, para cobrir as elevadas despesas dos clubes em matéria de transferências, salários e prémios.
Em Portugal, a situação não é nova e já se arrasta sem que se veja a tão deseja luz ao fim do túnel. A escolha implica a diminuição da competitividade, veja-se o caso tão paradigmático do Sporting. Com um passivo gigantesco e após a alienação de todo o património não desportivo, a solução foi cortar nos investimentos em jogadores. Resultado: equipas fracas sem hipótese de lutar pelo título com os dois eternos rivais. É frustrante para os adeptos que exigem títulos, compreendo plenamente, mas como diz o povo “não se pode fazer omeletas sem ovos”.

Não havendo União Europeia nem FMI que nos valham nesta situação e como a malta quer continuar a ter bola aos fins-de-semana, chegou o tempo de começar a clamar por investimento privado estrangeiro (visto que os Belmiros e os Amorims desta terra não estão para aí virados). Tal situação implica uma ruptura com o actual conceito de “clube dos sócios”, o que não deixaria de levantar muita discussão. É meu entender que a contestação dos referidos “sócios” terminaria mal chegasse o primeiro título. E depois, o efeito de dominó. Os outros clubes não demorariam muito a querer igual sorte.
Restam duas questões (porventura, as mais importantes): Quem se oferece para servir de experiência-piloto? Que milionário estaria disposto em investir o seu dinheiro em clubes, que apesar de grandes cá dentro, lá fora ainda pertencem à 2ª ou 3ª elite futebolística? 

by Alexandre Poço
23
Out10

Porque ao Sábado se destaca...

Minuto Zero
Hulk- A força da inteligência e a inteligência da força

No momento presente se falarmos de Giovanildo Vieira de Souza ninguém sabe de quem estamos a falar. Mas futuramente falar-se-á em Hulk e pensaremos primeiro em Giovanildo do que no herói de banda desenhada homónimo.
O Hulk da ficção e o Hulk real quase se confundem. Ambos são incríveis e arrebatadores, mas um é mundialmente conhecido e outro não? Porque? Porque o segundo carece de oportunidades.
Tal como o seu homónimo ficcional, Hulk é incrível, arrebatador, poderoso e portentoso. Só que a diferença é que o primeiro diverte as crianças e o segundo pode mudar o futebol.
Com uma invulgar capacidade física, temperamento absolutamente arrebatador, Hulk alia ainda uma velocidade estonteante, uma visão de jogo quase perfeita e um remate portentoso. A Correr é incrível, a rematar é imparável, a passar a bola é um génio, a ganhar duelos é um gladiador.

Este jovem que ninguém aproveitou vai caminhando para os 30 anos sem ter oportunidades. Sem ter alguém que o faça entender quando e como entregar a bola e quando e como pisar determinados espaços no terreno. Falta-lhe cultura táctica, falta-lhe discernimento, porque qualidade, essa é lhe intuitiva, dão-lhe uma bola e ele faz estragos. Hulk tem tanto de arrebatador para correr 70 metros com abola e fuzilar o guarda-redes a quase 200 Km/h como por perder 10 bolas seguidas em confrontos físicos infantis. O seu estado emocional é controverso, a raiva invade a sua alma e percorre-lhe o sangue, mostrando ao mundo que é latino. Mas um latino diferente dos outros, um latino poderoso mas nem sempre eficaz. A raiva sai-lhe da alma e percorre os seus pés, joga com raiva não joga com cabeça, daí lhe que possa marcar o melhor golo do ano ou faça a maior perdida do ano. Esta raiva faz-lhe parecer uma animal, quando explode faz parecer uma bomba, por isso o futebol de Hulk é uma incógnita. Uma incerteza, porque toda a raiva aglutinada tem tanto de revolucionário ou transcendental como de perigoso ou destronante.
Falta-lhe um equilíbrio, falta-lhe uma bússola dentro de campo. Que o oriente, que lhe siga mas que sobretudo que faça racionalizar o seu jogo. Esconder a raiva e soltar a paixão, explodir com alegria e guardar o rancor, porque só assim Hulk conseguirá ser igual a si próprio e mostrar ao Mundo todo o seu valor.
Hulk é latino no talento, na criatividade, na genialidade, no temperamento e é nórdico na força física, na inteligência e no poder. Hulk tem características singulares que o distinguem dos demais jogadores. Hulk tem todas as características que um jogador deve ter, Hulk é a junção de várias escolas de futebol. Hulk é inteligente e criativo, mas a mesma raiva que o faz explodir, faz-lhe perder a racionalidade, e faz-lhe perder o sentido colectivo do jogo. Talvez por isso seja irregular, tal vez por isso a sua fama seja efémera. Mas Hulk merece bem mais de 15 minutos de fama.
Merece que alguém o faça entender as problemáticas do jogo, os seus momentos, mas sobretudo que o faça entender a si próprio. Precisa de alguém que lhe tire a raiva e deixe que a sua inteligência seja submersa e possa finalmente deixar de ofuscar a sua criatividade. No dia em que isso acontecer, no dia em que Hulk crescer mentalmente, a sua criatividade soltar-se-á, a sua força e o seu talento preencheram os maiores estádios de futebol com um domínio que ninguém poderá parar, porque se é possível contrariar a inteligência da força é irreversível contrariar a força da inteligência de Hulk. No dia em que combinar a inteligência da força e a força da inteligência será indubitavelmente o melhor do Mundo.
 
By João Perfeito
22
Out10

Voleibol à Sexta

Minuto Zero
 Agora, que sou pequena, quero jogar voleibol

Chego atrasada: o CF Belenenses está a perder 8-10 no primeiro set. Apesar do CD Ribeirense ser favorito, tenho esperanças que seja um bom jogo, minimamente equilibrado. Na verdade, não foi equilibrado, mas não deixou de ter bons momentos de voleibol: uma hora bem passada.
O Belenenses ressente-se, claramente, da pressão que é estar na A1, a divisão principal do voleibol português: a qualidade técnica e táctica oscila tremendamente ao longo da partida, falta consistência a esta equipa.
Sempre fui da opinião (radical?) que só acima do Tejo e nas ilhas se joga voleibol em Portugal e nunca deixei de invejar quem teve formação no Norte do país. Praticamente não há, pelas bandas de Lisboa, equipas de formação “desligadas” de colégios privados. E as equipas seniores, claro, não podem não ressentir-se do facto: ou se ficam por divisões menores do voleibol, ou, como é caso do SL Benfica (não esqueçamos que apenas têm equipa masculina) fazem contratações a jogadores do Norte ou internacionais. O Belenenses fica algures no meio: sofre, sobretudo, pelo facto de ser um clube não profissional, em que as atletas jogam por “amor à camisola”.
Parece-me impensável, e um erro crasso de promoção da modalidade, que a única equipa que representa Lisboa ao mais alto nível da modalidade o faça com jogadoras que recebem como única recompensa jogar: não deixa de ser louvável que o façam, não deixa de ser até uma recompensa de grande valor, mas não chega.
E não chega porque acabamos por assistir a espectáculos como o de domingo, com uma vantagem tão clara para uma das formações que mesmo essa se deixa abater pelo ritmo de jogo e não dá tudo o que tem (os parciais acabaram por ser 15-25, 17-25, 10-25).
Acredito que alguém que leia o que aqui escrevo note uma certa dimensão pessoal no que é dito, e admito-o. Uma questão que sempre me tocou muito pessoalmente dentro da modalidade (não sei se já repararam, sou fã) é precisamente essa falta de tradição desportiva que por aqui há: quando eu quis jogar tive que me infiltrar numa equipa escolar.
É verdade que agora as coisas estão um bocadinho melhores: o SL Benfica, juntamente com o Lusófona VC, tem equipas que começam nos minis e seguem até seniores, masculinos e femininos, respectivamente. Também o CF Belenenses tem apostado nos escalões de formação e começa já a ter equipas (sempre femininas) de infantis; o CVLisboa (masculino) segue uma rota semelhante. Apesar disso, falta divulgação. Falta que haja equipas promovidas junto das escolas, que as próprias escolas públicas criem actividades de desporto escolar e federado abertas a todos os potenciais atletas.
Não nos esqueçamos que muitos dos que são actualmente bons atletas começaram por acaso: e hoje não é possível uma criança começar “por acaso” – até o chegar até uma das equipas exige, na maioria dos casos, um esforço que apenas se torna possível se o atleta já tiver a cabeça “cheia de vontade” de jogar voleibol.
by Sarah Pires Saint-Maxent

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